segunda-feira, março 30, 2009
Push-Me imãs de geladeira!
Filmado dia 29/03/2009 por Bruno Prieto
Dedos: Gustavo Cochlar, Marcus "Urso" Dunlop e Bruno Prieto
participação especial de Demian Moura
terça-feira, março 24, 2009
álaxo
Estou desligando e o último tracinho de energia que existe está por acabar, oxalá, não é nem Abril e o mar já está de ressaca, a chuva cai como torrente quando resolve desaguar e o frio é repentino, é uma rajada veloz de ar que passa só pra gelar o ambiente, a natureza está ligada em outra fonte de energia, não em pilhas artificiais ou em torres eólicas, contorce a transformação humana e devolve ao homem o que ele produz e joga fora, joga ao relento e nos aterros e nos córregos porque os rios são o esgoto do mundo e as veias dos rios estão se entupindo, entupindo de gordura e papéis de bala e bitucas de cigarro. Estou desligando a minha inteligência e gostaria muito de trocá-la por paz de espírito ou por uma missão simples, gravar um disco que não existirá, oxalá, por que tanto trabalho se ele não vingará?
Paul McCartney gravou em 1971 o ótimo álbum chamado RAM. Foi produção caseira, um homem, sua mulher, sua casa, seus instrumentos musicais, seus microfones, um engenheiro de som e uma máquina de gravação de fita de 16 canais. O homem tocou todos os instrumentos, cantou com a família, compôs com a mulher algumas canções lindas, como EAT AT HOME, e se não escreveu IMAGINE, lançada pelo homem John Lennon no mesmo ano, era porque esse cara tinha outras coisas para fazer. A contracapa do disco é Paul com Linda e sua filha, deve ser a Estella, que aparece também puxando a calça do pai na foto do encarte do álbum. E RAM, de acordo com minha pala de ácido, é WAR de cabeça para baixo, uma daquelas piadas internas de Liverpool.
Oxalá, proteja Paul e John.
Paul McCartney gravou em 1971 o ótimo álbum chamado RAM. Foi produção caseira, um homem, sua mulher, sua casa, seus instrumentos musicais, seus microfones, um engenheiro de som e uma máquina de gravação de fita de 16 canais. O homem tocou todos os instrumentos, cantou com a família, compôs com a mulher algumas canções lindas, como EAT AT HOME, e se não escreveu IMAGINE, lançada pelo homem John Lennon no mesmo ano, era porque esse cara tinha outras coisas para fazer. A contracapa do disco é Paul com Linda e sua filha, deve ser a Estella, que aparece também puxando a calça do pai na foto do encarte do álbum. E RAM, de acordo com minha pala de ácido, é WAR de cabeça para baixo, uma daquelas piadas internas de Liverpool.
Oxalá, proteja Paul e John.
segunda-feira, março 23, 2009
20A
Estava eu no corredor do avião 737-300 esperando para poder me acomodar na poltrona feliz da vida por voltar à Brasília depois de quase 10 dias fora quando sou obrigado a parar. Na segunda fila estão uma criança de 6 anos, sua mãe grávida de outro e um jovem. O jovem esperava por elas e tal, tava feliz e não tinha pressa enquanto a fila começava a se acumular na entrada do avião. E o jovem ria, olhava as duas moças se ajustando e tal e depois de um minuto disse: eu posso sentar na minha poltrona 2ÔA, por favor? Daí eu, rapidamente, dei um tapinha nas costas do jovem e disse: meu, sua poltrona é VINTE A, maluco. Não tem poltrona 2ÔA, ehehehehehe.
Passando disso pro assado, já me disseram uma vez que eu teria algo de pós-moderno no meu jeito, nas minhas atitudes, mas eu já demonstrei como homem fragmentado que sou que não tenho nada de pós-moderno. Sou preocupado com o mundo das informações, isso sim. Uma vez escrevi aqui no extemporâneas uma crítica sobre ginástica olímpica. A atleta em questão, jade barbosa, hoje está gravemente lesionada por causa de suas atividades e não tem apoio algum para seu tratamento, que deve ser caríssimo. Acabei de ler algo que pode ser útil sobre seu caso AQUIe faço luz a única coisa em que, pós-modernamente, podemos atuar sendo solidários ao caso da moça que, em tempos de crise, defendia o nome deste nobre país. Ajudando com grana, que é o caso de todo mundo neste nobre país. Dinheiro, apesar de ser algo antigo, me parece ser ainda o instrumento legítimo para certas coisas... sinto falta da época dos mecenas que viviam na face da terra.
OUÇA AQUI A ÚLTIMA ENTREVISTA DO MASKAVO PARA A RÁDIO 89,3FM DE CAMPINAS...10 minutos de sinceridade.
Passando disso pro assado, já me disseram uma vez que eu teria algo de pós-moderno no meu jeito, nas minhas atitudes, mas eu já demonstrei como homem fragmentado que sou que não tenho nada de pós-moderno. Sou preocupado com o mundo das informações, isso sim. Uma vez escrevi aqui no extemporâneas uma crítica sobre ginástica olímpica. A atleta em questão, jade barbosa, hoje está gravemente lesionada por causa de suas atividades e não tem apoio algum para seu tratamento, que deve ser caríssimo. Acabei de ler algo que pode ser útil sobre seu caso AQUIe faço luz a única coisa em que, pós-modernamente, podemos atuar sendo solidários ao caso da moça que, em tempos de crise, defendia o nome deste nobre país. Ajudando com grana, que é o caso de todo mundo neste nobre país. Dinheiro, apesar de ser algo antigo, me parece ser ainda o instrumento legítimo para certas coisas... sinto falta da época dos mecenas que viviam na face da terra.
OUÇA AQUI A ÚLTIMA ENTREVISTA DO MASKAVO PARA A RÁDIO 89,3FM DE CAMPINAS...10 minutos de sinceridade.
quinta-feira, março 12, 2009
Tempestade cerebral
Estou me preparando para entra no ônibus, para os três dias de viagens pelo interior do Paraná. O meu check in, eu fiz pela internet depois que eu caí da cama pela enésima vez em 2009. Fico feliz pelo Ronaldo que já marcou dois gols em três jogos pelo timão, corinthians, nunca fui tão torcedor e acho que isso tem a ver com a paternidade e o senso de deixar algo pro filho, as vezes eu me flagro brincando com os carrinhos dele junto com ele, nunca sem ele porque quando eu fico sem ele me dá um vazio louco, uma vontade de voar ou então cortar os meus cabelos, sei lá, fazer alguma coisa diferente. Por isso comecei a malhar com meu irmão mais novo aqui em casa. O vitor sabe muitas coisas legais que só aprendemos se malharmos com ele. A noite está ventando geladinho e eu acho isso bom pra pegar uma gripe. Toda vez que eu entro na internet e leio as notícias e depois de beber café ou siricutear sem ter pressa ou onde chegar, apenas o horário da escola do meu filho para atentar, o carro está com os documentos em dia então não preciso me preocupar, já tive minha dose certa de sexo este ano, mas sinto que terei mais pela frente, não estou mais tão preocupado com dinheiro porque o dinheiro acabou pra mim, só serve pra pagar umas coisas e outras. definitivamente o bom dinheiro é investido em livros ou em festas ou em viagens. quando eu vejo uma foto eu presto atenção é na felicidade das pessoas. a tristeza tem me deixado irritado.
segunda-feira, março 09, 2009
o vidro do aquário
ligo a televisão no quarto de hotel em foz do iguaçú e assisto vida no aquário, um programa sobre peixes e outros seres que vivem em aquários domésticos. Tinha todo tipo de peixinho e mostrava como eles foram sendo domesticados e quais as características eles tinham e como era possível reproduzir um ambiente equilibrado dentro de casa, etc.
e como se assistir aquele programa fosse um tele-transporte e eu tivesse feito uma viagem interior muito profunda e no abismo da minha alma eu encontrasse uma resposta e ela era: você pode ser o vidro do aquário.
dividir nunca é boa coisa para mim em se tratando de barreiras, mas como eu tenho sonhado muito e meus sonhos tem sido muito loucos e obtusos oriundos da sem-nexolândia, apenas aceitei esse pressentimento como algo passageiro. Depois de devida reflexão acho que a vida realmente me pregou essa peça. O vidro do aquário não é apenas uma divisória entre o peixe e sua morte, o vaso que comporta a água, o oxigênio, o espaço doméstico onde os peixes urinam e defecam. O vidro aguenta pressão.
noite passada o sonho foi dos mais intensos porque envolvia uma pessoa conhecida e uma desconhecida e eram duas mulheres que só andavam juntas e ficavam me testando infinitamente até que eu cedi e acabei tendo que fazer o que elas queriam. Só que eu não aguentei muito tempo o ato físico de ficar ligado e pulsante, não havia energia em mim, e elas então me deixaram dormir, até foram legais e me cobriram com um lençol de seda, me deixaram em paz. ali eu era o vidro do aquário também e elas eram o ar que rodeava o aquário todo, os peixes, a bomba de oxigênio, as algas marinhas e as pedrinhas.
e como se assistir aquele programa fosse um tele-transporte e eu tivesse feito uma viagem interior muito profunda e no abismo da minha alma eu encontrasse uma resposta e ela era: você pode ser o vidro do aquário.
dividir nunca é boa coisa para mim em se tratando de barreiras, mas como eu tenho sonhado muito e meus sonhos tem sido muito loucos e obtusos oriundos da sem-nexolândia, apenas aceitei esse pressentimento como algo passageiro. Depois de devida reflexão acho que a vida realmente me pregou essa peça. O vidro do aquário não é apenas uma divisória entre o peixe e sua morte, o vaso que comporta a água, o oxigênio, o espaço doméstico onde os peixes urinam e defecam. O vidro aguenta pressão.
noite passada o sonho foi dos mais intensos porque envolvia uma pessoa conhecida e uma desconhecida e eram duas mulheres que só andavam juntas e ficavam me testando infinitamente até que eu cedi e acabei tendo que fazer o que elas queriam. Só que eu não aguentei muito tempo o ato físico de ficar ligado e pulsante, não havia energia em mim, e elas então me deixaram dormir, até foram legais e me cobriram com um lençol de seda, me deixaram em paz. ali eu era o vidro do aquário também e elas eram o ar que rodeava o aquário todo, os peixes, a bomba de oxigênio, as algas marinhas e as pedrinhas.
quarta-feira, março 04, 2009
Bruna e Bruno
Linha da vida
Bem, na verdade, acabo de sentar para escrever uma linha da vida que foi requisitada pela minha professora de psicologia, e me vi diante de um desafio sem tamanho. Em face desta inusitada situação pensei: não é possível, preciso dividir isso com alguém. O ISSO trata-se de um súbito gap de memória que pegou-me de surpresa.
Sempre achei que tinha uma ótima reserva de memórias da minha infância e adolescência. Já me gabei diversas vezes por lembrar que aos 3 anos eu tirei uma foto muito simpática com um bode e uma carroça no jardim de casa. Na época as tais carroças percorriam as ruas de casa em casa oferecendo o serviço. Aquela foto era coisa tradicional. E eu me lembro muito bem. Há ainda outro episódio em que, muito apertada, não cheguei ao banheiro e aliviei a bexiga no canteiro da garagem. Esse teve direito a foto também. Pois então, eu considerava a mim mesma quase uma prodígio em termos de memória. Eis o problema: isso é tudo. Tudo que recuperei da fase mais fofa, engraçada e adorável da minha linha da vida. É tão pouco que assusta.
Finalmente admito que essa minha linha está meio entediante. Estou pensando em incluir hoje, o dia em que me dei conta do quão inconsciente estou de como me tornei aquilo que sou. Esqueci muita coisa pelo caminho e isso pode ser bom por um lado, mas me faz sentir um tanto despida de história por outro. Não satisfeita, continuei a minha incansável busca por qualquer fragmento, qualquer detalhe e percebi que muitas das coisas que ainda trago comigo não são positivas. São inseguranças, frustrações e mágoas. Queria saber por que uma mínima parte de tudo que é bom permanece e por que a bagagem ruim insiste em não ficar pelo caminho.
Eu penso muito sobre infância por causa do meu filho. Sempre que eu o observo e quando eu estou brincando com ele, desenhando, etc, eu fico absorvendo o momento pra nunca esquecer dele pequeno, de mim sentado no chão todo sujo, correndo com o carrinho ligado por barbante... eu tive uma infância muito rica e cada dia que passa eu percebo que só não perdi aquela essência porque ela sempre esteve aqui comigo e meu filho me ajudou a acessar toda essa memória, essa linha da vida toda se colou.
Tem coisas que eu confio mais no meu irmão gêmeo para lembrar porque, se por um lado eu lembro de X, ele lembra de X, Y, Z, cada detalhe que você ficaria chocada. Mas o Breno, desde pequeno, gosta de fazer exercícios de memória então é natural pra ele lembrar-se de tudo. É o jogo da linha da vida.
Mas a verdade é que fomos puxados por um sistema onde temos que crescer e desenvolver o mais prontamente possível para o mundo do mercado de trabalho e isso nos inibe pra caralho, nos tira todo o suco porque nos esprememos entre ser ou pretender ser e, na real, o lance é viver. Minha mãe e meu pai sempre valorizaram coisas que são muito cafonas hoje em dia, mas que são valores muito fortes em mim e um deles é cuidar da imaginação da criança, assim como eles povoaram minha vida de vinis, livros, pinturas, materiais de pintura e desenho, fizemos muitas viagens, andamos de barco, cavalgamos, jogamos tênis, tudo eles incluíam a mim e meus irmãos para aprender; e é isso que eu faço com o Ravi.
Dá uma sacudida aí na sua cabeça que uma hora deve explodir sua vida como um filme na sua cabeça; tenha coragem, deve ser um filme lindo com muito mais positividade do que você imagina.
Bem, na verdade, acabo de sentar para escrever uma linha da vida que foi requisitada pela minha professora de psicologia, e me vi diante de um desafio sem tamanho. Em face desta inusitada situação pensei: não é possível, preciso dividir isso com alguém. O ISSO trata-se de um súbito gap de memória que pegou-me de surpresa.
Sempre achei que tinha uma ótima reserva de memórias da minha infância e adolescência. Já me gabei diversas vezes por lembrar que aos 3 anos eu tirei uma foto muito simpática com um bode e uma carroça no jardim de casa. Na época as tais carroças percorriam as ruas de casa em casa oferecendo o serviço. Aquela foto era coisa tradicional. E eu me lembro muito bem. Há ainda outro episódio em que, muito apertada, não cheguei ao banheiro e aliviei a bexiga no canteiro da garagem. Esse teve direito a foto também. Pois então, eu considerava a mim mesma quase uma prodígio em termos de memória. Eis o problema: isso é tudo. Tudo que recuperei da fase mais fofa, engraçada e adorável da minha linha da vida. É tão pouco que assusta.
Finalmente admito que essa minha linha está meio entediante. Estou pensando em incluir hoje, o dia em que me dei conta do quão inconsciente estou de como me tornei aquilo que sou. Esqueci muita coisa pelo caminho e isso pode ser bom por um lado, mas me faz sentir um tanto despida de história por outro. Não satisfeita, continuei a minha incansável busca por qualquer fragmento, qualquer detalhe e percebi que muitas das coisas que ainda trago comigo não são positivas. São inseguranças, frustrações e mágoas. Queria saber por que uma mínima parte de tudo que é bom permanece e por que a bagagem ruim insiste em não ficar pelo caminho.
Eu penso muito sobre infância por causa do meu filho. Sempre que eu o observo e quando eu estou brincando com ele, desenhando, etc, eu fico absorvendo o momento pra nunca esquecer dele pequeno, de mim sentado no chão todo sujo, correndo com o carrinho ligado por barbante... eu tive uma infância muito rica e cada dia que passa eu percebo que só não perdi aquela essência porque ela sempre esteve aqui comigo e meu filho me ajudou a acessar toda essa memória, essa linha da vida toda se colou.
Tem coisas que eu confio mais no meu irmão gêmeo para lembrar porque, se por um lado eu lembro de X, ele lembra de X, Y, Z, cada detalhe que você ficaria chocada. Mas o Breno, desde pequeno, gosta de fazer exercícios de memória então é natural pra ele lembrar-se de tudo. É o jogo da linha da vida.
Mas a verdade é que fomos puxados por um sistema onde temos que crescer e desenvolver o mais prontamente possível para o mundo do mercado de trabalho e isso nos inibe pra caralho, nos tira todo o suco porque nos esprememos entre ser ou pretender ser e, na real, o lance é viver. Minha mãe e meu pai sempre valorizaram coisas que são muito cafonas hoje em dia, mas que são valores muito fortes em mim e um deles é cuidar da imaginação da criança, assim como eles povoaram minha vida de vinis, livros, pinturas, materiais de pintura e desenho, fizemos muitas viagens, andamos de barco, cavalgamos, jogamos tênis, tudo eles incluíam a mim e meus irmãos para aprender; e é isso que eu faço com o Ravi.
Dá uma sacudida aí na sua cabeça que uma hora deve explodir sua vida como um filme na sua cabeça; tenha coragem, deve ser um filme lindo com muito mais positividade do que você imagina.
terça-feira, março 03, 2009
dois sonhos
Muitas vezes brinquei de interpretar os sonhos de maneira freudiana capturando os símbolos mais evidentes dos sonhos, meus e dos outros. Mas nunca ganhei no jogo do bicho porque sonhei com cobra ou coisa parecida.
Noite passada tive dois sonhos simultâneos muito intensos. O primeiro começou em uma reunião em uma casa de dois andares onde parecia haver algo como uma festa. Eu estava nessa festa meio de bobo porque só conhecia uma pessoa, uma mulher, e ela estava muito ocupada em deixar tudo ok para todo mundo presente. A casa era velha, estreita, me lembra agora aqueles sobrados que existem no Jaguaré, SP, ou em Sobradinho, DF, com escadas de madeira escura, a cozinha bem no começo da casa e tinha apenas um banheiro. Num determinado momento da noite tudo ficou escuro, não era falta de luz elétrica, mas a minha visão do sonho escureceu. Então começou a surrealidade. Um tipo de pânico velado tomou conta do sonho, não haviam mais as vozes e o sentimento de festa. Ficou mórbido. Quando eu percebi, essa mulher conhecida estava matando as pessoas e, no final, tentou me matar. Eu escapuli maestralmente pelo telhado das casas vizinhas e escapei dos tiros que ela tentou me dar.
Depois eu apareci em um porto cheio de barcos e estava saindo de um deles rumo a alguma choupana à beira-mar ou local com mata abundante, muitas pessoas desconhecidas iam comigo nessa empreitada e paramos para bater papo ou beber água em algum momento. Nesse sonho estava tudo calmo, as conversas eram longas e eu estava acompanhado de uma gata com olhos verdes puxados. Uma hora eu fui buscar algo e quando voltei as amigas dela tinham todas ficado com a cara dela, da gata, e eu não sabia mais qual beijar. Me ajoelhei diante de todas elas, mas nos detalhes, ninguém era aquela gata de olho verde puxado... fiquei confuso, por que? por que? Ela sumiu então eu vou embora. Eu fui com o resto da tripulação. Quando chegamos nos barcos o vento ficou maluco e começou a empurrar as embarcações umas contra as outras, eu lembro de estar perto de um barco muito grande na altura das ondas, altas ondas, e elas empurravam eu e mais um monte de gente para o fundo do mar ou contra as madeiras estraçalhadas. Não tinha escapatória daquilo. Um a um, as pessoas iam se afogando e eu só estava esperando a minha vez. Peguei meu celular ainda intacto e gravei um filme para meu filho no meio daquele tumulto, filho, papai não sabe o que está acontecendo, te ama demais, não sabe se vai te ver de novo, o mundo parece ter me pregado uma peça, seja feliz, não me esqueça nunca, te amo, te amo... deu tempo de jogar muito longe o aparelho e esperar o afogamento. Eu fui sem sofrer.
Noite passada tive dois sonhos simultâneos muito intensos. O primeiro começou em uma reunião em uma casa de dois andares onde parecia haver algo como uma festa. Eu estava nessa festa meio de bobo porque só conhecia uma pessoa, uma mulher, e ela estava muito ocupada em deixar tudo ok para todo mundo presente. A casa era velha, estreita, me lembra agora aqueles sobrados que existem no Jaguaré, SP, ou em Sobradinho, DF, com escadas de madeira escura, a cozinha bem no começo da casa e tinha apenas um banheiro. Num determinado momento da noite tudo ficou escuro, não era falta de luz elétrica, mas a minha visão do sonho escureceu. Então começou a surrealidade. Um tipo de pânico velado tomou conta do sonho, não haviam mais as vozes e o sentimento de festa. Ficou mórbido. Quando eu percebi, essa mulher conhecida estava matando as pessoas e, no final, tentou me matar. Eu escapuli maestralmente pelo telhado das casas vizinhas e escapei dos tiros que ela tentou me dar.
Depois eu apareci em um porto cheio de barcos e estava saindo de um deles rumo a alguma choupana à beira-mar ou local com mata abundante, muitas pessoas desconhecidas iam comigo nessa empreitada e paramos para bater papo ou beber água em algum momento. Nesse sonho estava tudo calmo, as conversas eram longas e eu estava acompanhado de uma gata com olhos verdes puxados. Uma hora eu fui buscar algo e quando voltei as amigas dela tinham todas ficado com a cara dela, da gata, e eu não sabia mais qual beijar. Me ajoelhei diante de todas elas, mas nos detalhes, ninguém era aquela gata de olho verde puxado... fiquei confuso, por que? por que? Ela sumiu então eu vou embora. Eu fui com o resto da tripulação. Quando chegamos nos barcos o vento ficou maluco e começou a empurrar as embarcações umas contra as outras, eu lembro de estar perto de um barco muito grande na altura das ondas, altas ondas, e elas empurravam eu e mais um monte de gente para o fundo do mar ou contra as madeiras estraçalhadas. Não tinha escapatória daquilo. Um a um, as pessoas iam se afogando e eu só estava esperando a minha vez. Peguei meu celular ainda intacto e gravei um filme para meu filho no meio daquele tumulto, filho, papai não sabe o que está acontecendo, te ama demais, não sabe se vai te ver de novo, o mundo parece ter me pregado uma peça, seja feliz, não me esqueça nunca, te amo, te amo... deu tempo de jogar muito longe o aparelho e esperar o afogamento. Eu fui sem sofrer.
segunda-feira, março 02, 2009
A imprensa esperta
Tenho por hábito diário acompanhar os textos do observatório da imprensa e por lá encontro diversas vezes críticas ao jornais e jornalistas, e ao tipo de jornalismo praticado hoje em dia no Brasil principalmente, e sinto que, mesmo concordando com Alberto Dines e outros colaboradores deste site, a realidade é que o jornalismo está sendo superado pelos blogs, ou por relações com opiniões críticas de especialistas ou sinceros observadores da vida que se expressam no meio virtual e que mal fazem parte da grande imprensa de massa dos jornais de circulação regionais, estaduais e nacionais. E se isso está ocorrendo é porque a imprensa não valoriza notícias espertas que apresentem ao leitor mais do que uma pequena imagem dos fatos. Até porque, uma boa investigação jornalística bem escrita começa pelo título e os títulos das notícias de hoje em dia são muito trágicas, de uma pressão subconsciente que não valoriza a esperteza do leitor de jornais. É como a música de massa que supera todas as formas de música popular brasileira, não pela qualidade, mas pela fórmula que a todos idiotiza e que nivela a todos por cima ou por baixo, não cabe a mim decidir. Até que eu gastava meu dinheiro com revistas como Caros Amigos ou a Piauí, mas é no observatório da imprensa que eu encontro algo que não está mais nem nas revistas: uma alternativa aos pontos de vistas reduzidos dos jornalistas que vivem de jornalismo de massa.
E onde está a esperteza? O carnaval teria sido uma boa oportunidade de brindar os leitores mais carentes com cadernos ricos em textos mais elaborados sobre assuntos que não precisam ser os de guerra, fome, importações; estas notícias ficam do mesmo jeito. O que ocorre é que os jornais diminuem de conteúdo, ficam mais finos materialmente e não representam uma alternativa para o leitor... daí ele acessa um site em casa, ou se não tem sai pra alguma festa popular ou vai fazer churrasco com a família ou uma reza em conjunto, qualquer coisa menos ler o jornal.
E se o povo é negligente do não saber no carnaval é por culpa dos responsáveis pelos jornais grandes mesmo porque é deles a idéia de que não há mais leitores do que festeiros nesse país, e daí as férias dos funcionários e o desgosto do jornalista esperto que não gosta de samba que escreveria 1000 linhas sobre algo mais do que se lê diariamente por aí.
E onde está a esperteza? O carnaval teria sido uma boa oportunidade de brindar os leitores mais carentes com cadernos ricos em textos mais elaborados sobre assuntos que não precisam ser os de guerra, fome, importações; estas notícias ficam do mesmo jeito. O que ocorre é que os jornais diminuem de conteúdo, ficam mais finos materialmente e não representam uma alternativa para o leitor... daí ele acessa um site em casa, ou se não tem sai pra alguma festa popular ou vai fazer churrasco com a família ou uma reza em conjunto, qualquer coisa menos ler o jornal.
E se o povo é negligente do não saber no carnaval é por culpa dos responsáveis pelos jornais grandes mesmo porque é deles a idéia de que não há mais leitores do que festeiros nesse país, e daí as férias dos funcionários e o desgosto do jornalista esperto que não gosta de samba que escreveria 1000 linhas sobre algo mais do que se lê diariamente por aí.
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