quarta-feira, julho 16, 2008

Amy

Todos nós temos problemas. Um deles é que, em determinado ponto da juventude e você não sabe o que fazer por excesso de opções, nós queremos ser reconhecidos pelo nosso talento natural.
Amy, essa moça, tem uma forma de compor que é sensacional. É uma compositora nova que sabe se expressar; deve ser uma pessoa direta; deve dizer tudo o que pensa. Mas é fato que conseguiu compor algumas canções que apoiaram a ótima Rehab, a melhor música de 2007 escolhida pelo Grammy, a fazer de uma moça de 24 anos a melhor compositora de 2007. Isso é um sonho.
Mas a porra do mundo tem um quê de moderno que é degradante. Acompanhar a degradação, ascendência e queda, ruína eu diria, de uma moça tão talentosa é desumano. Com 24 anos eu estava começando no sonho e ela já está lá, com estandarte de qualidade na mão, sendo chicoteada no seu dia-a-dia normal que fica anormal de tanta bajulação e invasão. É impressionante como essa profissão paparazzi deu utilidade a algo que a cem anos atrás era impensável: saber as fofocas do vizinho.
Não leio uma única discussão decente sobre sua música ou capacidade natural de, aos 24 anos, escrever como uma pessoa que não é indiferente ao seu contemporâneo. Esse tipo de talento deveria ser apreciado, elogiado, incentivado... Amy.
Se eu pudesse, tinha escrito aquela canção dela YOU KNOW I'M NO GOOD. Além da sinceridade na letra ser uma navalhada no coração ainda contém o improvável: se culpar pelo fracasso de alguma coisa. Ela se engana como sempre fez. Ela disse que é problema, você sabe, ela não é flor que se cheire...
Tomara que ela siga até os 27 glamorosos anos e depois siga em vida.

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