Não parecia o cantar de um sabiá. Muito menos parecia o zumbido de um mosquitinho a zanzar e bater no spot de luz do quarto. Era o ruído, o uníssono, o monótono som de um motor de avião rasgando bem longe o sono, o céu devia estar começando a ficar em tons mais lindos do que nunca, mas ela não estava nem aí para isso, seu corpo esfregava macio e lento sobre o meu e em um sussurro ela saiu: não busque água. não acenda a luz, não se deixe levar, a gente só tem que trabalhar de tarde, não é?
Quando o sono é verdadeiro, o corpo é um peso que a mente esquece ali, deitado, inerte, pulsando breve e lento e o coração fica leve. Não pude deixar de admirar minha mulher e aceitei seu conselho sem titubear. Eu sabia que nos próximos anos nunca mais teria essa paz de espírito. Um filho estava para chegar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário