O ano era 2005.
Bruno procurava seu lugar no vôo que saía de Porto Alegre rumo à São Paulo depois de seus shows. Cansado, sentou-se lá no corredor de uma das últimas fileiras. O MD-11, um avião de vôos longos, possuía em sua fileira cntral 5 assentos. Bruno sentou-se no primeiro da esquerda.
João já estava sentado com seu uniforme oficial da seleção brasileira de judô. Ao seu lado, mais 3 companheiros, todos uniformizados, estavam saindo de Porto Alegre para São Paulo. Depois, uniriam-se à seleção brasileira e iriam para o Egito disputar o campeonato mundial de judô.
Bruno, João e mais uma atleta conversaram durante toda a viagem sobre sonhos, dores, música, judô, esporte no Brasil, Brasil em sim, etc... o vôo não é muito longo mas Bruno e João conversaram muito.
João sintetizou a fase em que estava na vida: atleta que havia passado por suspensão de dois anos, desilusão com o esporte, enfim, como todo ser humano subiu, desceu e estava reencontrando no judô seu potencial e motivação. Parecia muito feliz, apesar de tudo. Uma hora, João resolveu ir ao banheiro...
Bruno parou de falar um pouco, pensativo, queria entender um pouco aquele papo todo. João tinha dito muito de si, da Sogipa, onde treinava, e das batalhas que passam os atletas no país. A atleta ao seu lado puxou papo e então veio uma pérola: olha, o João é bem modesto, mas ele luta demais. Talvez seja o melhor entre todos nós. - Daí ela se calou e ele chegou e nós voltamos a conversar sobre a vida.
Alguns dias depois Bruno estava em sua casa, em Marília acompanhando o campeonato de judô no Egito pelos flashs globais quando assistiu a final inédita em que o brasileiro João Derly era o primeiro campeão mundial do país de judô na história do Brasil. Emocionante demais. Até hoje emocionante!
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