quinta-feira, março 29, 2007

O Brasileiro é racista?

Gozaimasu estava um dia sentado no chão mordiscando migalhas de pão quando avistou dois cachorros brincando. Um deles era grande e peludo; o outro cachorro era pequenino e quase sem pêlos. Morder, correr, abanar o rabo e deixar a língua de fora eram suas atividades. Um corria ao lado do outro incansavelmente. Gozaimasu avistou alguns homens que saiam da taberna bêbados, um ralhava com o outro, gritava com o outro e todos pareciam brigar ao invés de brincar. O que é o racismo? - perguntou-se Gozaimasu e parou de comer naquele exato momento.

quarta-feira, março 28, 2007

A verdade sobre as nações indígenas

Se alguém deve reclamar de ameaça à soberania somos nós, que, hoje, temos apenas 13% de um território que já foi 100% indígenaPODERÍAMOS aqui elencar uma série de dados reais sobre a Amazônia, sobre os povos indígenas e sobre os ganhos que têm a sociedade e o Estado brasileiro por reconhecer seu multiculturalismo. Vamos deixar isso para que Helio Jaguaribe o faça. Ou, então, continue publicando esses artigos burlescos e oportunistas ("Tendências/Debates", 19/ 2) que só servem de pretexto para denegrir a imagem dos povos indígenas. Primeiro, a Amazônia nunca esteve abandonada, não pelos povos indígenas, que desde sempre estiveram e estão lá, guardando as fronteiras e garantindo a integridade territorial do nosso país. Perguntamo-nos: Quem é Helio Jaguaribe para falar de nacionalismo e de perda da Amazônia, para nos acusar de formar nações com a ajuda dos americanos para reivindicarmos nossa autonomia etc.? Para informação de Jaguaribe e de mais algum nacionalista de plantão que busca culpados para a suposta "perda da Amazônia", não estamos construindo nações -nós somos nações indígenas! Não com a ajuda dos americanos, mas porque os cerca de 480 mil índios brasileiríssimos são sobreviventes de uma história de extermínio, de massacres, de chacinas e de toda sorte de discriminação e preconceito de que um povo pode ser vítima, mas que, teimosamente, sobrevive num país que, em pleno século 21, ainda abriga pensamentos e conceitos tão retrógrados sobre o direito à diferença, explicitando a intolerância que sempre caracterizou as relações de uma minoria deste país que detém o poder econômico e político em detrimento de uma maioria de diferentes. Preconceito esse que nos faz sofrer cotidianamente todos os tipos de violência, que nos faz diminuídos diante de tanta impunidade, que faz nosso sangue espesso em nossas veias finas que já não suportam tanta revolta. Somos apenas 480 mil graças a uma errônea e equivocada política de extermínio adotada durante séculos e que matou milhões em só 500 anos. Somos nações, somos povos, sim. Falamos mais de 180 línguas diferentes. É mais do que justo que o Estado que nos submeteu aos horrores do extermínio assuma a responsabilidade de proteger o que ainda resta de nossas culturas, crenças e tradições e os parcos territórios dos quais usufruímos. Não sabemos a que "americanos" se refere Jaguaribe. Se for aos estadunidenses, são do país mais resistente ao reconhecimento dos direitos humanos coletivos dos povos indígenas nos fóruns internacionais, como a ONU e a Organização dos Estados Americanos, que estão discutindo e formulando as declarações internacionais sobre os direitos dos povos indígenas. Nesses fóruns, como líderes indígenas, participamos em condições de eqüidade e igualdade com o Estado brasileiro, representado por seu corpo diplomático, os conceitos de soberania, integridade territorial, direito à livre determinação dos povos indígenas, direitos e soberania sobre suas terras, territórios e recursos naturais, entre outros. Discutimos tais direitos fundamentais para garantir um futuro digno aos povos indígenas e estabelecer, entre o Estado brasileiro e os povos indígenas, novas relações que tenham como base o respeito mútuo. Se alguém deve reclamar da ameaça à soberania somos nós, que, hoje, temos apenas 13% de um território que já foi 100% indígena e tivemos roubados e saqueados pelo menos 87% do nosso Brasil indígena. Somos os responsáveis por ainda haver grandes riquezas nas terras que nos empresta o Estado brasileiro porque respeitamos, preservamos e cuidamos delas. Jamais permitiremos nenhum tipo de intervenção estrangeira nos territórios que ocupamos. Esses territórios são as nossas casas e a única garantia de vida que resta aos nossos filhos, de quem, ao entardecer de cada dia, olhamos bem no fundo dos olhos e damos a esperança de ver no dia seguinte seus territórios desocupados e livres de invasões, para o exercício pleno e efetivo do seu direito humano à vida. Um artigo como o de Helio Jaguaribe é uma afronta às nossas árduas lutas pela conquista, e não simples "concessão", de cada palmo dos nossos territórios tradicionais. É uma afronta aos nossos povos e à memória dos nossos grandes líderes que foram assassinados pelo Brasil afora em nome da liberdade de viver como povos diferentes e dignos.

Escrito por: AZELENE KAINGÁNG, socióloga, e UBIRATAN WAPICHANA, advogado, são técnicos do Warã Instituto Indígena Brasileiro.

terça-feira, março 27, 2007

A mesa de três pernas

O monge Gozaimasu andava com seu companheiro peregrinando de uma cidade a outra e pedindo esmola ou comida pelo caminho. Um dia, um senhor e sua mulher já idosos acolheram os dois monges cansados. Convidados para tomar um chá, ao perceber que a mesa tinha apenas três pés um dos monges falou: como é que quatro pessoas podem sentar à sua mesa sem que haja um desastre? O senhor disse: quem senta com os cotovelos é o senhor. Tendo encontrado seu mestre e, abandonando seu companheiro de viagem, Gozaimasu permaneceu com ele por seis anos até alcançar à iluminação.

segunda-feira, março 26, 2007

É IMPORTANTE TER OS PÉS NO CHÃO

O Zé Pessoa olhava atentamente o quebradinho do azulejo do banheiro. Por entre suas pernas, sentado nas cabeluras do nordeste, cagando infinitamente aquele quebradinho ali era uma chateação. Quem tinha quebrado o azulejo novinho do banheiro? Até por que, era a primeira casa com banheiro do Zé. Era a primeira casa com telefone do Zé. Por entre suas pernas o Zé recordava a primeira visão de sua infância: a casa de barro de sua avó toda carcomida pelo tempo. Mas ela dizia feliz que morria onde tinha enterrado seu saco de dinheiro, e no caso do Zé, o saco era um depósito na caixa econômica financiado por muitos anos. o saco estaria ali todo mês a ser enchido aos poucos como pequeninos grãos de terra seca.
O azulejo era de uma qualidade inferior, sim, o Zé sabia disso. Mas como tinha sido instalado por ele a pouco mais de três dias cabia tomar conhecimento de quem tinha maltrado a integridade da porcelana barata. Cagando, o Zé olhava aquela lasquinha esfacelada e se sentia desrespeitado como um proletário.
Todo trabalho exige umas besteiras modernas. Telefone para ser encontrado, carteira de identidade para ser registrado, conta corrente para ser cpmfezado e um crediário das casas Bahia para dar um ânimo nas despesas mensais. O Zé levantava muros como ninguém, fazia um cimento fininho, invejável, daqueles bons de se fazer calçadas, escrever nelas enquanto úmidas e deixar para a posteridade a palavra amor ou seu nome. O Zé assinava seus cimentos antes que algum moleque o fizesse, muito por orgulho, mas por artismo também. O muro do Zé era alinhado com fio de pesca porque era isso que ele carregava no bolso o tempo todo. Tijolo por tijolo, fio por fio, massa por massa, chapisco por chapisco. E voltava pra casa muito feliz depois de ter erguido muros nas cidades.
O Zé gostava muito de café forte e bastante açucarado. Mas o açúcar acabava muito rápido em sua casa atacado pelas formigas e pela esposa gordinha das tetas gigantes, a terceira mesma que gostava de chifrá-lo de vez em quando. O café, no entanto, era ela quem fazia e com muito gosto. Passava do jeitinho que o Zé preferia: coado na meia usada durante dia de trabalho. O Zé tinha desejo de amendoim e acreditava piamente que meia usada coada dava o mesmo efeito no manjar árabe. E drinks, drinks drinks...
toc toc toc
toc toc toc toc
toc
plumft tloc toc plumpft
xóoooooooooooo

tsssssssssssssss

ssssssssssssss
m
quem fazia tanto barunho assim no banheiro de madrugada? O Zé, meio bebum de sono, foi lá pra ver e olha lá a lasqueira de azulejo cagando e batendo o salto do sapato alto na lasquinha e aumentando o desgosto do Zé: a cunhada!!!
Pô, Cremeide, sua filha da puta. Como é que você entra aqui, caga e quebra meu azulejo? E como você entrou aqui?
Pela porta, seu chifrudo. Sua irmã me deu as chaves ontem. Cadê ela, inclusive a essa hora? Corno, pf!
Limpou a bunda, fechou a tampa da privada, levantou a calcinha, a saia e, com uma risadinha, passou pelo Zé na porta do banheiro.
Zé, eu pago o conserto do azulejo amanhã, seu bosta, tem café?
Ela, Cremeide, nem sabia que o azulejo e o desrespeito por ele, para o Zé, seriam a gota d'água de uma crise de existência fodida. Rápido como um tatu e forte como a anta o Zé deu um tapa na Cremeide que fez ela voar. Ela se levantou, foi até o lado de fora da casa e voltou com um azulejo extra, uma sobra, igual ao que ela tinha lascado. Será que foi ela quem lascou primeiro em primeiro lugar? O Zé ficou tão confuso que saiu de casa e só voltou seis dias depois iluminado: que é um azulejo?

segunda-feira, março 12, 2007

Zé Pessoa quer ter um filho

Casado com sua primeira esposa, Guilheumina, ZéPessoa já tinha seus dezenove anos de cabra-homi quando resolveu que, com ela, haveria de ter um filho logo conseguisse o desejado emprego de peão-de-obra na capital. Até entãoZéPessoa achava que tinha casado com uma Guilheumina grávida, mas que nada. Como diziam seus melhores amigos, ela deu o golpe da barriga no pobre que tinha um corcel II e agora queria ir pra São Paulo com ele. Como previsto pelos amigos, isso aconteceu em um dia sete de setembro. o Zé e a Mina foram de mala e cuia até a Bahia e depois desceram de ônibus até São Paulo; o corcel II ficou em Salvador, virou sucata de desmanche e patrocinou alguns meses de hospedagem no hotel Mirage, centro de São Paulo. Lá os dois migrantes arranjaram empregos: um de peão-de-obra e a outra faxineira do boteco da esquina. Logo, logo já passados onze meses longe de casa, numa bela manhã de Domingo, o Zé Pessoa foi dar um rolê com sua nova camisa do timão de mãos dadas com Guilheumina. Ambos sorriam felizes um para o outro e em suas testas brilhava o sol da manhã, sorridentes por saberem que Mina estava grávida de cinco semanas e sem ela ter enjôos ou tonteiras; que mulher de ferro. Desde que chegaram à São Paulo, Zé e Mina passaram a frequentar classes de aceleração. Ele com 19 e ela com 20 anos mal tinham terminado a terceira série do elementar. Mas queriam tanto aprender a escrever um para o outro cartas de amor e de saudades ou suas memórias e desabafos e faziam isso juntos todas as semanas. Se amavam feito loucos proletários, o Zé e a Guilheumina. O Zé Pessoa estava decidido pelo nome que daria, afinal tinha aprendido algo na escola que influenciava seus pensamentos: o nome do primeiro elemento químico. Aquele nome zanzava em sua cabeça o tempo todo e o Zé só se permitia sonhar com ele se o bebê fosse menino. A Guilheumina já tinha em mente o nome da herdeira: Felícia, pela felicidade que era aquela família de Pessoas.
No vigésimo mês de saudades de casa e da farinha d'água, nascia em São Paulo o menino batizado Zé Hélio Pessoa; Mina seria mãe as 18:11hs enquanto o Zé terminava um belo muro na obra em que estava acompanhada da mãe, Dona Rizaldina, que chorava de emoção ao ver o menino cabeludinho todo sujo de sangue. Dona Rizaldina achava que um milagre estava acontecendo à sua frente e, sem poder conectar o Zé pela benção, rezou em seu nome pela felicidade. O Zé finalmente era alguém para a família de Guilheumina.
Zé Hélio traduzia os sonhos realizados do casal Pessoa e agregava os sonhos dos outros familiares ali, em seus pequeninos olhos fechados. O menino mamou ao sair da barriga da mãe e, como o gás hélio, peidou logo após o último gole de colostro.

quinta-feira, março 08, 2007

Da Paternidade

Aos vinte e nove anos de idade eu, Bruno Prieto, fiquei sabendo as 18:36hs de um 04/05/06 que minha mulher havia dado à luz ao nosso filho. Naquele momento eu estava me preparando para apresentar um show de bolso na Fnac da Av. Paulista. Sou músico e por isso já havia me preparado para esta eventualidade. Mas eu não estava pronto para nada...


Uma das coisas mais difíceis de se assimiliar sobre a paternidade é que ela não é debatida nos almoços familiares ou nas rodas de amizade. A paternidade é um caminho solitário que margeando à normalidade, todo mundo é filho de alguém afinal de contas, desbotou-se do imaginário social e do mundo. Ser pai, para um homem, é normal. Tão normal que meu primeiro pensamento ao olhar meu filho foi: por onde eu começo? E, acessando um conhecimento adormecido, um amor profundamente resguardado dentro de mim, usei a intuição e meu lado animal. Foi isso que me deu à luz à paternidade. Ninguém me ensinou nada. Eu aprendi o que pude e todo mundo terá destino igual se não houver uma verdadeira avaliação e debate sobre o tema, pois como homens que somos não podemos alegar que isso, ter um filho, é tarefa de mãe ou coisa parecida.

A responsabilidade paterna é, sobretudo, criar um campo de força favorável para que a mulher em gestação sinta-se o mais confortável possível para ser o ambiente perfeito de desenvolvimento do bebê. Um fato importante é entender que as mudanças de comportamento e hábitos da mulher com quem você terá um filho influenciam e transformam as 24 horas do seu dia. Mesmo que você e sua mulher não sejam um casal, inclusive, e não morem no mesmo teto é preciso ter coragem para amparar e dar toda confiança para a mãe em questão. A natureza humana e sua imperfeição provavelmente minará a energia, a vontade de ser companheiro o tempo todo e sempre nos reservaremos a hora do futebol, da cerveja com os amigos ou uma saída pra comprar pão. A gravidez não é uma doença. É importante frisar isso porque não é preciso iludir e enganar uma mulher grávida. As condições sobre a saúde dela e o que ela pode ou não fazer, além do resguardo natural, são indicadas pela(o) obstetra de confiança dela. Perder a confiança de uma mulher grávida é pedir pra ela se irritar com você e isso não é bom pra ninguém.

Obstetras são profissionais muito difíceis de se confiar. No Brasil existe uma grande tendência ao parto de cesariana, ao aleitamento com mamadeira e outros catalisadores de desenvolvimento do bebê que estão longe de serem os melhores. Claro que existem casos onde existe rejeição ao leite ou sintoma alérgico, que as vezes uma cesariana de emergência poupa o bebê de uma situação desconfortável ou de risco. Mas, no meu caso, foram precisos mais de cinco consultas diferentes para encontrar a obstetra que fez o parto do meu filho. Minha mulher queria ter nosso bebê de forma natural e três obstetras tentaram convencê-la do contrário. Com eles não houve uma segunda consulta. A quarta médica, quatro semanas antes da quadragésima semana, nos disse que não aceitava mais nosso plano e que nos indicaria outra pessoa, caso fôssemos pobres. E a quinta médica acabou sendo a que fez o parto. Isso gera um stress enorme para a família e por isso é muito importante apoiar a decisão da mulher nestes casos e, se possível, mostrar que o caminho da natureza é o melhor apesar dos médicos apelarem para a dor e outros recursos para demover a mãe deste procedimento. O caso é que a cesariana é controlada, é uma intervenção cirúrgica rápida e que custa mais caro para o hospital. A recuperação da mulher é mais demorada e, para que tudo dê certo, você deve estar preparado para trocar a primeira fralda, colocar a primeira roupinha e ajudar o bebê na primeira mamada.

Os três primeiros meses de gestação são muito estranhos em vários sentidos. À começar pela primeira diferenciação entre sexos, o homem não sente e não entende nada do que está acontecendo com sua parceira. E a mãe já começa a experimentar os enjôos, as náuseas e a indisposições naturais das primeiras doze semanas. Ao homem cabe tomar à dianteira sobre as decisões rotineiras, presevar e criar um ambiente saudável. A alimentação e sono da gestante são muito importantes nesta fase; são fundamentais para o desenvolvimento do bebê e das diversas camadas que o compõe. Nesta fase forma-se o coração, o cérebro e a medula óssea, a coluna vertebral. Com isso seu bebê passa de um feijãozinho a um alienzinho e é emocionante a hora de ouvir seu coração, normalmente batendo a mais de 150 ritmos por minuto, no ultrasom.

A maior dúvida do homem é saber se ele já é pai ou não. Já que a experiência física do pai é diretamente relacionada à observação do desenvolvimento físico e emocional da mãe resta a ele direcionar seus atos e pensamentos ao que interessa: informações atualizadas sobre tudo relacionado à gravidez. A internet é a grande responsável pela democratização de textos, experiências, teses e notícias sobre o assunto. Revistas especializadas são ótimas para descobrir os debates sobre infância e papel dos pais nesta fase tão importante da vida da criança. Conversar com outros jovens pais é mais útil e fácil do que se imagina nessas horas. Novos pais se reconhecem e falam a mesma língua, acredite. É crescente o interesse do homem pela maternidade e vale todo o esforço saber algo que pode deixar a mãe geradora mais confortável e segura em sua cachola.

Quanto mais cedo você encontrar um(a) obstetra de confiança da família que mostre domínio sobre todas as situações fundamentais para uma gestação tranqüila e ajeitada, melhor. Não deixe ninguém criar expectativas sobre o parto, sobre enxoval, sobre o sexo ou o nome do bebê. Nada disso importa ainda. Observe os horários em que a sua parceira enjoa. Se for de manhã, por exemplo, faça um bom jantar pra ela comer antes de dormir. Enjôos normalmente acontecem porque o bebê demanda muita energia para crescer. Uma grávida exige dieta rica em muitas coisas. A internet possuí muitas receitas disponíveis para alegrar estes momentos. É importante enriquecer a dieta com ácido fólico, presente em verduras e legumes crus. Muitas mulheres enjoam com o cheiro de alho, cebola e feijão cozinhando. Normal.

Existe um grande debate sobre o parto natural e amamentação. Muitas mulheres temem a dor, a demora e a explosão de sentimentos que antecede o parto natural. Para o homem, este momento é mais do que ser “aquela mão apertando a mão”. A verdade é que nas primeiras doze semanas é muito difícil saber quais são as condições de nascimento do bebê. Eu e minha esposa fizemos juntos um curso de parto que, além de esclarecer dúvidas, nos colocou à disposição dezenas de opiniões singulares sobre como resolver os medos e estar preparado para o dia do nascimento, qual tipo de parto escolher, qual maternidade faz isso ou aquilo, como amamentar, etcetera. Mas a minha esposa tinha tanto sono que sua maior preocupação era acordar na hora de ir pra faculdade ou se teria eu já cozinhado o feijão quando ela chegasse em casa.

segunda-feira, março 05, 2007

É o começo do século desde o ano 2001 - só você ainda não sabia

Vamos partir do princípio de que há um interesse em massa sobre o aquecimento global e uma real preocupação individual capaz de justificar a tese de que um grão de areia é o mar e etcetera. Um cigarro joga alguns gramas de carbono no ar, dióxido de carbono. Um fumante que plantasse uma árvore poderia fumá-la muito bem durante anos. Um carro à gasolina joga 1500kg de dióxido de carbono por tanque. Uma árvore é capaz de absorver 180kg de dióxido de carbono por ano. Um carro à alcóol joga 50kg do mesmo lixo no ar por tanque.
Epa, será que o Brasil será invadido? Tive um sonho estranho demais. O Brasil seria invadido por uma coligação de países interessados na reciclagem de carbono da floresta amazônica, nas reservas de urânio e no potencial do alcóol para ser o combustível do futuro. Eu tive a impressão de regressar no tempo e me dividir entre colonizador e colonizado. E o colonizado seria colonizado de novo. O Brasil seria agregado a tal coligação por meio de uma expropriação pacífica de bens prioritários para o equilíbrio ambiental que não seríamos capazes de sustentar sozinhos. A Coréia do Norte entrava em guerra contra a Mongólia, a Rússia e China e o Japão apoiaria a Coréia do Norte juntamente com o auxílio norte-americano e desmantelaria em seis dias todas as reservas chinesas de energia, submetendo o dragão molestado à mil anos de submissão e retrocessos industriais que equilibrariam em 200 anos o efeito estufa, já então controlado por mecanismos bacteriófagos aéreos que absorveriam o dióxido de carbono à níveis tolerantes e de acordo com os previstos pela ciência espacial. Não haveria música como a conhecemos e sim métodos extra-sensoriais adequados para que os indivíduos pudessem purificar sua audição e escolher o que ouvir através de ondas musicais infinitas que seriam jogadas no ar. A internet seria real, sem fios e interior, como uma enciclopédia invisível e de livre acesso. O dinheiro será de tão poucas pessoas que não importará muito. Outras coisas seriam mais relevantes como ir à praia ou ir à Chapada dos Veadeiros.
No meu sonho, eu era uma baleia.