Estou lendo um livro fantástico. Não, não é fantástico no sentido da palavra, é sobre realismo fantástico. O tema sugere que muitos dilemas e enigmas históricos estão relacionados a necessidade de alguns seres humanos de descobrir, experimentar e guardar em segredo fórmulas, mapas, todo tipo de material utilizado na confecção de itens mortais ou que deturpariam a humanidade. Vivemos um problema moral à milênios que a maioria esmagadora de pessoas nem presta atenção. São sinais declarados de que estamos na era da estupidez.
Existem provas de pilhas elétricas fabricadas a mais de dois mil anos em Bagdá. Pára-raios conectados a ligas metálicas que só foram apuradas no século XIX. E provas matemáticas, como o cálculo da distância da terra até o sol, que é a altura de Quéops multiplicada por 1 bilhão.
No entanto, nosso problema é moral e não está sendo discutido dentro deste realismo fantástico. Aliás, nosso problema é de conivência com coisas erradas. Vamos ao caso mais recente e, na minha opinião, de uma imbecilidade gigantesca:
Um homem que se separa da esposa resolve se matar sendo que o suicídio é tão velho quanto à velhice. Mas um homem que resolve se matar não pode buscar seu filho de quase três anos na casa da mãe e jogá-lo de um prédio de sessenta metros. É moralmente doente. Pior! Pior é a família do suicida marcar, velar e enterrar normalmente este homem, este monstro; a família deste homem é tão imoral quanto seu filho porque é conivente com a incapacidade humana desse ex-ser de resolver por si algo que é moralmente errado. Na bíblia existem pais que matam filhos. É uma lição, não faça isso nem em nome de deus, mesmo assim existe a interpretação, se é pra deus, é de deus. O que vi na televisão foram muitas pessoas destruídas. Mas a lição, a questão moral é a mesma que permeia a violência do terrorista ou do traficante, o pai e a mãe afanam a cabeça de seu filho bandido, imoral, suicida, estuprador, diz que sabe do erro, mas é a filha, é o filho do ventre. Puta papo furado. Admiro o homem que um dia viu seu filho com uma placa de rua onde estava escrito o nome de seu avô, o filho se gabando de ter feito aquilo como uma homenagem, e o pai ligou para a polícia e mandou prender o filho. O filho fez algo impensado, mas moralmente reprovável e quem deu a lição foi o pai.
Eu não faria louvores a um filho assassino. Isso me encheria de vergonha, repúdio em ser humano, doente em si, inexplicável, mas imperdoável. Eu olhava a televisão, amigos e familiares do suicida chorando. E pensei, quem é que presta uma homenagem dessas a um ser imoral?
Se podemos louvar o assassino, respeitar o suicida, adular o corrupto e beijar quem apertou o gatilho da bomba atômica, então não podemos saber os segredos da vida eterna, da viagem no tempo e no espaço, não podemos criar ouro, prata, platina, não podemos viver a vida plenamente.
A história do mundo é sobre política e economia. Os grandes segredos da humanidade estão na Índia, no Vaticano, em alguns museus norte-americanos, ingleses, franceses, alemães. São os anônimos e os eruditos solitários que carregam as chaves da criação e da destruição calados porque, assim como Einstein viu a merda que fez quando provou a divisão nuclear, viu também que a natureza humana tende à uma imoralidade milenar. E como as pessoas estão muito interessadas em dinheiro, em ficarem bonitas, em cometerem imoralidades que nunca serão julgadas, acredito que veremos ainda muitos pais e mães e filhos matando uns aos outros em nome da miséria, da fome, do desespero, da inveja, da raiva, da desilusão, do amor extremo, do ódio. E assim, moralmente falando, quantos milênios levaremos a mais para aprender as coisas boas que temos capacidade de realizar? É uma grande ilusão achar que as viagens espaciais ou a roda nos tiraram das trevas quando nós ainda somos obrigados a fazer parte de um mundo onde as civilizações ainda não desempenham o seu papel natural. Estamos perdidos flutuando no cosmos, my sister.
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