segunda-feira, maio 16, 2005

Para meu amigo Marceleza, Quim, Prata e a todos que interessar - Meu reggae é:?

Muitas vezes, milhões de vezes eu sou questionado se o que eu toco e faço é reggae ou não. A distância entre música e estilo de vida reggae é tão pequena, seu limite tão surreal que me dou conta de que reggae é ser e não saber. Por mais tênue que seja a linha entre reggae pop e roots é a atitude por trás do conteúdo das músicas e dos artistas que dá as cores do reggae no meio musical. As roupas do cotidiano, as conversas filosóficas sobre a origem do sentimento reggae, a luta pela sobrevivência dentro dos tentáculos comerciais e a poesia são as chaves para que o reggae cresça no Brasil e no mundo de hoje. O que eu percebo é um véu fino que distingue o sujo do mau lavado apenas. A origem do povo brasileiro é totalmente fiel a escravidão do pensamento e da alienação do indivíduo visto que ele já sabe que a vida é apenas trabalho e muito pouco lazer. A música reggae é um protesto em prol da vida. Viver de música, de fazer bijouterias, de vender camisetas, discos, dexavadores, piteiras de durepox falando de amor, da não-violência e das desgraças que somos obrigados a aceitar desta existência capitalista e selvagem. Eu diria que debater o reggae é uma necessidade pois o que é reggae senão fazer algo que rompe com os laços da pirataria cultural do Brasil? A sabedoria do povo é única, uma grande mãe que abraça a todos com a mesma força e carinho, nos afaga os cabelos até que no sono caíamos e nos traz bons sonhos, esperança de acordar com uma bela melodia e muito amor. Os debates são apenas rusgas, agouros. E a música é cada um no seu galho. Reggae é tudo o que leva ao bom pensamento e a boa ação. Até mesmo a disputa pode levar a uma situação reggae desde que os feridos sejam salvos e naturalmente curados até o final dos tempos, com a proteção de todos, eu e eu ou Eu-teção. Obrigado!