Me parece que o debate sobre o assunto downloads e artistas na Inglaterra tem mostrado o quão frágil ainda é a relação de disponibilidade e acesso sobre informações com o valor que isso representa para o criador e sobre o poder que cobrar por algo representa hoje em dia.
Não é uma relação fácil, porém amigável, é um privilégio da maioria que busca uma posição em meios onde os downloads ilegais não representam dinheiro vivo, é uma relação que começa por amor e depois passa a ser um sonho e depois vira um meio de vida e esse meio de vida tem que combinar com o sistema e isso precisa gerar renda e renda é uma coisa que o termo "grátis" detona.
Tenho fé que liberar canções por amor é muito bom. E tenho fé que, se há legítimo amor pelo artista, que esse amor deveria ser valorizado, estimado, até receitado para os amigos, compre do seu artista favorito porque ele merece e o artista terá que ser merecedor dessa vaidade. Sempre foi assim a relação artista/apreciador de arte. Não há desculpa na disponibilidade de arte na internet. Há um grande bloqueio. O artista recebe o dinheiro?
Se eu vejo o cara do Radiohead ou do Pink Floyd fazendo isso, apoiando liberações de mp3, é porque eles querem algo a mais da liberdade de expressão na internet. Aposto que os downloads ilegais destas bandas superam as de todos os mp3s da Lily Allen, que tem discurso legítimo, está certa, brigando contra um moinho estabelecido onde o vento nunca para de soprar. Uma luz sobre um desapego da humanidade, música é fruto da vida, mas de qual comida se abastece?
Questão de educação, na minha opinião.
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