segunda-feira, fevereiro 16, 2009
descarrego
Me lembro muito bem do ano de 2001 quando consegui, através de uma amiga, tirar um encosto imenso de minha aura. Era uma meleca preta que me perseguia desde 1998 fruto de raiva, ódio e decepção. Mas eu não me sentia ruim. Todo caso de amor finito deixa suas seqüelas e aquela mancha preta era a minha. Mas os anos correram e eu queria me apaixonar de novo. Conheci nos meus primeiros anos de banda três mulheres que eram perfeitas pra isso. Uma japonesa espetacular, uma gaúcha espetacular e uma coreana espetacular. Nenhuma delas, no entanto, conseguia tirar aquele encosto de mim e eu estava precisando do descarrego e aliviar as minhas costas daquele peso antigo. Conheci o meu amuleto árabe, uma pessoa que tinha mais problemas do que eu, merecia sair de suas tolices e não tinha ninguém melhor do que eu para ajudar. Um homem mais velho, mais maduro e totalmente seco por dentro, ou seja, no que eu poderia dar trabalho? Nossa amizade foi bombástica, uma coisa forte de pele que explodia nas festas e nas mesas do bares, éramos duas almas erradas muito animadas. Quando eu pedi a ela que me livrasse daquela sensação, daquela meleca preta, ela não teve dúvidas: tirou a roupa, me levou para um esconderijo, tirou a minha roupa e me benzeu dos pés a cabeça com todo o seu carinho e respeito e amor. E eu fui ficando leve com todo aquele sentimento e lembro perfeitamente a hora quando tudo acabou, o meu fardo de 1998 tinha se esvaído pelo ralo da minha coluna, saiu como um peido, e foi essa amiga árabe que produziu este milagre. Ontem eu a reencontrei aqui em Brasília e, apesar dos anos separados, é ela ainda quem eu acho que tem o segredo para todas as minhas macumbas e mau-olhados... ela é uma amiga boa demais pra ser verdade.
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