quarta-feira, outubro 08, 2008

é coisa de bandido

Eram quase nove horas da noite quando recebi o telefonema de meu irmão mais novo pedindo socorro. Os dois pneus do lado direito do carro dele esvaziaram rapidamente no meio do eixão norte. Poderia ter acontecido um acidente pois um dos pneus chegou a explodir mas nada aconteceu de pior. Fui lá dar uma ajuda e ver o que tinha acontecido. Depois de trocarmos dois pneus, calibrá-los e recolocá-los no carro decidimos que era a hora de chamar um guincho. Uma hora depois estávamos em uma borracharia 24 horas onde descobrimos que os dois pneus tinham sido furados de forma proposital. Tinham dois rasgos de uma faca de lâmina fina no pneu de trás, o que explodiu, e um pequeno rasgo no pneu dianteiro. Meu irmão mais novo estava chocado, um pouco perplexo e se sentindo azarado, porém com saúde e um pouco de dinheiro no bolso para fazer o conserto. Se não fossem rasgos, o custo da brincadeira seria R$16. Mas como não foram furos, foram rasgos, duas câmaras e dois manchões custaram quase R$80.
Daí eu me perguntava, que bosta de gente faz uma coisa dessas, uma depredação de um bem alheio? Que bosta de pessoa é essa que passa com uma faca na rua e resolve rasgar pneus, dar prejuízos aos outros? Que tipo de bosta de gente é essa que tem raiva das propriedades dos outros? Quantos pneus de quantos carros foram rasgados como o do meu irmão? Na mesma hora parou uma kombi antiga toda reformada no borracheiro. Era um senhor de muita idade que estava lá para trocar os 4 pneus que tinham sido furados perto dali. Os 4 pneus? Daí veio a história daquele senhor conhecido por Vovô.
Semana passada ele havia reformado a kombi toda: refez a lataria, o motor, arrumou os estofados e comprou quatro pneus zero km. Custou R$2400 a reforma. No dia após ele buscar o carro na mecânica e sair para trabalhar teve seu carro roubado na frente de uma agência do banco do brasil. Na mesma noite, ele encontrou o carro todo depenado atrás de uma caçamba de entulhos. Sem motor, sem rodas e pneus, só a lataria restou. Ele foi e comprou outro motor pro carro; comprou quatro pneus e rodas meia-sola e foi trabalhar e no final do dia os quatro pneus furaram.
Azar? nem fodendo! Isso é coisa de gente bandida que não tem mais o que fazer. Só foder, foder e foder com as coisas ou com a vida dos outros.
O borracheiro trabalhou até quase meia noite no carro do meu irmão e fomos embora. Olhamos um pro outro e, com aquele sentimento de perda enorme nos ombros, retornamos calados para casa com a última frase do Vovô na cabeça: e ainda veio meu funcionário e deu uma porrada na parte de cima da kombi recém pintada, olha que merda? Ninguém liga pras coisas e pro esforço dos outros, é tudo inveja e ganância e dinheiro.
Silêncio.

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