São Paulo está um frio pra cada um de noite e uma emoção pra cada cidadão durante este final de semana. Tem megarampa de skate, coisa de louco, uma idéia muito boa sobre rodinhas. Tenho fé que se meus colegas de viagem tiverem a força de vontade irão comigo assistir essa invenção.
Ontem tive a oportunidade de ir a Expomusic para tocar, dar uma força para o patrocinador de pratos de bateria, e então eu pude colocar meus olhos, admirar instrumentos de todos os modelos e qualidades. Fiquei de cara com o tamanho do evento. Muita tecnologia disponível, coisas caríssimas, pensei, pra que serve tudo isso? Cada vez que eu faço um show eu vejo menos isso, menos aquilo, claro que dentro da realidade do reggae brasileiro, do mercado musical em geral, com o crescimento do poder das rádios segmentadas sobre a qualidade das suas transmissões, a qualidade da programação, eu digo, putz, não há mais cigarros nos estabelecimentos e os eventos ficam cada vez menores, cada vez menos casas de shows abrindo, cada cidade com sua boate e seus djs, os shows... por outro lado, cada guitarra linda, muitas fabricadas por especialistas brasileiros inclusive, muitas sendo vendidas ali, na minha cara, eu feliz com isso andando com meu crachá de músico, me deparei com um violão que é meu sonho hoje em dia, um item que falta no meu conjunto de instrumentos. Estava muito reluzente, de um verniz especial e de uma madeira bem clara. Aos meus olhos ele simplesmente parecia bem bonito, eu fiquei imaginando que som sairia dele se eu o tocasse, qual música eu tocaria? e perguntei pra menina do estande de vendas, qual o preço?, e ela disse, olha, esse violão custa R$38mil. Daí ela descreveu como esse violão era especial mesmo, edição de 75 anos da marca, 175 peças construídas apenas, o único no Brasil. A cada palavra dela eu ria mais, a piada era muito engraçada. Eu tinha escolhido aquele modelo para ver por questão de um detalhe atrás do braço, um detalhe que é uma comodidade para tocar acordes cheios no começo do braço, e eu vi que existe mesmo esta outra realidade de vendas, necessidade de ter coisas, um item especial, uma coisa rara, esse mundo sendo exposto bem ali na minha frente, olhando instrumentos que nem podemos testar, achei engraçado. Além dos virtuosos talentos que ficam em muitos estantes mostrando técnicas, instrumentos, equipamentos eletrônicos, itens de iluminação, cara, é cada coisa. Me dei conta de que eu estava lá pelo mesmo motivo, estava ajudando nosso baterista a promover uma marca, olhei bem pro violão, não custa sonhar, e me encaminhei para o estúdio montado para fazer aquilo que eu sei que estava lá para fazer: uma desvirtuose. Foi muito melhor do que o show do Barracuda que aconteceu depois na madrugada.
Megarampa, megarampa, megarampa, megarampa, megarampa, megarampa
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