Zé Pessoa estava trabalhando como frentista de posto de gasolina. Na verdade cuidava da troca de óleo dos carros e dos filtros de combustível e de ar, mas o serviço era pouco. O posto de gasolina ficava em uma região desolada de Brasília, em uma quadra onde os diplomatas abastecem e trocam de peças em outros lugares, Zé Pessoa não tinha resposta para isso. No entanto, gostava do seu trabalho porque ele era perto de duas escolas, uma pública e outra particular, e a infância logo lhe tomava os pensamentos e o trabalho e o passar das horas não o incomodavam.
Um dia Zé Pessoa recebe um telefonema: lembra daquele trabalho de segurança que você fez pra mim a uns sete meses atrás? Pois é, tem duzentos e vinte e oito reais aqui que eu estou te devendo... busca na hora que você achar melhor, mas o dinheiro está aqui.
Zé Pessoa estava com a mão na massa, trocando o óleo de um Fiat antigo de um dono jovem e bem humorado. Sem muito ponderar o Zé se aproximou do jovem e indagou: moço, se eu tenho duzentos e vinte e oito reais pra receber, eu vou na hora do almoço ou depois do trabalho? O jovem realmente queria dar uma ótima resposta senão não teria dado esta para o Zé: vai na hora do almoço porque adulto pode lanchar ao invés de comer arroz e feijão uma vez na vida. Senão você vai ficar sonhando com estes duzentos reais o dia inteiro.
Zé fez a troca do óleo do carro do jovem, até calibrou os pneus, deu um sorriso pra dentro e foi coletar o dinheiro na hora do almoço. Chegando no lugar, lá estava o telefonador. Olhava para o Zé com cara de feliz, entregou as notas de dinheiro, deu um tapa no ombro do cara e disse: é isso aí. Chegasse meia hora mais tarde, Ó!
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