domingo, maio 08, 2005

Roleta Russa

Tudo o que tenho lido sobre o Brasil e seu governo me impressiona. O povo sente que tem sido enganado. Eu me sinto enganado, de olhos bem abertos e penso que o legado brasileiro para nós é a certeza de que seguir e copiar os modelos políticos e comerciais, e os religiosos também, interferem diretamente na melhor forma de resolver nossos problemas. A bomba da economia explode em nossos colos, a presença da censura indireta e moral ainda ronda a liberdade de expressão artística e, se não existe a modernidade, proclamo aberto o período do Novo Conservadorismo.
O período moderno foi de ruptura e hoje nenhuma classe popular ou elitista rompe tradições. Não se choca mais com a violência e com a pobreza extrema das cidades e aceita a realidade que a indústria de massa impõe ao nossos olhos e ouvidos. As tendências humanas ao preconceito e separatismo estão voltando, fracas, espalhadas e escondidas e presentes nas mesmas minorias que defendiam o seu direito de existência. E o Brasil não deveria jogar com suas origens multiraciais e seu legado colonial defendendo as diferenças? Aceitando o Novo Conservadorismo como filosofia política e econômica atende a todos os pré-requisitos estabelecidos pelo status quo das potências ao que chamo de estagnação do pensamento burguês e alienação do indivíduo. Ambos conceitos atendem ao chamado da educação real. Nada de entender a Europa ou ao expansionismo norte-americano. Pra que entendê-los? Necessitamos de uma análise clínica de nossas origens e lá estará a chama da vitória de nosso povo. O Novo Conservadorismo nos atinge na escuridão de nossa passividade. Os mecanismos de cobrança popular, as greves gerais e as passeatas representam mais a desunião de classes do que seu propósito inicial de criar um ambiente de discussões sadio e criativo. Eu vejo assim: quem não tem, não gasta. Eu não gasto minha mufa faz tempo e isso é preocupante.