quarta-feira, julho 12, 2006

Porque a Copa não é nossa?

O sucesso da Copa do Mundo, para mim, foi a certeza de que o fracasso da seleção brasileira estava nos pés de Cafu, Roberto Carlos e no comando de Parreira. Todo mundo sabe que eu gosto de futebol. Não sou um Nelson Rodrigues ou o Armando Nogueira, mas eu sou eu e minha opinião se parece com a deles, com as do Kfouri e do Tostão, todos profundos entendedores de futebol e apaixonados pelo jogo. Pois bem, eu me lembro de estar no ônibus da banda viajando para Casca, interior do Rio Grande do Sul, quando disse que o sucesso da seleção dependia de três alterações fundamentais pois o esquema tático do Parreira com dois laterais velhos, no caso Cafu e RC, e com o Ronaldinho Gaúcho no meio campo era arcaico, ultrapassado, europeu demais para nosso padrão de futebol. Minha desconfiança com RC e Cafu se confirmou na primeira partida, contra a Croácia, pois o peito de aço do Cafu, de 1994, não conseguiu ganhar nenhuma corrida e dividida contra Srna, o lateral esquerdo croata. RC, pela baixa estatura, tomou duas bolas nas costas que poderiam ter resultado em gol não fosse a cobertura de Juan e também não ganhou nenhuma dividida no jogo dando apenas chutões e caindo no gramado feito uma besta. Eu estava certo em minha consciência.
Por outro lado, com a entrada de Cicinho e Gilberto, o time ficaria mais ofensivo e isso tiraria a vaga do retranqueiro Emerson, pilar do esquema tático de Parreira e, na minha opinião, uma mula. Ele daria lugar a Juninho Pernambucano, jogador de destaque no Lyon, criativo, veloz, que faria a ligação rápida entre o meio campo e o ataque e deixaria o Zé Roberto mais recuado, caso o contra-ataque acontecesse. Juninho, na verdade, iria cumprir a função do Ronaldinho Gaúcho em todos os sentidos e liberaria o craque para ser o terceiro atacante sem função definida no meio campo, sua especialidade no Barcelona e que consagrou seu futebol na Europa duas vezes com a conquista da bola de melhor jogador do mundo. Na frente, por luxo e capricho, Fenômeno e Robinho, outra estrela em ascensão. Adriano seria o reserva do fenômeno e nós, Hexacampeões mundiais!!! Mas eu não sou o Parreira e vimos no que deu a campanha da seleção do Brasil em 2006. No ônibus eu cheguei a discutir sobre minhas opções. Fui obrigado a ouvir que Cafu e RC eram os caras. Pena que eu estava certo. Mas o triste mesmo foi a certeza ter se confirmado em realidade. O que salvou a Copa foi Zidane expulso na final, ou seja, outro fiasco para esta velha guarda que pede pela aposentadoria dos campos. Zidane não poderia ter mais este triunfo sobre o povo brasileiro. Sobre Ronaldinho Gaúcho, inclusive.

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