sábado, dezembro 31, 2011
sexta-feira, dezembro 30, 2011
Cientistas propõem calendário com aniversários sempre no mesmo dia da semana
Um astrofísico e um economista dos Estados Unidos iniciam nesta semana a
campanha para a adoção internacional de um calendário fixo, no qual os
anos são idênticos, e que incluirá um dia semanal de descanso e uma
semana adicional a cada cinco ou seis anos.
Neste calendário, por exemplo, se o Natal este ano caiu em um domingo, também cairá no mesmo dia da semana em 2012, 2013 e assim sucessivamente.
"A ideia de um calendário fixo já foi apresentada à Liga das Nações", disse nesta quarta-feira à Agência Efe em conversa telefônica o astrofísico Richard Conn Henry, da Escola Krieger de Artes e Ciências da Universidade Johns Hopkins.
A apresentação aconteceu na década de 1920 e depois, segundo Henry, houve outra tentativa para convencer as Nações Unidas sobre a conveniência de um calendário no qual os feriados e aniversários caiam, para sempre, nos mesmos dias de cada semana.
"Porém, os dois calendários propostos tinham uma falha fatal: eles quebravam o ciclo de sete dias, com o dia semanal de descanso que é primordial para as religiões", declarou.
"Nosso sistema divide o ano em 12 meses e quatro trimestres, e não tem anos bissextos, mas acumula os dias extras para uma semana adicional a cada cinco ou seis anos", acrescentou.
Henry disse que a tarefa de promover perante os Governos do mundo a ideia deste novo calendário caberá, majoritariamente, a seu colaborador, o economista Steve Hanke, da Escola Whiting de Engenharia.
"Nosso plano é oferecer um calendário estável que seja absolutamente idêntico de ano a ano e permita o planejamento permanente e racional das atividades anuais, desde os cursos escolares até as férias nos empregos", detalhou Henry.
Uma das vantagens que Henry e Hanke veem em seu calendário é a conveniência de os feriados e aniversários caírem no mesmo dia da semana ano após ano. Porém, os benefícios econômicos são ainda mais profundos, segundo Hanke.
"Nosso calendário atual está cheio de anomalias que levaram ao estabelecimento de uma gama ampla de convenções que tentam simplificar os cálculos de juros", explicou.
"O novo calendário tem um patrão trimestral previsível de 91 dias e isso elimina a necessidade de convenções para a conta artificial de dias", continuou.
O calendário gregoriano, atualmente em uso em boa parte do mundo, entrou em vigência em 1582 quando o papa Gregório alterou o calendário adotado por Julio César no ano 46 antes de Cristo.
Para sincronizar o calendário de César com as estações, os especialistas na equipe de Gregorio tiraram 11 dias em outubro, de modo que nesse ano o dia 4 de outubro foi seguido pelo dia 15 do mesmo mês.
O ajuste era necessário para lidar com o mesmo problema que dificulta a criação de um novo calendário prático e eficaz: o fato que cada ano na realidade contém 365,2422 dias.
Este é o tempo que a Terra demora para completar uma órbita ao redor do Sol, e para compensar a fração de dia (0,2422) o calendário gregoriano acrescenta um dia a cada quatro anos, o chamado ano bissexto.
"A cacofonia atual de fusos horários, mudanças de horários no verão e inverno e as oscilações de calendário ano após ano desaparecerão. A economia, ou seja, todos nós receberíamos um dividendo de amortização permanente", explicou Henry.
Neste calendário, por exemplo, se o Natal este ano caiu em um domingo, também cairá no mesmo dia da semana em 2012, 2013 e assim sucessivamente.
"A ideia de um calendário fixo já foi apresentada à Liga das Nações", disse nesta quarta-feira à Agência Efe em conversa telefônica o astrofísico Richard Conn Henry, da Escola Krieger de Artes e Ciências da Universidade Johns Hopkins.
A apresentação aconteceu na década de 1920 e depois, segundo Henry, houve outra tentativa para convencer as Nações Unidas sobre a conveniência de um calendário no qual os feriados e aniversários caiam, para sempre, nos mesmos dias de cada semana.
"Porém, os dois calendários propostos tinham uma falha fatal: eles quebravam o ciclo de sete dias, com o dia semanal de descanso que é primordial para as religiões", declarou.
"Nosso sistema divide o ano em 12 meses e quatro trimestres, e não tem anos bissextos, mas acumula os dias extras para uma semana adicional a cada cinco ou seis anos", acrescentou.
Henry disse que a tarefa de promover perante os Governos do mundo a ideia deste novo calendário caberá, majoritariamente, a seu colaborador, o economista Steve Hanke, da Escola Whiting de Engenharia.
"Nosso plano é oferecer um calendário estável que seja absolutamente idêntico de ano a ano e permita o planejamento permanente e racional das atividades anuais, desde os cursos escolares até as férias nos empregos", detalhou Henry.
Uma das vantagens que Henry e Hanke veem em seu calendário é a conveniência de os feriados e aniversários caírem no mesmo dia da semana ano após ano. Porém, os benefícios econômicos são ainda mais profundos, segundo Hanke.
"Nosso calendário atual está cheio de anomalias que levaram ao estabelecimento de uma gama ampla de convenções que tentam simplificar os cálculos de juros", explicou.
"O novo calendário tem um patrão trimestral previsível de 91 dias e isso elimina a necessidade de convenções para a conta artificial de dias", continuou.
O calendário gregoriano, atualmente em uso em boa parte do mundo, entrou em vigência em 1582 quando o papa Gregório alterou o calendário adotado por Julio César no ano 46 antes de Cristo.
Para sincronizar o calendário de César com as estações, os especialistas na equipe de Gregorio tiraram 11 dias em outubro, de modo que nesse ano o dia 4 de outubro foi seguido pelo dia 15 do mesmo mês.
O ajuste era necessário para lidar com o mesmo problema que dificulta a criação de um novo calendário prático e eficaz: o fato que cada ano na realidade contém 365,2422 dias.
Este é o tempo que a Terra demora para completar uma órbita ao redor do Sol, e para compensar a fração de dia (0,2422) o calendário gregoriano acrescenta um dia a cada quatro anos, o chamado ano bissexto.
"A cacofonia atual de fusos horários, mudanças de horários no verão e inverno e as oscilações de calendário ano após ano desaparecerão. A economia, ou seja, todos nós receberíamos um dividendo de amortização permanente", explicou Henry.
quarta-feira, dezembro 28, 2011
terça-feira, dezembro 27, 2011
Por negócios, Ilha de Samoa pula sexta-feira e vai mudar fuso horário
Os habitantes do arquipélago de Samoa, no oceano Pacífico, vão "perder"
um dia de suas vidas nesta semana, "pulando" a sexta-feira.
Segundo reporta a CNN, o pequeno país (2.831 quilômetros quadrados) da Oceania vai mudar de fuso horário, migrando para o outro lado da chamada "linha internacional da data", linha imaginária usada para marcar a mudança de um dia para outro nos fusos horários.
A mudança --de caráter permanente-- visa colocar o país em sintonia com os importantes parceiros comerciais Austrália e Nova Zelândia.
No fuso horário tradicional, o arquipélago, por exemplo, "perde" dois
dias uteis, porque quando é sexta para os 180 mil habitantes de Samoa,
já é sábado na Nova Zelândia, por exemplo.
Isso porque o arquipélago está à oeste da linha imaginária da data, enquanto os seus vizinhos de continente estão à leste.
A configuração internacional de fusos horários deixa o arquipélago na bizarra situação de estar mais próximo de Brasília em comparação com os vizinhos de continente.
Tomando como exemplo o horário de 20h34 desta terça-feira na capital brasileira, já são 9h43 da quarta-feira na capital australiana, 11h44 do mesmo dia em Auckland, na Nova Zelândia, mas ainda é meia-dia e meia desta mesma terça em Apia, capital do arquipélago.
Feita a mudança, o país deve ficar somente três horas a frente dos australianos e apenas uma dos neozelandeses.
Segundo reporta a CNN, o pequeno país (2.831 quilômetros quadrados) da Oceania vai mudar de fuso horário, migrando para o outro lado da chamada "linha internacional da data", linha imaginária usada para marcar a mudança de um dia para outro nos fusos horários.
A mudança --de caráter permanente-- visa colocar o país em sintonia com os importantes parceiros comerciais Austrália e Nova Zelândia.
| folhapress |
Isso porque o arquipélago está à oeste da linha imaginária da data, enquanto os seus vizinhos de continente estão à leste.
A configuração internacional de fusos horários deixa o arquipélago na bizarra situação de estar mais próximo de Brasília em comparação com os vizinhos de continente.
Tomando como exemplo o horário de 20h34 desta terça-feira na capital brasileira, já são 9h43 da quarta-feira na capital australiana, 11h44 do mesmo dia em Auckland, na Nova Zelândia, mas ainda é meia-dia e meia desta mesma terça em Apia, capital do arquipélago.
Feita a mudança, o país deve ficar somente três horas a frente dos australianos e apenas uma dos neozelandeses.
Israelenses protestam contra exclusão da mulher por ortodoxos
Milhares de israelenses se manifestaram nesta terça-feira na cidade de
Beit Shemesh, no sudoeste de Jerusalém, contra a exclusão de gênero,
após várias mulheres terem sido discriminadas e agredidas em atos
públicos e ônibus pela comunidade ultra-ortodoxa.
Convocada sob o lema de "Viemos dispersar a escuridão", segundo a máxima da festa judaica do Hanukkah que será concluída nesta quarta-feira, milhares de mulheres e homens se concentraram para pedir justiça e que as autoridades façam cumprir a lei.
"Há uma profunda mudança que não vimos, e que começa por colégios nos quais não se ensina o sionismo às crianças por gente que pensa que as mulheres não valem e acham que podem queimar mesquitas", disse no ato a chefe da oposição e dirigente do partido Kadima, Tzipi Livni, ao denunciar recentes atos de discriminação sexual, étnica e religiosa.
No ato de protesto participaram mulheres de distintas formações políticas, entre elas a ministra de Cultura, Limor Livnat, do partido governante Likud, e a chefe do Partido Trabalhista, Sheli Yejimovich.
Pouco antes da convocação, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, se uniu às críticas e assegurou em discurso que "a exclusão da mulher dos espaços públicos contradiz o espírito do judaísmo e os princípios democráticos sobre os quais foi fundado o Estado de Israel".
"Pedi a todos os organismos que ponham fim a este fenômeno, e que levem perante a justiça todos os que difamam e atacam as mulheres", acrescentou.
Beit Shemesh, com cerca de 80 mil habitantes, se transformou no símbolo da luta contra a discriminação porque sua crescente população ultra-ortodoxa impôs nos últimos anos normas de conduta que incluem a separação entre sexos em colégios, ruas e centros públicos.
"Não pode ser que dia após dia tenha que planejar o percurso que vou seguir pela rua para não encontrar com os ultra-ortodoxos", disse Rajel Sanker, de 52 anos, uma das vizinhas da cidade que sofreu este tipo de agressões.
Sanker, assim como outras duas mulheres que foram vítimas de ataques por não se vestirem de forma modesta segundo as normas religiosas, participaram da manifestação nesta terça-feira, que foi convocada pelos grupos "Israel livre" e "Jerusalém desperta".
Também esteve presente a jovem Tania Rozenblit, que na semana passada se negou a trocar de lugar em um ônibus público porque vários ultra-ortodoxos lhe exigiam que sentasse na parte de trás.
SEGREGAÇÃO
As comunidades ultra-religiosas geralmente vivem afastadas do resto da sociedade e com regras de comportamento internas nas quais a mulher tem um papel subordinado ao do homem, como é o caso das mulheres que utilizam cerca de 40 linhas de ônibus segregados, onde os assentos da parte de trás são reservados a elas.
O caso mais recente de discriminação e assédio contra as mulheres em Beit Shemesh foi sofrido por uma menina de 8 anos de idade e família religiosa, que foi cuspida por um ultra-ortodoxo por considerar que ela não estava vestida com o recato suficiente.
Horas antes da manifestação, o presidente do Estado de Israel, Shimon Peres, pediu a "religiosos, seculares e tradicionalistas que defendam a natureza do Estado de Israel frente a um pequeno grupo que compromete a solidariedade da nação".
Mas o problema da segregação se expandiu nestes últimos anos a outras comunidades e instâncias públicas. No Exército, símbolo da igualdade na sociedade israelense, foram denunciados vários casos nos quais oficiais e soldados religiosos exigiram que soldados mulheres não cantassem em cerimônias públicas pela proibição de acordo com as normas judias mais estritas.
Denúncias semelhantes foram registradas contra várias Prefeituras, instituições e até empresas privadas que proibiram a participação de mulheres em atos públicos e em campanhas de publicidade para não irritar a comunidade ultra-ortodoxa. A comunidade saiu às ruas de Beit Shemesh na segunda-feira para protestar violentamente.
Convocada sob o lema de "Viemos dispersar a escuridão", segundo a máxima da festa judaica do Hanukkah que será concluída nesta quarta-feira, milhares de mulheres e homens se concentraram para pedir justiça e que as autoridades façam cumprir a lei.
"Há uma profunda mudança que não vimos, e que começa por colégios nos quais não se ensina o sionismo às crianças por gente que pensa que as mulheres não valem e acham que podem queimar mesquitas", disse no ato a chefe da oposição e dirigente do partido Kadima, Tzipi Livni, ao denunciar recentes atos de discriminação sexual, étnica e religiosa.
No ato de protesto participaram mulheres de distintas formações políticas, entre elas a ministra de Cultura, Limor Livnat, do partido governante Likud, e a chefe do Partido Trabalhista, Sheli Yejimovich.
Pouco antes da convocação, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, se uniu às críticas e assegurou em discurso que "a exclusão da mulher dos espaços públicos contradiz o espírito do judaísmo e os princípios democráticos sobre os quais foi fundado o Estado de Israel".
"Pedi a todos os organismos que ponham fim a este fenômeno, e que levem perante a justiça todos os que difamam e atacam as mulheres", acrescentou.
Beit Shemesh, com cerca de 80 mil habitantes, se transformou no símbolo da luta contra a discriminação porque sua crescente população ultra-ortodoxa impôs nos últimos anos normas de conduta que incluem a separação entre sexos em colégios, ruas e centros públicos.
"Não pode ser que dia após dia tenha que planejar o percurso que vou seguir pela rua para não encontrar com os ultra-ortodoxos", disse Rajel Sanker, de 52 anos, uma das vizinhas da cidade que sofreu este tipo de agressões.
Sanker, assim como outras duas mulheres que foram vítimas de ataques por não se vestirem de forma modesta segundo as normas religiosas, participaram da manifestação nesta terça-feira, que foi convocada pelos grupos "Israel livre" e "Jerusalém desperta".
Também esteve presente a jovem Tania Rozenblit, que na semana passada se negou a trocar de lugar em um ônibus público porque vários ultra-ortodoxos lhe exigiam que sentasse na parte de trás.
SEGREGAÇÃO
As comunidades ultra-religiosas geralmente vivem afastadas do resto da sociedade e com regras de comportamento internas nas quais a mulher tem um papel subordinado ao do homem, como é o caso das mulheres que utilizam cerca de 40 linhas de ônibus segregados, onde os assentos da parte de trás são reservados a elas.
O caso mais recente de discriminação e assédio contra as mulheres em Beit Shemesh foi sofrido por uma menina de 8 anos de idade e família religiosa, que foi cuspida por um ultra-ortodoxo por considerar que ela não estava vestida com o recato suficiente.
Horas antes da manifestação, o presidente do Estado de Israel, Shimon Peres, pediu a "religiosos, seculares e tradicionalistas que defendam a natureza do Estado de Israel frente a um pequeno grupo que compromete a solidariedade da nação".
Mas o problema da segregação se expandiu nestes últimos anos a outras comunidades e instâncias públicas. No Exército, símbolo da igualdade na sociedade israelense, foram denunciados vários casos nos quais oficiais e soldados religiosos exigiram que soldados mulheres não cantassem em cerimônias públicas pela proibição de acordo com as normas judias mais estritas.
Denúncias semelhantes foram registradas contra várias Prefeituras, instituições e até empresas privadas que proibiram a participação de mulheres em atos públicos e em campanhas de publicidade para não irritar a comunidade ultra-ortodoxa. A comunidade saiu às ruas de Beit Shemesh na segunda-feira para protestar violentamente.
| Oren Nahshon/Reuters |
Favela na Colômbia ganha escada rolante de 384 metros
Uma favela da cidade de Medellín, na Colômbia, ganhou uma escada rolante.
Os moradores da Comuna 13, uma das favelas dos morros da cidade, agora podem subir pela escada que é dividida em seis partes e percorre 384 metros.
O prefeito da cidade afirma que este é o primeiro projeto deste tipo voltado especificamente para uma favela.
Olga Holguin, moradora da Comuna 13, disse que "a escada é um sonho realizado" e ela foi uma das primeiras a passear na nova obra.
As autoridades esperam que a nova escada, junto com outros projetos sociais, ajude a integrar os moradores com o resto da cidade.
"O projeto vai mudar radicalmente como as pessoas encaram a Comuna 13", disse Eugenia Ramos, gerente de Desenvolvimento Urbano de Medellín.
Os cerca de 12 mil moradores da Comuna 13 não vão precisar pagar pelo serviço. Antes, eles levavam meia hora para subir o equivalente a um prédio de 30 andares.
Com a nova escada, que custou US$ 7 milhões, o percurso dura cinco minutos.
Os moradores da Comuna 13, uma das favelas dos morros da cidade, agora podem subir pela escada que é dividida em seis partes e percorre 384 metros.
O prefeito da cidade afirma que este é o primeiro projeto deste tipo voltado especificamente para uma favela.
Olga Holguin, moradora da Comuna 13, disse que "a escada é um sonho realizado" e ela foi uma das primeiras a passear na nova obra.
As autoridades esperam que a nova escada, junto com outros projetos sociais, ajude a integrar os moradores com o resto da cidade.
"O projeto vai mudar radicalmente como as pessoas encaram a Comuna 13", disse Eugenia Ramos, gerente de Desenvolvimento Urbano de Medellín.
Os cerca de 12 mil moradores da Comuna 13 não vão precisar pagar pelo serviço. Antes, eles levavam meia hora para subir o equivalente a um prédio de 30 andares.
Com a nova escada, que custou US$ 7 milhões, o percurso dura cinco minutos.
Banda peruana dos anos 60 volta à ativa como 'precursora do punk' - JULIO GARCÍA
O recém-publicado Dicionário de Punk e Hardcore (Espanha e América
Latina) afirma: o punk rock não começou nos anos 1970 em Londres, nem em
Nova York, mas sim no Peru, e mais especificamente no distrito de
Lince, em Lima.
Os precursores do punk, segundo o livro, cantavam em espanhol e eram quatro jovens de 19 anos que tocavam sob o nome de Los Saicos. A banda, que durou apenas três anos, teve seu auge em meados dos anos 1960, embora nunca tenha gravado um álbum.
O nome original do grupo era Sádicos, mas por uma autocensura decidiram tirar o "D", fazendo com que o nome soasse como psycho ("psicótico", em inglês). Pelo menos essa é uma das versões que circulam sobre o nome da banda. (Ouça aqui)
REBELDES SEM CAUSA
Embora sua canção mais conhecida, Demolición ("demolição" em espanhol), parecesse uma manifestação de rebeldia juvenil precoce para sua época (os grandes protestos estudantis em vários países eclodiram em 1968), o conjunto não pretendia enviar nenhuma mensagem.
César 'Papi' Castrillón era o baixista dos Saicos. Hoje ele vive em Stafford, no Estado americano da Virgínia, a cerca de 85 km de Washington. "Realmente éramos muito loucos nessa época, e levávamos as coisas muito na brincadeira", disse ele, em entrevista à BBC.
"Fizemos as canções com esse propósito, porque, se você escutar Demolición, El entierro de los gatos ou Cementerio, se dará conta de que nada é a sério. Queríamos expressar em espanhol a maneira como nós, peruanos, nos sentíamos. Além disso, havia muita paz nessa época", afirma.
Papi integrava o grupo com o guitarrista Rolando Carpio, já morto, o vocalista Erwin Flores e o baterista Francisco 'Pancho' Guevara. Os Saicos não eram os únicos, mas provavelmente eram os roqueiros mais originais de sua geração.
"Era 'cool' que o vissem (Erwin) cantando em inglês. Todo mundo cometeu o erro de começar a fazer covers, mas nós não nos demos conta de que estávamos cometendo este erro, porque não era essa a nossa intenção, simplesmente queríamos mostrar o que éramos, e a única maneira era dizendo as coisas cômicas que dissemos em nossas músicas."
SÃO OU NÃO PUNKS?
Pancho Guevara, o único dos Saicos que ainda vive em Lima, está surpreso com o ressurgimento do interesse por seu velho grupo, agora chamado de "precursor do punk".
"O punk é uma onda meio rara, e nós fazíamos rock'n' roll", disse Guevara à BBC. "Se agora dizem que éramos punks, o assumimos. É algo estranho, mas bem-vindo. Mas quando escuto os Sex Pistols e outras bandas, não acho isso parecido com a nossa música."
Castrillón concorda. "O curioso é que nunca escutei punk nos anos 1980, quando fui viver nos Estados unidos, me dediquei exclusivamente à família. Não me interessou o rock em especial, me interessa toda a música", afirma.
"Gosto, por exemplo, de Andrea Bocelli, Caruso, Mario Lanza. Se tinha boas canções punk, eu as escutava, e se eu não gostava delas, não ouvia, mas eu não me associava com eles (os punks)."
Se há algo em que Castrillón se identifica com os punks, é que, quando começaram a tocar, não tinham maior conhecimento de seus instrumentos. Eles simplesmente queriam se expressar.
"Há muitas bandas punks que não têm a menor ideia da música que estão fazendo, mas se divertem com isso. Não havia uma técnica musical, nós simplesmente tínhamos essa alma de músicos", diz.
Será que músicas como Demolición são subliminarmente subversivas, considerando que não tinham interesses políticos?
"Sim, certamente", diz Guevara. "Todos temos algo que nos ferra, que nos revolta e que nos dá vontade de destroçar, de demolir. Não passou por isso com alguma garota antes? É natural, com 18 anos qualquer um está revoltado e muito desbocado. E se você tem a oportunidade de fazer rock...", afirma.
Castrillón quer que o interesse renovado nos Saicos sirva para apoiar novos artistas.
"Não é justo que um artista peruano esteja ganhando 200 sois (cerca de R$ 130) quando Paul McCartney vende 45 mil ingressos a US$ 800 cada. A diferença é muito grande."
RENASCIMENTO NA ESPANHA
Os Saicos tiveram sua idade de ouro entre 1965 e 1966, e inclusive tinham um programa de televisão. Mas eles somente lançaram seis compactos e nunca chegaram a gravar um álbum.
"Sempre tivemos a intenção de gravar um álbum", diz Guevara. "Mas as músicas próprias requeriam muito tempo para elaborar e fazer os arranjos. Nos levou um ano para fazer essas canções e, depois, não tínhamos tempo, com todos os compromissos e apresentações."
Com o tempo, o grupo acabou, com seus integrantes saturados de se ver todos os dias por três anos. O vocalista chegou até a estudar física em Washington, e trabalhou para a Nasa, a agência espacial americana.
Ninguém poderia dizer que, no século 21, ressurgiria o interesse por este grupo efêmero e relativamente obscuro de um país sul-americano que não é conhecido por sua produção de rock.
"Fui uma honra que, depois de 45 anos, nos reeditem", diz Guevara. "Mas a coisa começou quando descobriram o LP na Espanha, em 1998, e ali começou a onda de novo na Europa, e então tentaram nos localizar, até que o conseguiram, em 2006, e nos pediram que fizéssemos um show."
Depois disso, chegou o reconhecimento como precursores do punk. Um documentário sobre a banda, Saicomania, de Héctor Chávez, teve ingressos esgotados na estreia, em Lima.
Tudo isso ocorreu porque outro peruano foi viver na Espanha em 1995, levando uma fita cassete com a música dos Saicos, que foi tocada durante uma entrevista na rádio nacional do país.
E os Saicos continuarão tocando?
"Os garotos de 20, 30 anos agora conhecem as nossas músicas", diz Castrillón. "Estivemos na Espanha, e as pessoas cantam as canções como se fossem suas. No México e na Argentina ocorreu o mesmo, e nos pedem que toquemos na Inglaterra, nos Estados Unidos, mas já temos 66 anos e pode nos dar artrite, ou um sopro no coração."
Os precursores do punk, segundo o livro, cantavam em espanhol e eram quatro jovens de 19 anos que tocavam sob o nome de Los Saicos. A banda, que durou apenas três anos, teve seu auge em meados dos anos 1960, embora nunca tenha gravado um álbum.
O nome original do grupo era Sádicos, mas por uma autocensura decidiram tirar o "D", fazendo com que o nome soasse como psycho ("psicótico", em inglês). Pelo menos essa é uma das versões que circulam sobre o nome da banda. (Ouça aqui)
REBELDES SEM CAUSA
Embora sua canção mais conhecida, Demolición ("demolição" em espanhol), parecesse uma manifestação de rebeldia juvenil precoce para sua época (os grandes protestos estudantis em vários países eclodiram em 1968), o conjunto não pretendia enviar nenhuma mensagem.
César 'Papi' Castrillón era o baixista dos Saicos. Hoje ele vive em Stafford, no Estado americano da Virgínia, a cerca de 85 km de Washington. "Realmente éramos muito loucos nessa época, e levávamos as coisas muito na brincadeira", disse ele, em entrevista à BBC.
"Fizemos as canções com esse propósito, porque, se você escutar Demolición, El entierro de los gatos ou Cementerio, se dará conta de que nada é a sério. Queríamos expressar em espanhol a maneira como nós, peruanos, nos sentíamos. Além disso, havia muita paz nessa época", afirma.
Papi integrava o grupo com o guitarrista Rolando Carpio, já morto, o vocalista Erwin Flores e o baterista Francisco 'Pancho' Guevara. Os Saicos não eram os únicos, mas provavelmente eram os roqueiros mais originais de sua geração.
"Era 'cool' que o vissem (Erwin) cantando em inglês. Todo mundo cometeu o erro de começar a fazer covers, mas nós não nos demos conta de que estávamos cometendo este erro, porque não era essa a nossa intenção, simplesmente queríamos mostrar o que éramos, e a única maneira era dizendo as coisas cômicas que dissemos em nossas músicas."
SÃO OU NÃO PUNKS?
Pancho Guevara, o único dos Saicos que ainda vive em Lima, está surpreso com o ressurgimento do interesse por seu velho grupo, agora chamado de "precursor do punk".
"O punk é uma onda meio rara, e nós fazíamos rock'n' roll", disse Guevara à BBC. "Se agora dizem que éramos punks, o assumimos. É algo estranho, mas bem-vindo. Mas quando escuto os Sex Pistols e outras bandas, não acho isso parecido com a nossa música."
Castrillón concorda. "O curioso é que nunca escutei punk nos anos 1980, quando fui viver nos Estados unidos, me dediquei exclusivamente à família. Não me interessou o rock em especial, me interessa toda a música", afirma.
"Gosto, por exemplo, de Andrea Bocelli, Caruso, Mario Lanza. Se tinha boas canções punk, eu as escutava, e se eu não gostava delas, não ouvia, mas eu não me associava com eles (os punks)."
Se há algo em que Castrillón se identifica com os punks, é que, quando começaram a tocar, não tinham maior conhecimento de seus instrumentos. Eles simplesmente queriam se expressar.
"Há muitas bandas punks que não têm a menor ideia da música que estão fazendo, mas se divertem com isso. Não havia uma técnica musical, nós simplesmente tínhamos essa alma de músicos", diz.
Será que músicas como Demolición são subliminarmente subversivas, considerando que não tinham interesses políticos?
"Sim, certamente", diz Guevara. "Todos temos algo que nos ferra, que nos revolta e que nos dá vontade de destroçar, de demolir. Não passou por isso com alguma garota antes? É natural, com 18 anos qualquer um está revoltado e muito desbocado. E se você tem a oportunidade de fazer rock...", afirma.
Castrillón quer que o interesse renovado nos Saicos sirva para apoiar novos artistas.
"Não é justo que um artista peruano esteja ganhando 200 sois (cerca de R$ 130) quando Paul McCartney vende 45 mil ingressos a US$ 800 cada. A diferença é muito grande."
RENASCIMENTO NA ESPANHA
Os Saicos tiveram sua idade de ouro entre 1965 e 1966, e inclusive tinham um programa de televisão. Mas eles somente lançaram seis compactos e nunca chegaram a gravar um álbum.
"Sempre tivemos a intenção de gravar um álbum", diz Guevara. "Mas as músicas próprias requeriam muito tempo para elaborar e fazer os arranjos. Nos levou um ano para fazer essas canções e, depois, não tínhamos tempo, com todos os compromissos e apresentações."
Com o tempo, o grupo acabou, com seus integrantes saturados de se ver todos os dias por três anos. O vocalista chegou até a estudar física em Washington, e trabalhou para a Nasa, a agência espacial americana.
Ninguém poderia dizer que, no século 21, ressurgiria o interesse por este grupo efêmero e relativamente obscuro de um país sul-americano que não é conhecido por sua produção de rock.
"Fui uma honra que, depois de 45 anos, nos reeditem", diz Guevara. "Mas a coisa começou quando descobriram o LP na Espanha, em 1998, e ali começou a onda de novo na Europa, e então tentaram nos localizar, até que o conseguiram, em 2006, e nos pediram que fizéssemos um show."
Depois disso, chegou o reconhecimento como precursores do punk. Um documentário sobre a banda, Saicomania, de Héctor Chávez, teve ingressos esgotados na estreia, em Lima.
Tudo isso ocorreu porque outro peruano foi viver na Espanha em 1995, levando uma fita cassete com a música dos Saicos, que foi tocada durante uma entrevista na rádio nacional do país.
E os Saicos continuarão tocando?
"Os garotos de 20, 30 anos agora conhecem as nossas músicas", diz Castrillón. "Estivemos na Espanha, e as pessoas cantam as canções como se fossem suas. No México e na Argentina ocorreu o mesmo, e nos pedem que toquemos na Inglaterra, nos Estados Unidos, mas já temos 66 anos e pode nos dar artrite, ou um sopro no coração."
segunda-feira, dezembro 26, 2011
Para Hobsbawm, classe média marca revoltas de 2011
A classe média foi a grande protagonista e força motriz das revoltas
populares e ocupações que marcaram o ano de 2011. Esta é a opinião de
Eric Hobsbawm, um dos mais importantes historiadores em atividade.
Em entrevista à BBC, o historiador marxista nascido no Egito, mas radicado no Reino Unido, afirma ainda que a classe operária e a esquerda tradicional - da qual ele ainda é um dos principais expoentes - estiveram à margem das grandes mobilizações populares que ocorreram ao longo deste ano.
''As mais eficazes mobilizações populares são aquelas que começam a partir da nova classe média modernizada e, particularmente, a partir de um enorme corpo estudantil. Elas são mais eficazes em países em que, demograficamente, jovens homens e mulheres constituem uma parcela da população maior do que a que constituem na Europa'', diz, em referência especial à Primavera Árabe, um movimento que despertou seu fascínio.
''Foi uma alegria imensa descobrir que, mais uma vez, é possível que pessoas possam ir às ruas e protestar, derrubar governos'', afirma Hobsbawm, cujo título do mais recente livro, "Como Mudar o Mundo", reflete sua contínua paixão pela política e pelos ideais de transformação social que defendeu ao longo de toda a vida e que segue abraçando aos 94 anos de idade.
As ausências da esquerda tradicional e da classe operária nesses movimentos, segundo ele, se devem a fatores históricos inevitáveis.
''A esquerda tradicional foi moldada para uma sociedade que não existe mais ou que está saindo do mercado. Ela acreditava fortemente no trabalho operário em massa como o sendo o veículo do futuro. Mas nós fomos desindustrializados, portanto, isso não é mais possível'', diz Hobsbawm.
Hobsbawm comenta que as diversas ocupações realizadas em diferentes cidades do mundo ao longo de 2011 não são movimentos de massa no sentido clássico.
''As ocupações na maior parte dos casos não foram protestos de massa, não foram os 99% (como os líderes dos movimentos de ocupação se autodenominam), mas foram os famosos 'exércitos postiços', formados por estudantes e integrantes da contracultura. Por vezes, eles encontraram ecos na opinião pública. Em se tratando das ocupações anti-Wall Street e anticapitalistas foi claramente esse o caso.''
À SOMBRA DAS REVOLUÇÕES
Hobsbawm passou sua vida à sombra --ou ao brilho-- das revoluções.
Ele nasceu apenas meses após a revolução de 1917 e foi comunista por quase toda a sua vida adulta, bem como um autor e pensador influente e inovador.
Ele tem sido um historiador de revoluções e, por vezes, um entusiasta de mudanças revolucionárias.
O historiador enxerga semelhanças entre 2011 e 1848, o chamado ''ano das revoluções'', na Europa, quando ocorreram uma série de insurreições na França, Alemanha, Itália e Áustria e quando foi publicado um livro crucial na formação de Hobsbawm, O Manifesto Comunista, de Marx e Engels.
Hobsbawm afirma que as insurreições que sacudiram o mundo árabe e que promoveram a derrubada dos regimes da Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, ''me lembram 1848, uma outra revolução que foi tida como sendo auto-impulsionada, que começou em um país (a França) e depois se espalhou pelo continente em um curto espaço de tempo''.
Para aqueles que um dia saudaram a insurreição egípcia, mas que se preocupam com os rumos tomados pela revolução no país, Hobsbawm oferece algumas palavras de consolo.
''Dois anos depois de 1848, pareceu que alguma coisa havia falhado. No longo prazo, não falhou. Foi feito um número considerável de avanços progressistas. Por isso, foi um fracasso momentâneo, mas sucesso parcial de longo prazo - mas não mais em forma de revolução''.
Mas, com a possível exceção da Tunísia, o historiador não vê perspectivas de que os países árabes adotem democracias liberais ao estilo das europeias.
''Estamos em meio a uma revolução, mas não se trata da mesma revolução. O que as une é um sentimento comum de descontentamento e a existência de forças comuns mobilizáveis - uma classe média modernizadora, particularmente, uma classe média jovem e estudantil e, é claro, a tecnologia, que hoje em dia torna muito mais fácil organizar protestos.'
Em entrevista à BBC, o historiador marxista nascido no Egito, mas radicado no Reino Unido, afirma ainda que a classe operária e a esquerda tradicional - da qual ele ainda é um dos principais expoentes - estiveram à margem das grandes mobilizações populares que ocorreram ao longo deste ano.
''As mais eficazes mobilizações populares são aquelas que começam a partir da nova classe média modernizada e, particularmente, a partir de um enorme corpo estudantil. Elas são mais eficazes em países em que, demograficamente, jovens homens e mulheres constituem uma parcela da população maior do que a que constituem na Europa'', diz, em referência especial à Primavera Árabe, um movimento que despertou seu fascínio.
''Foi uma alegria imensa descobrir que, mais uma vez, é possível que pessoas possam ir às ruas e protestar, derrubar governos'', afirma Hobsbawm, cujo título do mais recente livro, "Como Mudar o Mundo", reflete sua contínua paixão pela política e pelos ideais de transformação social que defendeu ao longo de toda a vida e que segue abraçando aos 94 anos de idade.
As ausências da esquerda tradicional e da classe operária nesses movimentos, segundo ele, se devem a fatores históricos inevitáveis.
''A esquerda tradicional foi moldada para uma sociedade que não existe mais ou que está saindo do mercado. Ela acreditava fortemente no trabalho operário em massa como o sendo o veículo do futuro. Mas nós fomos desindustrializados, portanto, isso não é mais possível'', diz Hobsbawm.
Hobsbawm comenta que as diversas ocupações realizadas em diferentes cidades do mundo ao longo de 2011 não são movimentos de massa no sentido clássico.
''As ocupações na maior parte dos casos não foram protestos de massa, não foram os 99% (como os líderes dos movimentos de ocupação se autodenominam), mas foram os famosos 'exércitos postiços', formados por estudantes e integrantes da contracultura. Por vezes, eles encontraram ecos na opinião pública. Em se tratando das ocupações anti-Wall Street e anticapitalistas foi claramente esse o caso.''
À SOMBRA DAS REVOLUÇÕES
Hobsbawm passou sua vida à sombra --ou ao brilho-- das revoluções.
Ele nasceu apenas meses após a revolução de 1917 e foi comunista por quase toda a sua vida adulta, bem como um autor e pensador influente e inovador.
Ele tem sido um historiador de revoluções e, por vezes, um entusiasta de mudanças revolucionárias.
O historiador enxerga semelhanças entre 2011 e 1848, o chamado ''ano das revoluções'', na Europa, quando ocorreram uma série de insurreições na França, Alemanha, Itália e Áustria e quando foi publicado um livro crucial na formação de Hobsbawm, O Manifesto Comunista, de Marx e Engels.
Hobsbawm afirma que as insurreições que sacudiram o mundo árabe e que promoveram a derrubada dos regimes da Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, ''me lembram 1848, uma outra revolução que foi tida como sendo auto-impulsionada, que começou em um país (a França) e depois se espalhou pelo continente em um curto espaço de tempo''.
Para aqueles que um dia saudaram a insurreição egípcia, mas que se preocupam com os rumos tomados pela revolução no país, Hobsbawm oferece algumas palavras de consolo.
''Dois anos depois de 1848, pareceu que alguma coisa havia falhado. No longo prazo, não falhou. Foi feito um número considerável de avanços progressistas. Por isso, foi um fracasso momentâneo, mas sucesso parcial de longo prazo - mas não mais em forma de revolução''.
Mas, com a possível exceção da Tunísia, o historiador não vê perspectivas de que os países árabes adotem democracias liberais ao estilo das europeias.
''Estamos em meio a uma revolução, mas não se trata da mesma revolução. O que as une é um sentimento comum de descontentamento e a existência de forças comuns mobilizáveis - uma classe média modernizadora, particularmente, uma classe média jovem e estudantil e, é claro, a tecnologia, que hoje em dia torna muito mais fácil organizar protestos.'
No Japão, símbolo que denota "laços entre as pessoas" é eleito para 2011
A palavra em japonês "kizuna", que denota laços ou conexões entre as pessoas, foi escolhida como o caractere kanji do ano.
Kanji são caracteres pictóricos de origem chinesa usados no japonês desde há aproximadamente 1.500 anos.
Em uma pesquisa da qual participaram cerca de 500 mil pessoas, cerca de
60 mil pessoas elegeram o símbolo para "kizuna" como a palavra do ano -
seguida por "wazawai", que significa desastre.
Para o Japão, o ano de 2011 foi dominado pelo terremoto e tsunami que arrasaram a costa nordeste do país em 11 de março e destruíram comunidades inteiras.
Em julho, uma companhia especializada em cerimônias de divórcio afirmou que havia triplicado seu número de separações, na medida em que a tragédia levou japoneses a reavaliar suas escolhas na vida.
O outro lado da moeda nos desastres foi o número sem precedentes de pessoas ajudando-se umas às outras. O estoicismo e a determinação do povo japonês em se levantar mereceram elogios da comunidade internacional.
Em abril, o primeiro-ministro Naoto Kan agradeceu as palavras de apoio em uma carta intitulada "Kizuna - Os laços da Amizade".
Em julho, quando o Japão inesperadamente bateu os Estados Unidos para vencer a Copa do Mundo de futebol feminino na Alemanha, a palavra "kizuna" definiu o espírito de equipe da seleção japonesa.
A pesquisa anual é realizada pela Fundação que promove o uso dos kanji e os testes de aptidão nos caracteres, JKATF.
Kanji são caracteres pictóricos de origem chinesa usados no japonês desde há aproximadamente 1.500 anos.
| Seihan Mori, do templo de Kiyomizu, mostra símbolo escolhido para sintetizar 2011-France Presse |
Para o Japão, o ano de 2011 foi dominado pelo terremoto e tsunami que arrasaram a costa nordeste do país em 11 de março e destruíram comunidades inteiras.
Em julho, uma companhia especializada em cerimônias de divórcio afirmou que havia triplicado seu número de separações, na medida em que a tragédia levou japoneses a reavaliar suas escolhas na vida.
O outro lado da moeda nos desastres foi o número sem precedentes de pessoas ajudando-se umas às outras. O estoicismo e a determinação do povo japonês em se levantar mereceram elogios da comunidade internacional.
Em abril, o primeiro-ministro Naoto Kan agradeceu as palavras de apoio em uma carta intitulada "Kizuna - Os laços da Amizade".
Em julho, quando o Japão inesperadamente bateu os Estados Unidos para vencer a Copa do Mundo de futebol feminino na Alemanha, a palavra "kizuna" definiu o espírito de equipe da seleção japonesa.
A pesquisa anual é realizada pela Fundação que promove o uso dos kanji e os testes de aptidão nos caracteres, JKATF.
ParTOBA 10
Veja este vídeo no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=J5pJ4NE1oA8&feature=youtube_gdata_player
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Russo inventa “chute tornado” e desmonta rival
O russo Adam Aliev, que em sua segunda luta profissional no último dia 22,
anotou o segundo nocaute da carreira de forma espetacular.
Em menos de três do primeiro round, Aliev surpreendeu o experiente rival Alexei Belyaev com um chute novo, o “Tornado”, que atingiu em cheio o queixo do oponente, o levando a nocaute instantaneamente.
Em menos de três do primeiro round, Aliev surpreendeu o experiente rival Alexei Belyaev com um chute novo, o “Tornado”, que atingiu em cheio o queixo do oponente, o levando a nocaute instantaneamente.
Empresa japonesa exibe moto que vem com privada como assento
Veículo chamado 'Toilet Bike Neo' usa biocombustível.
Moto foi apresentada nesta quinta-feira na capital Tóquio.
Uma empresa japonesa exibiu nesta quinta-feira (15) uma moto que vem equipada com um vaso sanitário como assento. O veículo chamado "Toilet Bike Neo" usa biocombustível e foi apresentado na capital Tóquio.
| Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP |
| Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP |
Chinês constrói bicicleta gigante de 1 tonelada - Reuters
Com três lugares, ela tem 3,2 metros de altura e 5,5 metros de comprimento.
Zhang Yali gastou mais de R$ 5.700 no presente para seu filho.
O chinês Zhang Yali e seus amigos construíram uma bicicleta gigante de
mais de uma tonelada em Jilin, na província de mesmo nome.A bicicleta, de 3,2 metros de altura e 5,5 metros de comprimento, é para três pessoas.
Zhang, de 49 anos, gastou mais de US$ 3.100 (R$ 5.700) no projeto, que consumiu dois meses de trabalho.
A bicicleta é um presente dele para seu filho de 25 anos, que mora em Shinzhen, na província de Guangdong.
A família promete pedalar até lá para entregar o presente.
| Zhang Yali exibe sua invenção neste domingo (25) (Foto: China Daily/Reuters) |
| Bicicleta gigante tem capacidade para três pessoas (Foto: China Daily/Reuters) |
Sakineh vai morrer na forca ou a pedradas, diz chefe de Justiça - DA ASSOCIATED PRESS
A iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte por ter cometido o crime
de adultério, será executada a pedradas ou por enforcamento, segundo
Malek Ajdar Sharifi, chefe do Departamento de Justiça da província onde a
mulher está detida.
Sakineh recebeu pena de morte por apedrejamento, mas sua sentença havia sido suspensa depois de uma mobilização global de reprovação à Justiça iraniana por parte de uma série de governos.
Citado pela agência semioficial de notícias Isna neste domingo, Sharifi afirmou que as autoridades da Justiça do Irã ainda estão discutindo se vão executar Sakineh por apedrejamento ou enforcamento.
A presa foi condenada por adultério em 2006 e sentenciada a morrer a pedradas, sentença que causou grande comoção internacional. Pouco tempo depois, ela foi considerada culpada também por ter ajudado no assassinato do marido.
Além da pena por adultério, Sakineh foi punida com 99 chibatadas pelas "relações ilícitas com estranhos", pena que lhe foi aplicada diante do seu filho, ainda em 2006.
Críticos afirmam que o julgamento que a condenou não ouviu o número mínimo de testemunhas exigidas pela lei iraniana para confirmar a prática do adultério e que júris foram feitos no idioma farsi, quando Sakineh fala somente azeri.
Sakineh recebeu pena de morte por apedrejamento, mas sua sentença havia sido suspensa depois de uma mobilização global de reprovação à Justiça iraniana por parte de uma série de governos.
Citado pela agência semioficial de notícias Isna neste domingo, Sharifi afirmou que as autoridades da Justiça do Irã ainda estão discutindo se vão executar Sakineh por apedrejamento ou enforcamento.
A presa foi condenada por adultério em 2006 e sentenciada a morrer a pedradas, sentença que causou grande comoção internacional. Pouco tempo depois, ela foi considerada culpada também por ter ajudado no assassinato do marido.
Além da pena por adultério, Sakineh foi punida com 99 chibatadas pelas "relações ilícitas com estranhos", pena que lhe foi aplicada diante do seu filho, ainda em 2006.
Críticos afirmam que o julgamento que a condenou não ouviu o número mínimo de testemunhas exigidas pela lei iraniana para confirmar a prática do adultério e que júris foram feitos no idioma farsi, quando Sakineh fala somente azeri.
| Imagem de dezembro de 2010 mostra a iraniana Sakineh Ashtiani posando para foto em Oskou - Press TV/Reuters |
A China vai quebrar? - Paul Krugman
Considere o panorama seguinte: o crescimento recente foi baseado num enorme boom de construção alimentado pela alta dos preços dos imóveis, boom esse que exibe todos os sinais clássicos de uma bolha. Houve um crescimento acelerado do crédito - tendo boa parte desse crescimento se dado não através dos bancos tradicionais, mas por meio de "operações bancárias nas sombras", não regulamentadas, que não são sujeitas a fiscalização governamental, nem contam com garantias governamentais. Agora a bolha está estourando - e existem motivos reais para temer uma crise financeira e econômica.
Estou descrevendo o Japão no final dos anos 1980? Ou a América em 2007? Poderia estar. Mas, neste momento, estou falando da China, que está emergindo como mais um ponto de perigo em uma economia mundial que realmente não precisa disso neste momento.
Venho relutando em me manifestar sobre a situação da China, em parte porque é tão difícil saber o que realmente acontece por lá. Todas as estatísticas econômicas podem ser mais bem vistas como alguma forma especialmente entediante de ficção científica, mas as cifras chinesas são mais fictícias que a maioria. Eu pediria um parecer a especialistas na China, mas parece que não há dois sinólogos que estejam contando a mesma história.
Mesmo assim, até mesmo os dados oficiais são preocupantes - e as notícias recentes são suficientemente dramáticas para fazer soar alarmes.
O que mais chamou a atenção na economia chinesa nos últimos dez anos foi como o consumo doméstico, embora tenha aumentado, estava defasado em relação ao crescimento total. Hoje os gastos dos consumidores representam apenas cerca de 35% do PIB, mais ou menos a metade do nível visto nos Estados Unidos.
Então quem está comprando os bens e serviços que a China produz? Parte da resposta é "nós estamos": à medida que a participação dos consumidores na economia foi caindo, a China foi cada vez mais confiando em superávits comerciais para manter seu setor manufatureiro ativo. Mas a história maior, desde o ponto de vista da China, são os gastos com investimentos, que alcançaram quase metade do PIB.
A pergunta óbvia é: com a demanda dos consumidores relativamente fraca, o que motivou todos esses investimentos? E a resposta é que eles dependeram, em grande medida, da bolha imobiliária sempre crescente. Desde 2000 os investimentos no setor imobiliário mais ou menos dobraram como parcela do PIB, sendo diretamente responsáveis por mais de metade do aumento geral nos investimentos. E, com certeza, boa parte do resto do aumento se deveu a firmas que se expandiram para vender para o setor crescente da construção.
Sabemos com certeza que o crescimento do setor imobiliário foi uma bolha? Ela teve todos os sinais: não apenas a alta dos preços, mas também o tipo de febre especulativa que já conhecemos bem demais de nossas experiências de alguns anos atrás. Pense no litoral da Flórida.
E houve outro paralelo com a experiência americana: enquanto o crédito se expandiu, boa parte dele veio não de bancos, mas de um sistema bancário nas sombras, não supervisionado e não protegido. Houve diferenças enormes nos detalhes: o financiamento nas sombras à moda americana geralmente envolveu firmas de prestígio em Wall Street e instrumentos financeiros complexos, enquanto a versão chinesa tende a passar por bancos clandestinos e até mesmo casas de penhores. Mas as consequências foram semelhantes: na China, assim como aconteceu nos EUA alguns anos atrás, o sistema financeiro pode estar muito mais vulnerável do que revelam os dados sobre os bancos convencionais.
Agora a bolha está estourando visivelmente. Quantos danos vai causar à economia chinesa - e ao mundo?
Alguns comentaristas dizem que não precisamos nos preocupar: que a China tem líderes fortes e inteligentes que farão o que for preciso para lidar com um desaquecimento. O que fica implícito, embora não seja declarado com frequência, é a ideia de que a China poderá fazer o que for preciso porque não precisa preocupar-se com boas maneiras democráticas.
Para mim, porém, isso não soa convincente. Me lembro muito bem de ouvir frases tranquilizadoras semelhantes sobre o Japão nos anos 1980, quando os burocratas brilhantes do Ministério das Finanças supostamente tinham tudo sob controle. E, mais tarde, houve as declarações de que a América jamais repetiria os erros que levaram à década perdida do Japão - sendo que, na realidade, estávamos tendo um desempenho ainda pior que o Japão tinha tido.
Quero registrar que as declarações sobre política econômica feitas por autoridades chinesas não me parecem especialmente lúcidas. Em especial, o modo como a China anda reagindo negativamente a estrangeiros - entre outras coisas, impondo uma tarifa punitiva a automóveis de fabricação americana, algo que não ajudará sua economia em nada mas ajudará a envenenar as relações comerciais - não soa como um governo maduro que sabe o que está fazendo.
E evidências empíricas sugerem que, embora o governo chinês possa não ter sua atuação limitada pelo Estado de direito, essa atuação é limitada pela corrupção ampla, que significa que o que acontece de fato ao nível local pode guardar pouca semelhança com o que é ordenado em Pequim.
Espero que eu esteja sendo desnecessariamente alarmista. Mas é impossível não se preocupar: a história da China soa um pouco parecida demais com as quebras que já testemunhamos em outras regiões. E uma economia mundial que já está sofrendo com o caos na Europa realmente não precisa de um novo epicentro de crise.
TRADUÇÃO DE CLARA ALLAIN
TRADUÇÃO DE CLARA ALLAIN
sexta-feira, dezembro 23, 2011
Aprenda a lavar seu carro com apenas um jato d'água
terça-feira, dezembro 20, 2011
O vídeo das religiões afro-brasileiras
segunda-feira, dezembro 19, 2011
Fotógrafo britânico cria paisagens usando alimentos frescos - BBC Brasil
| clique na foto e veja mais Veja mais paisagens de Warner |
Segundo o fotógrafo, o processo de montagem é lento e pode levar até três dias.
Para criar profundidade, as fotografias são realizadas sobre mesas de 1,2 metro por 2,4 metros e registradas em camadas - o que evita que os alimentos frescos murchem antes do fim da foto - começando do primeiro plano para o segundo plano.
As imagens estão reunidas no livro Food Landscapes ("Paisagens de Comida", em português) e algumas delas fazem parte da mostra "Comendo com os Olhos", aberta ao público no Sesc Santana, em São Paulo, até 30 de dezembro.
quinta-feira, dezembro 15, 2011
Banksy faz escultura contra abusos da Igreja Católica
O artista plástico Banksy voltou a causar polêmica. Desta vez, o inglês
fez um protesto contra a Igreja Católica em forma de escultura.
A obra "Cardinal Sin" (pecado capital, em inglês) mostra um padre com o rosto coberto por pastilhas de banheiro, em alusão aos escândalos sexuais de membros da igreja contra crianças.
A peça está exposta na galeria Walker Art, em Liverpool (Inglaterra), ao lado de peças sacras do século 18, como pinturas de Rubens e Murillo.
"Nunca tenho certeza se uma pessoa deve estar em um pedestal ou ser esmagado por um", disse o recluso artista em comunicado sobre a obra.
A obra "Cardinal Sin" (pecado capital, em inglês) mostra um padre com o rosto coberto por pastilhas de banheiro, em alusão aos escândalos sexuais de membros da igreja contra crianças.
A peça está exposta na galeria Walker Art, em Liverpool (Inglaterra), ao lado de peças sacras do século 18, como pinturas de Rubens e Murillo.
"Nunca tenho certeza se uma pessoa deve estar em um pedestal ou ser esmagado por um", disse o recluso artista em comunicado sobre a obra.
quarta-feira, dezembro 14, 2011
O mistério da corrupção - por Marcia Tiburi
A tradição teológica e filosófica nunca conseguiu explicar o “mistério da iniquidade”, a existência do mal como potência do desejo e da ação humanas. Ora, a corrupção é o mal do nosso tempo. Curiosamente, ela aparece como uma nova regra de conduta, uma contraditória “moral imoral”. Da governalidade aos atos cotidianos, o mundo da vida no qual ética e moral se cindiram há muito tempo transformou-se na sempre saqueável terra de ninguém. Como toda moral, a corrupção é rígida. Daí a impossibilidade do seu combate por meios comuns, seja o direito, seja a polícia. Do contrário, meio mundo estaria na prisão. A mesma polícia que combate o narcotráfico nas favelas das grandes cidades poderia ocupar o Congresso e outros espaços do governo onde a corrupção é a regra. Mas o problema é que a força da corrupção é a do costume, é a da “moral”, aquela mesma do malandro que age “na moral”, que é “cheio de moral”. Ela é muito mais forte do que a delicada reflexão ética que envolveria a autonomia de cada sujeito agente. E que só surgiria pela educação política que buscasse um pensamento reflexivo. Pobre, mas honesto O sistema da corrupção é composto de um jogo de forças do qual uma das mais importantes é a “força do sentido”. É ela que faz perguntar, por exemplo, “como é possível que um policial pobre se negue a aceitar dinheiro para agir ilegalmente?” O simples fato de que essa pergunta seja colocada implica o pressuposto de que uma verdade ética tal como a honestidade foi transvalorada. Isso significa que foi também desvalorizada. Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar, mas exigir dinheiro em troca de uma ação qualquer na contramão do dever, é porque no sistema da corrupção o valor da honestidade, que garantiria ao sujeito a sua autonomia, foi substituído pela vantagem do dinheiro. Mas não somente. Aquele que age na direção da lei como que age contra a moral caracterizada pelo “fazer como a grande maioria”, levando em conta que no âmbito da corrupção se entende que o que a maioria quer é “dinheiro”. Verdade é que a ação em nome de um universal por si só caracteriza qualquer moral. É por meio dela que se faz o cálculo do “sentido” no qual, fora da vantagem que define a regra, o sujeito honesto se transfigura imediatamente em otário. Se a moral é medida em dinheiro, não entregar-se a ele poderá parecer um luxo. Mas um contraditório luxo de pobre, já que a questão da honestidade não se coloca para os ricos, para quem tal valor parece de antemão assegurado. Daí que jamais se louve nos noticiários a honestidade de alguém que não se enquadra no estereótipo do “pobre”. Honesto é sempre o pobre elevado a cidadão exótico. Na verdade, por meio desse gesto o pobre é colocado à prova pelo sistema. Afinal ele teria tudo para ser corrupto, ou seja, teria todo o motivo para sê-lo. Mas teria também todo o perdão? O cidadão exótico – pobre e honesto – que deixa de agir na direção de uma vantagem pessoal como que estaria perdoado por antecipação ao agir imoralmente sendo pobre, mas não está. A frase de Brecht seria sua jurisprudência mais básica: “O que é roubar um banco comparado a fundar um?”. Ora, sabemos que essa “moral imoral” tem sempre dois pesos e duas medidas, diferentes para ricos e pobres. No vão que as separa vem à tona a incompreensibilidade diante do mistério da honestidade. De categoria ética, ela desce ao posto de irrespondível problema metafísico. Pois quem terá hoje a coragem de perguntar como alguém se torna o que é quando a subjetividade, a individualidade e a biografia já não valem nada e sentimos apenas o miasma que exala da vala comum das celebridades da qual o cidadão pode se salvar apenas alcançando o posto de um herói exótico, máscara do otário da vez? - por Marcia Tiburi
Higgs, Deus, bóson e outros nomes - por Rafael Garcia
| Imagem digital mostra colisão de partículas no LHC que pode ter gerado o bóson de Higgs (CMS/Cern) |
Nas horas que se seguiram ao anúncio da quase-descoberta do bóson de Higgs,
a tão procurada partícula elementar necessária para completar a teoria
da física que rege o mundo microscópico, ouvi cientistas reclamando da
"intervenção divina" na cobertura do evento.
Muitos não gostam do apelido que a mídia adotou para deixar essa entidade corpuscular mais sexy: a "partícula de Deus". Com razão, querem evitar que as pessoas pensem que a detecção do bóson de Higgs possa ser uma espécie de confirmação da existência do Todo Poderoso. Isso não faz o menor sentido, é claro, e por isso o nome preferido até agora é o oficial _uma referência a Peter Higgs, criador da teoria que descreve a partícula.
O que alguns cientistas não levam em conta é que esse apelido impopular não foi dado por nenhum jornalista impertinente, e sim por Leon Lederman, ganhador do prêmio Nobel de Física de 1988. Ele é autor de "The God Particle", livro que explica a teoria para o público leigo.
A piada que Lederman usa para justificar o nome é a de que foi proibido por seus editores de intitular o livro "The Goddamn Particle" (A Maldita Partícula). A verdadeira razão, explica depois, está num exemplo que ele encontrou em "um livro bem mais antigo": a Bíblia. E esse sacrilégio cometido pelo físico guarda uma analogia bem interessante.
O bóson de Higgs é um componente teórico fundamental para entender por que as partículas elementares conhecidas até agora tem massas tão diferentes umas das outras. Um elétron pesa até 200 mil vezes mais que um neutrino, e ninguém entende por quê. Essas partículas porém, devem interagir com o bóson de Higgs, que lhes confere a propriedade da massa. É possível então entender a partir dessa interação por que elétrons, neutrinos, quarks etc. são tão diferentes. Do contrário, seria preciso supor que a natureza conferiu propriedades aleatórias aos seus componentes mais fundamentais.
Como objetivo da ciência é construir uma descrição da realidade o mais compacta e coerente possível, não faz sentido imaginar que os componentes mais básicos da matéria e da energia sejam um zoológico de entidades totalmente diferentes umas das outras.
O Velho Testamento possui uma tentativa semelhante de explicar por que os povos falam tantas línguas diferentes e não entendem uns aos outros. Segundo uma passagem do Gênesis, quando os humanos eram um povo só com uma língua única, tentaram construir a Torre de Babel para atingir os céus e irritaram Deus com sua petulância. O que Ele fez então foi espalhar a humanidade pela Terra e fazer com que povos distintos falassem línguas diferentes. Dessa forma, não poderiam criar uma sociedade poderosa a ponto de se equipararem ao poder divino.
Se Deus foi usado como explicação para a humanidade ter línguas diferentes, diz Lederman, o bóson de Higgs seria a explicação para as partículas elementares terem massas diferentes.
Por alguma razão, em língua portuguesa convencionou-se traduzir o apelido do bóson como "partícula de Deus" e não "Partícula Deus", que seria a forma correta. Meu colega jornalista de ciência Igor Zolnerkevic, físico que costuma ler nossas reportagens com olhos afiados, supõe que "seria uma imagem bizarra demais a de um Deus em forma de partícula subatômica; o velhinho de barba é muito mais simpático."
Se a maioria dos cientistas não gosta de incluir Deus nessa história, Peter Higgs já disse que fica incomodado também de ver a partícula batizada apenas com seu nome. Para ele, é preciso fazer jus a outros físicos _François Englert e Robert Brout_ que também deram grandes contribuições à teoria. Me parece pouco prático batizar a partícula como "bóson de Englert-Brout-Higgs", porém.
De todo modo, se os físicos decidirem dar outro nome à partícula, devem primeiro esperar uma confirmação. Mesmo tendo conseguido ver sinais otimistas neste ano no acelerador de partículas LHC, uma confirmação da existência do bóson de Higgs só deve sair em meados do ano que vem, quando o experimento tiver acumulado mais dados. Se por algum azar a partícula continuar se escondendo, toda essa discussão bizantina terá sido sem sentido.
Muitos não gostam do apelido que a mídia adotou para deixar essa entidade corpuscular mais sexy: a "partícula de Deus". Com razão, querem evitar que as pessoas pensem que a detecção do bóson de Higgs possa ser uma espécie de confirmação da existência do Todo Poderoso. Isso não faz o menor sentido, é claro, e por isso o nome preferido até agora é o oficial _uma referência a Peter Higgs, criador da teoria que descreve a partícula.
O que alguns cientistas não levam em conta é que esse apelido impopular não foi dado por nenhum jornalista impertinente, e sim por Leon Lederman, ganhador do prêmio Nobel de Física de 1988. Ele é autor de "The God Particle", livro que explica a teoria para o público leigo.
A piada que Lederman usa para justificar o nome é a de que foi proibido por seus editores de intitular o livro "The Goddamn Particle" (A Maldita Partícula). A verdadeira razão, explica depois, está num exemplo que ele encontrou em "um livro bem mais antigo": a Bíblia. E esse sacrilégio cometido pelo físico guarda uma analogia bem interessante.
O bóson de Higgs é um componente teórico fundamental para entender por que as partículas elementares conhecidas até agora tem massas tão diferentes umas das outras. Um elétron pesa até 200 mil vezes mais que um neutrino, e ninguém entende por quê. Essas partículas porém, devem interagir com o bóson de Higgs, que lhes confere a propriedade da massa. É possível então entender a partir dessa interação por que elétrons, neutrinos, quarks etc. são tão diferentes. Do contrário, seria preciso supor que a natureza conferiu propriedades aleatórias aos seus componentes mais fundamentais.
Como objetivo da ciência é construir uma descrição da realidade o mais compacta e coerente possível, não faz sentido imaginar que os componentes mais básicos da matéria e da energia sejam um zoológico de entidades totalmente diferentes umas das outras.
O Velho Testamento possui uma tentativa semelhante de explicar por que os povos falam tantas línguas diferentes e não entendem uns aos outros. Segundo uma passagem do Gênesis, quando os humanos eram um povo só com uma língua única, tentaram construir a Torre de Babel para atingir os céus e irritaram Deus com sua petulância. O que Ele fez então foi espalhar a humanidade pela Terra e fazer com que povos distintos falassem línguas diferentes. Dessa forma, não poderiam criar uma sociedade poderosa a ponto de se equipararem ao poder divino.
Se Deus foi usado como explicação para a humanidade ter línguas diferentes, diz Lederman, o bóson de Higgs seria a explicação para as partículas elementares terem massas diferentes.
Por alguma razão, em língua portuguesa convencionou-se traduzir o apelido do bóson como "partícula de Deus" e não "Partícula Deus", que seria a forma correta. Meu colega jornalista de ciência Igor Zolnerkevic, físico que costuma ler nossas reportagens com olhos afiados, supõe que "seria uma imagem bizarra demais a de um Deus em forma de partícula subatômica; o velhinho de barba é muito mais simpático."
Se a maioria dos cientistas não gosta de incluir Deus nessa história, Peter Higgs já disse que fica incomodado também de ver a partícula batizada apenas com seu nome. Para ele, é preciso fazer jus a outros físicos _François Englert e Robert Brout_ que também deram grandes contribuições à teoria. Me parece pouco prático batizar a partícula como "bóson de Englert-Brout-Higgs", porém.
De todo modo, se os físicos decidirem dar outro nome à partícula, devem primeiro esperar uma confirmação. Mesmo tendo conseguido ver sinais otimistas neste ano no acelerador de partículas LHC, uma confirmação da existência do bóson de Higgs só deve sair em meados do ano que vem, quando o experimento tiver acumulado mais dados. Se por algum azar a partícula continuar se escondendo, toda essa discussão bizantina terá sido sem sentido.
Filme de Jolie na Bósnia ganha prêmio em Hollywood
Jolie, estreante na direção, também roteirizou e coproduziu o filme, que conta uma história de amor entre um sérvio e uma muçulmana antes da guerra de independência da Bósnia (1992-1995), e o reencontro posterior do casal --ele como oficial do Exército, ela como prisioneira.
A realizadora receberá o Prêmio Stanley Kramer, instituído em 2002 pela Liga dos Produtores da América, e concedido anualmente a produtores cuja obra "ilumine questões sociais provocativas de forma acessível e enriquecedora".
Objeções de mulheres vítimas da guerra da Bósnia levaram o filme a ser rodado em grande parte na Hungria. Mas alguns dos bósnios mais críticos ao projeto se renderam aos elogios após uma exibição especial feita na semana passada na Bósnia.
Jolie e seus coprodutores disseram em nota que se sentem honrados com o prêmio, que já homenageou obras como "Hotel Ruanda" e "Uma Verdade Inconveniente".
"In the Land of Blood and Honey" ("Na terra do sangue e do mel", em tradução literal) estreia em algumas salas dos EUA no dia 23, o que o qualifica para disputar o Oscar.
Mulher explode em motel e complica PM
Coloque-se no lugar do policial militar Adelson Santos, de 43 anos. Ele foi com sua peguete, Jan Cleide Barros, de 42, foram curtir a vida em um motel da zona sul de Manaus, no Amazonas. O que aconteceu a seguir foi típico de filme de ficção científica: a mulher explodiu. Pelo menos foi essa a impressão que o policial teve porque, segundo o jornal O Maskate, durante o ato sexual, a Jan Cleide passou mal e começou a esguichar sangue por todos os lados, pintando de vermelho até o teto do quarto. Adelson diz que ligou para a recepção, mas era tarde: Jan Cleide morreu em minutos.
Desesperado, Adelson foi até a casa da família da mulher explicar o inexplicável, mas não adiantou nada e ele foi preso sob suspeita de assassinato. Adelson insistia em dizer que era inocente e que a moça, sem que ele fizesse nada, “explodiu” durante o ato sexual. Ninguém acreditava em Adelson. A polícia foi até o tal motel e, lá, descobriu a farda completa de Adelson, roupas e documentos da morta e o cadáver dela, nu, estirado no chão. O quarto, segundo consta, apresentava manchas de sangue em todas as paredes. O policial só foi solto depois que saiu o laudo do Instituto Médico Legal, que apontou como causa da morte um acidente cardiovascular (AVC) externo. Houve uma hemorragia tão forte que as veias da cabeça da mulher não aguentaram a pressão e, de fato, explodiram.
Vídeo flagra policiais espancando mulher turca, presa por não portar RG
Um vídeo feito dentro de uma delegacia turca tem causado revolta no país por mostrar um grupo de policiais agredindo uma mulher, jogando-a ao chão e puxando seus cabelos.
As imagens do circuito de segurança mostram Fevziye Cengiz, presa em uma operação numa casa noturna por não portar sua carteira de identidade, recebendo golpes na face em uma delegacia da cidade de Izmir, mesmo após ser algemada.
O que mais deixou a população indignada foi que a mulher pode ser sentenciada a seis anos na cadeia por "resistir à prisão e comportamento imprudente.
O caso foi noticiado pelo jornal britânico "Daily Mail". Segundo o site do tabloide, a ministra de políticas sociais turca, Fatma Sahin, classificou o incidente de "inaceitável" e disse que os responsáveis devem ser punidos. Ela afirmou, no entanto, que foi um caso individual que não tipifica a polícia turca.
As agressões ocorreram em julho, mas só agora vieram à tona com a divulgação das imagens na televisão turca.
Mulher saudita é executada por praticar bruxaria - BBC Brasil
O Ministério do Interior da Arábia Saudita informou nesta terça-feira
que uma mulher foi executada por praticar "bruxaria e feitiçaria".
Uma declaração publicada pela agência de notícias estatal da Arábia Saudita informou que Amina bint Abdul Halim bin Salem Nasser foi decapitada na segunda-feira na província de Jawf, norte do país.
O ministério não deu mais detalhes sobre as acusações contra a mulher.
Amina foi a segunda pessoa executada pela acusação de bruxaria na Arábia Saudita em 2011. Um homem sudanês foi executado pela mesma acusação em setembro.
O jornal árabe "Al Hayat", baseado em Londres, informou, citando um membro da polícia religiosa, que a mulher tinha cerca de 60 anos e convencia as pessoas que podia curar doenças em troca de dinheiro.
Sebastian Usher, analista regional da BBC, informou que Amina foi presa em abril de 2009.
ANISTIA INTERNACIONAL
O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, que fez campanha para que outros sauditas sentenciados à morte por acusações de bruxaria sejam inocentados, informou que nunca tinha ouvido falar do caso de Amina até o momento, segundo Usher.
Em 2007, um cidadão egípcio foi decapitado depois de ter sido acusado de usar feitiçaria para provocar a separação de um casal.
Em 2010, um libanês condenado à morte por acusação de bruxaria, foi libertado depois que a Suprema Corte saudita decretou que as ações do homem não causaram danos a ninguém. O homem apresentava um programa de televisão onde ele previa o futuro.
A Anistia Internacional afirma que a Arábia Saudita não define bruxaria como crime que pode ser punido com a pena de morte. No entanto, alguns dos clérigos mais conservadores do país pediram que pessoas que preveem o futuro e curandeiros recebessem as punições mais severas possíveis, pois elas seriam uma ameaça ao islamismo.
Uma declaração publicada pela agência de notícias estatal da Arábia Saudita informou que Amina bint Abdul Halim bin Salem Nasser foi decapitada na segunda-feira na província de Jawf, norte do país.
O ministério não deu mais detalhes sobre as acusações contra a mulher.
Amina foi a segunda pessoa executada pela acusação de bruxaria na Arábia Saudita em 2011. Um homem sudanês foi executado pela mesma acusação em setembro.
O jornal árabe "Al Hayat", baseado em Londres, informou, citando um membro da polícia religiosa, que a mulher tinha cerca de 60 anos e convencia as pessoas que podia curar doenças em troca de dinheiro.
Sebastian Usher, analista regional da BBC, informou que Amina foi presa em abril de 2009.
ANISTIA INTERNACIONAL
O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, que fez campanha para que outros sauditas sentenciados à morte por acusações de bruxaria sejam inocentados, informou que nunca tinha ouvido falar do caso de Amina até o momento, segundo Usher.
Em 2007, um cidadão egípcio foi decapitado depois de ter sido acusado de usar feitiçaria para provocar a separação de um casal.
Em 2010, um libanês condenado à morte por acusação de bruxaria, foi libertado depois que a Suprema Corte saudita decretou que as ações do homem não causaram danos a ninguém. O homem apresentava um programa de televisão onde ele previa o futuro.
A Anistia Internacional afirma que a Arábia Saudita não define bruxaria como crime que pode ser punido com a pena de morte. No entanto, alguns dos clérigos mais conservadores do país pediram que pessoas que preveem o futuro e curandeiros recebessem as punições mais severas possíveis, pois elas seriam uma ameaça ao islamismo.
Fotógrafo capta raro 'arco-íris' branco no Polo Norte
O fotógrafo amador Sam Dobson conseguiu, durante uma expedição ao Polo Norte, registrar um fenômeno raro - um arco de névoa. Dobson, de 51 anos, disse ter ficado intrigado ao se deparar, diante do
barco quebra-gelos em que viajava, com um arco-íris totalmente branco no
céu. Ele conseguiu usar sua câmera, enfrentando as temperaturas abaixo de zero, para capturar a imagem do fenômeno. Segundo Dobson, o arco no início parecia uma nuvem. Mas, conforme a
embarcação foi se aproximando do fenômeno, ele pôde ver o que descreveu
como um arco-íris sólido, mas branco.
NEBLINA
O arco de névoa é um fenômeno parecido ao do arco-íris, mas aparece quando há neblina, não quando há chuva. Como é formado por gotículas menores, elas não separam as cores da mesma maneira e aparecem como um arco branco.
NEBLINA
O arco de névoa é um fenômeno parecido ao do arco-íris, mas aparece quando há neblina, não quando há chuva. Como é formado por gotículas menores, elas não separam as cores da mesma maneira e aparecem como um arco branco.
| Caters |
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Urso 'pega carona' em caminhão de lixo
Cidade da Espanha troca beijos por descontos no comércio - ANELISE INFANTE
Os comerciantes da cidade de Teruel, no nordeste da Espanha estão
oferecendo descontos para os consumidores que beijarem vendedores,
gerentes ou outros empregados das lojas.
A campanha "Beijos por Natal", dos comerciantes de Teruel, oferece descontos de até 50% para cada consumidor que participar da brincadeira.
O consumidor pode dar um ou dois beijos no rosto, na mão e também vale jogar beijos no ar.
O objetivo é incentivar as compras de fim de ano na cidade e a campanha já conseguiu que as vendas registrassem um aumento de 9% apenas em seu primeiro dia de lançamento.
"O que pretendemos é uma mudança de tendência no setor comercial. Incentivar os consumidores a sair de casa com uma mensagem nova e também positiva, porque um beijo é o contrário da apatia, com tantas notícias de crise", disse à BBC Brasil o diretor da Associação de Comerciantes de Terual, Rodolfo Pangua.
VALE-BEIJO
A campanha tem descontos que variam entre 5% e 50%, distribuídos através dos "vales-beijos". E, em troca de uma compra ou da consumação em bares em restaurantes credenciados, os consumidores poderão até conseguir presentes grátis.
Os vales em forma de tíquete também podem ser usados para conseguir horas gratuitas de estacionamento, entradas de cinema, lotes de doces típicos de natal, pantufas, cachecóis e sorteio de brindes no centro comercial da cidade.
"Queremos que nos beije, queremos te beijar, queremos ver você beijando. Definitivamente, o que queremos é que sorria, deixe o pessimismo para trás e retome estes sorrisos que estão em falta há tempos", afirma a principal propaganda da campanha.
"Ganhe 20% de desconto nos dando um beijo", avisam os cartazes nas vritines das lojas.
"Decidimos testar a eficácia da ideia em uma promoção que anunciamos 'três dias loucos', nos 1º, 2 e 3 de dezembro. O nome de louco parecia apropriado, pois sempre fazemos coisas estranhas", explicou o representante dos comerciantes.
"A resposta em geral foi muito positiva. As vendas aumentaram, o público ficava com um sorriso e nossos associados pediram para estender a promoção durante toda a campanha de Natal, com mais incentivos e marketing", acrescentou Rodolfo Pangua.
A ampliação da campanha oferece mais dias para que os consumidores possam trocar beijos por descontos, em uma tentativa de aquecer ainda mais as vendas no período em que o consumo está em seu auge, entre 20 de dezembro e 4 de janeiro.
Segundo a tradição espanhola os presentes são distribuídos a partir da véspera de Natal até o dia 6 de janeiro.
BEIJOQUEIROS PROFISSIONAIS
A Associação de Comerciantes de Teruel também vai colocar no centro da cidade dois estandes com atores, que atuarão como "beijoqueiros profissionais".
O objetivo é incentivar o público a dar beijos em seus acompanhantes, nos atores e em qualquer desconhecido que aceitar a brincadeira. Tudo em troca de um vale desconto para compras e sorteios.
A Associação de Comerciantes e a Organização Sindical dos Trabalhadores de Aragón (OSTA), que representa os funcionários, reconhecem que nem todos os funcionários das lojas se sentem à vontade para beijar os clientes.
"Tem gente que não está gostando. mas admitimos que, neste momento, o importante é ter trabalho. Estamos em uma região com 18% de desemprego, onde o setor de serviços é o mais castigado", disse à BBC Brasil um porta-voz da OSTA.
Pelo menos em sua fase inicial, a campanha de Teruel já supera a média de previsão de vendas para este Natal, marcado pela crise econômica no país.
Segundo a Confederação Espanhola de Comércio (CEC), a expectativa é de melhorar o resultado em 8% no volume de vendas depois de três anos de queda no consumo.
"A temporada anterior foi a pior dos últimos cinco anos. Com a crise, sabemos que o consumidor atuará de maneira muito racional na hora de comprar", afirmou à BBC Brasil o presidente da CEC, Manuel García Izquierdo.
"A principal tendência será pesquisar qualidade e preço, mas, se alguma promoção chamar a atenção, se os beijos ajudam a espantar o pessimismo e animal as compras, que sejam bem-vindos", acrescentou.
A campanha "Beijos por Natal", dos comerciantes de Teruel, oferece descontos de até 50% para cada consumidor que participar da brincadeira.
| Associaçao de Comerciantes de Teruel-Centro Comercial Aberto de Teruel |
O objetivo é incentivar as compras de fim de ano na cidade e a campanha já conseguiu que as vendas registrassem um aumento de 9% apenas em seu primeiro dia de lançamento.
"O que pretendemos é uma mudança de tendência no setor comercial. Incentivar os consumidores a sair de casa com uma mensagem nova e também positiva, porque um beijo é o contrário da apatia, com tantas notícias de crise", disse à BBC Brasil o diretor da Associação de Comerciantes de Terual, Rodolfo Pangua.
VALE-BEIJO
A campanha tem descontos que variam entre 5% e 50%, distribuídos através dos "vales-beijos". E, em troca de uma compra ou da consumação em bares em restaurantes credenciados, os consumidores poderão até conseguir presentes grátis.
| Associaçao de Comerciantes de Teruel-Centro Comercial Aberto de Teruel |
Os vales em forma de tíquete também podem ser usados para conseguir horas gratuitas de estacionamento, entradas de cinema, lotes de doces típicos de natal, pantufas, cachecóis e sorteio de brindes no centro comercial da cidade.
"Queremos que nos beije, queremos te beijar, queremos ver você beijando. Definitivamente, o que queremos é que sorria, deixe o pessimismo para trás e retome estes sorrisos que estão em falta há tempos", afirma a principal propaganda da campanha.
"Ganhe 20% de desconto nos dando um beijo", avisam os cartazes nas vritines das lojas.
"Decidimos testar a eficácia da ideia em uma promoção que anunciamos 'três dias loucos', nos 1º, 2 e 3 de dezembro. O nome de louco parecia apropriado, pois sempre fazemos coisas estranhas", explicou o representante dos comerciantes.
"A resposta em geral foi muito positiva. As vendas aumentaram, o público ficava com um sorriso e nossos associados pediram para estender a promoção durante toda a campanha de Natal, com mais incentivos e marketing", acrescentou Rodolfo Pangua.
A ampliação da campanha oferece mais dias para que os consumidores possam trocar beijos por descontos, em uma tentativa de aquecer ainda mais as vendas no período em que o consumo está em seu auge, entre 20 de dezembro e 4 de janeiro.
Segundo a tradição espanhola os presentes são distribuídos a partir da véspera de Natal até o dia 6 de janeiro.
BEIJOQUEIROS PROFISSIONAIS
A Associação de Comerciantes de Teruel também vai colocar no centro da cidade dois estandes com atores, que atuarão como "beijoqueiros profissionais".
O objetivo é incentivar o público a dar beijos em seus acompanhantes, nos atores e em qualquer desconhecido que aceitar a brincadeira. Tudo em troca de um vale desconto para compras e sorteios.
A Associação de Comerciantes e a Organização Sindical dos Trabalhadores de Aragón (OSTA), que representa os funcionários, reconhecem que nem todos os funcionários das lojas se sentem à vontade para beijar os clientes.
"Tem gente que não está gostando. mas admitimos que, neste momento, o importante é ter trabalho. Estamos em uma região com 18% de desemprego, onde o setor de serviços é o mais castigado", disse à BBC Brasil um porta-voz da OSTA.
Pelo menos em sua fase inicial, a campanha de Teruel já supera a média de previsão de vendas para este Natal, marcado pela crise econômica no país.
Segundo a Confederação Espanhola de Comércio (CEC), a expectativa é de melhorar o resultado em 8% no volume de vendas depois de três anos de queda no consumo.
"A temporada anterior foi a pior dos últimos cinco anos. Com a crise, sabemos que o consumidor atuará de maneira muito racional na hora de comprar", afirmou à BBC Brasil o presidente da CEC, Manuel García Izquierdo.
"A principal tendência será pesquisar qualidade e preço, mas, se alguma promoção chamar a atenção, se os beijos ajudam a espantar o pessimismo e animal as compras, que sejam bem-vindos", acrescentou.
Pesquisa associa compulsão por compras a lesão cerebral - IARA BIDERMAN
Comprar compulsivamente é uma doença do mundo moderno, mas, além dos apelos de uma sociedade consumista, o impulso pode ser causado por um dano cerebral.
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia mostraram que lesões em uma parte do cérebro responsável por escolher objetos e quantificar seu valor levam as pessoas a fazer mais escolhas irracionais e a gastar mais para adquirir produtos.
Na pesquisa, os produtos eram alimentos: os participantes podiam comprar kits contendo suco de fruta e chocolate, em diferentes quantidades. Em alguns kits, o preço total era mais alto do que o preço de cada item individualmente.
Participaram da pesquisa 11 pessoas com lesões em uma área do córtex pré-frontal (causadas por derrame, aneurisma ou tumor no cérebro) e 26 voluntários saudáveis, para controle.
Estudos anteriores usando imagens de ressonância magnética sugeriam que a região do córtex chamada ventromedial está ligada à avaliação racional na hora de fazer escolhas.
O trabalho coordenado por Joseph Kable, professor de psicologia da Universidade da Pensilvânia, comprovou essa hipótese. Os participantes com essa área danificada fizeram mais escolhas irracionais _sem considerar os preços e em desacordo com suas próprias preferências (listadas por eles antes do início do experimento).
A pesquisa foi financiada pelos Institutos de Pesquisas em Saúde Canadenses e pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e publicada no "Journal of Neuroscience".
COMPULSÃO DEMAIS
No estudo, 89% das pessoas com lesões no córtex pré-frontal compraram por impulso, pagando mais e levando mais itens que não estavam na lista inicial de suas preferências.
Já no grupo controle, só 68% dos participantes tiveram esse comportamento. Só?
"O que mais me impressiona não é a diferença, realmente significativa, entre o grupo com dano cerebral e o controle. É ver quantas pessoas sem lesão, segundo a pesquisa, compraram por impulso", diz o economista Samuel Pessoa, sócio da empresa Tendências Consultoria Integrada, de São Paulo.
A lesão pode ser um motivo a mais para o consumo desenfreado, mas também dá para concluir, pela pesquisa, que o ser humano é compulsivo.
"Isso tudo pode ser questionado. A verdade é que, individualmente, comprar não é sempre um comportamento estratégico. A maioria das pessoas não está preparada para avaliar racionalmente todas as escolhas. Ser racional também tem seu custo", diz Pessoa.
sexta-feira, dezembro 09, 2011
terça-feira, dezembro 06, 2011
Eu, você e a natureza - por Swami Devam Bhaskar
O que chamamos “doença” ocorre quando algo em nosso corpo se
desalinha e passa a causar o mal funcionamento também de um outro órgão –
e assim por diante levando a enfermidades de maior ou menor impacto. O
organismo perde a unidade (organicidade), fragmenta-se, entra em
conflito interno.
Ocorre a mesma coisa com o organismo que chamamos Planeta Terra: a devastação de uma floresta de topo de montanha, por exemplo, vai chegar nas primeiras páginas dos jornais e na telinha da sua tevê na forma de deslizamento de terra, soterramento de casas, mortes, dramas familiares. Os desastres naturais não são, em sua maioria, tão “naturais” assim: quase sempre são consequência da perda de unidade do ecosistema provocada pela ação humana. Por isso, assusta-se o mundo com o modelo de desenvolvimento chinês. Por isso, o mundo acompanha com ansiedade o que será do Código Florestal Brasileiro.
Desta forma, a crise ambiental que está na agenda de cada cidadão e governante em qualquer canto do planeta nos está trazendo muita clareza sobre o real significado de “unidade”.
A idéia de que “somos todos Um” ou de que “a Terra é nossa casa comum” é uma idéia bonita, mas tem sido apenas uma idéia ao longo da história humana. Na verdade, o processo civilizatório tem sido a história não da unidade entre os homens e dos homens com a natureza, mas uma história de guerras, dominações, intolerância, opressão. Uma história de separação entre homens e mulheres, raças, culturas, crenças, nações.
O sentimento de “separação” tem sido uma produção da mente humana. A mente é um instrumento de medição. O que ela sabe fazer é dividir, separar, analisar, julgar. É uma ferramenta que se afia na pedra dura da dualidade (bom e ruim, feio e bonito, gosto e não gosto…). Quando o Ser Humano sabe usá-la para os fins onde cabem a análise e o julgamento (o mundo das ciências, por exemplo), desfruta de bons proveitos. Mas quando o Ser Humano deixa de comportar-se como o senhor para tornar-se o servo deste mecanismo, colhe sofrimentos.
Em torno da questão “separação” versus “unidade” é que basicamente se dá a jornada da espiritualidade ou da religiosidade.
O sofrimento é, na concepção dos “ buscadores espirituais”, aquilo que a mente faz dos problemas. Em outras palavras: há uma circunstância que se apresenta como um problema e se em torno dele você se identifica com o processo mental de produção de pensamentos que fazem análise/julgamento, certamente haverá sofrimento. Quando você se pega pensando “logo comigo, que injustiça”, “puxa, não deveria ser assim, deveria ser assado”… você criou sofrimento em torno do que era apenas um problema. Por que ? Porque você criou histórias em torno dos fatos, construindo um véu de imaginação/ilusão que encobre a vida como ela é.
Os indianos chamam de “maya” o produto desta interferência da mente, a ilusão que substitui a realidade e lança os humanos à dor emocional e ao vazio existencial.
Para o “buscador espiritual”, o êxtase da jornada ocorre quando desidentifica-se da ferramenta “mente” e volta para casa, re-conectando o Ser Original ou a Consciência Plena, não-dual, assentada na Unidade: aqui residem bem-aventurança, quietude, silêncio, alegria e amor incondicionais. Aqui o Ser mais que reconhece, encarna, o que era apenas uma idéia: a Unidade.
O Ser Realizado é Um consigo mesmo (não fragmentado, não conflitado). Liberto da prisão que é a identificação com o processo mental, torna-se Um com a natureza, é um com o Universo, é Um com Deus. E sendo Um com a natureza, não a destrói.
Assim, oxalá a crise ambiental nos faça ver a miséria a que nos conduz a falsa sensação de separação entres os homens, deles para com a natureza, entre as nações…
Que todos os santos nos guiem para que os caminhos de realização espiritual nos tragam de volta à Unidade com todas as espécies.
* Se você quiser ler no blog do Dener, este é o link: http://blogs.estadao.com.br/dener-giovanini
Ocorre a mesma coisa com o organismo que chamamos Planeta Terra: a devastação de uma floresta de topo de montanha, por exemplo, vai chegar nas primeiras páginas dos jornais e na telinha da sua tevê na forma de deslizamento de terra, soterramento de casas, mortes, dramas familiares. Os desastres naturais não são, em sua maioria, tão “naturais” assim: quase sempre são consequência da perda de unidade do ecosistema provocada pela ação humana. Por isso, assusta-se o mundo com o modelo de desenvolvimento chinês. Por isso, o mundo acompanha com ansiedade o que será do Código Florestal Brasileiro.
Desta forma, a crise ambiental que está na agenda de cada cidadão e governante em qualquer canto do planeta nos está trazendo muita clareza sobre o real significado de “unidade”.
A idéia de que “somos todos Um” ou de que “a Terra é nossa casa comum” é uma idéia bonita, mas tem sido apenas uma idéia ao longo da história humana. Na verdade, o processo civilizatório tem sido a história não da unidade entre os homens e dos homens com a natureza, mas uma história de guerras, dominações, intolerância, opressão. Uma história de separação entre homens e mulheres, raças, culturas, crenças, nações.
O sentimento de “separação” tem sido uma produção da mente humana. A mente é um instrumento de medição. O que ela sabe fazer é dividir, separar, analisar, julgar. É uma ferramenta que se afia na pedra dura da dualidade (bom e ruim, feio e bonito, gosto e não gosto…). Quando o Ser Humano sabe usá-la para os fins onde cabem a análise e o julgamento (o mundo das ciências, por exemplo), desfruta de bons proveitos. Mas quando o Ser Humano deixa de comportar-se como o senhor para tornar-se o servo deste mecanismo, colhe sofrimentos.
Em torno da questão “separação” versus “unidade” é que basicamente se dá a jornada da espiritualidade ou da religiosidade.
O sofrimento é, na concepção dos “ buscadores espirituais”, aquilo que a mente faz dos problemas. Em outras palavras: há uma circunstância que se apresenta como um problema e se em torno dele você se identifica com o processo mental de produção de pensamentos que fazem análise/julgamento, certamente haverá sofrimento. Quando você se pega pensando “logo comigo, que injustiça”, “puxa, não deveria ser assim, deveria ser assado”… você criou sofrimento em torno do que era apenas um problema. Por que ? Porque você criou histórias em torno dos fatos, construindo um véu de imaginação/ilusão que encobre a vida como ela é.
Os indianos chamam de “maya” o produto desta interferência da mente, a ilusão que substitui a realidade e lança os humanos à dor emocional e ao vazio existencial.
Para o “buscador espiritual”, o êxtase da jornada ocorre quando desidentifica-se da ferramenta “mente” e volta para casa, re-conectando o Ser Original ou a Consciência Plena, não-dual, assentada na Unidade: aqui residem bem-aventurança, quietude, silêncio, alegria e amor incondicionais. Aqui o Ser mais que reconhece, encarna, o que era apenas uma idéia: a Unidade.
O Ser Realizado é Um consigo mesmo (não fragmentado, não conflitado). Liberto da prisão que é a identificação com o processo mental, torna-se Um com a natureza, é um com o Universo, é Um com Deus. E sendo Um com a natureza, não a destrói.
Assim, oxalá a crise ambiental nos faça ver a miséria a que nos conduz a falsa sensação de separação entres os homens, deles para com a natureza, entre as nações…
Que todos os santos nos guiem para que os caminhos de realização espiritual nos tragam de volta à Unidade com todas as espécies.
* Se você quiser ler no blog do Dener, este é o link: http://blogs.estadao.com.br/dener-giovanini
Flying robots build structure - David Pescovitz
ETH Zurich roboticist Raffaello D'Andrea is collaborating with architects on a new building construction technique using flying robots. Their demonstration installation, Flight Assemebled Architecture, has just opened at the FRAC Centre in Orléans, France. Four autonomous quadcopter robots retrieve foam bricks and then a networked computer vision system directs their placement. The installation consists of more than 1,500 bricks and is a 1:100 model of what the architects Fabio Gramazio and Matthias Kohler call a "vertical village."
The robots fly autonomously, but they get help from the environment: The ceiling of the room where the assembly is taking place was equipped with a motion-capture system. A computer uses the vision data to keep track of the quadcopters and tell them where to go… When a robot's battery runs low, it automatically lands on a charger and a new quad rotor takes its place. The assembly is happening at a pace of 100 bricks per hour on average, D'Andrea says. Glue on the bottom of the bricks keeps them in place (the installation will become part of FRAC's permanent collection).
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