quinta-feira, outubro 11, 2007

"07! - Me traz a 12!"

O combatido superficialmente e pouco debatido filme "Tropa de Elite", que o Sr. Diogo Mainardi disse não valer à pena ser assistido, é o filme que o brasileiro merece. Não é digno de Oscar ou qualquer premiação de cinema. Não é cinema: uma obra corajosa ou a adaptação de um romance inócuo polêmico é a centelha do que precisam os diretores e cineastas, uma luz no fim do túnel, para traduzir melhor a epopéia decadente dos Pms cariocas, do símbolo de desespero que é o BOPE e da situação desagradável, mas real, das relações de poderes que existem fora do Estado e que delas se beneficiam. Coragem para realizar uma visão, sendo ela verdadeira ou não, é, acima de tudo, a busca pela necessidade. As amarras do filme são muito melhores do que qualquer enredo de Duro de Matar ou Rush Hour, o suspense é real e melhor do que os realizados nos filmes de Hollywood, a falta de ar que determinadas pessoas experimentam é fruto da tensão projetada entre o bandido oficial e o bandido marginal na tela do seu dvd pirata ou da sala de cinema, qualquer coisa. E, melhor do que qualquer filme do Spilberg, o final do filme não é o fim da historia, é apenas um ponto e vírgula, um capítulo cerrado que não deixa saudades. É como a gente se sente depois de brigar.
O filme só não é cinema porque carece do olhar diferenciado e sensível do diretor. O resto é muito legal.

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