quinta-feira, fevereiro 24, 2005

O que se passa na cabeça de um analista político? - a arte de criticar

Quando a música é sua amiga especial, quando ela é a sua única amiga? No imaginário eu gostaria de estar menos preocupado com os políticos do país, com as leis antigas que persistem no tempo de nossa verdadeira democracia. Mas não é possível acreditar em uma melhoria da única classe minoritária do país que trabalha pelo nosso voto: a análise de um político.
Quanto ganham os políticos não me importa. Eles recebem R$12.000, verbas para o gabinete, passagens aéreas(hoje elas são limitadas), décimos terceiro e quarto salários. O que me importa é a forma como uma decaída do governo junto ao congresso aponta para mim um assalto à mão armada!. Um aumento tão grande no salário que a Previdência estaria perdida para sempre. Eu apostaria até no fim da aposentadoria como opção de vida se acontecer tal aumento de salário dos deputados do Brasil.
Não! O Brasil é um país que ainda considera-se rico, mas é pobre e desigual em quase todos os sentidos da palavra. Um estudante universitáro custa o que? Mas ele se forma e não existem programas de pesquisa para ele. Um estudante de segundo grau desprivilegiado pode não entrar em uma faculdade pública e passar a vida inteira fazendo algo do qual sente indignação. Mas uns 33% da população brasileira nem teria a chance de pensar em estudar ou ter fé em um político para livrá-lo da miséria e da sobrevivência. Além disso existe a corrupção e se não fosse o otimismo, a música e o amor eu iria para o buraco.
Gosto muito de política e conheço políticos de todos os tipos. Já fiz até campanha na adolescência por acreditar na melhoria do meu país. Nunca fui partidário de nada. Sou a favor da vida com dignidade e satisfação. E é por isso mesmo que estou dividindo uma opinião. A responsabilidade pessoal em um país desigual não pode impedir-nos de crescer. Crescer de mãos dadas com os desafios é trilhar acertos, erros e compensações da vida. Os políticos deveriam deixar-nos tranquilos. Mas parte da nossa responsabilidade é ficar de olho neles, na minoria que tira o sono do humilde, humilha a imagem do país e impede, de cima para baixo, o verdadeiro crescimento do Brasil.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

O efeito real da economia em nosso dia-a-dia.

Estamos todos felizes com o show do Lenny Kravitz? Os fãs, com certeza.! Eu já me proponho a fazer outra análise pois cada show é um show.
As constantes propagandas dos shows internacionais são provas de que o Brasil está em uma situação muito melhor do que em 2003 e 2004, quando tivemos pouquíssimas atrações de peso por aqui. Isso indica melhorias para eles e para as bandas nacionais também. O mercado de shows depende do que chamo de "dinheiro para o lazer". Significa que depois de pagas as contas, dívidas, de ter feito o supermercado, colocado combustível no carro sobre algum para que se possa suprir as necessidades da cultura. O dinheiro do lazer serve para a cerveja, para os livros, os shows, os discos e dvds. Serve para se jantar fora. E ele é o primeiro dinheiro que economizamos quando a situação econômica fica a favor da substência do mercado. Isso atingiu todas as bandas com a mudança de governo. Atinge principalmente as bandas iniciantes que tem mais dificuldades para se apresentar, fazer um contrato ou, se tiver um disco pronto, divulgá-lo com a mínima dignidade.
Com a nota de R$2, resquício dos anos FFHH, a nota de R$1 está ficando escassa. Eu diria até que hoje ela serve mais como trocado do que como moeda corrente. Sim, temos a nota de R$20 para concorrer com a de R$10... quer dizer, tudo aumentou de valor. Menos o lazer. O lazer ainda é um luxo. Aproveitem seus momentos de lazer para alegria e divertimento pois tudo o que tende a subir um dia tende a descer de novo. Boa sorte a todos nós!

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Porque sou tão otimista.

Fazer a coisa certa não é fácil quando temos muitas escolhas para fazer. Em um determinado tempo e ponto da vida as responsabilidades para consigo vão se tornando parte do todo, um com o outro, cuidando para que cumpra-se a lei e as regras da moralidade.
O melhor pintor do mundo tinha medo da extradição; poder enxergar o céu paulistano e cada estrela demonstra um novo momento da cidade; das escolhas que faço surge apenas a idéia de seguir em frente e tomar um novo caminho.
É muito frugal lançar um novo disco. É uma idéia coletiva que deu certo. Foi registrada com muito esforço e cautela. O álbum O som que vem da luz do soL nasceu e com isso a oportunidade de criar um novo show, um novo site e deixar mazelas do passado para trás.
O que tem que ser feito é um belo caminho para trilhar. Venha comigo.

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Conversa com Sérgio Dias

O ano novo chinês começou no dia 9 de Fevereiro de 2005. Ano 4 mil e poucos da era deles... eu estava perto de casa olhando meu bairro e saindo para comprar o almoço. Era Domingo na Pompéia. Domingo de sol e de descanso. O carnaval quase não atingia o entardecer e não havia barulho na rua. Apenas eu, Sérgio Dias e sua mulher estávamos acordados na lanchonete. Para quem não sabe ele é um dos fundadores do Os Mutantes, grupo paulistano fundido no tropicalismo, com pitadas de Beatles e margeando a Bossa Nova. Eu parecia um fã legítimo e tinha muito para dizer e perguntar. Falei sobre música no Brasil e concordamos. A música segue com ou sem rádios; com ou sem gravadoras; com ou sem mistérios. Mas é feita de gente e tem que ser feita. Fiquei muito otimista. Afinal, não é sempre que a gente conhece alguém que sabe das coisas.
O que se desenha depois do Tsunami? Um crescimento industrial recorde ou um recorde na televisão brasileira? Não sei, mas gostaria de fazer parte deles do jeito mais benéfico possível. Assim nasce o amor pelas coisas e pelos outros.
A música vai tomar conta da vida este ano de um jeito diferente. Sem muitas demagogias e com a mínima pretensão exigida. Espero que parta de nós a qualidade necessária e a vontade de transformar o bom no melhor e fazer o verdadeiro show acontecer pois a música já está gravada e lançada nas lojas Saraiva. Cabe ao ouvinte ceder um pouco e se deixar levar pelas ondas do reggae brasileiro. De um jeitinho diferente...
Por que um disco independente?
- Porque é a maneira mais honesta de fazer aquilo que estava em nossas cabeças. Um disco emotivo, cheio de respeito pelo que a banda é e se propõe a ser, com os efeitos sonoros que sonhamos e gravado perto de casa. Muitos foram os motivos para gravá-lo e um deles foi a opção de não desistir do que construímos. Independente do que temos ouvido e visto na televisão, do que é padrão e internacional, ousamos dividir nossa vontade de realizar um álbum conceitual com parceiros instigados pela carreira que já construímos. Mas o que nos motivou mesmo foi saber que tínhamos alcançado mais quilômetros com a música do que em nossas viagens, mais fãs do que poderíamos sonhar: no norte, sul, leste, oeste e centro do Brasil:
- Obrigado!
Apoiem a música feita no Brasil. Reggaerocksambapagodehiphoprapbregasertanejochorinhoforrómaracatubaiãoxotefrevo e tudo o mais que for bem feito!