terça-feira, janeiro 29, 2008

O segredo

...daí eu já tinha escrito e guardado em uma gaveta umas 30 letras em seis meses. Muitas delas não eram letras de músicas propriamente ditas; eram idéias musicais. O ritmo de trabalho com o Maskavo estava intenso; o ritmo natural da vida estava mais intenso ainda. O meu local de trabalho, meu escritório, é meu banheiro. Não é por causa da acústica, não. Simplesmente optei pelo local menos visitado da casa para poder trabalhar melodias, tocar um pouco de violão. Mas nada de revisar as letras daquela gaveta...
Depois de acordar injuriado com a preguiça e de averiguar através de minha mulher que eu estava muito molenga, resolvi lavar toda a louça calado disposto a tomar uma atitude: abrir aquela gaveta e fazer algo daquelas folhas escritas. Peguei todas, um caderno novo e fui, uma a uma, escolhendo quais mereciam uma segunda chance. Até hoje não terminei essa triagem, mas de fato resolvi finalizar 11 canções. Dar aquele toque nas letras que, na minha viagem musical, é o tipo de mensagem que merece ser dita. Um universo musical.
Hoje eu terminei uma canção cujo nome provisório é "mais que tudo", uma homenagem aos desdobramentos do yin e do yang na vida de todos os casais que vivem juntos ou que já viveram com alguém mais do que amigavelmente.
A luta para, do nada, sair de uma melodia que eu já conheço e toco a uns 2 meses até uní-la a essa letra foi um mistério que se delongou da hora em que eu acordei até depois do almoço. Só quando o mundo deu essa volta toda, no interlúdio da queda do satélite espião de 90 toneladas, pude ter a clareza do que queria universalizar. Uma melodia que dominasse a letra como uma sucuri e que não fosse maçante para colar em 5 segundos na cabeça. Uma melodia rica que atraí e que não enjoa à priori. Deu muito trabalho. Gravei a canção em um mini-gravador mono para não esquecer a música toda. Ouvi, gostei, avisei meu empresário que o bolo tinha saído do forno e depois mostrei pra minha mulher e saí para tomar café. Esperei os 2 minutos e 49 segundos da gravação acabarem imaginando qual crítica construtiva viria à seguir. Nada ainda. Nada... quase dez minutos se passaram e daí eu tirei os fones do ouvido dela e perguntei algo como: gostou? Minha mulher ainda estava ouvindo e disse: aham, é boa. Já ouvi 5 vezes. Tem que melhorar um pouco a métrica da letra, eu gostei do nome. Ela não enjoa, né?
Missão cumprida...
essa canção começou a ser composta no dia 25/02/05.

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