domingo, agosto 31, 2008
completando o álbum
em Maringá ouvi da voz de um jovem como eu as seguintes palavras: eu leio o que você escreve. Por dois instantes eu refleti sobre esse cumprimento, lembro de olhar no olho do cara e de não conseguir expressar rapidamente o que eu queria. Se eu sorri, foi de felicidade. Entrei no camarim me sentindo responsável por essa horta intelectual aqui, me dei ao luxo de brindar o sucesso que é fazer elos virtuais através da escrita e até esperei que o rapaz fosse no camarim para batermos um papo. Hoje recebi o mail do Oscar, outro parceiro de leituras, para combinarmos uma forma de eu receber seu livro. legal, vamos sim! Vou responder seu mail depois.
Me vejo aqui como quando criança completando álbuns de figurinhas no bafo, forma popular de troca de figurinhas na minha infãncia, e colecionando aventuras nas imagens dessas figurinhas. Outro dia encontrei o único livro de poesias que finalizei e me detive por alguns instantes avaliando minha pessoa, aquele Bruno que escreveu aquelas poesias com 17 anos, e me senti aliviado. Com 17 anos eu não era nem metade do que eu sou hoje. Pudera tanto, nada de genial reside em meus poros.
Se alguma pessoa me vir passando pelo aeroporto não deixará de notar que eu estou sempre carregando algum equipamento antigo de gravação ou instrumento musical. Confesso que carrego pouca bagagem, me faço de mochileiro mesmo para liberar espaço para trazer de volta tantas tralhas que meus anos de nomadismo dinâmico me permitiram dispersar. Hoje me senti feliz em, finalmente, instalar aqui no Micasa, Sucasa a câmara de eco da minha mãe, equipamento famoso nos anos 80 na rádio Globo e que temos disponível desde 2005. Só agora ele volta de sua volta ao mundo em 3 anos, esse Korg Stage Echo. Preciso de cabos, muitos e novos cabos para tantas conexões novas. Para quem curte eletrônica isso aqui é um parquinho: gangorra, balanço e gira-gira.
A hora em que a porta se abriu e meu filho me viu foi emocionante. Eita sorriso mais lindo do mundo, papai!
Me vejo aqui como quando criança completando álbuns de figurinhas no bafo, forma popular de troca de figurinhas na minha infãncia, e colecionando aventuras nas imagens dessas figurinhas. Outro dia encontrei o único livro de poesias que finalizei e me detive por alguns instantes avaliando minha pessoa, aquele Bruno que escreveu aquelas poesias com 17 anos, e me senti aliviado. Com 17 anos eu não era nem metade do que eu sou hoje. Pudera tanto, nada de genial reside em meus poros.
Se alguma pessoa me vir passando pelo aeroporto não deixará de notar que eu estou sempre carregando algum equipamento antigo de gravação ou instrumento musical. Confesso que carrego pouca bagagem, me faço de mochileiro mesmo para liberar espaço para trazer de volta tantas tralhas que meus anos de nomadismo dinâmico me permitiram dispersar. Hoje me senti feliz em, finalmente, instalar aqui no Micasa, Sucasa a câmara de eco da minha mãe, equipamento famoso nos anos 80 na rádio Globo e que temos disponível desde 2005. Só agora ele volta de sua volta ao mundo em 3 anos, esse Korg Stage Echo. Preciso de cabos, muitos e novos cabos para tantas conexões novas. Para quem curte eletrônica isso aqui é um parquinho: gangorra, balanço e gira-gira.
A hora em que a porta se abriu e meu filho me viu foi emocionante. Eita sorriso mais lindo do mundo, papai!
quarta-feira, agosto 27, 2008
na rádio
Na rádio, a locutora Sandrinha proferia: ninguém dorme! Haviam dois violões e uma voz amaciando o som da noite em meio aos hits de S.O.J.A, Filosofia reggae, To Fly. E eu só pensava com meu Nylon Smile no que estava acontecendo dentro da minha cabeça.
Muita coisa, confesso que tinha horas que me dava vontade de tocar outra coisa, talvez uma daquelas referências musicais que acabamos dividindo com o público em uma determinada parte da entrevista. Fomos e somos bem tratados em todos os lugares que estamos. Isso me faz sentir como se "no quintal de alguma casa", pois meu nomadismo dinâmico já está adaptado a tantas idas e vindas em viagens semanais. Nomadismo dinâmico...
Com o violão no colo não fiz esforço algum. As canções que tocamos eu conheço a muito tempo. Mas minha cabeça estava em outro lugar. Tinha horas que dava vontade de tocar uma Bossa e contar uma história sobre ela, dizer porque o mundo precisa de gingas orgânicas tanto quanto das batidas eletrônicas de bom gosto, etc, tocar de novo e receber a opinião em tempo real do efeito disso no público. No fundo, essa parte é parte do meu sonho. O povo quer ouvir reggae e reggae é bom.
o clima da madrugada me deixa intrigado porque tenho por hábito dormir depois das 22hs mas não as 2hs da manhã. Me lembrei da época do estúdio ao vivo transamérica, do privilégio disponível entre 18 e 19hs de ouvir todos os dias as melhores, mais populares, promessas e intérpretes da jovem música feita no Brasil. Eu não era muito de ouvir o programa, eu tinha na cabeça a vontade de tocar lá. Fiz isso 3 vezes depois de alguns anos. Na madrugada, no entanto, você pode divagar ao vivo e dizer alguns palavrões, mesmo que isso não seja mais do meu feitio, ok, tudo liberado nas horas da noite noturna de Jundiaí. Música sem comercial é algo para os notívagos. Talvez eles sejam os arquitetos da música brasileira.
Muita coisa, confesso que tinha horas que me dava vontade de tocar outra coisa, talvez uma daquelas referências musicais que acabamos dividindo com o público em uma determinada parte da entrevista. Fomos e somos bem tratados em todos os lugares que estamos. Isso me faz sentir como se "no quintal de alguma casa", pois meu nomadismo dinâmico já está adaptado a tantas idas e vindas em viagens semanais. Nomadismo dinâmico...
Com o violão no colo não fiz esforço algum. As canções que tocamos eu conheço a muito tempo. Mas minha cabeça estava em outro lugar. Tinha horas que dava vontade de tocar uma Bossa e contar uma história sobre ela, dizer porque o mundo precisa de gingas orgânicas tanto quanto das batidas eletrônicas de bom gosto, etc, tocar de novo e receber a opinião em tempo real do efeito disso no público. No fundo, essa parte é parte do meu sonho. O povo quer ouvir reggae e reggae é bom.
o clima da madrugada me deixa intrigado porque tenho por hábito dormir depois das 22hs mas não as 2hs da manhã. Me lembrei da época do estúdio ao vivo transamérica, do privilégio disponível entre 18 e 19hs de ouvir todos os dias as melhores, mais populares, promessas e intérpretes da jovem música feita no Brasil. Eu não era muito de ouvir o programa, eu tinha na cabeça a vontade de tocar lá. Fiz isso 3 vezes depois de alguns anos. Na madrugada, no entanto, você pode divagar ao vivo e dizer alguns palavrões, mesmo que isso não seja mais do meu feitio, ok, tudo liberado nas horas da noite noturna de Jundiaí. Música sem comercial é algo para os notívagos. Talvez eles sejam os arquitetos da música brasileira.
segunda-feira, agosto 25, 2008
calafrio
quando sei que tenho que tomar uma decisão que vai mudar o rumo da minha vida
sinto como se tivesse tomado cinco cafés puros e fumado demasiados cigarros
minha pressão baixa
sinto um calafrio enorme
as mãos
os pés
todas as falanges congelam
medo?
não
ansiedade?
muito menos
essa decisão é financeira porque a única coisa que me abala é mexer com dinheiro
dinheiro não ama ninguém e ninguém deveria amar o dinheiro
meus desejos são tímidos
irrisórios
pessoais
preciso apenas de segurança
medo?
de ser preso
ansiedade?
sempre quando estou dirigindo
e preciso dar um final feliz para isso
sinto como se tivesse tomado cinco cafés puros e fumado demasiados cigarros
minha pressão baixa
sinto um calafrio enorme
as mãos
os pés
todas as falanges congelam
medo?
não
ansiedade?
muito menos
essa decisão é financeira porque a única coisa que me abala é mexer com dinheiro
dinheiro não ama ninguém e ninguém deveria amar o dinheiro
meus desejos são tímidos
irrisórios
pessoais
preciso apenas de segurança
medo?
de ser preso
ansiedade?
sempre quando estou dirigindo
e preciso dar um final feliz para isso
domingo, agosto 24, 2008
muito papo e pouco log
Como posso ficar tão distante deste mundo virtual?
Simples:
depois de muito refletir sobre o mundo de hoje e nossas perspectivas futuras me redescobri como o filho de duas pessoas que me ensinaram a cuidar das minhas coisas. Não foi da noite para o dia que essa operação, como eu costumo descrever essa mudança de bagunceiro para organizadeiro, aconteceu. Foi preciso que eu andasse com duas pernas e aprendesse o significado da palavra VALOR.
depois de muito viver uma vida que depositava confiança nos demais, e por demais eu quero dizer com todo o amor que os demais são as pessoas que eu amo de verdade, agora eu não sinto nada demais. Eu só quero mesmo é ter certeza de que estou com as mãos e os pés no mesmo lugar e que o meu sonho de conhecer o mundo e muitas pessoas interessantes dê lugar ao meu sonho de ser o melhor pai que meu filho poderá ter, que ao seu lado estarei durante a decolagem para o seu próprio sonho e que seremos sócios virtuais nesse sistema hiper-veloz de comunicação.
depois de muito olhar o jardim da casa da minha mãe e de perceber que comemos muito lixo e também para dar o mesmo bom exemplo ao meu filho, o mesmo exemplo que meus pais me deram, construí uma horta baseado nos conceitos da permacultura. O livro que me inspirou a começar este pequeno projeto de felicidade foi um presente de dia dos pais que a mamãe do meu filho deu junto com ele. Se estou produzindo compostos, adubo, minhocas, terra pra plantar e mudas de cenoura, alho, cebola, alface, rúcula, beterraba, batata, tomate, pepino, etc, é por causa da boa alimentação que planejamos para a saúde de nosso filho, eu e a mãe dele, desde o dia em que ele nasceu, esse menino lindo que me faz colocar as mãos na terra depois de 8 anos isolado no concreto paulistano.
depois de limpar e organizar 3 quartos, uma sala e um escritório que hoje é o Micasa Sucasa estúdio com a ajuda essencial de meus irmãos e minha mãe, principalmente do meu irmão do meio, ehehhehe, que hoje é meu braço direito na horta que estou fazendo e é essencialmente o parceiro perfeito para minhas horas de trabalho e descanso, enfim este ser que inspira os tolos como eu e meu irmão mais novo, que está reaprendendo a gravar músicas que só nós ouvimos desde sempre, ehehhehee, e que aos poucos se espalham pelos pendrives da vida até os notebooks dos amigos e que viram apresentações de headphones, que é isso que nós fazemos dentro do nosso aquário musical, é a realização de um sonho mais do que antigo. Conseguimos, Brenio.
depois de passar uma semana inteira amargurado em São Paulo agora mesmo estou aqui sentado neste nono andar para mais uma semana de terror. Estou preparado. Só penso na hora de voltar pro meu filho e pra nossa horta.
Simples:
depois de muito refletir sobre o mundo de hoje e nossas perspectivas futuras me redescobri como o filho de duas pessoas que me ensinaram a cuidar das minhas coisas. Não foi da noite para o dia que essa operação, como eu costumo descrever essa mudança de bagunceiro para organizadeiro, aconteceu. Foi preciso que eu andasse com duas pernas e aprendesse o significado da palavra VALOR.
depois de muito viver uma vida que depositava confiança nos demais, e por demais eu quero dizer com todo o amor que os demais são as pessoas que eu amo de verdade, agora eu não sinto nada demais. Eu só quero mesmo é ter certeza de que estou com as mãos e os pés no mesmo lugar e que o meu sonho de conhecer o mundo e muitas pessoas interessantes dê lugar ao meu sonho de ser o melhor pai que meu filho poderá ter, que ao seu lado estarei durante a decolagem para o seu próprio sonho e que seremos sócios virtuais nesse sistema hiper-veloz de comunicação.
depois de muito olhar o jardim da casa da minha mãe e de perceber que comemos muito lixo e também para dar o mesmo bom exemplo ao meu filho, o mesmo exemplo que meus pais me deram, construí uma horta baseado nos conceitos da permacultura. O livro que me inspirou a começar este pequeno projeto de felicidade foi um presente de dia dos pais que a mamãe do meu filho deu junto com ele. Se estou produzindo compostos, adubo, minhocas, terra pra plantar e mudas de cenoura, alho, cebola, alface, rúcula, beterraba, batata, tomate, pepino, etc, é por causa da boa alimentação que planejamos para a saúde de nosso filho, eu e a mãe dele, desde o dia em que ele nasceu, esse menino lindo que me faz colocar as mãos na terra depois de 8 anos isolado no concreto paulistano.
depois de limpar e organizar 3 quartos, uma sala e um escritório que hoje é o Micasa Sucasa estúdio com a ajuda essencial de meus irmãos e minha mãe, principalmente do meu irmão do meio, ehehhehe, que hoje é meu braço direito na horta que estou fazendo e é essencialmente o parceiro perfeito para minhas horas de trabalho e descanso, enfim este ser que inspira os tolos como eu e meu irmão mais novo, que está reaprendendo a gravar músicas que só nós ouvimos desde sempre, ehehhehee, e que aos poucos se espalham pelos pendrives da vida até os notebooks dos amigos e que viram apresentações de headphones, que é isso que nós fazemos dentro do nosso aquário musical, é a realização de um sonho mais do que antigo. Conseguimos, Brenio.
depois de passar uma semana inteira amargurado em São Paulo agora mesmo estou aqui sentado neste nono andar para mais uma semana de terror. Estou preparado. Só penso na hora de voltar pro meu filho e pra nossa horta.
Faíscas de Ouro
As histórias dos anos 50,60 e 70 da Vila Pompéia que aprendo toda vez que pouso na esquina da Barão do Bananal com a Padre Chico, no bar do Joaquim e do Genival, são ótimas. Você aprende com senhores improváveis sobre as festinhas, as brigas, quem era quem nessa região, e depois ainda pode ter o prazer de comer um sushi ao lado do Luis Carlini, o homem que compôs e tocou o solo mais bonito já gravado neste país em Ovelha Negra, e descobrir que o Cebolinha não era mero personagem do Maurício de Souza e, sim, o cara mais temido da Pompéia nos anos 70. Esse cara tomou 3 tiros de um cara que ele matou com apenas uma bala. As cicatrizes mostram...
de acordo com o Tivelli, a Pompéia é a Liverpool do Brasil. Daqui surgiram as bandas mais importantes de São Paulo Tutti Frutti, Os Mutantes, Made in Brasil, e meus companheiros de copo afirmam que eles ensaiavam, Sérgio, Rita e Arnaldo, lá perto do São Camilo, ou seja, do lado da rua em que eu morei durante 5 anos; a Rita era da Vila Mariana e os irmãos viviam na Venâncio Aires. Eu já fui à frente da casa deles: azul de fachada desgastada, portão de ferro enferrujado.
Mas o grande orgulho da Pompéia entre os meus amigos de bar era o time de futebol da superliga Faíscas de Ouro, que anos depois se tornou a escola de samba da Vila Pompéia, Rosas de Ouro...
tantas histórias, tantas putarias, acabou, acabou acabou
fui dormir e não vi o Brasil ganhar a prata no vôlei
de acordo com o Tivelli, a Pompéia é a Liverpool do Brasil. Daqui surgiram as bandas mais importantes de São Paulo Tutti Frutti, Os Mutantes, Made in Brasil, e meus companheiros de copo afirmam que eles ensaiavam, Sérgio, Rita e Arnaldo, lá perto do São Camilo, ou seja, do lado da rua em que eu morei durante 5 anos; a Rita era da Vila Mariana e os irmãos viviam na Venâncio Aires. Eu já fui à frente da casa deles: azul de fachada desgastada, portão de ferro enferrujado.
Mas o grande orgulho da Pompéia entre os meus amigos de bar era o time de futebol da superliga Faíscas de Ouro, que anos depois se tornou a escola de samba da Vila Pompéia, Rosas de Ouro...
tantas histórias, tantas putarias, acabou, acabou acabou
fui dormir e não vi o Brasil ganhar a prata no vôlei
quinta-feira, agosto 21, 2008
todos os fios de cabelo
não temo a idade
nem o envelhecimento
nem os ciclos
nem as passagens
nem os reveillons
nem as estações
nem os aniversários
nem os ritos
todos os fios de cabelo que tenho
são escuros
até hoje são
fortes
encaracolando-se
presos fortemente ao couro cabeludo
reagem a todos os impulsos de nervosismo
as preocupações
são tão normais
que não mais me estressam
nem o envelhecimento
nem os ciclos
nem as passagens
nem os reveillons
nem as estações
nem os aniversários
nem os ritos
todos os fios de cabelo que tenho
são escuros
até hoje são
fortes
encaracolando-se
presos fortemente ao couro cabeludo
reagem a todos os impulsos de nervosismo
as preocupações
são tão normais
que não mais me estressam
segunda-feira, agosto 18, 2008
Nada especial
nada especial
esta fase da vida
cheia de momentos de reflexão
abaixo do sol e do céu que nos cobre
que nos magnetiza
que nos ioniza
olhar não significa nada
o coração bate
mas isso não importa
quem está ao seu lado agora?
durmo como um condenado
me sinto bastante afetado pelo stress
nada especial
respiro fundo todos os dias
busco no infinito da mente uma resposta
um sinalzinho que se junte
aos cacos da minha felicidade
e que se una permaculturalmente
ao solo da criação
filho, aqui não é o paraíso
mas não penso muito nisso
já que estamos criando nosso jardim
cuidando dos animais
desenhando círculos
e dirigindo por aí
não temos limites
somos doidos como todos são
agraciados
estamos juntos desde sempre
nada especial no entanto
para os outros
que bom!
esta fase da vida
cheia de momentos de reflexão
abaixo do sol e do céu que nos cobre
que nos magnetiza
que nos ioniza
olhar não significa nada
o coração bate
mas isso não importa
quem está ao seu lado agora?
durmo como um condenado
me sinto bastante afetado pelo stress
nada especial
respiro fundo todos os dias
busco no infinito da mente uma resposta
um sinalzinho que se junte
aos cacos da minha felicidade
e que se una permaculturalmente
ao solo da criação
filho, aqui não é o paraíso
mas não penso muito nisso
já que estamos criando nosso jardim
cuidando dos animais
desenhando círculos
e dirigindo por aí
não temos limites
somos doidos como todos são
agraciados
estamos juntos desde sempre
nada especial no entanto
para os outros
que bom!
quinta-feira, agosto 14, 2008
História
O ano era 2005.
Bruno procurava seu lugar no vôo que saía de Porto Alegre rumo à São Paulo depois de seus shows. Cansado, sentou-se lá no corredor de uma das últimas fileiras. O MD-11, um avião de vôos longos, possuía em sua fileira cntral 5 assentos. Bruno sentou-se no primeiro da esquerda.
João já estava sentado com seu uniforme oficial da seleção brasileira de judô. Ao seu lado, mais 3 companheiros, todos uniformizados, estavam saindo de Porto Alegre para São Paulo. Depois, uniriam-se à seleção brasileira e iriam para o Egito disputar o campeonato mundial de judô.
Bruno, João e mais uma atleta conversaram durante toda a viagem sobre sonhos, dores, música, judô, esporte no Brasil, Brasil em sim, etc... o vôo não é muito longo mas Bruno e João conversaram muito.
João sintetizou a fase em que estava na vida: atleta que havia passado por suspensão de dois anos, desilusão com o esporte, enfim, como todo ser humano subiu, desceu e estava reencontrando no judô seu potencial e motivação. Parecia muito feliz, apesar de tudo. Uma hora, João resolveu ir ao banheiro...
Bruno parou de falar um pouco, pensativo, queria entender um pouco aquele papo todo. João tinha dito muito de si, da Sogipa, onde treinava, e das batalhas que passam os atletas no país. A atleta ao seu lado puxou papo e então veio uma pérola: olha, o João é bem modesto, mas ele luta demais. Talvez seja o melhor entre todos nós. - Daí ela se calou e ele chegou e nós voltamos a conversar sobre a vida.
Alguns dias depois Bruno estava em sua casa, em Marília acompanhando o campeonato de judô no Egito pelos flashs globais quando assistiu a final inédita em que o brasileiro João Derly era o primeiro campeão mundial do país de judô na história do Brasil. Emocionante demais. Até hoje emocionante!
Bruno procurava seu lugar no vôo que saía de Porto Alegre rumo à São Paulo depois de seus shows. Cansado, sentou-se lá no corredor de uma das últimas fileiras. O MD-11, um avião de vôos longos, possuía em sua fileira cntral 5 assentos. Bruno sentou-se no primeiro da esquerda.
João já estava sentado com seu uniforme oficial da seleção brasileira de judô. Ao seu lado, mais 3 companheiros, todos uniformizados, estavam saindo de Porto Alegre para São Paulo. Depois, uniriam-se à seleção brasileira e iriam para o Egito disputar o campeonato mundial de judô.
Bruno, João e mais uma atleta conversaram durante toda a viagem sobre sonhos, dores, música, judô, esporte no Brasil, Brasil em sim, etc... o vôo não é muito longo mas Bruno e João conversaram muito.
João sintetizou a fase em que estava na vida: atleta que havia passado por suspensão de dois anos, desilusão com o esporte, enfim, como todo ser humano subiu, desceu e estava reencontrando no judô seu potencial e motivação. Parecia muito feliz, apesar de tudo. Uma hora, João resolveu ir ao banheiro...
Bruno parou de falar um pouco, pensativo, queria entender um pouco aquele papo todo. João tinha dito muito de si, da Sogipa, onde treinava, e das batalhas que passam os atletas no país. A atleta ao seu lado puxou papo e então veio uma pérola: olha, o João é bem modesto, mas ele luta demais. Talvez seja o melhor entre todos nós. - Daí ela se calou e ele chegou e nós voltamos a conversar sobre a vida.
Alguns dias depois Bruno estava em sua casa, em Marília acompanhando o campeonato de judô no Egito pelos flashs globais quando assistiu a final inédita em que o brasileiro João Derly era o primeiro campeão mundial do país de judô na história do Brasil. Emocionante demais. Até hoje emocionante!
sábado, agosto 09, 2008
curitiba
as pontas dos dedos da minha mão atestam
que frio
que frio
insuportável frio para mim
o ar gelado não me parece saudável
o convíveo de pessoas no frio
é o convíveo das bactérias no frio
não dê a mão a ninguém depois de passá-la no nariz
= gripe
lave as mãos no frio, mas como?
lave-as
as pontas dos dedos do meu pé confirmam
que frio
que frio
insuportável desconforto
curitiba é um contraste
cidade bela
pessoas belas
tudo belo
assolado por esse inverno rigoroso
específico e cruel inverno curitibano
que horror
que horror
horror horroroso
café cura o frio momentaneamente
chá idem
que frio
que frio
insuportável frio para mim
o ar gelado não me parece saudável
o convíveo de pessoas no frio
é o convíveo das bactérias no frio
não dê a mão a ninguém depois de passá-la no nariz
= gripe
lave as mãos no frio, mas como?
lave-as
as pontas dos dedos do meu pé confirmam
que frio
que frio
insuportável desconforto
curitiba é um contraste
cidade bela
pessoas belas
tudo belo
assolado por esse inverno rigoroso
específico e cruel inverno curitibano
que horror
que horror
horror horroroso
café cura o frio momentaneamente
chá idem
quinta-feira, agosto 07, 2008
Chuva
Antecede a chuva
uma ventania de lascar
derrubando árvores, folhas sem cessar
é de chorar de emoção
tanta água ionizada rolando em vão
nos canos pluviométricos da cidade
escoando rapidamente pelo asfalto
lavando o céu
lavando o chão da cidade
lavando as bocas de lobo
lavando a borracha dos pneus que aderiram ao asfalto
Antecede a chuva
um bem estar diferente
some o sol
cai a água
e pra quem gosta de chuva
o cheiro que flutua com o vento
feromônios e poeira
e os íons em movimento
dissipam a poluição
alimentam as represas e reservatórios
lavando os telhados das casas que, um dia, prédios serão
uma ventania de lascar
derrubando árvores, folhas sem cessar
é de chorar de emoção
tanta água ionizada rolando em vão
nos canos pluviométricos da cidade
escoando rapidamente pelo asfalto
lavando o céu
lavando o chão da cidade
lavando as bocas de lobo
lavando a borracha dos pneus que aderiram ao asfalto
Antecede a chuva
um bem estar diferente
some o sol
cai a água
e pra quem gosta de chuva
o cheiro que flutua com o vento
feromônios e poeira
e os íons em movimento
dissipam a poluição
alimentam as represas e reservatórios
lavando os telhados das casas que, um dia, prédios serão
quarta-feira, agosto 06, 2008
Limite
Não vejo limite para o desenvolvimento do consumo
de produtos que não satisfazem
nem a carne e nem a alma
muito menos o espírito que não tem nada com isso
Essa insônia excessiva que distorce a realidade
de bilhares de pessoas, cada qual com sua história,
buscando transcender a surdez da urbanidade
no caótico cenário em que se encontra o embate
entre natureza humana
entre a natureza em si
entre as forças que são regidas pelo equilíbrio
do céu e da terra, together
Que são os limites para os meus olhos
que são limites genuínos
assim como a margem do rio
ou a encosta de uma montanha grande e reta em cima, uma chapada
um vale
um abismo
um cânion
o peso que é a soma da massa com a aceleração da gravidade
Não vejo limites para a violência baseada na necessidade de consumo
de ter algo exclusivo
de ter algo que foi de alguém V.I.P
o que é isso? Se a babilônia irá cair onde estará o limite?
Dentro de si
dentro
de
cada
si
de produtos que não satisfazem
nem a carne e nem a alma
muito menos o espírito que não tem nada com isso
Essa insônia excessiva que distorce a realidade
de bilhares de pessoas, cada qual com sua história,
buscando transcender a surdez da urbanidade
no caótico cenário em que se encontra o embate
entre natureza humana
entre a natureza em si
entre as forças que são regidas pelo equilíbrio
do céu e da terra, together
Que são os limites para os meus olhos
que são limites genuínos
assim como a margem do rio
ou a encosta de uma montanha grande e reta em cima, uma chapada
um vale
um abismo
um cânion
o peso que é a soma da massa com a aceleração da gravidade
Não vejo limites para a violência baseada na necessidade de consumo
de ter algo exclusivo
de ter algo que foi de alguém V.I.P
o que é isso? Se a babilônia irá cair onde estará o limite?
Dentro de si
dentro
de
cada
si
terça-feira, agosto 05, 2008
Vídeo no celular
Tenho tido imenso prazer
e dificuldades em produzir
vídeos com meu celular
Qualidade baixa?
Falta de recursos no aparelho?
Limitações de tamanho de filmagem?
Limitações no editor do celular para vídeos grandes demais?
Nada disso me impede de me divertir
com esse celular de 100 reais
me pergunto: por que adoro cinegrafia?
por que está enconstada minha vhs-c?
Por que? POr que? Por que?
Limitações são as armas das inovações!
e dificuldades em produzir
vídeos com meu celular
Qualidade baixa?
Falta de recursos no aparelho?
Limitações de tamanho de filmagem?
Limitações no editor do celular para vídeos grandes demais?
Nada disso me impede de me divertir
com esse celular de 100 reais
me pergunto: por que adoro cinegrafia?
por que está enconstada minha vhs-c?
Por que? POr que? Por que?
Limitações são as armas das inovações!
segunda-feira, agosto 04, 2008
Sala de visita
O meu beijo
é uma sala de visitas
que encontra
pessoas
estados
bebidas
saliva
skin
e que faz
como o pólen
no bico
da ararinha verde
que vi
em três lagoas
e que vi
no coqueiro de casa
faz com que nos unamos
e sejamos mais
do que meros
mortais
com lábios
inócuos
Estou no final da corda madrugando, ouvindo um tango de Paolo Conte, quase nada na cabeça. Pudera, depois de voltar de Três Lagoas com um "feeling nice" no bolso e surpreendido pela viagem toda apenas deixo a memória me levar, um pouco pra Santa Fé do Sul e Rubinéia, um pouco para Três Lagoas...
Ontem, depois de tocar no Viracopos Botequim, bater o recorde de público da casa e fazer o primeiro (será?) show de reggae da região, com um copo de vodca com red bull e gelo na mão, olhando as casadas dançarem e as solteiras xavecarem no balcão, depois de ver o muro interno da boate cair e não machucar ninguém, pensei "sorte?". Minha mente, no entanto, ainda estava no show, na naturalidade como tudo aconteceu desde a chegada e a recepção na cidade até os churrascos, a galinhada caipira, as modas de viola no Bartês e a troca de energia do show em si, a naturalidade como as notas foram tocadas e as frases foram ditas... fazia tempo que eu não sentia isso e foi muito real olhar as pessoas nos olhos e nem lembrar que eu estava com um baixo às mãos... e tinha um menino lindo desenhado na minha testa de dois anos, dentuço e que tinha os meus olhos... que saudade de casa.
Santa Fé do Sul fica bem perto do rio Paraná, divisa dos estados do MS e de SP. Do taxi matinal que tomei entre Santa Fé do Sul e Rubinéia, uma bahiana linda me dizia que já existiu uma primeira Rubinéia que foi inundada, Rubens com Nicéia vê se pode?, e que show de reggae naquela região era raridade. A memória, o show, a guerra entre o átomo e o alcóol, aquela naturalidade no ar, mas aquele senso de perigo no ar, tudo tão natural que fez o som soar bom e o reggae atingiu não-violentamente a todos e a mim... fiquei IRYE.
Muitas pessoas imaginam que somos todos réles urbanos. Mas eu mesmo sou filho de caipira, o Marceleza é goiano e todos ouvimos muita música boa, incluindo Tonico e Tinoco, Pena Branca e Xavantinho, Xangai, Vital Brasil, etc... ou seja, do caipira ao sertanista, temos ouvidos treinados e nunca me canso de ouvir, não importa se no rádio da padoca ou na viola, : "ainda ontem chorei de saudade...."
Tudo isso com a benção da chuva, que caiu durante nosso show em Três Lagoas pela primeira vez em 5 meses, e na volta pra São Paulo toda. Axé.
é uma sala de visitas
que encontra
pessoas
estados
bebidas
saliva
skin
e que faz
como o pólen
no bico
da ararinha verde
que vi
em três lagoas
e que vi
no coqueiro de casa
faz com que nos unamos
e sejamos mais
do que meros
mortais
com lábios
inócuos
Estou no final da corda madrugando, ouvindo um tango de Paolo Conte, quase nada na cabeça. Pudera, depois de voltar de Três Lagoas com um "feeling nice" no bolso e surpreendido pela viagem toda apenas deixo a memória me levar, um pouco pra Santa Fé do Sul e Rubinéia, um pouco para Três Lagoas...
Ontem, depois de tocar no Viracopos Botequim, bater o recorde de público da casa e fazer o primeiro (será?) show de reggae da região, com um copo de vodca com red bull e gelo na mão, olhando as casadas dançarem e as solteiras xavecarem no balcão, depois de ver o muro interno da boate cair e não machucar ninguém, pensei "sorte?". Minha mente, no entanto, ainda estava no show, na naturalidade como tudo aconteceu desde a chegada e a recepção na cidade até os churrascos, a galinhada caipira, as modas de viola no Bartês e a troca de energia do show em si, a naturalidade como as notas foram tocadas e as frases foram ditas... fazia tempo que eu não sentia isso e foi muito real olhar as pessoas nos olhos e nem lembrar que eu estava com um baixo às mãos... e tinha um menino lindo desenhado na minha testa de dois anos, dentuço e que tinha os meus olhos... que saudade de casa.
Santa Fé do Sul fica bem perto do rio Paraná, divisa dos estados do MS e de SP. Do taxi matinal que tomei entre Santa Fé do Sul e Rubinéia, uma bahiana linda me dizia que já existiu uma primeira Rubinéia que foi inundada, Rubens com Nicéia vê se pode?, e que show de reggae naquela região era raridade. A memória, o show, a guerra entre o átomo e o alcóol, aquela naturalidade no ar, mas aquele senso de perigo no ar, tudo tão natural que fez o som soar bom e o reggae atingiu não-violentamente a todos e a mim... fiquei IRYE.
Muitas pessoas imaginam que somos todos réles urbanos. Mas eu mesmo sou filho de caipira, o Marceleza é goiano e todos ouvimos muita música boa, incluindo Tonico e Tinoco, Pena Branca e Xavantinho, Xangai, Vital Brasil, etc... ou seja, do caipira ao sertanista, temos ouvidos treinados e nunca me canso de ouvir, não importa se no rádio da padoca ou na viola, : "ainda ontem chorei de saudade...."
Tudo isso com a benção da chuva, que caiu durante nosso show em Três Lagoas pela primeira vez em 5 meses, e na volta pra São Paulo toda. Axé.
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