sexta-feira, outubro 09, 2009

Crônicas do Lago Norte

Ela realmente me perguntou isso? Foi o que pensou o jovem músico quando uma amiga distante lhe disse que a vida era melhor quando você conhecia pessoas por todo o lugar. Não!, ele pensou. Não é tão simples assim. Porque existe um sentimento, a saudade, que se torna forte aliada da distância entre duas pessoas, duas almas que poderiam se conhecer melhor, ser mais amigas, até amantes, qualquer coisa as vezes é melhor do que viver a vida viajando. No entanto, ser um rambler fez dele essa pessoa notória, nômade, conhecedora dos métodos de esperteza que são necessários para viver na estrada. Nem doenças normais lhe aflingiam mais.
A saudade, esse sentimento encostado entre o peito e a cabeça, que se manifesta nas formas e nos dias e nas horas em que somos tomados pelo medo ou pela perda de alguma referência, que nos diz, porra, você pode ir atrás dela, tomá-la nos braços e dizer te amo, porra, abandonando tudo ou o pouco que temos, será viável?
A última mensagem que ele recebeu dela pelo msn foi assim, eu não sinto saudade daquilo que não tive, não, e deu-se uma trovoada forte em Brasília e a conexão da internet caiu. Ele tinha uma resposta na ponta dos dedos. Mas a saudade dela, dos olhinhos puxados dela, daquilo que nunca aconteceu entre eles, acabou se misturando com uma certa dose de bebida e virou uma triste canção.

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