quarta-feira, outubro 27, 2010
Coletânea reúne faixas raras dos primórdios lisérgicos do rock brasileiro - MARCUS PRETO
A bateria é quase sempre acelerada. Os vocais variam entre o etéreo e o esganiçado. O som das guitarras é distorcido. As letras, escritas sob puro delírio surrealista.
Primeiro lançamento do selo americano Tropicalia in Furs, a coletânea "Brazilian Guitar Fuzz Bananas" recolhe, em CD simples ou vinil duplo, 16 faixas da fase mais psicodélica do rock nacional.
Raríssimo, o material é uma espécie de elo perdido da nossa história musical. Jamais foi reeditado por aqui. E, ironicamente, volta à tona em edição estrangeira.
As gravações foram feitas entre 1967 e 1976 e editadas originalmente em compactos. Já pelos nomes das bandas selecionadas --Loyce e os Gnomos e Tony e o Som Colorido, por exemplo-- pode-se ter ideia do teor lisérgico do som que faziam.
Os títulos das músicas dão mais pistas: "LSD - Lindo Sonho Delirante", "As Turbinas Estão Ligadas", "Som Imaginário de Jimi Hendrix" etc.
A garimpagem de todo esse material foi feita pelo brasileiro Joel Stone, 38. Paulista, ele se mudou para Nova York há 12 anos e hoje é dono da loja de discos Tropicalia in Furs, no East Village.
Joel conta que passou cerca de 4 anos para conseguir todos esses compactos. Em barganhas, chegou a trocar um único disco por 300 LPs americanos de funk e soul.
"Depois que consegui todos, fiz uma pesquisa sobre cada um e descobri que quase ninguém conhecia o que eu tinha, incluindo colecionadores", diz. "A partir daí, o que eu estava fazendo começou a fazer sentido."
Como não conseguiu localizar todos os envolvidos nas gravações, Joel fez um esquema de "caderneta de poupança", em que reserva direitos autorais dos artistas que não foram encontrados.
LSD
"Lindo sonho delirante, hoje eu quero viajar, yeah, yeah/ Onde está o meu castelo?/ Meu tapete voador?"
Parceira do cantor Fábio e do produtor musical Carlos Imperial, a faixa "Lindo Sonho Delirante" simboliza o que Joel quis reunir no disco.
A música rouba a ideia de "Lucy in the Sky with Diamonds", dos Beatles, em que as iniciais do título resultam no termo LSD, o ácido mais famoso daquela geração.
"O pessoal do rock gostava dos alucinógenos", diz o cantor Tony Bizarro, 62, que está no disco com a faixa "O Carona". "A gente, do soul, preferia um 'baurets' [maconha], só queria fumar unzinho."
"Tomava LSD quem queria se libertar", emenda o roqueiro Serguei, 76, intérprete da malucona "Ouriço".
"Hoje em dia, as bandas de rock não estão atendendo nesse sentido. Os beatniks de agora são os emos", diz. "A revolução que a gente fez, da qual sou um dos únicos que restam, era outra coisa."
Músico ligado ao jazz, Célio Balona caiu na bacia dos psicodélicos por acaso. Seu "Tema de Batman" era uma brincadeira para os filhos.
Disse aos meninos que era amigo do personagem dos quadrinhos e, para provar, criou sua própria versão para a música que tocava na série de TV --que soa um tanto lisérgica aos ouvidos adultos.
"Fiz as vozes todas, os arranjos, interpretei o Batman e os marcianos", lembra.
Intérprete de "Cinturão de Fogo", Marisa Rossi, 60, afirma que foi a chegada de Roberto Carlos que modificou a relação dos músicos com a psicodelia. "Quando ele veio com a jovem guarda, a coisa amenizou. Era bom menino e não queria falar de drogas."
BRAZILIAN GUITAR FUZZ BANANAS
ARTISTA vários
LANÇAMENTO Tropicalia in Furs
QUANTO US$ 18,98 + taxas na loja virtual Amazon
Primeiro lançamento do selo americano Tropicalia in Furs, a coletânea "Brazilian Guitar Fuzz Bananas" recolhe, em CD simples ou vinil duplo, 16 faixas da fase mais psicodélica do rock nacional.
Raríssimo, o material é uma espécie de elo perdido da nossa história musical. Jamais foi reeditado por aqui. E, ironicamente, volta à tona em edição estrangeira.
As gravações foram feitas entre 1967 e 1976 e editadas originalmente em compactos. Já pelos nomes das bandas selecionadas --Loyce e os Gnomos e Tony e o Som Colorido, por exemplo-- pode-se ter ideia do teor lisérgico do som que faziam.
Os títulos das músicas dão mais pistas: "LSD - Lindo Sonho Delirante", "As Turbinas Estão Ligadas", "Som Imaginário de Jimi Hendrix" etc.
A garimpagem de todo esse material foi feita pelo brasileiro Joel Stone, 38. Paulista, ele se mudou para Nova York há 12 anos e hoje é dono da loja de discos Tropicalia in Furs, no East Village.
Joel conta que passou cerca de 4 anos para conseguir todos esses compactos. Em barganhas, chegou a trocar um único disco por 300 LPs americanos de funk e soul.
"Depois que consegui todos, fiz uma pesquisa sobre cada um e descobri que quase ninguém conhecia o que eu tinha, incluindo colecionadores", diz. "A partir daí, o que eu estava fazendo começou a fazer sentido."
Como não conseguiu localizar todos os envolvidos nas gravações, Joel fez um esquema de "caderneta de poupança", em que reserva direitos autorais dos artistas que não foram encontrados.
LSD
"Lindo sonho delirante, hoje eu quero viajar, yeah, yeah/ Onde está o meu castelo?/ Meu tapete voador?"
Parceira do cantor Fábio e do produtor musical Carlos Imperial, a faixa "Lindo Sonho Delirante" simboliza o que Joel quis reunir no disco.
A música rouba a ideia de "Lucy in the Sky with Diamonds", dos Beatles, em que as iniciais do título resultam no termo LSD, o ácido mais famoso daquela geração.
"O pessoal do rock gostava dos alucinógenos", diz o cantor Tony Bizarro, 62, que está no disco com a faixa "O Carona". "A gente, do soul, preferia um 'baurets' [maconha], só queria fumar unzinho."
"Tomava LSD quem queria se libertar", emenda o roqueiro Serguei, 76, intérprete da malucona "Ouriço".
"Hoje em dia, as bandas de rock não estão atendendo nesse sentido. Os beatniks de agora são os emos", diz. "A revolução que a gente fez, da qual sou um dos únicos que restam, era outra coisa."
Músico ligado ao jazz, Célio Balona caiu na bacia dos psicodélicos por acaso. Seu "Tema de Batman" era uma brincadeira para os filhos.
Disse aos meninos que era amigo do personagem dos quadrinhos e, para provar, criou sua própria versão para a música que tocava na série de TV --que soa um tanto lisérgica aos ouvidos adultos.
"Fiz as vozes todas, os arranjos, interpretei o Batman e os marcianos", lembra.
Intérprete de "Cinturão de Fogo", Marisa Rossi, 60, afirma que foi a chegada de Roberto Carlos que modificou a relação dos músicos com a psicodelia. "Quando ele veio com a jovem guarda, a coisa amenizou. Era bom menino e não queria falar de drogas."
BRAZILIAN GUITAR FUZZ BANANAS
ARTISTA vários
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terça-feira, outubro 26, 2010
segunda-feira, outubro 25, 2010
Peru anuncia campanha contra Universidade de Yale por peças de Machu Picchu - da EFE
O governo peruano anunciou neste sábado que irá realizar uma campanha legal e midiática no mundo para exigir que a Universidade de Yale devolva ao país peças levadas de Machu Picchu pelo "descobridor" das ruínas, o americano Hiram Bingham.
Em declarações à Radio Programas del Perú, o presidente do Conselho de Ministros, José Antonio Chang, se queixou de que "não houve boa vontade de Yale" nas conversas realizadas até agora sobre a devolução das peças.
Desta forma, Chang assinalou que o Peru está avaliando "denunciar penalmente as autoridades de Yale".
Em 27 de setembro, o presidente Alan García deu um ultimato ao centro de estudos para que devolva as peças arqueológicas antes de 7 de julho de 2011, quando será celebrado o centenário de descobrimento da famosa cidade inca.
"Ou nos entendemos e confraternizamos em torno da integridade de Machu Picchu ou nos caracterizamos simplesmente como saqueadores de tesouros", assinalou o líder, que advogou por "renovar a amizade" com a prestigiada universidade.
A "coleção de Yale" inclui mais de 46 mil peças, das quais apenas 369 estão em condições de ser exibidas. Segundo alguns especialistas, o valor da coleção é mais sentimental que arqueológico.
Em declarações à Radio Programas del Perú, o presidente do Conselho de Ministros, José Antonio Chang, se queixou de que "não houve boa vontade de Yale" nas conversas realizadas até agora sobre a devolução das peças.
Desta forma, Chang assinalou que o Peru está avaliando "denunciar penalmente as autoridades de Yale".
Em 27 de setembro, o presidente Alan García deu um ultimato ao centro de estudos para que devolva as peças arqueológicas antes de 7 de julho de 2011, quando será celebrado o centenário de descobrimento da famosa cidade inca.
"Ou nos entendemos e confraternizamos em torno da integridade de Machu Picchu ou nos caracterizamos simplesmente como saqueadores de tesouros", assinalou o líder, que advogou por "renovar a amizade" com a prestigiada universidade.
A "coleção de Yale" inclui mais de 46 mil peças, das quais apenas 369 estão em condições de ser exibidas. Segundo alguns especialistas, o valor da coleção é mais sentimental que arqueológico.
sábado, outubro 23, 2010
As Havaianas filipinas - Escrito por Fabiano Maisonnave
PEQUIM
A sandália Havana tem nome de charuto cubano, vem com a bandeirinha do Brasil, é fabricada nas Filipinas e se vende por apenas R$ 4 nos camelôs da capital, Manila.
É difícil imaginar alguém comprando tsinelas (chinelos em filipino) Havana pensando que são as Havaianas. Só se for quem usa Pamu no lugar de Puma, Nice em vez de Nike, IPed achando que é IPad...
Mas nem todas cópias de produtos brasileiros são assim grosseiras. Em sites de compra internacionais, como o chinês www.alibaba.com, é possível encontrar marcas como Melissa, Ipanema e Havaianas replicadas quase à perfeição e vendidas aos milhares.
Já se sabe que o Brasil se transformou no país da moda pelo mundo afora. O desafio agora é que as empresas tupiniquins se aproveitem mais disso do que fábricas clandestinas no interior da China.
Visão do "diabo" faz 11 pularem pela janela na França - DA FRANCE PRESSE em Versailes
Onze pessoas pularam pela janela de um apartamento em Versailles, subúrbio de Paris, após acreditarem ter visto o diabo, em um incidente ocorrido neste sábado e que terminou com a morte de um bebê de quatro meses, informou a polícia.
O pânico tomou conta dos moradores do apartamento, no segundo andar de um prédio, quando um homem sonolento que andava nu pela casa foi confundido com o diabo. O incidente ocorreu de madrugada, e ao que parece, o homem levantou para alimentar o filho que chorava na cama.
"Treze pessoas estavam no apartamento do segundo andar e por volta das três da manhã um dos ocupantes ouviu o filho chorar", explicou à AFP Odile Faivre, da promotoria de Versailles. "O homem em questão, de origem africana, se levantou para alimentar o filho e como estava totalmente nu, foi confundido com o diabo".
"O grupo atacou o homem e o feriu com uma facada na mão, antes de expulsá-lo do apartamento, mas ele tentou voltar e foi aí, que tomados pelo pânico, pularam pela janela", revelou Faivre.
No incidente, um bebê de quatro meses morreu e outras sete pessoas sofreram traumatismos múltiplos.
O pânico tomou conta dos moradores do apartamento, no segundo andar de um prédio, quando um homem sonolento que andava nu pela casa foi confundido com o diabo. O incidente ocorreu de madrugada, e ao que parece, o homem levantou para alimentar o filho que chorava na cama.
"Treze pessoas estavam no apartamento do segundo andar e por volta das três da manhã um dos ocupantes ouviu o filho chorar", explicou à AFP Odile Faivre, da promotoria de Versailles. "O homem em questão, de origem africana, se levantou para alimentar o filho e como estava totalmente nu, foi confundido com o diabo".
"O grupo atacou o homem e o feriu com uma facada na mão, antes de expulsá-lo do apartamento, mas ele tentou voltar e foi aí, que tomados pelo pânico, pularam pela janela", revelou Faivre.
No incidente, um bebê de quatro meses morreu e outras sete pessoas sofreram traumatismos múltiplos.
Crocodilo provocou queda de avião que matou 20 pessoas no Congo
Um acidente de avião ocorrido no final de agosto na República Democrática do Congo, em que 20 pessoas morreram, foi causado por um crocodilo que era transportado de maneira ilegal e que escapou da bagagem na qual havia sido colocado, desatando pânico no interior da aeronave.
Avião cai em casa no Congo e deixa ao menos 19 mortos
O avião, que partiu de Kinshasa (capital) e se dirigia à cidade de Bandundu, caiu em cima de uma casa --no momento desabitada-- pouco antes de chegar ao seu destino.
A ausência de problemas mecânicos havia intrigado os responsáveis por investigar as causas da queda da aeronave no dia 25 de agosto.
Agora, no entanto, segundo o jornal britânico "Telegraph", o inquérito da investigação e o testemunho do único sobrevivente do acidente revelaram que o pânico causado pelo crocodilo foi a causa da queda.
O crocodilo havia sido escondido dentro do avião em uma bolsa esportiva por um passageiro, que planejava vendê-lo.
Ao escapar, provocou uma correria em direção à cabine, fazendo os pilotos perderem o controle da aeronave.
O Turbolet Let L-410, de fabricação tcheca, desestabilizou-se "apesar dos esforços desesperados do piloto", diz o inquérito.
O crocodilo sobreviveu à queda, mas foi morto logo em seguida com uma machadada na cabeça, ainda segundo o relato.
Avião cai em casa no Congo e deixa ao menos 19 mortos
O avião, que partiu de Kinshasa (capital) e se dirigia à cidade de Bandundu, caiu em cima de uma casa --no momento desabitada-- pouco antes de chegar ao seu destino.
A ausência de problemas mecânicos havia intrigado os responsáveis por investigar as causas da queda da aeronave no dia 25 de agosto.
Agora, no entanto, segundo o jornal britânico "Telegraph", o inquérito da investigação e o testemunho do único sobrevivente do acidente revelaram que o pânico causado pelo crocodilo foi a causa da queda.
O crocodilo havia sido escondido dentro do avião em uma bolsa esportiva por um passageiro, que planejava vendê-lo.
Ao escapar, provocou uma correria em direção à cabine, fazendo os pilotos perderem o controle da aeronave.
O Turbolet Let L-410, de fabricação tcheca, desestabilizou-se "apesar dos esforços desesperados do piloto", diz o inquérito.
O crocodilo sobreviveu à queda, mas foi morto logo em seguida com uma machadada na cabeça, ainda segundo o relato.
quarta-feira, outubro 20, 2010
terça-feira, outubro 19, 2010
sexta-feira, outubro 15, 2010
Catadores do Cairo usam lixo para conseguir luz e água quente - DA EFE
Eles vivem com menos de um dólar por dia, não têm emprego nem comida e às vezes sequer água ou eletricidade e, no entanto, construíram em seus tetos tecnologia sustentável de primeira qualidade com a única coisa que têm de sobra: o lixo.
Alguns moradores da comunidade de Zabbaleen (catadores de lixo, em árabe) construíram aquecedores solares com materiais recicláveis que proporcionam a eles água limpa e quente.
Assim, para os habitantes deste bairro, tornou-se coisa do passado aquecer água na estufa ou com querosene, que anualmente causam a morte de 30 pessoas por acidentes.
O autor intelectual --e principal executor-- dessa ideia é o cientista americano Thomas Culhane, apaixonado pela criação de cidades sustentáveis, que se mudou para a favela do Cairo há quatro anos para iniciar o projeto.
"Preparamos eco-comunidades que possam produzir soluções de água, energia, resíduos sólidos e que as pessoas sintam isso em seus ossos e mãos, que o vivam todos os dias", enfatiza Culhane à agência de notícias Efe.
A missão de sua ONG, Solar Cities, se limita a diminuir as despesas em energia e resíduos nas áreas dos lares que mais os produzem-- banheiros e cozinhas.
A tecnologia é tão simples que até "uma criança de dois anos pode fazê-lo. Com a ajuda do pai, claro", ressalta Culhane, enquanto olha a foto de seu filho com uma chave de fenda na mão.
As 17 placas solares já instaladas no bairro, construídas com canos de ferro e chapas de alumínio de latas recicladas, aquecem a água que percorre os canos e a enviam a um tanque conectado com mangueiras e válvulas, também extraídas do lixo.
Um efeito de sifão faz com que a água quente se acumule no alto do tanque e que a água fria saia por baixo para entrar novamente no coletor solar.
"Não é uma tecnologia que veio de mim, mas saiu da própria comunidade. Carpinteiros, encanadores, eletricistas, soldadores e artesãos. Todos cooperaram com ideias", explica o físico.
O benefício é que, com um só dia de "bom sol" --coisa que não falta no Cairo ao longo do ano--, uma família pode ter 200 litros de água quente sem gastar um só centavo.
ENTRE MONTANHAS DE LIXO
O projeto na comunidade de Zabbaleen, onde vivem cerca de 50 mil pessoas entre montanhas de lixo, não termina por aí, já que em alguns lares também foram construídos sistemas que permitem obter gás a partir da decomposição dos resíduos orgânicos.
"O maior problema das cidades é o lixo orgânico", ressalta Culhane. No entanto, segundo ele, com esses biodigestores, os resíduos desaparecem, "evitando odores, doenças e ratos".
"É ótimo que as pessoas falem da mudança climática e de controlar seus efeitos, mas com isso nós estamos salvando vidas", argumenta Culhane, ao dar o exemplo de seu principal colaborador, Hanna Fathy, cuja sobrinha de um ano de idade foi devorada pelos ratos.
A casa de Fathy, um egípcio de 27, localizada na comunidade Zabbaleen, na zona de Manshiyat Nasser, pode ser comparada aos lares sustentáveis dos países mais desenvolvidos.
Com seu sistema de aquecedores solares, a família tem água quente todos os dias. O biodigestor proporciona uma hora de gás ou 45 minutos de eletricidade. Além disso, a família se dá o luxo de ouvir música na rádio.
"Gosto de mostrar às pessoas todos os benefícios que o sol pode nos dar com uma tecnologia barata que eles mesmos podem construir", afirma Fathy, que vive dos chamados "tours solares", oferecido pela Solar Cities em seu site.
Para Culhane, o Egito tem "os profissionais, os recursos e a criatividade" para resolver suas principais necessidades. "Só é preciso que comecemos a mudar de mentalidade."
E ele promove essa mudança de uma maneira mais que original. Com seu violão solar e suas próprias composições, Culhane faz os Zabbaleen cantarem músicas pegajosas: "É hora de mudar o biogás!"
Alguns moradores da comunidade de Zabbaleen (catadores de lixo, em árabe) construíram aquecedores solares com materiais recicláveis que proporcionam a eles água limpa e quente.
Assim, para os habitantes deste bairro, tornou-se coisa do passado aquecer água na estufa ou com querosene, que anualmente causam a morte de 30 pessoas por acidentes.
O autor intelectual --e principal executor-- dessa ideia é o cientista americano Thomas Culhane, apaixonado pela criação de cidades sustentáveis, que se mudou para a favela do Cairo há quatro anos para iniciar o projeto.
"Preparamos eco-comunidades que possam produzir soluções de água, energia, resíduos sólidos e que as pessoas sintam isso em seus ossos e mãos, que o vivam todos os dias", enfatiza Culhane à agência de notícias Efe.
A missão de sua ONG, Solar Cities, se limita a diminuir as despesas em energia e resíduos nas áreas dos lares que mais os produzem-- banheiros e cozinhas.
A tecnologia é tão simples que até "uma criança de dois anos pode fazê-lo. Com a ajuda do pai, claro", ressalta Culhane, enquanto olha a foto de seu filho com uma chave de fenda na mão.
As 17 placas solares já instaladas no bairro, construídas com canos de ferro e chapas de alumínio de latas recicladas, aquecem a água que percorre os canos e a enviam a um tanque conectado com mangueiras e válvulas, também extraídas do lixo.
Um efeito de sifão faz com que a água quente se acumule no alto do tanque e que a água fria saia por baixo para entrar novamente no coletor solar.
"Não é uma tecnologia que veio de mim, mas saiu da própria comunidade. Carpinteiros, encanadores, eletricistas, soldadores e artesãos. Todos cooperaram com ideias", explica o físico.
O benefício é que, com um só dia de "bom sol" --coisa que não falta no Cairo ao longo do ano--, uma família pode ter 200 litros de água quente sem gastar um só centavo.
ENTRE MONTANHAS DE LIXO
O projeto na comunidade de Zabbaleen, onde vivem cerca de 50 mil pessoas entre montanhas de lixo, não termina por aí, já que em alguns lares também foram construídos sistemas que permitem obter gás a partir da decomposição dos resíduos orgânicos.
"O maior problema das cidades é o lixo orgânico", ressalta Culhane. No entanto, segundo ele, com esses biodigestores, os resíduos desaparecem, "evitando odores, doenças e ratos".
"É ótimo que as pessoas falem da mudança climática e de controlar seus efeitos, mas com isso nós estamos salvando vidas", argumenta Culhane, ao dar o exemplo de seu principal colaborador, Hanna Fathy, cuja sobrinha de um ano de idade foi devorada pelos ratos.
A casa de Fathy, um egípcio de 27, localizada na comunidade Zabbaleen, na zona de Manshiyat Nasser, pode ser comparada aos lares sustentáveis dos países mais desenvolvidos.
Com seu sistema de aquecedores solares, a família tem água quente todos os dias. O biodigestor proporciona uma hora de gás ou 45 minutos de eletricidade. Além disso, a família se dá o luxo de ouvir música na rádio.
"Gosto de mostrar às pessoas todos os benefícios que o sol pode nos dar com uma tecnologia barata que eles mesmos podem construir", afirma Fathy, que vive dos chamados "tours solares", oferecido pela Solar Cities em seu site.
Para Culhane, o Egito tem "os profissionais, os recursos e a criatividade" para resolver suas principais necessidades. "Só é preciso que comecemos a mudar de mentalidade."
E ele promove essa mudança de uma maneira mais que original. Com seu violão solar e suas próprias composições, Culhane faz os Zabbaleen cantarem músicas pegajosas: "É hora de mudar o biogás!"
Barulho pode afetar sabor de comida de avião, diz estudo - BBC Brasil
Uma pesquisa conduzida por cientistas holandeses e ingleses pode dar pistas sobre os motivos que fazem com que alimentos servidos durante voos comerciais sejam considerados sem gosto.
Segundo os cientistas, o barulho do ambiente pode interferir na percepção que as pessoas têm do sabor e da textura dos alimentos.
Para o estudo, publicado na revista científica "Food Quality and Preference", pessoas vendadas avaliaram os sabores doces e salgados e o aspecto crocante de pratos com e sem barulho ao fundo.
Elas também disseram o quanto gostaram ou não dos alimentos nas duas situações.
Os pesquisadores acreditam que os resultados do estudo podem ajudar a explicar o que leva a comida de avião a não ser apreciada por grande parte dos passageiros.
“Existe uma opinião geral de que comidas de avião não são ‘fantásticas’”, disse Andy Woods, um pesquisador dos laboratórios da Unilever e da Universidade de Manchester.
Woods afirmou que a pesquisa sobre a relação entre barulho e sabor foi a primeira no assunto e foi motivada pelo palpite sobre a comida servida nos voos.
“Tenho certeza que as companhias aéreas fazem o seu melhor – e por causa disso, começamos a nos perguntar se há outras razões pelas quais a comida não é tão boa. Uma das hipóteses foi a de que o barulho do avião tinha algum impacto”, disse à BBC.
“A Nasa dá a seus astronautas alimentos com gosto muito forte, porque, por alguma razão, eles não conseguem sentir o gosto. Isso também pode ser por causa do barulho”.
Mais crocante
Os 48 participantes do estudo comeram biscoitos doces e salgados enquanto escutavam barulho por fones de ouvido e em momentos silenciosos. Enquanto isso, eles marcaram a intensidade dos sabores e o gosto dos alimentos em uma escala.
O barulho usado na pesquisa foi o som branco, ruído que combina sons de todas as frequências.
Quando o barulho era alto, a intensidade dos gostos doce e salgado descritas pelos indivíduos foram menores do que na ausência de som.
No entanto, o som alto aumentou a sensação de "crocância" dos alimentos, que é transmitida por canais auditivos.
“Se o barulho de fundo é alto, nossa atenção pode se desviar da comida”, explicou o pesquisador Andy Woods.
O estudo também sugere que a satisfação com a comida está relacionada com o quanto as pessoas gostam do que estão ouvindo. Os pesquisadores devem realizar novos experimentos sobre o assunto.
Segundo os cientistas, o barulho do ambiente pode interferir na percepção que as pessoas têm do sabor e da textura dos alimentos.
Para o estudo, publicado na revista científica "Food Quality and Preference", pessoas vendadas avaliaram os sabores doces e salgados e o aspecto crocante de pratos com e sem barulho ao fundo.
Elas também disseram o quanto gostaram ou não dos alimentos nas duas situações.
Os pesquisadores acreditam que os resultados do estudo podem ajudar a explicar o que leva a comida de avião a não ser apreciada por grande parte dos passageiros.
“Existe uma opinião geral de que comidas de avião não são ‘fantásticas’”, disse Andy Woods, um pesquisador dos laboratórios da Unilever e da Universidade de Manchester.
Woods afirmou que a pesquisa sobre a relação entre barulho e sabor foi a primeira no assunto e foi motivada pelo palpite sobre a comida servida nos voos.
“Tenho certeza que as companhias aéreas fazem o seu melhor – e por causa disso, começamos a nos perguntar se há outras razões pelas quais a comida não é tão boa. Uma das hipóteses foi a de que o barulho do avião tinha algum impacto”, disse à BBC.
“A Nasa dá a seus astronautas alimentos com gosto muito forte, porque, por alguma razão, eles não conseguem sentir o gosto. Isso também pode ser por causa do barulho”.
Mais crocante
Os 48 participantes do estudo comeram biscoitos doces e salgados enquanto escutavam barulho por fones de ouvido e em momentos silenciosos. Enquanto isso, eles marcaram a intensidade dos sabores e o gosto dos alimentos em uma escala.
O barulho usado na pesquisa foi o som branco, ruído que combina sons de todas as frequências.
Quando o barulho era alto, a intensidade dos gostos doce e salgado descritas pelos indivíduos foram menores do que na ausência de som.
No entanto, o som alto aumentou a sensação de "crocância" dos alimentos, que é transmitida por canais auditivos.
“Se o barulho de fundo é alto, nossa atenção pode se desviar da comida”, explicou o pesquisador Andy Woods.
O estudo também sugere que a satisfação com a comida está relacionada com o quanto as pessoas gostam do que estão ouvindo. Os pesquisadores devem realizar novos experimentos sobre o assunto.
'Mais que escritor, sou um reescritor', diz Vargas Llosa em Porto Alegre - Clarissa Barreto
Vencedor do prêmio Nobel de literatura de 2010, o escritor peruano Mario Vargas Llosa disse que não são os reconhecimentos que movem o escritor. “Todo escritor sonha secretamente não receber prêmios e reconhecimentos. Sua ambição é mais desmedida: é ser um grande escritor”, afirmou, durante conferência sobre a cultura contemporânea na noite desta quinta-feira (14) em Porto Alegre.
“Desde que comecei a escrever, quis ser alçado a Victor Hugo, com 'Os Miseráveis', a Faulkner, trazer o deslumbramento indescritível que senti. Esse sonho me condena a uma permanente frustração, já que, se um escritor chega a ser um desses catedráticos que admira, isso ocorre quando já não está aqui”, afirmou.
O autor de "Pantaleão e as visitadoras" também confessou que sofre de insegurança quando escreve um livro. “Tenho uma grande angústia de que não vou conseguir acabar a história, especialmente quando começo um livro. Mas minha experiência mostra que, conforme vou fazendo, a insegurança diminui. Mas a parte que mais gosto é de reescrever, cortar, reorganizar. Mais que escritor, sou um reescritor”, brincou.
Questionado sobre o futuro do livro de papel a partir do avanço do e-book, Vargas Llosa disse que acredita no fim do livro de papel, algo que o preocupa. “O livro eletrônico é uma realidade, o de papel ficará anacrônico. O meu temor é que o eletrônico conduza, quase de uma maneira fatídica, a uma certa banalização da literatura. Como houve com a televisão, criação que, com o objetivo de chegar ao maior número de pessoas, trivializou os seus conteúdos”, disse.
Contra o fim das hierarquias
O autor criticou o fim das hierarquias, por considerá-lo prejudicial à cultura. Para uma plateia de 1,5 mil pessoas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Vargas Llosa comentou que, na sociedade atual, se tornou politicamente incorreto apontar os limites que separam os seres cultos dos incultos. “Hoje, somos todos cultos. Com os meios de comunicação de massa, temos inúmeras referências às milhares de manifestações da cultura universal, como a cultura da pedofilia, da maconha, punk, estética nazista. Agora, somos todos cultos, embora nunca tênhamos lido um livro, ido a um concerto ou a uma exposição de arte”, disse.
Para o autor peruano, apesar das boas intenções dos filósofos e pensadores “iconoclastas”, que pretendiam acabar com as elites através de uma popularização da cultura, o “remédio foi pior que a doença”. “Hoje, vivemos em um mundo em que não há maneira de saber o que é cultura: tudo é e nada é.”
Embora admita que “nunca houve tão poucos analfabetos, se editou tantos livros, se abriu tantos museus ou se pagaram preços tão altos para obras de artistas”, Vargas Llosa disse que a cultura é mais qualitativa que quantitativa.
“Há muita diferença entre especialização e cultura. Na época da especialização, as hierarquias desapareceram. Seria um erro atribuir funções idênticas às ciências, às letras e às artes. Por ter esquecido de distingui-las é que surgiu a confusão do nosso tempo em relação à cultura. Diferentemente da ciência, as letras e as artes não aniquilam o passado, constroem sobre ele, se alimentam dele. Velásquez está tão vivo quanto Picasso.”
Questionado sobre sua reação acerca do Nobel, anunciado na semana passada, Llosa brincou com a plateia. “Por que me deram não sei, tomara que tenha sido por meus livros. Espero que tenham me dado de maneira consciente e não casual. Mas não me queixo, estou muito feliz de ter recebido”, disse.
“Desde que comecei a escrever, quis ser alçado a Victor Hugo, com 'Os Miseráveis', a Faulkner, trazer o deslumbramento indescritível que senti. Esse sonho me condena a uma permanente frustração, já que, se um escritor chega a ser um desses catedráticos que admira, isso ocorre quando já não está aqui”, afirmou.
O autor de "Pantaleão e as visitadoras" também confessou que sofre de insegurança quando escreve um livro. “Tenho uma grande angústia de que não vou conseguir acabar a história, especialmente quando começo um livro. Mas minha experiência mostra que, conforme vou fazendo, a insegurança diminui. Mas a parte que mais gosto é de reescrever, cortar, reorganizar. Mais que escritor, sou um reescritor”, brincou.
Questionado sobre o futuro do livro de papel a partir do avanço do e-book, Vargas Llosa disse que acredita no fim do livro de papel, algo que o preocupa. “O livro eletrônico é uma realidade, o de papel ficará anacrônico. O meu temor é que o eletrônico conduza, quase de uma maneira fatídica, a uma certa banalização da literatura. Como houve com a televisão, criação que, com o objetivo de chegar ao maior número de pessoas, trivializou os seus conteúdos”, disse.
Contra o fim das hierarquias
O autor criticou o fim das hierarquias, por considerá-lo prejudicial à cultura. Para uma plateia de 1,5 mil pessoas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Vargas Llosa comentou que, na sociedade atual, se tornou politicamente incorreto apontar os limites que separam os seres cultos dos incultos. “Hoje, somos todos cultos. Com os meios de comunicação de massa, temos inúmeras referências às milhares de manifestações da cultura universal, como a cultura da pedofilia, da maconha, punk, estética nazista. Agora, somos todos cultos, embora nunca tênhamos lido um livro, ido a um concerto ou a uma exposição de arte”, disse.
Para o autor peruano, apesar das boas intenções dos filósofos e pensadores “iconoclastas”, que pretendiam acabar com as elites através de uma popularização da cultura, o “remédio foi pior que a doença”. “Hoje, vivemos em um mundo em que não há maneira de saber o que é cultura: tudo é e nada é.”
Embora admita que “nunca houve tão poucos analfabetos, se editou tantos livros, se abriu tantos museus ou se pagaram preços tão altos para obras de artistas”, Vargas Llosa disse que a cultura é mais qualitativa que quantitativa.
“Há muita diferença entre especialização e cultura. Na época da especialização, as hierarquias desapareceram. Seria um erro atribuir funções idênticas às ciências, às letras e às artes. Por ter esquecido de distingui-las é que surgiu a confusão do nosso tempo em relação à cultura. Diferentemente da ciência, as letras e as artes não aniquilam o passado, constroem sobre ele, se alimentam dele. Velásquez está tão vivo quanto Picasso.”
Questionado sobre sua reação acerca do Nobel, anunciado na semana passada, Llosa brincou com a plateia. “Por que me deram não sei, tomara que tenha sido por meus livros. Espero que tenham me dado de maneira consciente e não casual. Mas não me queixo, estou muito feliz de ter recebido”, disse.
Escritor chileno adverte mineiros sobre "inferno do espetáculo" - DA ANSA, EM SANTIAGO DO CHILE
O escritor chileno Hernán Rivera Letelier, que já trabalhou na extração de salitre do norte do Chile, alertou os 33 homens resgatados com vida na mina San José sobre "o inferno do espetáculo e o alienante inferno dos sets de televisão".
"É certo que sobreviveram a essa longa temporada no inferno, mas no final das contas era um inferno conhecido. O que vai acontecer com eles agora, companheiros, é um inferno completamente inexplorado", advertiu.
Em uma coluna no jornal mexicano "El Mercurio", o autor de "Santa María de las flores negras" e "La reina Isabel cantaba rancheras" recomendou que os 33 homens "se aferrem" a suas famílias como "se aferraram à cápsula que os tirou do buraco".
"Não as soltem, não as percam de vista, não as estraguem", aconselhou o autor. "É a única maneira de sobreviver a essa tempestade midiática que virá para cima de vocês. Quem diz é um mineiro que sabe alguma coisa" sobre isso, completou Rivera Letelier.
Desde que foram encontrados com vida 17 dias depois que um desmoronamento bloqueou a saída da mina onde se encontravam, os 33 homens se transformaram em celebridades mundiais, já que a descoberta foi considerada um "milagre".
A partir de então, imagens e vídeos do refúgio onde os trabalhadores haviam se abrigado percorreram o mundo. Calcula-se que um bilhão de pessoas tenham acompanhado a difusão feita pela TV estatal chilena das operações de resgate, iniciadas na noite de terça-feira e terminadas um dia depois.
Familiares dos mineiros anunciaram que eles já receberam diversas propostas de emissoras e jornais que pagariam milhares de dólares por seus testemunhos. Além disso, editoras manifestaram interesse em adquirir os direitos autorais do diário que o chileno Víctor Segovia manteve durante o confinamento, e já foi anunciado que um filme será feito sobre o episódio.
"É certo que sobreviveram a essa longa temporada no inferno, mas no final das contas era um inferno conhecido. O que vai acontecer com eles agora, companheiros, é um inferno completamente inexplorado", advertiu.
Em uma coluna no jornal mexicano "El Mercurio", o autor de "Santa María de las flores negras" e "La reina Isabel cantaba rancheras" recomendou que os 33 homens "se aferrem" a suas famílias como "se aferraram à cápsula que os tirou do buraco".
"Não as soltem, não as percam de vista, não as estraguem", aconselhou o autor. "É a única maneira de sobreviver a essa tempestade midiática que virá para cima de vocês. Quem diz é um mineiro que sabe alguma coisa" sobre isso, completou Rivera Letelier.
Desde que foram encontrados com vida 17 dias depois que um desmoronamento bloqueou a saída da mina onde se encontravam, os 33 homens se transformaram em celebridades mundiais, já que a descoberta foi considerada um "milagre".
A partir de então, imagens e vídeos do refúgio onde os trabalhadores haviam se abrigado percorreram o mundo. Calcula-se que um bilhão de pessoas tenham acompanhado a difusão feita pela TV estatal chilena das operações de resgate, iniciadas na noite de terça-feira e terminadas um dia depois.
Familiares dos mineiros anunciaram que eles já receberam diversas propostas de emissoras e jornais que pagariam milhares de dólares por seus testemunhos. Além disso, editoras manifestaram interesse em adquirir os direitos autorais do diário que o chileno Víctor Segovia manteve durante o confinamento, e já foi anunciado que um filme será feito sobre o episódio.
quinta-feira, outubro 07, 2010
Peruano Mario Vargas Llosa vence prêmio Nobel de Literatura
O escritor peruano Mario Vargas Llosa foi o vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 2010. O prêmio foi anunciado nesta quinta-feira na sede da Academia Sueca, em Estocolmo.
Nascido em 1936, o novelista e ensaista é considerado um dos maiores nomes da literatura em língua espanhola. Entre suas principais obras estão "A Casa Verde", "Lituma nos Andes" e "A Cidade e os Cachorros".
Ele já foi condecorado com o Prémio Cervantes em 1994 e o Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha em 1986, entre outros prêmios, e é membro da Real Academia Española desde 1994.
O Prêmio Nobel vem acompanhado de um prêmio em dinheiro de US$ 1,6 milhão.
Em 2009, o prêmio foi dado à escritora alemã Herta Müller, 12ª mulher a vencer o Nobel de Literatura.
Nascido em 1936, o novelista e ensaista é considerado um dos maiores nomes da literatura em língua espanhola. Entre suas principais obras estão "A Casa Verde", "Lituma nos Andes" e "A Cidade e os Cachorros".
Ele já foi condecorado com o Prémio Cervantes em 1994 e o Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha em 1986, entre outros prêmios, e é membro da Real Academia Española desde 1994.
O Prêmio Nobel vem acompanhado de um prêmio em dinheiro de US$ 1,6 milhão.
Em 2009, o prêmio foi dado à escritora alemã Herta Müller, 12ª mulher a vencer o Nobel de Literatura.
quarta-feira, outubro 06, 2010
Lama vermelha na Hungria corre para o rio Danúbio e ameaça causar catástrofe ecológica - DE SÃO PAULO DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Uma onda de lama vermelha tóxica que vazou de uma refinaria cobriu cidades na Hungria nesta terça-feira, matando ao menos quatro pessoas e ameaçando provocar uma catástrofe ecológica ao correr em direção ao rio Danúbio, um dos principais da Europa.
Ontem, um depósito de uma refinaria em Ajka (160 km a oeste de Budapeste) se rompeu por razões ainda desconhecidas, e cerca de 700 mil metros cúbicos de resíduos tóxicos foram espalhados pela região de Kolontar e outras duas vilas.
O vazamento carregou carros nas ruas, danificou casas e pontes, e levou cerca de 400 moradores a deixarem a região. Entre os quatro mortos está ao menos uma criança, de 3 anos. Seis pessoas estão desaparecidas e 120 ficaram feridas --duas em estado grave--, a maioria com queimaduras e irritação nos olhos causada por chumbo e outros elementos corrosivos presentes na lama vermelha. Muitos animais também morreram.
Este é o acidente químico mais grave da história da Hungria, afirmou o secretário de Estado do ministério do Meio Ambiente, Zoltan Illés, que visitou Kolontar, uma das cidades afetadas. "O vazamento de lama vermelha é uma catástrofe ecológica."
O governo decretou estado de emergência em três Departamentos (Estados) --Veszprém, Gyor-Moson-Sopron e Vas. Testes mostraram que não há perigo de radiação na área atingida, disse o premiê húngaro em entrevista coletiva.
A lama vermelha é um resíduo do processo de transformação da bauxita em alumina, matéria-prima para a fabricação do alumínio. A produção de uma tonelada de alumínio gera quase três toneladas de lama vermelha.
"A substância espessa e altamente alcalina tem um efeito cáustico na pele. A lama contém metais pesados, como chumbo, e é levemente radioativa. Inalar sua poeira pode causa câncer de pulmão", informa a Unidade de Desastres Naturais da Hungria em seu site. A unidade recomendou às pessoas limpar a lama com água para neutralizar a substância.
O incidente desta semana ameaça ultrapassar os estragos ambientais causados há dez anos, quando enormes quantidades de cianureto vazaram de um reservatório de uma mina de ouro, em uma cidade romena perto da fronteira com a Hungria, e caíram no rio Danúbio e em outros quatro rios menores, matando animais e plantas. A Romênia, a então Iugoslávia e a Ucrânia também foram afetados.
CULPADOS
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse nesta terça-feira que o vazamento pode ter sido causado por falha humana, já que não há sinais de causas naturais.
"Não sabemos de nenhum sinal de indique que o desastre tenha causas naturais", disse Orban. "E se um desastre não tem causas naturais, então pode ser considerado um desastre causado por pessoas. Suspeitamos que esse possa ser o caso."
Segundo o premiê, a refinaria foi inspecionada duas semanas antes e nenhuma irregularidade foi encontrada.
Representantes de organizações industriais em Londres e nos EUA não souberam explicar como as vítimas na Hungria foram queimadas com o material, alegando que, se apropriadamente armazenado, ele não é perigoso.
É comum estocar o resíduo em tanques onde a água, aos poucos, evapora, deixando para trás um resíduo vermelho como terra, disseram autoridades. Porém, o ambientalista húngaro Gergely Simon disse que o resíduo envolvido no desastre estava se acumulando no reservatório por décadas e estava extremamente alcalino, com um pH em torno de 13 --quase o mesmo que a soda cáustica-- e isso causou as queimaduras.
Como queimaduras químicas podem levar dias para aparecer, ferimentos aparentemente superficiais podem vir a ser letais conforme penetram em tecidos mais profundos da pele, explicou o médico Peter Jakabor, do hospital Gyor, à TV estatal.
A empresa MAL Rt, dona da refinaria de Ajka, disse que a lama vermelha não é considerada um resíduo perigoso segundo os padrões da União Europeia. A empresa também negou que deveria ter sido mais cautelosa com o reservatório.
Claramente irritado com o comentário da empresa, o ministro do Interior, Sandor Pinter, respondeu: "Eles deveriam nadar nele e então veriam."
DESASTRE
Equipes de emergência vestindo máscaras e equipamentos de proteção se apressaram para jogar mil toneladas de argamassa no rio Marcal, numa tentativa de conter o mar de lama vermelha e evitar que ela chegue até o Danúbio, a cerca de 70 km.
No local, moradores desesperados tentavam salvar seus pertences protegendo-se no máximo com luvas de borracha.
O rio Danúbio passa por alguns dos lugares mais preservados do continente, desde sua nascente na Floresta Negra, na Alemanha, até desaguar no Mar Negro.
Agora de um verde turvo --não mais azul como imortalizado na valsa de Strauss-- o rio passa por quatro ex-nações comunistas.
PERDAS
Em Kolontar, a cidade mais perto da refinaria, Erzsebet Veingartner estava na cozinha de casa quando a onda de 3,5 metros estourou, varrendo tudo em seu caminho.
"Eu olhei para fora e tudo que vi foi uma grande onda", disse a viúva de 61 anos, observando os estragos em seu quintal.
"Perdi todas as minhas galinhas, meus patos, meu Rottweiler, e minha plantação de batatas. Todas as ferramentas e máquinas do meu falecido marido estavam no galpão e se foram", lamentou a mulher, que sobrevive com uma pensão mensal de US$ 350. "Eu tenho lenha para um inverno inteiro no porão, e agora está tudo inutilizável."
Biografia recém-lançada recupera material inédito para traçar carreira de Louis ArmstrongBiografia recém-lançada recupera material inédito para traçar carreira de Louis Armstrong - LUIZA FECAROTTA
Era o último dia de 1912, em Nova Orleans. Aos 11 anos, Louis Armstrong abriu a arca da mãe e furtou um revólver carregado com balas de festim. Na mesma noite, disparou um tiro, foi retido e levado a um reformatório.
Foi lá que se tornou o interno modelo. Integrava a banda de metais, tocava corneta para as filas e os toques que anunciavam a missa.
Uma das mais importantes influências do jazz, de peito estufado e mandíbula forte, o músico que nasceu na virada do século em uma área pobre de Nova Orleans foi alvo de Terry Teachout em "Pops - A Vida de Louis Armstrong".
Primeiro biógrafo a ter acesso a 650 rolos de fitas pessoais de gravações do jazzman, Teachout também recuperou blocos de notas e pesquisas acadêmicas para reconstruir a vida do trompetista, que deixou registros datilografados com apenas dois dedos. E pilhas de cartas.
VIDA E MORTE
Abandonado pelo pai, Armstrong foi criado por uma prostituta. Ajudava em casa revendendo carnes que achava no lixo. Entregou a roupa que a avó lavava, transportou carvão numa carroça e vendeu jornal.
Antes de comprar seu primeiro cornetim em uma loja de penhores, improvisava em uma trompa de lata.
No verão de 1919, se juntou à orquestra de um navio turístico a vapor que cruzava o rio Mississipi. E foi a bordo que aprendeu a ler partituras com precisão --com um sujeito que entendia "pouco de jazz, mas tudo sobre disciplina". No barco, também ganhou peso e passou a usar "calça para gordos".
Sempre manteve a atração por roupas sofisticadas. Na estrada, levava um camareiro para coordenar as 20 malas e passar os 200 lenços.
Sua (quarta) mulher o vestiu com a mesma elegância quando foi enterrado, depois de sofrer um ataque cardíaco em 1971. Terno preto, camisa cor-de-rosa e prateada.
O jazzista agenciado por um empresário de lutadores de boxe acabou a vida cultuado pelo mundo.
Não dispensava maconha, fazia aquecimento com óperas italianas e insistia nas notas agudas. Para manter os lábios fortes, carregava uma pomada desenvolvida por um trompetista alemão.
Tinha linguagem corporal invejável e combinava música e humor no palco.
Não costumava pegar no pé dos instrumentistas, mas dava sempre uma lição: é preciso sorrir. Certa vez, numa apresentação de Ano-Novo, mesmo com o lábio superior sangrando --por conta de uma doença genética que também o levou a ter voz áspera--, foi capaz de sorrir.
POPS - A VIDA DE LOUIS ARMSTRONG
AUTOR Terry Teachout
TRADUÇÃO Andrea Gottlieb de Castro Neves
EDITORA Larousse do Brasil
Foi lá que se tornou o interno modelo. Integrava a banda de metais, tocava corneta para as filas e os toques que anunciavam a missa.
Uma das mais importantes influências do jazz, de peito estufado e mandíbula forte, o músico que nasceu na virada do século em uma área pobre de Nova Orleans foi alvo de Terry Teachout em "Pops - A Vida de Louis Armstrong".
Primeiro biógrafo a ter acesso a 650 rolos de fitas pessoais de gravações do jazzman, Teachout também recuperou blocos de notas e pesquisas acadêmicas para reconstruir a vida do trompetista, que deixou registros datilografados com apenas dois dedos. E pilhas de cartas.
VIDA E MORTE
Abandonado pelo pai, Armstrong foi criado por uma prostituta. Ajudava em casa revendendo carnes que achava no lixo. Entregou a roupa que a avó lavava, transportou carvão numa carroça e vendeu jornal.
Antes de comprar seu primeiro cornetim em uma loja de penhores, improvisava em uma trompa de lata.
No verão de 1919, se juntou à orquestra de um navio turístico a vapor que cruzava o rio Mississipi. E foi a bordo que aprendeu a ler partituras com precisão --com um sujeito que entendia "pouco de jazz, mas tudo sobre disciplina". No barco, também ganhou peso e passou a usar "calça para gordos".
Sempre manteve a atração por roupas sofisticadas. Na estrada, levava um camareiro para coordenar as 20 malas e passar os 200 lenços.
Sua (quarta) mulher o vestiu com a mesma elegância quando foi enterrado, depois de sofrer um ataque cardíaco em 1971. Terno preto, camisa cor-de-rosa e prateada.
O jazzista agenciado por um empresário de lutadores de boxe acabou a vida cultuado pelo mundo.
Não dispensava maconha, fazia aquecimento com óperas italianas e insistia nas notas agudas. Para manter os lábios fortes, carregava uma pomada desenvolvida por um trompetista alemão.
Tinha linguagem corporal invejável e combinava música e humor no palco.
Não costumava pegar no pé dos instrumentistas, mas dava sempre uma lição: é preciso sorrir. Certa vez, numa apresentação de Ano-Novo, mesmo com o lábio superior sangrando --por conta de uma doença genética que também o levou a ter voz áspera--, foi capaz de sorrir.
POPS - A VIDA DE LOUIS ARMSTRONG
AUTOR Terry Teachout
TRADUÇÃO Andrea Gottlieb de Castro Neves
EDITORA Larousse do Brasil
terça-feira, outubro 05, 2010
segunda-feira, outubro 04, 2010
sexta-feira, outubro 01, 2010
As eleissão - Ivan Lessa
Como todo mundo sabe (é, vocês quatro) em matéria de votar, eu sou menos que principiante apesar da idade avançada. Nunca votei em minha vida. Porque era obrigatório. Proibiam de pastar na grama da praça, eu ia lá e me fartava. Proibiam de conversar com o motorista do ônibus, eu vivia puxando papo. A juventude é rebelde e eu era jovem.
Com os anos, a conjuntura do país viu que votar não estava mesmo com nada e deixaram essa frescura para lá. Só aí me deu vontade de votar. O moleque em mim amadurecera mas não aprendera nada. Deixaram-me, os “homi”, 21 anos sem pedir minha presença diante de uma urna eleitoral, por mais modesta que fosse.
A vida é dura. Por mais que a gente faça, acabamos aceitando suas sacanagens. Não é assim que se faz? Não é pra votar? Tudo bem. Entraram na minha. Não voto mesmo. De repente, como no esplêndido soneto do Vinícius, de repente, não mais que de repente, como quase tudo que se passa em nossa torrão, deram de novo para votar.
Aí a colher de chá virou chuá, conforme se dizia, na época de Getúlio e depois dos generais. Não se podia sair de casa sem uma escrutinização tendo lugar em plena via pública. Só dava altissonante alto-falante, cartaz na parede, discurso na esquina, digressões nos meios de comunicação e, principalmente, opinião. Opinião, opinião, opinião. Argumentos? Pouquíssimos. Palpite? Assim, ó, à beça!
Daí que chegamos a 2010. Eleição seguiu-se a eleição, com um pequeno impeachment no meio, feito a azeitona no martini seco. Pela parte que me toca, nada me tocou. Mudei de casa, estado, país. Não votando. Talvez para matar saudades da juventude perdida, aquela propalada aurora de nossa vida, nem passei perto de urna, presidente, mesário, esses bibelôs todos.
Agora, nesta quinta-feira, no dia em que digito estas mal informatizadas linhas, leio na primeira página virtual de nossas folhas que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não se decidiu se será necessário ou não para o eleitor levar, além do título, um documento made in Brazil que estampe foto do indivíduo que vai cumprir seu deverzinho cívico.
Parece que a indecisão é só pra me chatear. O negócio é complicar. Deve dar um dinheirão. A paranóia ronda aqueles de minha idade e em tudo vejo complôs e intentonas pessoais. Eu ia até o consulado brasileiro aqui, no domingo, dia 3, para votar. Só porque descobri, com um imenso atraso, confesso, que os analfabetos não só podem mas como são obrigados a votar. Minha alma é incapaz de um bê-a-bá. Ao dever cívico, pois, raciocinara este vosso criado.
Sim, no Brasil, o voto é obrigatório. Conto o fato para dois ou três amigos ingleses no pub, mostro o recorte da propaganda eleitoral da Mulher-Pera. Faço o maior sucesso. Dizem, em sua língua arrevesada, que eu sou “um pândego” e um “tremendo gozador”, que, em inglês, são duas expressões bem mais divertidas do que minha tradução.
Agora, quando, depois do sucesso de meu anedotário e da foto da Mulher-Pera, assim que me pagaram o próximo pint de lager, eu vou em frente e, sempre com base em nossa altaneira realidade (cada vez mais próxima de uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas), procuro abafar ainda mais e revelo: sim, votar é obrigatório, agora bacana mesmo é que analfabeto vota, mas não pode ser candidato. Impossível descrever a reação de Tom, Dick e Kevin. Viraram os olhos vermelhos, caíram do banco, entornaram a cerveja. Mas, e isso é importantíssimo, a próxima rodada me sai inteiramente grátis.
Não é culpa minha, não é safadeza, não é falta de patriotismo. É bebida fermentada de graça e vontade de agradar. Uma espécie de cartão-postal do Rio com o Corcovado e o Pão de Açúcar pelos quais optei como ilustração.
Agora, o que eles pedem para ver de novo é a Mulher-Pera. Só para ser diferente, tiro do bolso a outra foto que guardo para ocasiões especiais: a do palhaço Tiririca, acompanhada de minhas devidas elucidações. Palhaço aqui é coisa séria. Tom, Dick e Kevin, com uma inesperada frieza, se despedem e vão cuidar de suas vidas.
Onde foi que errei? Onde foi que erramos todos?
Renault apimenta design e traz novas linhas com o protótipo DeZir - Priscila Dal Poggetto
Já era esperado que para um evento “em casa” a Renault trouxesse um grande carro. E o conceito elétrico DeZir não decepcionou no Salão de Paris. O protótipo exibido nesta 65ª edição da feira é, na verdade, um estudo de estilo, que traz as tendências dos próximos modelos a serem desenvolvidos pela fabricante francesa.
Pelo que foi visto na apresentação em Paris, suas linhas causam impacto. Foram poucas as vezes em que o presidente mundial da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, deixou de ser o centro das atenções do estande da marca. O que é de se surpreender, já que o discurso dele se concentrou na meta da Renault de vender veículos elétricos pelo mesmo preço das versões a combustão.
Sem dúvida, o apelo visual foi o grande investimento da fabricante francesa. Não é à toa o nome do modelo é um trocadilho que mistura a palavra “desejo” (désir, em francês) com a letra “z” de “zero emissão” (zero émission, em francês). Até o catálogo de apresentação do conceito é provocativo, com fotos sensuais que ilustram fortes paixões.
O esportivo DeZir é equipado com um conjunto de baterias de 24 kWh capaz de gerar 150 cavalos de potência. Pesando 830 kg (peso de um modelo compacto), o carro pode chegar aos 100 km/h em 5 segundos. De acordo com a Renault, a autonomia é de 160 km com uma carga de 80%, que pode ser realizada em 20 minutos.
As linhas que representam o recomeço da marca bem que poderiam ser adotadas também pela divisão romena da companhia, a Dacia. É dela que Brasil recebe projetos “quadradões” como o Logan e o Duster, que está para ser lançado no país em breve.
Pelo que foi visto na apresentação em Paris, suas linhas causam impacto. Foram poucas as vezes em que o presidente mundial da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, deixou de ser o centro das atenções do estande da marca. O que é de se surpreender, já que o discurso dele se concentrou na meta da Renault de vender veículos elétricos pelo mesmo preço das versões a combustão.
Sem dúvida, o apelo visual foi o grande investimento da fabricante francesa. Não é à toa o nome do modelo é um trocadilho que mistura a palavra “desejo” (désir, em francês) com a letra “z” de “zero emissão” (zero émission, em francês). Até o catálogo de apresentação do conceito é provocativo, com fotos sensuais que ilustram fortes paixões.
O esportivo DeZir é equipado com um conjunto de baterias de 24 kWh capaz de gerar 150 cavalos de potência. Pesando 830 kg (peso de um modelo compacto), o carro pode chegar aos 100 km/h em 5 segundos. De acordo com a Renault, a autonomia é de 160 km com uma carga de 80%, que pode ser realizada em 20 minutos.
As linhas que representam o recomeço da marca bem que poderiam ser adotadas também pela divisão romena da companhia, a Dacia. É dela que Brasil recebe projetos “quadradões” como o Logan e o Duster, que está para ser lançado no país em breve.
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