quarta-feira, maio 27, 2009

se me perguntarem, eu falo depois

Amor, não é fácil lidar com o amor, o amor que não é apenas um sentimento, é uma palavra de difícil definição, é um anagrama de Roma, o Amor com A maiúsculo e o amor com a minúsculo. Aos meus olhos, o amor é todo dia, todo o tempo se manifestando na matéria humana, nos seres bichinhos, no trânsito, por que não? No olhar absoluto da mulher para o homem. No convite absoluto do homem para a mulher. Na tentação de estar, no sentimento de estar, na realidade daquilo que é estar, na memória que nos eleva aos montes mais olímpios do amor, na saudade de nunca ter tido ou na saudade de pra sempre ter perdido, o amor indescritível.
Amor, se é por uma pessoa apenas, é pouco, é indivisível, é menos do que por si e, por definição, insípido.

terça-feira, maio 26, 2009

se me perguntarem, eu digo

tenho sido negligente com meu esporte favorito. cada grande prêmio que passa e uma série de expeculações sobre o futuro da f1 em 2010 não tiram de mim o espanto que é ver Jenson Button ganhando 5 corridas seguidas. Em 2007, Lewis Hamilton se tornou o mais bem sucedido novato da história ganhando 6 corridas seguidas. Mas button é um caso muito estranho. Piloto veterano que não fez em 9 anos o que está fazendo agora. Numa f1 repleta de talentos e com 3 campeões disputando o campeonato o comentário de alain prost, 4 vezes campeão de f1, é pertinente: ross brawn é bem sucedido, a brawn foi a honda por 3 anos e o motor é mercedes-benz. só mudou a cor do carro.
Adendo. Barrichello tem esse mesmo carro, mas seu estilo de pilotagem dá certos prejuízos nos freios e pneus traseiros. um piloto com certos trejeitos em um carro muito sensível. interessante de pensar sobre isso.
O desenho do campeonato de 2009 está favorável ao britânico piloto da brawn. a melhora dos carros da ferrari, em particular o pódio de haikkonen e o 4 lugar de massa no gp de mônaco, provam que o campeonato pode esquentar nas etapas européias. Dizem que a brawn esconde o jogo e tem muito carro ainda pra mostrar. veremos.

se me perguntarem, eu direi

Estou em busca de uma novidade, uma notícia que desencadeará algo novo, um novo rosto e uma nova música.
Tudo o que já foi feito me parece bem estabelecido, aceito e digerido. Não é ruim. Só é velho e isso tem me chateado.
Em se tratando de arte moderna, algo que me parece bem emparedado, o sujeito das coisas não é necessariamente bonito, mas representa algo que apenas as cabeças mais astutas podem enxergar como beleza. E tem muita coisa ruim em artes plásticas assim como em música popular em geral.
Fiz uma canção e tentei de tudo para ela não ficar muito comum. Sugeri muitas idéias, defendi o lado da arte como alimento do povo que quer comer coisa boa, acho que a luta ainda não acabou mas a canção já está ficando comum. Uma pena. Não é culpa minha: no futuro me perguntarão algo sobre isso. A culpa é das pessoas que produzem para produtores de idéias, eu direi. Isso não é ganha pão, isso é como assessoria de deputado federal: muito trabalho por nada.
Eu não gosto de mexer nem interferir na arte dos outros. Mas fazem isso comigo direto. E isso me deixa irritado. Mas é uma irritação que o peso do dinheiro derrubará e eu sou o cobrador. De boa.

segunda-feira, maio 25, 2009

se me perguntarem, eu falo

é pela calmaria das próximas 1000 horas que valeram a pena os dois ou três de dias de enormes estripulias.

domingo, maio 24, 2009

se me perguntarem, direi

talvez o exorcismo do pequeno monstro que reside no ponto menos favorecido do cérebro esteja quase completo. monstro pequeno que não acompanha a velocidade do pensamento e não tem forças para dividir um ser fragmentado, fragmentado por questão moderna e não por estar colado como uma porcelana chinesa de terceira categoria, não vencer este monstro é um pecado. Diante das jovens modelos que requebram ao som dos melhores dubs que se pode ouvir na madrugada e cercado de artistas, chega desse monstro, é preciso esse monstro? Enfim, ouviu-se o estopim do ódio e do amor deflagrados no beijo mais bonito que se poderia imaginar, enfim, acabou mais uma monstruosidade e outras tantas pessoas nem imaginariam que aquilo aconteceu na festa de reggae. Mas aquele foi o último beijo daquele jeito, um beijo desesperado. Agora é preciso uma nova missão.

sexta-feira, maio 22, 2009

se me perguntarem

tamos aí doido de cerveja e de sinuca, meus amigos todos comigo e eu lá no meio, em busca do impossível, do amor momentâneo pero mucho verdadeiro, eu, tomando mais uma banda de um conhecido, procurando um colo suave para eu esquecer de que tá foda, tá foda, difícil, velhos entregadores de panfletos sacanenado meu xaveco, meu próprio sócio me esquececendo de dizer I loV YOu, I LoV you para uma gata que me deu esse toco voraz, estou aqui sozinho em casa determinando essas palavras, mera pretensão, vai dormir ou acordar, vagabunda, e então procure uma coisa para limpar.

terça-feira, maio 19, 2009

se me perguntarem, eu digo

Uma coisa muito feia que eu faço, mas considero prudente e intrínseco a minha pessoa, é esconder de todo mundo, as vezes até de mim, alguma coisa legal que descubro. Acho feio fazer isso porque não fui criado para ser assim, aliás a minha criação foi baseada em saber dividir o tempo, os bens materiais, a comida, o quarto de dormir, o banheiro e as camisetas, os livros, os instrumentos musicais. Então considero isso, o ato de esconder novidades, um traço do meu caráter embrutecido por anos e anos de experiência em aprender que não é falando o que se sabe que chegamos a determinado lugar ou resultado. O contrário é que se provou mais eficiente para mim.
A prova da contradição que existe em mim é o fato de dividir esse conhecimento, essa novidade, de mostrar algo novo em algum momento oportuno, focalizado na vontade de mostrar algo bom, já que em se tratando de mostrar algo bom e valioso é melhor fazer isso bem feito e na hora certa. E daí adveio a minha incapacidade. Eu só divido aquilo que digiro por muito tempo e que me dá gosto de dizer "é bom" mesmo que já sinta que aquilo é bom demais pra ser verdade. É algo secreto e muito doce de não ser seu para sempre.

segunda-feira, maio 18, 2009

se me perguntarem, eu digo

Tenho muita satisfação em dizer que, neste exato momento em que datilografo meus pensamentos, ouço uma canção de uma mulher de 29 anos, algo como um atestado de valor muito forte sobre minha geração, dita geração X nos anos 90 do século passado, uma mulher como outras artistas que tanto tem me influenciado, me tirado do sério e do lugar comum em que me sentia a alguns meses atrás. Mesmo compondo, tocando, viajando, escrevendo e pensando, sempre naquele mesmo lugar comum de sempre, os sonhos e os desafios da vida, filosofia e futebol, bares e beijos na boca, menos o que eu queria de verdade. Daí vem essa geração de gente como eu e que está fazendo boas músicas para o mundo inteiro ouvir, essa inglesa de Brighton, cidade cuja saudade me faz sentir da minha juventude algo que nunca esquecerei, linda de morrer que é multiinstrumentista, cantora, compositora, pintora. Chocante demais! 29 anos. E eu tinha pensado em derrapar e olha aqui como estou loucamente apaixonado por uma canção.

quinta-feira, maio 14, 2009

se me perguntarem, eu digo

Quando sou obrigado pela força do que faço a sair de minha casa, de minha rotina planejada, de meu filho querido, quando sou um artista nivelado pelo ibope das rádios e quando estou fora da mídia é quando eu caio na real e vejo que, mais do que a necessidade de criar, eu tenho necessidade de estar e de ver e de viver e quando eu estou em São Paulo eu não sinto nada disso.
Aqui tem alguma coisa muito errada no modo de vida das pessoas que normalizou tudo e a todos, atinge da mesma forma azedos e doces, coloca no bolo dentistas, artistas, seguranças do metrô, produtores, modelos fotográficas, na mesma festa da luta pelo ganha-pão ou do ouro dos tolos e, lá estão todos, buscando um certo tipo de satisfação na felicidade de estar lá porque não há para onde ir sem um roubo acontecer, um trânsito enfrentar, numa calçada deformada tropeçar e uma japonesa namorada perder de vista.
O bahiano diz que quem faz o que gosta não precisa trabalhar e há um fundo de verdade nisso. O que é trabalho e o que é fazer o que gosta?
Da minha parte, trabalho é viajar, compor música, cuidar do quintal com meu irmão, cuidar do estúdio e dos equipamentos que tenho nele, fazer supermercado, lavar o carro e manter a churrasqueira nos trinques. O que faço que gosto é tocar ao vivo, tocar baixo em casa com meus irmãos e amigos, acusticuzinho de quarta-feira, ter meu filho comigo e cuidar dele, gravar uma canção muito boa, gosto de arrumar meu quarto para quando meu filho dorme comigo, eu arrumo ele todos os dias na verdade, gosto de cozinhar pros amigos e amigas, gosto de dirigir sob a influência de Miles Davis e do siricutico.
O resto é a vida, é a forma como se segue a vida e a forma do que se quer na vida.