segunda-feira, janeiro 28, 2008

Nariz na farofa

Nos tablóides e nos sites populares, quando o assunto é celebridade, a maioria das notícias é relacionadas ao hábito de usar drogas ou aos vexames associados à vida de badalações dessas celebridades.
O fato é que ninguém está pronto para se recuperar quando, em situação de vigília ou stress, cai de nariz na farofa. A depressão é uma doença que se desenvolve socialmente. O consumo de substâncias tóxicas e entorpecentes é mais antigo que nós mesmos. Mas é o comércio ilegal de entorpecentes que dá todo o incentivo para as almas que não sustentam a velocidade desses tempos hipermodernos. O comércio ilegal de crack, que é pior do que cocaína, que é pior do que heroína, que é pior que o ecstasy, que é pior do que benzina, que é pior do que aspirina, que é pior do que bebidas alcoólicas, que é pior do que tabaco. Nessa escala, que eu estudo na escola desde meus 8 anos de idade, sabe-se o caminho para qualquer vício.
O fato é que ninguém sabe como curar a depressão e o excesso de paranóia que acompanha o sucesso das celebridades nos dias de hoje. O fato é que todo mundo quer ser famoso, cheirar cocaína em alguma festa gran-fina e ser amigo de traficante de luxo.
O filme sobre o Johnny, eu vou assistir, com aquela certeza de que os bodinhos do plano piloto vão torcer mais pelo traficante do que pela família destroçada dele.
Assim como torcem pelo Capitão Nascimento todos os dias quando saem de casa trancados em seus carros esperando que a segurança seja feita em nome da justiça por justiceiros...
E os justiceiros dos filmes também cheiram cocaína. Assim como alguns políticos cheiram cocaína. Assim como alguns músicos cheiram... assim como alguns atores da Globo, assim como os diretores dos programas, as donas de casa, e todo tipo de gente.
A depressão social mundial é um fato. O estímulo ao luxo e ao prazer são as pontas das campanhas de publicidade. Qual a diferença de cheirar compulsivamente e comprar compulsivamente se, em ambos os casos, é a decadência pessoal que igualará à todos nas instituições e clínicas de reabilitação por aí afora?

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