Acordei com vontade de sorrir
e aproveitar a vida
e mentalizei antes de dormir
como é bom estar vivo
e rodeado de pessoas
importantes
inteligentes
bonitas
sensíveis
honestas
trabalhadoras
amorosas
fiéis
sinceras
Acordei e sorri! Eu tenho o poder da mente.
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
Cabeça raspada
Quando sinto vontade de raspar a cabeça
e abrir mão de minhas melenas encaracoladas
ou é por questão de fé
ou então por questão de estética
Em ambos os casos, sou eu precisando sair do lugar
precisando demonstrar uma atitude
que fortaleça dentro de mim o equilíbrio entre
deixar ir embora ou superar os revézes
seguir sem olhar pra trás
Faz parte de mim
assim como de um buda adormecido da Imaginarium
não ser assim tão bonito
Agir é mais do que apenas saber
que as vezes vamos dormir com a pulga atrás da orelha
com o coração apertado e perdidamente apaixonado
com saudades do que fomos
com a certeza de que envelhecemos melhores e mais sábios
honestos, vigorosos, esmerilhando o senso ético
apenas ouvindo o bom senso presente no silêncio e no I-Ching
presente em todos os seres vivos.
Quando sinto vontade de raspar a cabeça
é porque aprendi alguma coisa secreta e que me move
me tira do lugar de onde eu estava
me tira deste nono andar na Avenida Pompéia
deste barulho infernal de carros e britadeiras
do nono andar tudo fica mais barulhento
tudo fica mais sem graça e apertado
As pessoas viram grãos de areia, pequenos insetos
e eu sou um deles aqui em cima
outro tipo de bicho
que não se acostuma com tanto barulho, essa bomba atômica
que me tira o sono
e me faz questionar coisas inquestionáveis
não tenho talento pra calvície
não tenho talento pra obesidade
não tenho tempo de poluir meus ouvidos
pois preciso deles para ouvir música
e as suaves batidas do meu coração
Violão, televisão, rádio difusão
Com essa poluição sonora
tudo fica meio xoxo/chocho
é a deformação, é anti-depuração da sensibilidade humana
é por isso que, em São Paulo, os sorrisos só estão nos outdoors
e os animais só se divertem de noite
porque é mais calmo
e mais sutil
e mais perigoso gritar!
Não consigo mais escrever. É a britadeira que me impede!
e abrir mão de minhas melenas encaracoladas
ou é por questão de fé
ou então por questão de estética
Em ambos os casos, sou eu precisando sair do lugar
precisando demonstrar uma atitude
que fortaleça dentro de mim o equilíbrio entre
deixar ir embora ou superar os revézes
seguir sem olhar pra trás
Faz parte de mim
assim como de um buda adormecido da Imaginarium
não ser assim tão bonito
Agir é mais do que apenas saber
que as vezes vamos dormir com a pulga atrás da orelha
com o coração apertado e perdidamente apaixonado
com saudades do que fomos
com a certeza de que envelhecemos melhores e mais sábios
honestos, vigorosos, esmerilhando o senso ético
apenas ouvindo o bom senso presente no silêncio e no I-Ching
presente em todos os seres vivos.
Quando sinto vontade de raspar a cabeça
é porque aprendi alguma coisa secreta e que me move
me tira do lugar de onde eu estava
me tira deste nono andar na Avenida Pompéia
deste barulho infernal de carros e britadeiras
do nono andar tudo fica mais barulhento
tudo fica mais sem graça e apertado
As pessoas viram grãos de areia, pequenos insetos
e eu sou um deles aqui em cima
outro tipo de bicho
que não se acostuma com tanto barulho, essa bomba atômica
que me tira o sono
e me faz questionar coisas inquestionáveis
não tenho talento pra calvície
não tenho talento pra obesidade
não tenho tempo de poluir meus ouvidos
pois preciso deles para ouvir música
e as suaves batidas do meu coração
Violão, televisão, rádio difusão
Com essa poluição sonora
tudo fica meio xoxo/chocho
é a deformação, é anti-depuração da sensibilidade humana
é por isso que, em São Paulo, os sorrisos só estão nos outdoors
e os animais só se divertem de noite
porque é mais calmo
e mais sutil
e mais perigoso gritar!
Não consigo mais escrever. É a britadeira que me impede!
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Uma nova onda
Este final de semana foi bastante produtivo. Eu e meus irmãos conseguimos produzir, ensaiar, executar, gravar, mixar e masterizar duas canções. Deixa pra lá e Proibido são as canções. A urgência nos impediu de ficar em casa no decorrer das horas sem fazer algo delas.
Proibido é uma canção antiga minha e do Breno composta para o Maskavo em 2004. Tinha outra letra e outra intenção mas naturalmente conseguimos perceber que ela não é um reggae e nem mesmo uma canção de amor. É um desabafo. Gosto muito dela e trabalhei bastante as estrofes, as rimas, mesmo que não cantando como o Caruso, quando eu ouço a gravação, fico com a imagem de mim mesmo gritando rouco ela aqui na sala onde gravamos todas, todas, as nossas demos desde 1994. É santuário total! A mensagem agora mesmo me soa pertinente. O que é proibido, o que não faz sentido, anúncios de Domingo, o que não está escrito, por que é tão difícil viver bem esse conflito? por que é tão difícil viver bem?!
Deixa pra lá é uma canção antagônica. É de amor. Composta pelo Breno ano passado. Diferente de mim, ele tem uma banda que não conseguia acompanhar seu ritmo de composição e também que não é dedicada o suficiente para rasgar à seda da vergonha ou da preguiça. Com a disposição dele em darmos o próximo passo, porque uma música só existe se você tocá-la, gravá-la, fizemos o arranjo em meia hora e depois engatamos na onda de sua letra. Deixa pra lá, o que não dizemos é mais complexo, deixa eu te tocar, eu acompanho os seus gestos, você dançando no escuro, você chorando no escuro, desafiando absurdos e imendando assuntos, eu tenho medo do escuro mas deixa pra lá! É amor dele pela namorada e de um jeito que me agrada. É direto, bem escrito e poético, características essenciais do estilo que meu irmão criou para ele mesmo e desenvolve a séculos.
O Vitor é especial. Foi com certeza a alma deste final de semana e nos transbordou com sua energia jovem e vitalidade. Nos impediu de desistir no meio das adversidades técnicas ou na hora de cantarmos. Com sua irreverência e sinceridade deu os melhores conselhos possíveis para completarmos arranjos e detalhes vocais que finalizaram as gravações. Sábado eu e ele tínhamos a mesma quantia de dinheiro na conta corrente. O que pra mim seria um pequeno problema pra ele é um nada. "Bruno, semana que vem eu recebo e começa tudo de novo... gasta, gasta, gasta. Precisamos ser felizes com isso, Bruno." Admito que aprendi um bocado sobre ele e com ele dividi as dívidas e os sonhos. Agora mesmo ele saiu pra ir trabalhar e eu estou aqui, lágrima nos olhos, falando sobre meu irmão caçula. Se não fosse ele tudo teria sido fraco e insípido. Ainda bem que eu tenho irmãos de aço!
Foi um final de semana onde ouvimos muitos lps inspiradores, ouvimos cds ainda melhores, ouvimos nós mesmos reclamando da vida enquanto preparávamos, ou um novo canal de gravação, ou preparando um quitute - limão, açúcar, gelo, pitu ou excess, água gelada - ou buscando uma latinha na geladeira. Olhando o quintal da casa da minha mãe, senti muitas saudades de casa e da minha vida. Mas estou aqui produzindo e construindo em família o que ninguém fez por nós até hoje.
Também montei uma banda chamada NOVA ONDA, de jazz moderno e pop. As composições ainda estão brotando, mas as versões de Jamie Cullum e John Butler Trio estão ótimas. Aliás, tocar música dos outros foi a forma como eu aprendi a tocar baixo e até hoje essa é a única forma que eu sinto ser ideal pra se depurar o ouvido musical. Quem não consegue tirar um som de ouvido, me desculpe, não irá muito longe no ramo. Nos vocais, Marquinho da banda Capitão do Cerrado, meu amigo de juventude, e César Borgatto, o primeiro baterista profissional de quem eu ouvi falar quando tinha 17 anos. E ele é só dois anos mais velho que eu apenas. Eu me profissionalizei com 23 anos e até hoje preciso estudar muito pra continuar escrevendo e compondo e tocando sempre melhor.
Como se percebe, ao invés de descansar e aproveitar o Carnaval, eu só trabalhei e trabalhei e trabalhei. Ainda compus duas canções pro Maskavo de títulos existenciais: Tão Humano (canção de amor) e Contraponto, ambas sobre a dificuldade dos relacionamentos que tendem à ter futuro e sobre as dificuldades em aceitar as diferenças.
Tenho uma lupa no meu coração? Não! Ninguém poderá jamais ver alguma coisa aqui dentro. Mas eu peço. Ouça a canção, procure ali a minha emoção e achará. É a sua emoção também porque o meu trabalho é criar algo maior do que a própria criação e torcer para ela fazer diferença no final.
É como uma onda. É sempre nova e nunca para!
Proibido é uma canção antiga minha e do Breno composta para o Maskavo em 2004. Tinha outra letra e outra intenção mas naturalmente conseguimos perceber que ela não é um reggae e nem mesmo uma canção de amor. É um desabafo. Gosto muito dela e trabalhei bastante as estrofes, as rimas, mesmo que não cantando como o Caruso, quando eu ouço a gravação, fico com a imagem de mim mesmo gritando rouco ela aqui na sala onde gravamos todas, todas, as nossas demos desde 1994. É santuário total! A mensagem agora mesmo me soa pertinente. O que é proibido, o que não faz sentido, anúncios de Domingo, o que não está escrito, por que é tão difícil viver bem esse conflito? por que é tão difícil viver bem?!
Deixa pra lá é uma canção antagônica. É de amor. Composta pelo Breno ano passado. Diferente de mim, ele tem uma banda que não conseguia acompanhar seu ritmo de composição e também que não é dedicada o suficiente para rasgar à seda da vergonha ou da preguiça. Com a disposição dele em darmos o próximo passo, porque uma música só existe se você tocá-la, gravá-la, fizemos o arranjo em meia hora e depois engatamos na onda de sua letra. Deixa pra lá, o que não dizemos é mais complexo, deixa eu te tocar, eu acompanho os seus gestos, você dançando no escuro, você chorando no escuro, desafiando absurdos e imendando assuntos, eu tenho medo do escuro mas deixa pra lá! É amor dele pela namorada e de um jeito que me agrada. É direto, bem escrito e poético, características essenciais do estilo que meu irmão criou para ele mesmo e desenvolve a séculos.
O Vitor é especial. Foi com certeza a alma deste final de semana e nos transbordou com sua energia jovem e vitalidade. Nos impediu de desistir no meio das adversidades técnicas ou na hora de cantarmos. Com sua irreverência e sinceridade deu os melhores conselhos possíveis para completarmos arranjos e detalhes vocais que finalizaram as gravações. Sábado eu e ele tínhamos a mesma quantia de dinheiro na conta corrente. O que pra mim seria um pequeno problema pra ele é um nada. "Bruno, semana que vem eu recebo e começa tudo de novo... gasta, gasta, gasta. Precisamos ser felizes com isso, Bruno." Admito que aprendi um bocado sobre ele e com ele dividi as dívidas e os sonhos. Agora mesmo ele saiu pra ir trabalhar e eu estou aqui, lágrima nos olhos, falando sobre meu irmão caçula. Se não fosse ele tudo teria sido fraco e insípido. Ainda bem que eu tenho irmãos de aço!
Foi um final de semana onde ouvimos muitos lps inspiradores, ouvimos cds ainda melhores, ouvimos nós mesmos reclamando da vida enquanto preparávamos, ou um novo canal de gravação, ou preparando um quitute - limão, açúcar, gelo, pitu ou excess, água gelada - ou buscando uma latinha na geladeira. Olhando o quintal da casa da minha mãe, senti muitas saudades de casa e da minha vida. Mas estou aqui produzindo e construindo em família o que ninguém fez por nós até hoje.
Também montei uma banda chamada NOVA ONDA, de jazz moderno e pop. As composições ainda estão brotando, mas as versões de Jamie Cullum e John Butler Trio estão ótimas. Aliás, tocar música dos outros foi a forma como eu aprendi a tocar baixo e até hoje essa é a única forma que eu sinto ser ideal pra se depurar o ouvido musical. Quem não consegue tirar um som de ouvido, me desculpe, não irá muito longe no ramo. Nos vocais, Marquinho da banda Capitão do Cerrado, meu amigo de juventude, e César Borgatto, o primeiro baterista profissional de quem eu ouvi falar quando tinha 17 anos. E ele é só dois anos mais velho que eu apenas. Eu me profissionalizei com 23 anos e até hoje preciso estudar muito pra continuar escrevendo e compondo e tocando sempre melhor.
Como se percebe, ao invés de descansar e aproveitar o Carnaval, eu só trabalhei e trabalhei e trabalhei. Ainda compus duas canções pro Maskavo de títulos existenciais: Tão Humano (canção de amor) e Contraponto, ambas sobre a dificuldade dos relacionamentos que tendem à ter futuro e sobre as dificuldades em aceitar as diferenças.
Tenho uma lupa no meu coração? Não! Ninguém poderá jamais ver alguma coisa aqui dentro. Mas eu peço. Ouça a canção, procure ali a minha emoção e achará. É a sua emoção também porque o meu trabalho é criar algo maior do que a própria criação e torcer para ela fazer diferença no final.
É como uma onda. É sempre nova e nunca para!
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
Fidel
A realidade de Cuba e de seu povo
mistificados pelo embargo econômico
mistificados pelo comunismo
mistificados pela imprensa ocidental
é uma realidade construída com luta
49 anos de uma luta brava contra o sistema
Esse sistema que o mundo inteiro abraça
de acesso ao que há de mais moderno
Esse sistema do comércio desenfreado
que gera miséria e desavença
é uma realidade construída na surdina
E quem consegue um papel na história
seja como o vilão da vez
ou o louco da vez
ou o idealista da vez
ou o mito da vez
é quem consegue plantar sua semente
independente de modismos ou lobbysmos
é quem tem uma razão para sacrificar algo
algo que parece tolo ou idiota
algo como "ser diferente" à qualquer custo
algo como um sacrifício sagrado no alto da montanha
Antes de Fidel, Cuba era um bordel
um jardim dos norte-americanos
dos mafiosos ítalo-americanos com suas meretrizes
era um grande cassino, Havana
e nenhum cubano era mais feliz do que o branco cubano
Fulgêncio Batista, você sabe quem foi?
Foi contra ele que 85 guerrilheiros lutaram na Sierra Maestra por 3 anos
contra ele e contra os valores estrangeiros
contra a mesma desigualdade social que, no Brasil, vigora até hoje
contra um tipo de miséria que lá já não existe
Fidel jogou com peixes grandes
e fechou todas as portas possíveis para a submissão imperialista
deixou o povo sem opções, mas também deixou o povo mais povo
durante longos anos vivendo às sombras das inovações tecnológicas
tão caras e desejadas pelos governantes de todo o mundo
sem dizimar pessoas como fez Stálin ou Mao Tsé Tung
e sem invadir países como faz os EUA, sem Vietnãs ou Kosovos
desmistificando o papel do homem no mundo
precisamos mesmo de tudo? o que é ser um homem, uma mulher sem ética?
Fidel não soube o que fazer para sair do poder
Fidel deixou o tempo correr
demorou para entender os malefícios do totalitarismo
deixou seu povo educado, porém pedindo
pedindo um pouco das melhorias materiais
que no mundo inteiro são normais
e que lá estão sendo vendidos pelos marginais
num mercado negro irreal
assim como na 25 de Março ou em Ciudad del Este
Aliás, tem mais pobreza nos países ricos do que em Cuba
você pode indagar que aqui é melhor
e, se é melhor, é pra quem ultrapassou sem empunhar armas
a exploração total da sua mão de obra, da sua força de trabalho
superou o jeito de fazer as coisas dos europeus
superou a indiferença dos proprietários rurais
construiu família e educou ela com os calos da mãos
com o suor da felicidade
com o amor pelo próximo e por si próprio
características tão cubanas quanto humanas
Cuba e seu modelo não é ideal
mas é uma prova de algo chamado esperança
de que a diferença é mais importante do que a semelhança
pois essa é uma faceta demasiadamente humana
O Brasil é lindo e nós tivemos 25 anos de ditadura
Cuba é linda e tem agora uma grande missão
Abraçar o legado de Fidel e seguir em frente
sem copiar o pior da nossa nação:
Explorar o pobre
impedir que o pobre tenha acesso
à saúde e à educação
fomentar que a melhor coisa da vida
é ter dinheiro pra pagar alguém pra fazer o que você não quer
essa é a ética do capitalista
essa semente enraizada nos países do ocidente
tem seu preço fixado
mas esse não é o objetivo da vida.
Fidel, por que você não foi um grego democrático?Um ateniense antigo, mais antigo do que o antigo, e deixou seu povo ir contigo pro mundo dos incluídos?
De que jeito?
de que jeito?
mistificados pelo embargo econômico
mistificados pelo comunismo
mistificados pela imprensa ocidental
é uma realidade construída com luta
49 anos de uma luta brava contra o sistema
Esse sistema que o mundo inteiro abraça
de acesso ao que há de mais moderno
Esse sistema do comércio desenfreado
que gera miséria e desavença
é uma realidade construída na surdina
E quem consegue um papel na história
seja como o vilão da vez
ou o louco da vez
ou o idealista da vez
ou o mito da vez
é quem consegue plantar sua semente
independente de modismos ou lobbysmos
é quem tem uma razão para sacrificar algo
algo que parece tolo ou idiota
algo como "ser diferente" à qualquer custo
algo como um sacrifício sagrado no alto da montanha
Antes de Fidel, Cuba era um bordel
um jardim dos norte-americanos
dos mafiosos ítalo-americanos com suas meretrizes
era um grande cassino, Havana
e nenhum cubano era mais feliz do que o branco cubano
Fulgêncio Batista, você sabe quem foi?
Foi contra ele que 85 guerrilheiros lutaram na Sierra Maestra por 3 anos
contra ele e contra os valores estrangeiros
contra a mesma desigualdade social que, no Brasil, vigora até hoje
contra um tipo de miséria que lá já não existe
Fidel jogou com peixes grandes
e fechou todas as portas possíveis para a submissão imperialista
deixou o povo sem opções, mas também deixou o povo mais povo
durante longos anos vivendo às sombras das inovações tecnológicas
tão caras e desejadas pelos governantes de todo o mundo
sem dizimar pessoas como fez Stálin ou Mao Tsé Tung
e sem invadir países como faz os EUA, sem Vietnãs ou Kosovos
desmistificando o papel do homem no mundo
precisamos mesmo de tudo? o que é ser um homem, uma mulher sem ética?
Fidel não soube o que fazer para sair do poder
Fidel deixou o tempo correr
demorou para entender os malefícios do totalitarismo
deixou seu povo educado, porém pedindo
pedindo um pouco das melhorias materiais
que no mundo inteiro são normais
e que lá estão sendo vendidos pelos marginais
num mercado negro irreal
assim como na 25 de Março ou em Ciudad del Este
Aliás, tem mais pobreza nos países ricos do que em Cuba
você pode indagar que aqui é melhor
e, se é melhor, é pra quem ultrapassou sem empunhar armas
a exploração total da sua mão de obra, da sua força de trabalho
superou o jeito de fazer as coisas dos europeus
superou a indiferença dos proprietários rurais
construiu família e educou ela com os calos da mãos
com o suor da felicidade
com o amor pelo próximo e por si próprio
características tão cubanas quanto humanas
Cuba e seu modelo não é ideal
mas é uma prova de algo chamado esperança
de que a diferença é mais importante do que a semelhança
pois essa é uma faceta demasiadamente humana
O Brasil é lindo e nós tivemos 25 anos de ditadura
Cuba é linda e tem agora uma grande missão
Abraçar o legado de Fidel e seguir em frente
sem copiar o pior da nossa nação:
Explorar o pobre
impedir que o pobre tenha acesso
à saúde e à educação
fomentar que a melhor coisa da vida
é ter dinheiro pra pagar alguém pra fazer o que você não quer
essa é a ética do capitalista
essa semente enraizada nos países do ocidente
tem seu preço fixado
mas esse não é o objetivo da vida.
Fidel, por que você não foi um grego democrático?Um ateniense antigo, mais antigo do que o antigo, e deixou seu povo ir contigo pro mundo dos incluídos?
De que jeito?
de que jeito?
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
domingo, fevereiro 10, 2008
Para ser extemporâneo:
Novidade na área. As jovens celebridades norte-americanas, as jovens celebridades britânicas, as jovens celebridades que ainda não são as brasileiras estão todas morrendo, caindo feito moscas e isso é um reflexo sério sobre como assédio e excesso de exposição estão interferindo nos padrões aceitáveis do que e de quem influencia a juventude principalmente.
Não são mortes menos naturais do que as pessoas que fenecem de câncer ou de acidente automobilístico, mas são provas de que os programas contra o narcotráfico, ou são falsos ou ineficientes planos de governos indiferentes, ou então são uma justificativa aceitável para que o combate às drogas favoreça o consumo ilegal delas entre pessoas "influentes", criando um mercado marginal das mesmas por pessoas que almejam ser celebridades.
Interessante notar que as drogas letais não tem origem nos países onde mais se morre delas. Interessante notar que essas drogas viajam de avião e estão no círculo dos negócios que financiam o maior mecado do mundo: o mercado farmacêutico.
Quando leio sobre overdose de heroína acidental, morte acidental por uso de remédios prescritos, sobre internação de tal celebridade por uso de crack finjo acreditar nisso tudo. Sou humano, mas não sou mané.
Essa crise existencial das celebridades gringas é o preço a se pagar pelos anos perdidos delas mesmas.
Drogas existem. Qual é o problema delas? São as pessoas com índoles abaláveis e de valores interiores confusos que usam drogas para ir e não para se encontrar. É um caminho sem volta e sem fim ao mesmo tempo que insaciável e indigesto para quem o segue.
É uma pena que a moda das overdoses esteja nos círculos mais visíveis da música e do cinema. Pena porque associa à uma classe normal de pessoas que vivem o que sabem fazer ao estilo de vida dos yuppies e dos junkies. Não leio nos jornais sobre overdose da vizinha ou da filha do parente da irmã do meu cunhado. Só leio sobre mortes acidentais de pessoas com fama.
Só peço ao meu orixá para que os gringos não venham ao Brasil se curar desse lixo.
Não são mortes menos naturais do que as pessoas que fenecem de câncer ou de acidente automobilístico, mas são provas de que os programas contra o narcotráfico, ou são falsos ou ineficientes planos de governos indiferentes, ou então são uma justificativa aceitável para que o combate às drogas favoreça o consumo ilegal delas entre pessoas "influentes", criando um mercado marginal das mesmas por pessoas que almejam ser celebridades.
Interessante notar que as drogas letais não tem origem nos países onde mais se morre delas. Interessante notar que essas drogas viajam de avião e estão no círculo dos negócios que financiam o maior mecado do mundo: o mercado farmacêutico.
Quando leio sobre overdose de heroína acidental, morte acidental por uso de remédios prescritos, sobre internação de tal celebridade por uso de crack finjo acreditar nisso tudo. Sou humano, mas não sou mané.
Essa crise existencial das celebridades gringas é o preço a se pagar pelos anos perdidos delas mesmas.
Drogas existem. Qual é o problema delas? São as pessoas com índoles abaláveis e de valores interiores confusos que usam drogas para ir e não para se encontrar. É um caminho sem volta e sem fim ao mesmo tempo que insaciável e indigesto para quem o segue.
É uma pena que a moda das overdoses esteja nos círculos mais visíveis da música e do cinema. Pena porque associa à uma classe normal de pessoas que vivem o que sabem fazer ao estilo de vida dos yuppies e dos junkies. Não leio nos jornais sobre overdose da vizinha ou da filha do parente da irmã do meu cunhado. Só leio sobre mortes acidentais de pessoas com fama.
Só peço ao meu orixá para que os gringos não venham ao Brasil se curar desse lixo.
sábado, fevereiro 09, 2008
guardar forças
No que me diz respeito, o presente momento é de silêncio.
O violão chora em meus treinos diários
dedilha novas melodias entre exercícios e acordes
é difícil cantar para fora e soltar a voz
moro em apartamento; sem desenvolvimento
No que me diz respeito, o presente momento é de incerteza.
O trabalho mingua ao sabor da rotina
esgotado no alho amassado ou na cebola picada
está difícil guardar forças pro que virá
não tenho fé; não tenho no que acreditar
No que me diz respeito, o presente momento é de agonia.
Algo está no ar e eu sou incapaz de captar
procuro agradar minha mulher mas não dá
é difícil enxergar as contradições da convivência
dizer sim na hora do não; dizer sim na hora do sim
No que me diz respeito, o presente momento é tenso
Estabilidade, segurança, dívidas e paciência
esperar, jejuar, pensar, não magoar o ferido
deixar de lado as diferenças; aceitar as diferenças também
O violão chora em meus treinos diários
dedilha novas melodias entre exercícios e acordes
é difícil cantar para fora e soltar a voz
moro em apartamento; sem desenvolvimento
No que me diz respeito, o presente momento é de incerteza.
O trabalho mingua ao sabor da rotina
esgotado no alho amassado ou na cebola picada
está difícil guardar forças pro que virá
não tenho fé; não tenho no que acreditar
No que me diz respeito, o presente momento é de agonia.
Algo está no ar e eu sou incapaz de captar
procuro agradar minha mulher mas não dá
é difícil enxergar as contradições da convivência
dizer sim na hora do não; dizer sim na hora do sim
No que me diz respeito, o presente momento é tenso
Estabilidade, segurança, dívidas e paciência
esperar, jejuar, pensar, não magoar o ferido
deixar de lado as diferenças; aceitar as diferenças também
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
Eu não estava aqui agora mesmo
Sem mais sentir o gosto ou o cheiro das coisas
sem mais dormir tranquilo ou acordar despreocupado
sem mais um coelho dentro da cartola
sem mais a quem ou o que recorrer
o que faz o homem que está vivo sempre vivendo na berlinda, sem dinheiro, cheio de idéias, com três filhos pra educar e com uma mulher que o faz lembrar daqueles tempos onde a maior preocupação da vida era dormir bêbado e nu e acordar ao lado dela com cheiro de noite bem dormida?
sem saber expressar sua voz em uma canção
sem saber dizer à esposa "te amo" todos os dias
sem saber como encher a geladeira com coisas necessárias
sem saber a quem ou o que recorrer
a maior felicidade do homem da vida é ter mulher e filho por perto pois, por mais difícil que seja aguentar suas caras de insatisfação quando a falta de dinheiro tira do homem toda sua força interior, é fácil relaxar quando não há mais nada à perder.
sem saber a quem ou o que recorrer
o homem desliga
a máquina morre
e ele vai ficar com sua família.
sem mais dormir tranquilo ou acordar despreocupado
sem mais um coelho dentro da cartola
sem mais a quem ou o que recorrer
o que faz o homem que está vivo sempre vivendo na berlinda, sem dinheiro, cheio de idéias, com três filhos pra educar e com uma mulher que o faz lembrar daqueles tempos onde a maior preocupação da vida era dormir bêbado e nu e acordar ao lado dela com cheiro de noite bem dormida?
sem saber expressar sua voz em uma canção
sem saber dizer à esposa "te amo" todos os dias
sem saber como encher a geladeira com coisas necessárias
sem saber a quem ou o que recorrer
a maior felicidade do homem da vida é ter mulher e filho por perto pois, por mais difícil que seja aguentar suas caras de insatisfação quando a falta de dinheiro tira do homem toda sua força interior, é fácil relaxar quando não há mais nada à perder.
sem saber a quem ou o que recorrer
o homem desliga
a máquina morre
e ele vai ficar com sua família.
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
Análise
O meu processo de envelhecimento
não me faz uma pessoa melhor
nem plena
nem convicta.
Me faz sentir deformado envelhecer
meus dedos
o polimento dos meus dentes
o afundamento de meus olhos
Quando me desfaço de algo
que só o trabalho compra
que só a vontade confirma
não reclamo.
Amadurecendo nesta árvore da vida
sou como uma fruta de casca fina
se caio, fico ferido
se mordido, não resisto.
Já não tenho sonhos molhados
e não tenho tempo para fantasias
envelhecer não me faz mal nem bem
é tudo um pequeno vazio.
É justo, mas parece o contrário
nascer para envelhecer
Minha satisfação é esquecer
e esquecer dos por quês.
não me faz uma pessoa melhor
nem plena
nem convicta.
Me faz sentir deformado envelhecer
meus dedos
o polimento dos meus dentes
o afundamento de meus olhos
Quando me desfaço de algo
que só o trabalho compra
que só a vontade confirma
não reclamo.
Amadurecendo nesta árvore da vida
sou como uma fruta de casca fina
se caio, fico ferido
se mordido, não resisto.
Já não tenho sonhos molhados
e não tenho tempo para fantasias
envelhecer não me faz mal nem bem
é tudo um pequeno vazio.
É justo, mas parece o contrário
nascer para envelhecer
Minha satisfação é esquecer
e esquecer dos por quês.
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Análise
Os números não mentem
os símbolos não representam
as fotos não retratam
pessoas não enxergam
pessoas não ouvem
pessoas não protegem
a fé não salva
a crença não garante
a reza não repara
pessoas não enxergam
pessoas não ouvem
pessoas não educam
a religião é um caminho
a meditação é um caminho
o ascetismo é um caminho
e nenhum deles é círculo completo
os símbolos não representam
as fotos não retratam
pessoas não enxergam
pessoas não ouvem
pessoas não protegem
a fé não salva
a crença não garante
a reza não repara
pessoas não enxergam
pessoas não ouvem
pessoas não educam
a religião é um caminho
a meditação é um caminho
o ascetismo é um caminho
e nenhum deles é círculo completo
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