Nostradamus escreveu em 1558 suas profecias baseado em pesquisas astronômicas, na bíblia e em fórmulas mágicas do cabal que até ele ousou queimar por medo. Legando ao filho suas palavras deixou também para Henrique II notações sobre como a indiferença se tornaria a marca registrada de nossos tempos, os fins que não justificariam os meios e a guerra estariam nos selecionando, crentes ou não, para o Juízo Final. Para todos os efeitos reis e nobres estariam controlando vidas e mais vidas e tudo estava escrito nas estrelas.
Olhei o céu de Goiânia, já tinha me deparado com o cansaço extremo, a correria natural de divulgação do disco novo, tudo bem, tudo zen, tudo mau. E no final tínhamos uma batata quente nas mãos e a felicidade de poder tocar para 10 mil pessoas, elas sim merecedoras de todo o suor do mundo, assim como poder encontrar os amigos do rock, agradecer ao Japinha pela nota em nosso release e me deparar com outra realidade: dinheiro não dá status. Portanto, sentindo calor e suando frio de cansaço me despedi das amarguras da vida e fui...
...antes de perceber, tínhamos visto o Latino em Campo Grande, admirado a recepção calorosa e seca do cerrado que me abastece a alma,que Me faz delirar. Pensei em virar um gigante andar por aí. Daí me lembrei de Nostradamus e parei. Os astros não estão a meu favor, pessoalmente. Estou na segunda divisão.
quinta-feira, abril 28, 2005
terça-feira, abril 12, 2005
A hora do tufão! - um tormento e um velho dormindo com seus pensamentos
Estava eu e Marceleza discutindo a canções sertanejas nordestinas, os autores e poetas e artistas que trazem para nossos dias as tradições de um tempo que não volta mais. Por que?
É difícil falar sobre isso, mas é veemente que é inegavelmente, insofismável e cabal que a escalada da vida nos aproxima de nós mesmos e nos afasta do que fomos. Meu senso cíclico e atômico aponta o seguinte: Luiz Gonzaga. Resgate. Geraldo Azevedo. resgate. Os repentes de gente que nunca saberei quem foi. resgate.
Hoje em dia o artista é dominado pela idéia de sobrevivência. E para tanto ele coloca na balança sua arte com a durabilidade de sua carreira. O efêmero da classe, a anarquia do pensamento está esquecida e não existe vanguarda que possa hoje enfrentar o capitalismo da intolerância. Porque a gente faz aquilo que gosta, mas não tão do jeito que quer. As vezes sim. As vezes a gente sofre.
A arte é um auto-retrato sem público. O público sintoniza ou não a essênciado que sente ao ver, ouvir, tocar algo belo, de arte.
Mas estou desacostumado com a negação da tradição. Eu mesmo, que não ouço bossa, acabo preferindo ela a qualquer modernidade eletrônica com três minutos e quinze segundos que engulo todos os dias nas fms do Brasil. E eu gostaria que minha música tocasse, não pelo apelo comercial somente, mas pela vontade popular. Já tocou Tim Maia, Alcione, Fagner, Jorge Ben. Mas eu prefiro os cancioneiros sertanejos nordestinos. O que eles devem praguejar sobre nossa juventude? Quais serão seus medos pois poetas sofrem?
É difícil falar sobre isso, mas é veemente que é inegavelmente, insofismável e cabal que a escalada da vida nos aproxima de nós mesmos e nos afasta do que fomos. Meu senso cíclico e atômico aponta o seguinte: Luiz Gonzaga. Resgate. Geraldo Azevedo. resgate. Os repentes de gente que nunca saberei quem foi. resgate.
Hoje em dia o artista é dominado pela idéia de sobrevivência. E para tanto ele coloca na balança sua arte com a durabilidade de sua carreira. O efêmero da classe, a anarquia do pensamento está esquecida e não existe vanguarda que possa hoje enfrentar o capitalismo da intolerância. Porque a gente faz aquilo que gosta, mas não tão do jeito que quer. As vezes sim. As vezes a gente sofre.
A arte é um auto-retrato sem público. O público sintoniza ou não a essênciado que sente ao ver, ouvir, tocar algo belo, de arte.
Mas estou desacostumado com a negação da tradição. Eu mesmo, que não ouço bossa, acabo preferindo ela a qualquer modernidade eletrônica com três minutos e quinze segundos que engulo todos os dias nas fms do Brasil. E eu gostaria que minha música tocasse, não pelo apelo comercial somente, mas pela vontade popular. Já tocou Tim Maia, Alcione, Fagner, Jorge Ben. Mas eu prefiro os cancioneiros sertanejos nordestinos. O que eles devem praguejar sobre nossa juventude? Quais serão seus medos pois poetas sofrem?
domingo, abril 10, 2005
Além das portas da percepção - ordinattaire
Aprendi uma frase esta semana. Namu Amida Butsu. Repetí-la é criar uma ligação entre o ser e o existir. Ou não. Estou tomado pela idéia de que algo novo, inovador e belo está por vir. Pode ser uma música ou um quadro em uma exposição. Assim tem sido os novos shows do Maskavo. Para as pessoas mais atenciosas existe um tecladista no show novo. Por que?
A necessidade de mudar foi grande. Uma vez uma fã insistiu em dizer que fazíamos playback não tendo consciência de que usávamos um equipamento eletrônico para samplear e sequencear sons e ritmos com o que tocávamos. Mas o tempo passou e hoje estamos mais obstinados em melhorar tecnicamente o show. Um elemento humano a mais é instigante. É uma alma completa que vai explorar nossas canções e colocar algo pessoal, um tempero diferente, no arroz e no feijão. Eu aceito isso com muita fé e tudo está melhor desde tal decisão.
Namu amida butsu. Em Caçapava temos um público bastante fiel, caloroso e atencioso. Sempre me sinto bem ao saber que vamos tocar lá. Inclusive revemos amigos. É muito bom. Estava muito calor também. Aconteceu algo inusitado que eu gostaria de refletir sobre. Um rapaz aparentemente dopado ficava avacalhando a paz de todos a sua volta. Rodava a camisa, esbarrava em quem podia e agitava mais do que era necessário. Poxa, do palco não há o que fazer. Dá vontade de falar, mas a música é a melhor linguagem. Pena que afetou aquele cara de uma maneira muito estranha, a música, a festa e as luzes. Namu amida butsu pra ele também.
A necessidade de mudar foi grande. Uma vez uma fã insistiu em dizer que fazíamos playback não tendo consciência de que usávamos um equipamento eletrônico para samplear e sequencear sons e ritmos com o que tocávamos. Mas o tempo passou e hoje estamos mais obstinados em melhorar tecnicamente o show. Um elemento humano a mais é instigante. É uma alma completa que vai explorar nossas canções e colocar algo pessoal, um tempero diferente, no arroz e no feijão. Eu aceito isso com muita fé e tudo está melhor desde tal decisão.
Namu amida butsu. Em Caçapava temos um público bastante fiel, caloroso e atencioso. Sempre me sinto bem ao saber que vamos tocar lá. Inclusive revemos amigos. É muito bom. Estava muito calor também. Aconteceu algo inusitado que eu gostaria de refletir sobre. Um rapaz aparentemente dopado ficava avacalhando a paz de todos a sua volta. Rodava a camisa, esbarrava em quem podia e agitava mais do que era necessário. Poxa, do palco não há o que fazer. Dá vontade de falar, mas a música é a melhor linguagem. Pena que afetou aquele cara de uma maneira muito estranha, a música, a festa e as luzes. Namu amida butsu pra ele também.
Assinar:
Comentários (Atom)