sexta-feira, abril 24, 2009

se me perguntarem..., eu digo

Susan Boyle foi ao cabelereiro, fez as sobrancelhas, pintou o cabelo, deu um trato na pele, ficou mais feliz consigo mesma provavelmente e, a imprensa britânica deu sua espetadinha. Por que a revelação de 47 anos britânica quis ficar bem na foto se, com aquela voz, encantou a todos no youtube e nos programas de sensacionalismo do mundo todo?
Simples de responder: aquela Susan Boyle que encantou a todos não existe mais porque se viu na televisão, no videotape, no youtube, nas fotos dos tablóides e sites e viu que, na televisão, aquilo lá estava pior do que feio. Tomou vergonha na cara e reviveu algo dentro dela que, existindo adormecido ou esquecido, brotou novamente. Quem quer se ver representado com aquele visual? Você? Os 40 milhões de britânicos? Os 100 milhões de pessoas que a viram no youtube? Nem Susan Boyle, né? Torço por ela, fiquei felizão por ela e ainda acho que a voz dela é um tanto chata porque é aguda demais pro meu gosto. Eu gosto é das latinas mesmo.
Mas é fato que a beleza é uma vontade e Susan Boyle não quer cantar mais na televisão sendo aquela dona esquecida em casa sem beijar ninguém. Putz, pense.

quarta-feira, abril 22, 2009

se me perguntarem, eu digo

já tinha embarcado no avião e estava devidamente acomodado na cadeira 11C, uma daquelas que não reclina, e tirava meu tênis quando ouça a pessoa da poltrona 11A reclamar: que frio dentro deste avião! A pequena mulher levantou seu dedo, apertou o botão de serviço de bordo e esperou a aeromoça que disse: senhora, talvez porque estejas perto da janela que a sensação de frio seja maior, quer mudar de assento? Não, eu sou friorenta, disse a pequena mulher. Eu, que não sou muito de falar, mas de fazer, levantei daquela semi confortável postura e procurei meu casaco para emprestar para a pequena mulher. Pronto, com aquela gentileza os problemas tinham acabado. O avião demorava para taxiar devido ao tráfego intenso de aviões naquele horário; esperamos 20 minutos dentro daquele tubo de aço e então rumamos para casa. A simpática pequena mulher contou bastante histórias dela com sua família, confessou ter um filho com um músico e que ela era muito trabalhadora para poder custear as coisas dos 4 filhos que tem. Eu ouvi bastante, discordei dela umas 3 vezes sobre temas cotidianos, coisas de como criar filhos, estimular a inteligência e música, é claro. O vôo foi suave e a pequena mulher desembarcou ainda me convidando para tomar café em sua botique. Londres, Nova Iorque, São Paulo, Brasília, ela falando de viagens e de trabalho e eu pensando no meu filho, na minha cama e nas minhas responsabilidades do dia posterior trajando a camisa do Corinthians. E lêlê.

sábado, abril 11, 2009

se me perguntarem:

eu digo que gravar um disco nos dias de hoje é um desafio que precisa de muita paciência, amor, senso de dever e crítica, beleza e estética e muita autenticidade. Ser autêntico na realidade dos tempos não é fácil e muito menos natural. Nos anos 60, 50 do século passado, quando a economia, a informação e os métodos de produção ainda eram bem artesanais no campo das artes em geral, um disco só era gravado quando você tinha 12 ou 13 canções muito boas para registrar. Os singles eram muito recorrentes: baratos, leves, pequenos, descartáveis. Assim como acontece hoje, haviam inúmeras bandas que gravavam singles, mas poucas delas gravavam um disco e muito menos ainda delas gravavam mais de dois discos durante a carreira. Veja bem, era um trabalho de arte consistente, duradouro um disco. Não é à tôa que o The Dark Side of The Moon, do Pink Floyd, ainda é considerado o álbum mais bem feito do mundo: tem conceito, uma idéia forte que une as canções do começo ao fim, 4 instrumentistas antenados e jovens, a voz do David Gilmor em Breath, a linha de baixo de Money, etc. É uma obra de engenharia de som também pois utilizou equipamentos eletrônicos que na época eram experimentais, loops de fitas de rolo presas com durex em pedestais de microfone para efeitos de relógio, transes hipnóticos, etc.
Enfim, se me perguntarem, eu digo que só gravo um disco quando tiver essas 12 ou 13 músicas na manga. Até lá, paciência com os singles.
Dica: ouvir Moon Safari, do Air e Funeral, do Arcade Fire. Dois álbuns excelentes do começo ao final.

terça-feira, abril 07, 2009

se me perguntarem, eu digo...

sinto falta de mulheres no jornalismo brasileiro, virtual e impresso
as notícias sobre o Brasil no mundo sempre culminam em sexo, política ou futebol
o Lula foi chamado de presidente Teflon pelo www.NYTimes.com
ser músico/artista podia ser uma profissão normal
não tenho passatempo porque trabalho nos dias de ter passatempos
não vou ao cinema desde 2006
não faço carteira de estudante com data falsa. Pago inteira com orgulho
a igualdade de direitos ainda não beneficiou as mulheres do jeito que deveria
A Ilha, de Aldous Huxley, já foi muito lido e está muito esquecido pelas pessoas
Meu filho pediu pra eu cortar a barba e o cabelo, já fiz a barba por ele
sinto saudades de ter um lar

se me perguntarem:

se me perguntarem, eu digo:
eu fico com meu filho 28 horas semanais, é pouco
nunca imaginei morar com minha mãe de novo
eu acordo as 5 da manhã pra ir ao banheiro
minha ex-mulher me vê como um obstáculo ou mina de dinheiro
eu não falo com meus colegas de banda durante a semana
não estou com vontade de tocar desde 2006
viajar me deixou com uma puta dor nas costas, incurável
escrever deixou de ser importante faz tempo
eu deveria ter ido pra Cuba em 1999 e ficado por lá
criar filho em Brasília é expô-lo em demasia aos torcedores de times cariocas
está difícil matar meu ego
está difícil uma sinergia do amor
está difícil misturar amizade com bebida
está difícil dizer a verdade

sábado, abril 04, 2009

se me perguntarem...

se me perguntarem, eu digo fácil:
Eva Mendes é a mais linda mulher
Scarlett Johansson é a mais versátil atriz
Gisele Bundchen é a mais linda modelo
Meg White é a pior baterista
Athina Onassis é a mais rica mulher