Tenho por hábito diário acompanhar os textos do observatório da imprensa e por lá encontro diversas vezes críticas ao jornais e jornalistas, e ao tipo de jornalismo praticado hoje em dia no Brasil principalmente, e sinto que, mesmo concordando com Alberto Dines e outros colaboradores deste site, a realidade é que o jornalismo está sendo superado pelos blogs, ou por relações com opiniões críticas de especialistas ou sinceros observadores da vida que se expressam no meio virtual e que mal fazem parte da grande imprensa de massa dos jornais de circulação regionais, estaduais e nacionais. E se isso está ocorrendo é porque a imprensa não valoriza notícias espertas que apresentem ao leitor mais do que uma pequena imagem dos fatos. Até porque, uma boa investigação jornalística bem escrita começa pelo título e os títulos das notícias de hoje em dia são muito trágicas, de uma pressão subconsciente que não valoriza a esperteza do leitor de jornais. É como a música de massa que supera todas as formas de música popular brasileira, não pela qualidade, mas pela fórmula que a todos idiotiza e que nivela a todos por cima ou por baixo, não cabe a mim decidir. Até que eu gastava meu dinheiro com revistas como Caros Amigos ou a Piauí, mas é no observatório da imprensa que eu encontro algo que não está mais nem nas revistas: uma alternativa aos pontos de vistas reduzidos dos jornalistas que vivem de jornalismo de massa.
E onde está a esperteza? O carnaval teria sido uma boa oportunidade de brindar os leitores mais carentes com cadernos ricos em textos mais elaborados sobre assuntos que não precisam ser os de guerra, fome, importações; estas notícias ficam do mesmo jeito. O que ocorre é que os jornais diminuem de conteúdo, ficam mais finos materialmente e não representam uma alternativa para o leitor... daí ele acessa um site em casa, ou se não tem sai pra alguma festa popular ou vai fazer churrasco com a família ou uma reza em conjunto, qualquer coisa menos ler o jornal.
E se o povo é negligente do não saber no carnaval é por culpa dos responsáveis pelos jornais grandes mesmo porque é deles a idéia de que não há mais leitores do que festeiros nesse país, e daí as férias dos funcionários e o desgosto do jornalista esperto que não gosta de samba que escreveria 1000 linhas sobre algo mais do que se lê diariamente por aí.
Nenhum comentário:
Postar um comentário