quarta-feira, novembro 30, 2011
Os BRICS são um "hoyou" - clóvis rossi
Definição da palavra chinesa "hoyou", segundo Elio Gaspari, em sua
coluna de hoje na Folha: "Pode ser traduzido como enganação, ou
vigarice. Não chega a ser fraude, está mais para bravata do que para
golpe".
Pois é, a sigla BRICS é isso. Não chega a ser fraude, mas é enganação. Não existe como grupo. Existem, sim, Brasil, Rússia, Índia, China e, agora, África do Sul. Existem e são importantes, mas seriam importantes de qualquer maneira mesmo que um esperto agente de mercado chamado Jim O'Neill não tivesse inventado a sigla.
Como mostrou Nelson de Sá em seu artigo para a Folha também de hoje, os investidores eram o público alvo de O'Neill ao criar seu "hoyou": atrai-los para investimentos em mercados promissores mas que não tinham --nem têm-- o menor laço histórico, geográfico, político, institucional etc etc etc.
A sigla colou porque, nesta era de predominância absurda dos mercados, os governos encamparam o "hoyou". Governos como o de Luiz Inácio Lula da Silva, aquele que culpava "banqueiros de olhos azuis" pela crise, descrição que se aplica à perfeição a O'Neill e à Goldman Sachs, a usina financeira em que O'Neill passou, graças a seu "hoyou", de mero economista a administrador de um carteira bilionária.
O que ajudou na mercadotecnia da sigla é que ela é inócua. Nao é, por exemplo, como a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que, aumentando o preço ou mexendo nas cotas de produção, para cima ou para baixo, causa estragos ou benesses aos consumidores.
Não, os BRICS não têm uma única política conjunta. Ninguém nunca se dá ao trabalho de consultar o grupo para adotar qualquer medida, econômica, política, de segurança, o que seja. Pela simples e boa razão que não há posição conjunta do grupo para nada. Pode haver posição de cada um dos países sobre, digamos, a situação na Síria ou sobre a crise da dívida na Europa. Tais posições podem até ser coincidentes, mas não porque foram combinadas antes. Mera coincidência.
Basta lembrar a proposta do ministro brasileiro Guido Mantega de os BRICS ajudarem a Europa a sair de sua crise. Lançou-a por sua conta e risco, os outros BRICS resmungaram algo ininteligível aqui e ali (quando o fizeram) e na hora do vamos ver, que seria a cúpula do G20 em Cannes, nada, nadica de nada, embora tenha até havido uma reunião dos líderes dos BRICS na véspera.
Foi tão importante a reunião prévia que o Itamaraty nem se deu ao trabalho de soltar uma informação, umazinha que fosse, a respeito do discutido. Nem a mídia internacional se preocupou em saber, de resto. Até porque os BRICS foram convidados de pedra para a cúpula, dominada não pelas supostas potências do futuro, mas pelas do presente, especificamente Estados Unidos, Alemanha e França.
O único momento de coordenação dos BRICS foi em torno das cotas no Fundo Monetário Internacional, mas, de novo, elas dependem do peso individual de cada país não da força agregada que lhes daria um conglomerado tão badalado.
Nada contra a sigla. Se bem não faz, mal também não. Mas é sempre importante contar a história como a história é, não como quer o mercado financeiro.
Pois é, a sigla BRICS é isso. Não chega a ser fraude, mas é enganação. Não existe como grupo. Existem, sim, Brasil, Rússia, Índia, China e, agora, África do Sul. Existem e são importantes, mas seriam importantes de qualquer maneira mesmo que um esperto agente de mercado chamado Jim O'Neill não tivesse inventado a sigla.
Como mostrou Nelson de Sá em seu artigo para a Folha também de hoje, os investidores eram o público alvo de O'Neill ao criar seu "hoyou": atrai-los para investimentos em mercados promissores mas que não tinham --nem têm-- o menor laço histórico, geográfico, político, institucional etc etc etc.
A sigla colou porque, nesta era de predominância absurda dos mercados, os governos encamparam o "hoyou". Governos como o de Luiz Inácio Lula da Silva, aquele que culpava "banqueiros de olhos azuis" pela crise, descrição que se aplica à perfeição a O'Neill e à Goldman Sachs, a usina financeira em que O'Neill passou, graças a seu "hoyou", de mero economista a administrador de um carteira bilionária.
O que ajudou na mercadotecnia da sigla é que ela é inócua. Nao é, por exemplo, como a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que, aumentando o preço ou mexendo nas cotas de produção, para cima ou para baixo, causa estragos ou benesses aos consumidores.
Não, os BRICS não têm uma única política conjunta. Ninguém nunca se dá ao trabalho de consultar o grupo para adotar qualquer medida, econômica, política, de segurança, o que seja. Pela simples e boa razão que não há posição conjunta do grupo para nada. Pode haver posição de cada um dos países sobre, digamos, a situação na Síria ou sobre a crise da dívida na Europa. Tais posições podem até ser coincidentes, mas não porque foram combinadas antes. Mera coincidência.
Basta lembrar a proposta do ministro brasileiro Guido Mantega de os BRICS ajudarem a Europa a sair de sua crise. Lançou-a por sua conta e risco, os outros BRICS resmungaram algo ininteligível aqui e ali (quando o fizeram) e na hora do vamos ver, que seria a cúpula do G20 em Cannes, nada, nadica de nada, embora tenha até havido uma reunião dos líderes dos BRICS na véspera.
Foi tão importante a reunião prévia que o Itamaraty nem se deu ao trabalho de soltar uma informação, umazinha que fosse, a respeito do discutido. Nem a mídia internacional se preocupou em saber, de resto. Até porque os BRICS foram convidados de pedra para a cúpula, dominada não pelas supostas potências do futuro, mas pelas do presente, especificamente Estados Unidos, Alemanha e França.
O único momento de coordenação dos BRICS foi em torno das cotas no Fundo Monetário Internacional, mas, de novo, elas dependem do peso individual de cada país não da força agregada que lhes daria um conglomerado tão badalado.
Nada contra a sigla. Se bem não faz, mal também não. Mas é sempre importante contar a história como a história é, não como quer o mercado financeiro.
Ciência investiga pessoas que nunca esquecem
O americano Robert Petrella tem uma memória fora do comum: ele é capaz
de memorizar todos os números de telefone armazenados em telefones
celulares e, ao olhar uma única fotografia de um lance de um jogo do seu
time de coração, o Pittsburgh Steelers, é capaz de dizer a data da
partida e a pontuação final.
Petrella tem uma síndrome raríssima, chamada Memória Autobiográfica Altamente Superior (HSAM, na sigla em inglês), na qual o paciente não se esquece de quase nada do que aconteceu com ele na vida.
Quem tem essa condição é capaz de se lembrar o que comeu no almoço hoje ou três anos atrás ou de recordar com detalhes as notícias que leu no jornal há décadas.
Mesmo se quiserem, essas pessoas não podem apagar memórias como o fim de um namoro ou as lembranças de um acidente.
"Eu notei isso durante o ensino secundário, me dava conta que nem todos recordavam o que eu conseguia lembrar, e pensava que era algo incomum, como ser canhoto ou algo assim. Mais tarde, notei que isso tinha outra dimensão. Sempre tive facilidade nos exames, pois lembrava de tudo sem ter feito revisão dos tópicos", disse Petrella à BBC.
Para o americano, a síndrome acaba sendo bastante útil em sua profissão, já que ele é produtor de documentários para o "History Channel" e o "Discovery Channel".
"Às vezes, me recordo de algo que alguém disse há 30 anos, coisas que as outras pessoas não lembrariam, porque foram ditas no momento, e isso pode tornar as relações raras", diz Petrella.
"Mas não tenho problemas em viver no passado. As recordações estão na minha cabeça e são parte de mim, mas não me impedem de viver o hoje e olhar para o futuro."
PROGRAMA DE TV
A HSAM é tão difícil de ser identificada que até então apenas 20 pessoas no mundo --todas nos Estados Unidos-- haviam sido diagnosticadas com ela.
Mas um programa sobre a síndrome exibido pela rede de TV americana CBS, e visto por pelo menos 24 milhões de pessoas, ampliou o conhecimento sobre a HSAM.
Desses telespectadores, 500 entraram em contato com os pesquisadores por acreditarem que tinham HSAM. Mas apenas dez foram confirmadas com a síndrome.
Há apenas cinco anos essa condição começou a ser chamada de Memória Autobiográfica Altamente Superior, quando o especialista em memória James McGaugh publicou um artigo sobre seu estudo de seis anos de uma paciente com os sintomas.
O quadro já foi retratado na ficção, como no conto "Funes, o Memorioso", do argentino Jorge Luis Borges, e na série de TV "Unforgettable" ("Inesquecível", em inglês), que acaba de estrear nos Estados Unidos.
"Provavelmente há pessoas com essa síndrome há séculos, mas suas bases nunca haviam sido investigadas cientificamente. É um quadro muito raro", afirmou McGaugh à BBC.
Para reconhecer a HSAM, os cientistas fazem testes médicos e avaliam os potenciais candidatos com um questionário de acontecimentos públicos ocorridos nos últimos 20 anos. Fatos que vão desde eleições a competições, passando pela a entrega de prêmios e até acidentes aéreos.
Uma pessoa com a Memória Autobiográfica Altamente Superior seria capaz de dizer a data precisa e o dia da semana em que os eventos ocorreram, além de outros detalhes.
Os que obtêm mais de 55% no teste são então interrogados sobre experiências mais pessoais.
'GOOGLE HUMANO'
"A família nos dá fotos ou diários para que a gente tenha dados precisos e assim provar as informações das quais eles dizem se lembrar. É muito, muito difícil que um indivíduo que registre [dados como esse] além de um certo tempo, como um nível de detalhes tão específico", afirmou McGaugh.
Por isso, eles foram apelidados de "Googles humanos".
É o caso de Brad Williams, 55, que vive em Wisconsin. "Me dei conta [da síndrome] participando de concursos de perguntas em bares. Sou fanático por esses concursos e sempre fui melhor e mais rápido do que o restante das pessoas", disse Williams.
"Isso também acontece em episódios familiares: eu sempre consigo lembrar de datas específicas e detalhes de tudo."
Williams diz que ser ter HSAM lhe traz algumas vantagens específicas em seu trabalho como jornalista. "O que eu de fato preciso armazenar ou buscar na internet é um volume bem menor de informações do que o que já está na minha cabeça."
No entanto, nem todos os que possuem esse tipo de memória festejam sua condição.
É o caso de Jill Price, a paciente que procurou especialistas por não poder mais suportar seu constante exercício de se lembrar de tudo. Foi o caso dela que serviu de gatilho para os estudos.
"É incessante, incontrolável e imensamente cansativo. As lembranças vêm, simplesmente chegam na minha mente. Não posso controlá-las", escreveu Price em sua autobiografia "The Woman who Can't Forget ("A Mulher que não Consegue Esquecer", em tradução livre do inglês).
Em seu caso, a HSAM acabou complicando suas relações com as pessoas. Entre os pacientes de McGaugh não há nenhum casado ou com relações estáveis.
No entanto, o especialista afirma que casos de insatisfação como os de Price são a minoria.
"A maioria acredita que é um dom. Se questionados se prefeririam não ter a síndrome, eles dizem que não mudariam isso por nada."
BUSCA NO CÉREBRO
Entre esses pacientes, está a atriz Marilu Henner, conhecida pela série de TV "Táxi", do fim dos anos 1970. Para ela, visualizar a vida em forma de um calendário tornou mais fácil a tarefa de atuar.
A atriz agora dá palestras motivacionais e escreveu um livro para ajudar outras pessoas a ativar sua memória autobiográfica.
"Não tenho problemas em viver com o passado: as lembranças estão na minha cabeça e são parte de mim. Não me impedem de viver o hoje ou olhar para o futuro."
O neurobiólogo McGaugh considera, no entanto, que a HSAM é uma condição preexistente, que se mantém ao longo do tempo e que ainda carece de explicações neurológicas.
Por ora, a recomendação aos portadores da síndrome é que não encarem sua condição como um grande peso e que não se exponham a circunstâncias traumáticas. Não são bons candidatos, por exemplo, para se alistarem no Exército ou seguir para a guerra.
Petrella tem uma síndrome raríssima, chamada Memória Autobiográfica Altamente Superior (HSAM, na sigla em inglês), na qual o paciente não se esquece de quase nada do que aconteceu com ele na vida.
Quem tem essa condição é capaz de se lembrar o que comeu no almoço hoje ou três anos atrás ou de recordar com detalhes as notícias que leu no jornal há décadas.
| "Provavelmente há pessoas com essa síndrome há séculos", diz James McGaugh, especialista em memória |
"Eu notei isso durante o ensino secundário, me dava conta que nem todos recordavam o que eu conseguia lembrar, e pensava que era algo incomum, como ser canhoto ou algo assim. Mais tarde, notei que isso tinha outra dimensão. Sempre tive facilidade nos exames, pois lembrava de tudo sem ter feito revisão dos tópicos", disse Petrella à BBC.
Para o americano, a síndrome acaba sendo bastante útil em sua profissão, já que ele é produtor de documentários para o "History Channel" e o "Discovery Channel".
"Às vezes, me recordo de algo que alguém disse há 30 anos, coisas que as outras pessoas não lembrariam, porque foram ditas no momento, e isso pode tornar as relações raras", diz Petrella.
"Mas não tenho problemas em viver no passado. As recordações estão na minha cabeça e são parte de mim, mas não me impedem de viver o hoje e olhar para o futuro."
PROGRAMA DE TV
A HSAM é tão difícil de ser identificada que até então apenas 20 pessoas no mundo --todas nos Estados Unidos-- haviam sido diagnosticadas com ela.
Mas um programa sobre a síndrome exibido pela rede de TV americana CBS, e visto por pelo menos 24 milhões de pessoas, ampliou o conhecimento sobre a HSAM.
Desses telespectadores, 500 entraram em contato com os pesquisadores por acreditarem que tinham HSAM. Mas apenas dez foram confirmadas com a síndrome.
Há apenas cinco anos essa condição começou a ser chamada de Memória Autobiográfica Altamente Superior, quando o especialista em memória James McGaugh publicou um artigo sobre seu estudo de seis anos de uma paciente com os sintomas.
O quadro já foi retratado na ficção, como no conto "Funes, o Memorioso", do argentino Jorge Luis Borges, e na série de TV "Unforgettable" ("Inesquecível", em inglês), que acaba de estrear nos Estados Unidos.
"Provavelmente há pessoas com essa síndrome há séculos, mas suas bases nunca haviam sido investigadas cientificamente. É um quadro muito raro", afirmou McGaugh à BBC.
Para reconhecer a HSAM, os cientistas fazem testes médicos e avaliam os potenciais candidatos com um questionário de acontecimentos públicos ocorridos nos últimos 20 anos. Fatos que vão desde eleições a competições, passando pela a entrega de prêmios e até acidentes aéreos.
Uma pessoa com a Memória Autobiográfica Altamente Superior seria capaz de dizer a data precisa e o dia da semana em que os eventos ocorreram, além de outros detalhes.
Os que obtêm mais de 55% no teste são então interrogados sobre experiências mais pessoais.
'GOOGLE HUMANO'
"A família nos dá fotos ou diários para que a gente tenha dados precisos e assim provar as informações das quais eles dizem se lembrar. É muito, muito difícil que um indivíduo que registre [dados como esse] além de um certo tempo, como um nível de detalhes tão específico", afirmou McGaugh.
Por isso, eles foram apelidados de "Googles humanos".
É o caso de Brad Williams, 55, que vive em Wisconsin. "Me dei conta [da síndrome] participando de concursos de perguntas em bares. Sou fanático por esses concursos e sempre fui melhor e mais rápido do que o restante das pessoas", disse Williams.
"Isso também acontece em episódios familiares: eu sempre consigo lembrar de datas específicas e detalhes de tudo."
Williams diz que ser ter HSAM lhe traz algumas vantagens específicas em seu trabalho como jornalista. "O que eu de fato preciso armazenar ou buscar na internet é um volume bem menor de informações do que o que já está na minha cabeça."
No entanto, nem todos os que possuem esse tipo de memória festejam sua condição.
É o caso de Jill Price, a paciente que procurou especialistas por não poder mais suportar seu constante exercício de se lembrar de tudo. Foi o caso dela que serviu de gatilho para os estudos.
"É incessante, incontrolável e imensamente cansativo. As lembranças vêm, simplesmente chegam na minha mente. Não posso controlá-las", escreveu Price em sua autobiografia "The Woman who Can't Forget ("A Mulher que não Consegue Esquecer", em tradução livre do inglês).
Em seu caso, a HSAM acabou complicando suas relações com as pessoas. Entre os pacientes de McGaugh não há nenhum casado ou com relações estáveis.
No entanto, o especialista afirma que casos de insatisfação como os de Price são a minoria.
"A maioria acredita que é um dom. Se questionados se prefeririam não ter a síndrome, eles dizem que não mudariam isso por nada."
BUSCA NO CÉREBRO
Entre esses pacientes, está a atriz Marilu Henner, conhecida pela série de TV "Táxi", do fim dos anos 1970. Para ela, visualizar a vida em forma de um calendário tornou mais fácil a tarefa de atuar.
A atriz agora dá palestras motivacionais e escreveu um livro para ajudar outras pessoas a ativar sua memória autobiográfica.
"Não tenho problemas em viver com o passado: as lembranças estão na minha cabeça e são parte de mim. Não me impedem de viver o hoje ou olhar para o futuro."
O neurobiólogo McGaugh considera, no entanto, que a HSAM é uma condição preexistente, que se mantém ao longo do tempo e que ainda carece de explicações neurológicas.
Por ora, a recomendação aos portadores da síndrome é que não encarem sua condição como um grande peso e que não se exponham a circunstâncias traumáticas. Não são bons candidatos, por exemplo, para se alistarem no Exército ou seguir para a guerra.
Cresce número de bebês nascidos com baixo peso no país - ESTELITA HASS CARAZZAI
Na contramão da melhoria dos indicadores de saúde de recém-nascidos, o
índice de bebês com baixo peso ao nascer vem aumentando no Brasil nos
últimos anos.
Dados preliminares do Ministério da Saúde tabulados pela Folha mostram que, no ano passado, o índice de bebês nascidos com menos de 2,5 kg foi de 8,4%.
Há dez anos, era de 7,9% --o ideal, para a OMS (Organização Mundial da Saúde), é abaixo de 5%.
O valor é puxado por Estados mais desenvolvidos, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, onde o índice chega a 9,5%.
Nesses locais, há uma porcentagem maior de cesáreas --o que, dizem os médicos, é a principal explicação para o fenômeno.
"A cesariana programada faz a criança nascer antes do tempo ideal, com peso baixo", diz Renato Procianoy, presidente do departamento de neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Para o Ministério da Saúde, o aumento é "progressivo e preocupante". "Estamos criando uma geração de baixo peso, que terá muito mais chance de ter obesidade, diabetes e hipertensão", afirma Helvécio Magalhães, secretário de Atenção à Saúde.
O baixo peso ao nascer traz risco de doenças crônicas e reduz a expectativa de vida.
"Não adianta colocar na UTI neonatal. Ela dá uma falsa segurança de que vai dar conta da saúde do bebê, o que não é verdade", afirma o epidemiologista e coordenador da Pastoral da Criança, Nelson Arns Neumann.
Magalhães ressalta ainda que a UTI tem alto custo e aumenta o risco de infecções.
O governo quer estimular o parto normal e diz estar investindo no atendimento à gestante pela Rede Cegonha, programa lançado em março para ampliar a assistência a mães e bebês na rede pública de saúde.
Dados preliminares do Ministério da Saúde tabulados pela Folha mostram que, no ano passado, o índice de bebês nascidos com menos de 2,5 kg foi de 8,4%.
Há dez anos, era de 7,9% --o ideal, para a OMS (Organização Mundial da Saúde), é abaixo de 5%.
O valor é puxado por Estados mais desenvolvidos, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, onde o índice chega a 9,5%.
Nesses locais, há uma porcentagem maior de cesáreas --o que, dizem os médicos, é a principal explicação para o fenômeno.
"A cesariana programada faz a criança nascer antes do tempo ideal, com peso baixo", diz Renato Procianoy, presidente do departamento de neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Para o Ministério da Saúde, o aumento é "progressivo e preocupante". "Estamos criando uma geração de baixo peso, que terá muito mais chance de ter obesidade, diabetes e hipertensão", afirma Helvécio Magalhães, secretário de Atenção à Saúde.
O baixo peso ao nascer traz risco de doenças crônicas e reduz a expectativa de vida.
"Não adianta colocar na UTI neonatal. Ela dá uma falsa segurança de que vai dar conta da saúde do bebê, o que não é verdade", afirma o epidemiologista e coordenador da Pastoral da Criança, Nelson Arns Neumann.
Magalhães ressalta ainda que a UTI tem alto custo e aumenta o risco de infecções.
O governo quer estimular o parto normal e diz estar investindo no atendimento à gestante pela Rede Cegonha, programa lançado em março para ampliar a assistência a mães e bebês na rede pública de saúde.
Aumenta número de 'mulheres-talebans' isralenses
Cresce o número de mulheres judias israelenses que seguem os preceitos
de uma seita radical e andam cobertas da cabeça aos pés "para preservar a
decência".
A maneira de se vestir das mulheres da seita cobertas da cabeça aos pés, lembra a burqa usada no Afganistão, e daí vem o apelido de "mulheres-taleban", pelo qual ficaram conhecidas na imprensa israelense.
No entanto, para elas a burqa não é "decente" o suficiente, pois com apenas uma camada de roupa, deixa entrever as curvas do corpo da mulher.
Segundo a seita, também conhecida como "mulheres dos xales", para evitar tornar-se uma "tentação para os homens", a mulher deve vestir-se com dezenas de camadas de xales, de modo a tornar-se uma montanha de panos disforme para que as curvas de seu corpo não transpareçam.
A seita foi fundada há cerca de 5 anos pela rabina Bruria Keren, na cidade de Beit Shemesh, perto de Jerusalém.
Há 3 anos Keren foi presa por abusar de seus 12 filhos e condenada a 4 anos e meio de prisão. A rabina, que foi acusada de maltratos às crianças, alegou que "queria educá-las segundo os preceitos da modéstia".
Na liderança da seita ela foi substituída por outras mulheres que a consideram "santa" e seguem seus ensinamentos.
DESAFIO
O número de mulheres que aderiram à seita está crescendo e, segundo as avaliações, já chega a mais de mil. Elas próprias afirmam que já são mais de 10 mil.
Elas vivem principalmente nas cidades de Jerusalém, Beit Shemesh e Elad, onde há grandes concentrações de judeus ultraortodoxos.
No entanto os próprios ultraortodoxos veem o fenômeno como um desafio aos preceitos da religião judaica, afirmando que essas mulheres "foram longe demais".
Segundo os preceitos da seita, as meninas também devem andar totalmente encobertas desde pequenas.
Para o rabino reformista Arik Asherman, os preceitos da seita "não fazem parte do judaísmo".
"Não conheço tradição alguma dentro do judaísmo que defenda tal ocultação da mulher e considero problemática a imposição desses preceitos às crianças" disse Asherman à BBC Brasil.
De acordo com o rabino, o preceito da modéstia faz parte da tradição do judaismo, mas uma interpretação tão radical "não tem precedentes".
O crescente número de comunidades de mulheres adeptas da seita também preocupa o Ministério da Educação de Israel, pois elas não concordam em matricular os filhos nas escolas públicas e os educam dentro das comunidades, sem qualquer controle do Estado.
Para a seita, a ocultação total da mulher é o preceito principal e deverá acelerar a "salvação do povo de Israel".
Elas se reúnem e estudam maneiras de ocultar o corpo, inclusive os olhos e os cabelos, para evitar que "até as paredes os vejam".
'APRIMORANDO' A OCULTAÇÃO
Em um vídeo filmado clandestinamente por uma jornalista que se infiltrou na seita disfarçando-se de simpatizante, se pode ver diversas maneiras como as integrantes "aprimoram" a ocultação de si mesmas.
Elas costumam se pentear embaixo dos panos, mesmo quando estão sozinhas, e raramente tomam banho, pois a operação acaba sendo extremamente complicada com todas as camadas de panos que as encobrem.
De acordo com a diretora da prisão onde se encontra a rabina Keren, o hábito de tomar poucos banhos é a razão principal pela qual ela é mantida em uma cela individual.
A cobertura total dos olhos faz com que as mulheres da seita não enxerguem por onde andam e, para poder se locomover, geralmente utilizam seus filhos como guias.
Para o rabino Uri Regev, presidente da ONG Hidush, em prol da liberdade religiosa e da igualdade, "o crescimento de um grupo fundamentalista como a seita das mulheres de xale, faz parte do processo geral de radicalização do público religioso em Israel".
A maneira de se vestir das mulheres da seita cobertas da cabeça aos pés, lembra a burqa usada no Afganistão, e daí vem o apelido de "mulheres-taleban", pelo qual ficaram conhecidas na imprensa israelense.
No entanto, para elas a burqa não é "decente" o suficiente, pois com apenas uma camada de roupa, deixa entrever as curvas do corpo da mulher.
Segundo a seita, também conhecida como "mulheres dos xales", para evitar tornar-se uma "tentação para os homens", a mulher deve vestir-se com dezenas de camadas de xales, de modo a tornar-se uma montanha de panos disforme para que as curvas de seu corpo não transpareçam.
A seita foi fundada há cerca de 5 anos pela rabina Bruria Keren, na cidade de Beit Shemesh, perto de Jerusalém.
Há 3 anos Keren foi presa por abusar de seus 12 filhos e condenada a 4 anos e meio de prisão. A rabina, que foi acusada de maltratos às crianças, alegou que "queria educá-las segundo os preceitos da modéstia".
Na liderança da seita ela foi substituída por outras mulheres que a consideram "santa" e seguem seus ensinamentos.
DESAFIO
O número de mulheres que aderiram à seita está crescendo e, segundo as avaliações, já chega a mais de mil. Elas próprias afirmam que já são mais de 10 mil.
Elas vivem principalmente nas cidades de Jerusalém, Beit Shemesh e Elad, onde há grandes concentrações de judeus ultraortodoxos.
No entanto os próprios ultraortodoxos veem o fenômeno como um desafio aos preceitos da religião judaica, afirmando que essas mulheres "foram longe demais".
Segundo os preceitos da seita, as meninas também devem andar totalmente encobertas desde pequenas.
Para o rabino reformista Arik Asherman, os preceitos da seita "não fazem parte do judaísmo".
"Não conheço tradição alguma dentro do judaísmo que defenda tal ocultação da mulher e considero problemática a imposição desses preceitos às crianças" disse Asherman à BBC Brasil.
De acordo com o rabino, o preceito da modéstia faz parte da tradição do judaismo, mas uma interpretação tão radical "não tem precedentes".
O crescente número de comunidades de mulheres adeptas da seita também preocupa o Ministério da Educação de Israel, pois elas não concordam em matricular os filhos nas escolas públicas e os educam dentro das comunidades, sem qualquer controle do Estado.
Para a seita, a ocultação total da mulher é o preceito principal e deverá acelerar a "salvação do povo de Israel".
Elas se reúnem e estudam maneiras de ocultar o corpo, inclusive os olhos e os cabelos, para evitar que "até as paredes os vejam".
'APRIMORANDO' A OCULTAÇÃO
Em um vídeo filmado clandestinamente por uma jornalista que se infiltrou na seita disfarçando-se de simpatizante, se pode ver diversas maneiras como as integrantes "aprimoram" a ocultação de si mesmas.
Elas costumam se pentear embaixo dos panos, mesmo quando estão sozinhas, e raramente tomam banho, pois a operação acaba sendo extremamente complicada com todas as camadas de panos que as encobrem.
De acordo com a diretora da prisão onde se encontra a rabina Keren, o hábito de tomar poucos banhos é a razão principal pela qual ela é mantida em uma cela individual.
A cobertura total dos olhos faz com que as mulheres da seita não enxerguem por onde andam e, para poder se locomover, geralmente utilizam seus filhos como guias.
Para o rabino Uri Regev, presidente da ONG Hidush, em prol da liberdade religiosa e da igualdade, "o crescimento de um grupo fundamentalista como a seita das mulheres de xale, faz parte do processo geral de radicalização do público religioso em Israel".
terça-feira, novembro 29, 2011
segunda-feira, novembro 28, 2011
quinta-feira, novembro 24, 2011
Weiwei cria ‘caverna’ com 1200 bicicletas
Nem mesmo os quatro meses que passou na prisão foram capazes de apagar o brilho do artista plástico chinês Ai Weiwei. É o que prova esta exposição atualmente em cartaz em Taiwan, cuja obra principal é inspirada justamente em um dos principais símbolos da China: a bicicleta.
Chamada Absence, a mostra reúne 21 obras do artista. No centro das atenções, está a instalação Forever Bicicles, uma estrutura de dez metros de altura construída com 1.200 bicicletas. Criada especialmente para o museu taiwanês, a obra provoca uma estranha ilusão de movimento, ao mesmo tempo que lembra uma caverna.
Empilhadas, as bicicletas perdem sua forma e sua função originais. A liberdade associada ao ciclismo se esvai com a montanha de bicicletas inúteis e imóveis. Uma crítica não tão sutil à China contemporânea.
Para consultor, pais erram ao fazer poupança para filhos
Afegã é condenada a 12 anos de prisão por ter sido estuprada
A afegã Gulnaz, de 21 anos, enfrentou um duro dilema recentemente. Ela
precisou escolher entre permanecer na cadeia cumprindo uma pena de 12
anos por ter sido estuprada por um homem casado ou se unir ao agressor, o
que lhe garantiria a liberdade. Pensando na filha de dois anos, que
nasceu após o estupro, Gulnaz escolheu a segunda opção.
Conforme contou à rede CNN, a afegã foi violentada pelo cunhado quando tinha 19 anos. “Ele estava com roupas nojentas, porque trabalha na construção civil. Quando minha mãe saiu, ele foi até a minha casa e fechou as portas e as janelas. Eu comecei a gritar, mas ele me calou, tapando minha boca com as mãos”, descreveu Gulnaz.
A garota preferiu não denunciar o agressor, com medo de represálias,
mas poucas semanas depois descobriu que estava grávida e o segredo foi
revelado à família. Gulnaz foi julgada por adultério e condenada a 12
anos de prisão, assim como o cunhado.
No Afeganistão, uma mulher somente recupera a honra e a liberdade após um estupro ou adultério caso se case com o criminoso. O casamento legitimaria Gulnaz e a filha na sociedade afegã, de acordo com a reportagem da CNN.
Nesta quarta-feira (23/11), porém, um tribunal de Cabul aceitou somente reduzir a pena de Gulnaz, de 12 para três anos, alegando que ela "demorou demais" para prestar queixa contra o cunhado. O porta-voz do procurador geral da capital afegã, Rahmatullah Nazari, disse à CNN que a investigação concluiu que o sexo foi consensual, por isso Gulnaz foi condenada por adultério.
"Gulnaz alega que foi estuprada. Mas devido ao fato de que ela reportou o crime somente quatro meses depois, não conseguimos encontrar nenhuma evidência do ataque", afirmou Nazari.
Conforme contou à rede CNN, a afegã foi violentada pelo cunhado quando tinha 19 anos. “Ele estava com roupas nojentas, porque trabalha na construção civil. Quando minha mãe saiu, ele foi até a minha casa e fechou as portas e as janelas. Eu comecei a gritar, mas ele me calou, tapando minha boca com as mãos”, descreveu Gulnaz.
| CNN/Reprodução |
No Afeganistão, uma mulher somente recupera a honra e a liberdade após um estupro ou adultério caso se case com o criminoso. O casamento legitimaria Gulnaz e a filha na sociedade afegã, de acordo com a reportagem da CNN.
Nesta quarta-feira (23/11), porém, um tribunal de Cabul aceitou somente reduzir a pena de Gulnaz, de 12 para três anos, alegando que ela "demorou demais" para prestar queixa contra o cunhado. O porta-voz do procurador geral da capital afegã, Rahmatullah Nazari, disse à CNN que a investigação concluiu que o sexo foi consensual, por isso Gulnaz foi condenada por adultério.
"Gulnaz alega que foi estuprada. Mas devido ao fato de que ela reportou o crime somente quatro meses depois, não conseguimos encontrar nenhuma evidência do ataque", afirmou Nazari.
quarta-feira, novembro 23, 2011
Barista ensina como preparar um café coado perfeito
Brasil perde para outros Brics na hora de proteger suas florestas - BBC
O Brasil está atrás de China, Rússia e Índia no combate ao desmatamento e
na recuperação da área florestal perdida. Esta é a conclusão de um
estudo organizado pelo instituto brasileiro Imazon e o Proforest, ligado
à Universidade de Oxford, que estudo comparou a situação em 11 países e
mostra que nos quesitos preservação e reflorestamento o Brasil está
perdendo a corrida com outros países dos Brics.
O estudo, divulgado no momento em que o Senado debate os termos do novo Código Florestal quanto ao tratamento de áreas verdes do país, compara a forma com que o Brasil e outros países lidam com o tema e analisa o que está sendo feito de suas florestas.
Se colocados lado a lado, os dados mostram que, enquanto China, Índia e Rússia têm criado leis para proteger suas florestas e agem para recuperar o que já foi devastado, o Brasil segue na contra-mão, desmatando mais do que é reflorestado.
O levantamento, denominado "Um Resumo do Status das Florestas em Países Selecionados", verificou um padrão semelhante nos países analisados. Primeiro, passam por intenso processo de desmatamento, normalmente quando estão se desenvolvendo, para abrir espaço para a agricultura e explorar matérias-primas.
Em seguida, essa devastação é interrompida por fatores que vão da escassez dos produtos florestais à preocupação ambiental. Começa então uma curva ascendente, com políticas de proteção ambiental e reflorestamento.
FUNDO DO POÇO
Para Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior do Imazon e coordenador do levantamento no país, o Brasil está longe de acompanhar os outros Brics. "Estamos atualmente no fundo do poço e um desses bem profundos, porque quando ainda é pobre, o país dilapida suas florestas, mas à medida que se torna emergente, começa a mostrar uma curva ascendente", disse Veríssimo à BBC Brasil.
"Mas o que vemos aqui não é nada disso. O Brasil já é emergente e continua caindo, já que perde mais florestas do que planta", afirma o pesquisador, lembrando que se originalmente o país tinha 90% de seu território coberto por florestas, hoje essa proporção é de 56%.
O exemplo mais contundente talvez seja a China, que com um amplo programa oficial superou a fase de devastação intensa e já conseguiu recuperar suas florestas, apesar de ainda serem limitadas. Segundo dados da FAO, a cobertura florestal do país em 1950 não chegava nem a 10% do território, enquanto hoje ocupa 22%.
"O principal interesse chinês é impulsionar sua economia e criar uma reserva estratégica para o país, protegendo, por exemplo, áreas como as que têm recursos hídricos", afirma Veríssimo. A legislação da China impede que florestas sejam suprimidas em prol de mineração ou projetos de infraestutura e só abre exceções mediante a autorização governamental e pagamento de taxa de restauração ambiental.
CURVA ASCENDENTE
Já a Rússia, país com maior cobertura florestal do mundo, ampliou essa área em 15% em 60 anos e hoje tem quase metade de seu território coberto por florestas. O crescimento deve-se a uma melhoria na legislação, também resultado da menor dependência da área rural.
Segundo o estudo, a Índia também já começou avançar rumo ao reflorestamento, embora em um nível bem mais tímido, de 21% para 22%. Mas o pesquisador lembra que os entraves indianos são muitos mais duros do que os brasileiros, já que eles vivem em território muito menor que o nosso com uma população cerca de seis vezes maior.
O estudo do Imazon e da Proforest, que incluiu também países europeus e da América do Norte, deixa claro que para fazer progresso nessa trajetória de recuperação ambiental são precisos incentivos do governo.
Setores ruralistas rejeitam as conclusões do estudo pois acreditam que a falta de incentivo governamental no Brasil invalida as comparações. Eles alegam que o estudo põe lado a lado países que não são comparáveis, justamente por receberem benefícios em prol da conservação ambiental. "Esse estudo é uma interpretação parcial dos dados, porque mostra que países que, após devastarem quase toda a área verde que tinham, vêm replantando com recursos obtidos na forma de incentivos financeiros e indenizações para áreas que deixam de produzir alimentos", disse à BBC Brasil, Assuero Veronez, vice-presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária). "E não podemos comparar isso com a nossa legislção, que apenas restringe o uso sem qualquer tipo de indenização ou compensação ao proprietário."
O estudo, divulgado no momento em que o Senado debate os termos do novo Código Florestal quanto ao tratamento de áreas verdes do país, compara a forma com que o Brasil e outros países lidam com o tema e analisa o que está sendo feito de suas florestas.
Se colocados lado a lado, os dados mostram que, enquanto China, Índia e Rússia têm criado leis para proteger suas florestas e agem para recuperar o que já foi devastado, o Brasil segue na contra-mão, desmatando mais do que é reflorestado.
O levantamento, denominado "Um Resumo do Status das Florestas em Países Selecionados", verificou um padrão semelhante nos países analisados. Primeiro, passam por intenso processo de desmatamento, normalmente quando estão se desenvolvendo, para abrir espaço para a agricultura e explorar matérias-primas.
Em seguida, essa devastação é interrompida por fatores que vão da escassez dos produtos florestais à preocupação ambiental. Começa então uma curva ascendente, com políticas de proteção ambiental e reflorestamento.
FUNDO DO POÇO
Para Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior do Imazon e coordenador do levantamento no país, o Brasil está longe de acompanhar os outros Brics. "Estamos atualmente no fundo do poço e um desses bem profundos, porque quando ainda é pobre, o país dilapida suas florestas, mas à medida que se torna emergente, começa a mostrar uma curva ascendente", disse Veríssimo à BBC Brasil.
"Mas o que vemos aqui não é nada disso. O Brasil já é emergente e continua caindo, já que perde mais florestas do que planta", afirma o pesquisador, lembrando que se originalmente o país tinha 90% de seu território coberto por florestas, hoje essa proporção é de 56%.
O exemplo mais contundente talvez seja a China, que com um amplo programa oficial superou a fase de devastação intensa e já conseguiu recuperar suas florestas, apesar de ainda serem limitadas. Segundo dados da FAO, a cobertura florestal do país em 1950 não chegava nem a 10% do território, enquanto hoje ocupa 22%.
"O principal interesse chinês é impulsionar sua economia e criar uma reserva estratégica para o país, protegendo, por exemplo, áreas como as que têm recursos hídricos", afirma Veríssimo. A legislação da China impede que florestas sejam suprimidas em prol de mineração ou projetos de infraestutura e só abre exceções mediante a autorização governamental e pagamento de taxa de restauração ambiental.
CURVA ASCENDENTE
Já a Rússia, país com maior cobertura florestal do mundo, ampliou essa área em 15% em 60 anos e hoje tem quase metade de seu território coberto por florestas. O crescimento deve-se a uma melhoria na legislação, também resultado da menor dependência da área rural.
Segundo o estudo, a Índia também já começou avançar rumo ao reflorestamento, embora em um nível bem mais tímido, de 21% para 22%. Mas o pesquisador lembra que os entraves indianos são muitos mais duros do que os brasileiros, já que eles vivem em território muito menor que o nosso com uma população cerca de seis vezes maior.
O estudo do Imazon e da Proforest, que incluiu também países europeus e da América do Norte, deixa claro que para fazer progresso nessa trajetória de recuperação ambiental são precisos incentivos do governo.
Setores ruralistas rejeitam as conclusões do estudo pois acreditam que a falta de incentivo governamental no Brasil invalida as comparações. Eles alegam que o estudo põe lado a lado países que não são comparáveis, justamente por receberem benefícios em prol da conservação ambiental. "Esse estudo é uma interpretação parcial dos dados, porque mostra que países que, após devastarem quase toda a área verde que tinham, vêm replantando com recursos obtidos na forma de incentivos financeiros e indenizações para áreas que deixam de produzir alimentos", disse à BBC Brasil, Assuero Veronez, vice-presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária). "E não podemos comparar isso com a nossa legislção, que apenas restringe o uso sem qualquer tipo de indenização ou compensação ao proprietário."
Ganhador do Nobel faz show de física em auditório lotado em SP - GIULIANA MIRANDA
Uma apresentação com muita fumaça, objetos levitando e gritos de espanto
da plateia adolescente. A palestra de William Phillips, vencedor do
Nobel em Física de 1997, mais parece um show de mágica. Com uma
diferença: ele explica exaustivamente cada um de seus truques.
Com o propósito declarado de atrair mais jovens para a área científica, o pesquisador apresentou uma versão "para leigos" do trabalho que lhe rendeu o prêmio máximo da ciência em um auditório lotado, na terça-feira, no Colégio Etapa, em São Paulo.
"Ganhar o Nobel não facilitou a minha vida na hora de publicar um trabalho ou conseguir financiamento. O que aumentou foi a possibilidade de falar para grandes grupos e incentivar o gosto pela ciência", disse à Folha.
Usando uma gravata com uma paisagem do filme "Guerra nas Estrelas", o ex-técnico da seleção olímpica de física dos EUA conquistou a plateia, que reunia tanto interessados em ciência quanto gente que queria ver de perto um cientista famoso.
Entre um truque com nitrogênio líquido e outro, o cientista explicou a complexa tarefa de capturar átomos em uma armadilha que une raios laser e campos magnéticos.
A descoberta --rendeu-lhe o Nobel juntamente com Steven Chu e Claude Cohen-Tannoudji-- teve aplicações práticas, como a construção de relógios quânticos de altíssima precisão.
Para entender o tamanho da descoberta, basta fazer uma comparação com um relógio comum, como o que as pessoas usam no pulso.
Um bom relógio de quartzo perde cerca de 30 segundos de precisão por ano. Já em um relógio quântico aperfeiçoado após a criação do método, isso cai para um segundo em 1 milhão de anos.
Tamanha precisão, além de ser empregada em experimentos científicos, já está inserida no cotidiano. Sem os relógios quânticos, por exemplo, o sistema de GPS não seria possível.
CIÊNCIA BRASILEIRA
No Brasil pela sexta vez, o pesquisador disse conhecer pouco da ciência nacional, mas elogiou os trabalhos com os quais teve contato.
"Os trabalhos que eu vi em São Carlos [interior de SP] são de ponta, estão entre os melhores do mundo", disse. Ele citou como um dos exemplos de excelência as pesquisas em física quântica da USP.
Para o coordenador da Olimpíada Brasileira de Física, Euclydes Marega, o contato com grandes nomes da ciência se reflete na motivação dos alunos.
"Eles encontram alguém para se espelhar. É como, para um interessado em futebol, encontrar o Ronaldinho. Enquanto o Brasil não tem um vencedor nacional, precisamos aproveitar essas oportunidades de contato com os estrangeiros", disse.
Medalha de Prata na olimpíada nacional de matemática em 2007, Ana Lucia Cox, 17, concorda. Depois de tirar foto e ter a blusa autografada por Phillips, ela comemorou.
"Adoro física, quero seguir na área de ciência ou engenharia. É muito bom receber dicas de alguém tão bem-sucedido nesses assuntos."
Mesmo querendo "cooptar" jovens, Phillips ressaltou que a carreira científica também tem seus problemas.
"Ser cientista não dá dinheiro. Se quiser ficar muito rico, vá trabalhar com negócios ou direito. Por outro lado, dá um prazer imenso para quem é curioso e se interessa por saber como as coisas funcionam."
RAIO X
NASCIMENTO
Em 5 de novembro de 1948, na cidade de Wikes-Barre, na Pensilvânia, EUA.
PREMIAÇÃO
Nobel em Física em 1997 por seu trabalho com física atômica com os colegas Steven Chu e Claude Cohen-Tannoudji. Eles desenvolveram técnicas para controlar o movimetno de átomos com a luz.
FILIAÇÃO
Nist (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia), uma espécie de Inmetro dos EUA.
Com o propósito declarado de atrair mais jovens para a área científica, o pesquisador apresentou uma versão "para leigos" do trabalho que lhe rendeu o prêmio máximo da ciência em um auditório lotado, na terça-feira, no Colégio Etapa, em São Paulo.
| Marisa Cauduro/Folhapress |
"Ganhar o Nobel não facilitou a minha vida na hora de publicar um trabalho ou conseguir financiamento. O que aumentou foi a possibilidade de falar para grandes grupos e incentivar o gosto pela ciência", disse à Folha.
Usando uma gravata com uma paisagem do filme "Guerra nas Estrelas", o ex-técnico da seleção olímpica de física dos EUA conquistou a plateia, que reunia tanto interessados em ciência quanto gente que queria ver de perto um cientista famoso.
Entre um truque com nitrogênio líquido e outro, o cientista explicou a complexa tarefa de capturar átomos em uma armadilha que une raios laser e campos magnéticos.
A descoberta --rendeu-lhe o Nobel juntamente com Steven Chu e Claude Cohen-Tannoudji-- teve aplicações práticas, como a construção de relógios quânticos de altíssima precisão.
Para entender o tamanho da descoberta, basta fazer uma comparação com um relógio comum, como o que as pessoas usam no pulso.
Um bom relógio de quartzo perde cerca de 30 segundos de precisão por ano. Já em um relógio quântico aperfeiçoado após a criação do método, isso cai para um segundo em 1 milhão de anos.
Tamanha precisão, além de ser empregada em experimentos científicos, já está inserida no cotidiano. Sem os relógios quânticos, por exemplo, o sistema de GPS não seria possível.
CIÊNCIA BRASILEIRA
No Brasil pela sexta vez, o pesquisador disse conhecer pouco da ciência nacional, mas elogiou os trabalhos com os quais teve contato.
"Os trabalhos que eu vi em São Carlos [interior de SP] são de ponta, estão entre os melhores do mundo", disse. Ele citou como um dos exemplos de excelência as pesquisas em física quântica da USP.
Para o coordenador da Olimpíada Brasileira de Física, Euclydes Marega, o contato com grandes nomes da ciência se reflete na motivação dos alunos.
"Eles encontram alguém para se espelhar. É como, para um interessado em futebol, encontrar o Ronaldinho. Enquanto o Brasil não tem um vencedor nacional, precisamos aproveitar essas oportunidades de contato com os estrangeiros", disse.
Medalha de Prata na olimpíada nacional de matemática em 2007, Ana Lucia Cox, 17, concorda. Depois de tirar foto e ter a blusa autografada por Phillips, ela comemorou.
"Adoro física, quero seguir na área de ciência ou engenharia. É muito bom receber dicas de alguém tão bem-sucedido nesses assuntos."
Mesmo querendo "cooptar" jovens, Phillips ressaltou que a carreira científica também tem seus problemas.
"Ser cientista não dá dinheiro. Se quiser ficar muito rico, vá trabalhar com negócios ou direito. Por outro lado, dá um prazer imenso para quem é curioso e se interessa por saber como as coisas funcionam."
RAIO X
NASCIMENTO
Em 5 de novembro de 1948, na cidade de Wikes-Barre, na Pensilvânia, EUA.
PREMIAÇÃO
Nobel em Física em 1997 por seu trabalho com física atômica com os colegas Steven Chu e Claude Cohen-Tannoudji. Eles desenvolveram técnicas para controlar o movimetno de átomos com a luz.
FILIAÇÃO
Nist (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia), uma espécie de Inmetro dos EUA.
terça-feira, novembro 22, 2011
Mars in a Minute: How Do You Get to Mars?
segunda-feira, novembro 21, 2011
França expõe manuscrito de US$ 9,8 milhões do livro do conquistador Casanova - FRANCE PRESSE
Os amores e a vida de Casanova encontraram refúgio na Biblioteca
Nacional da França, que expõe pela primeira vez o manuscrito original
com suas memórias, que a instituição comprou em 2010, por US$ 9,8
milhões.
Giacomo Girolamo Casanova (1725-1798) começou a escrever a "História de minha vida" --3.700 paginas em francês-- em 1789, quando já se sentia velho e sozinho, informou Corinne Le Bitouzé, a curadora da mostra intitulada "Casanova ou a paixão da liberdade", que estará aberta até 19 de fevereiro.
"Escreveu por recomendação de seu médico, como forma de terapia", disse.
Corinne Le Bitouzé explicou que "a fama de libertino e sedutor de Casanova escondeu o fato de ter sido um grande erudito, um dos nomes do século 18, além de monumento da literatura francesa".
As memórias, adquiridas pela Biblioteca Nacional da França, com a ajuda de um mecenas anônimo --são "apenas um pretexto para fazer descobrir um personagem fabuloso" que "amou, viajou, conheceu as celebridades de sua época e aproveitou a vida incansavelmente", acrescentou.
"Revivo ao recordar-me dos prazeres que vivi, e rio das penas pelas quais passei e que não sinto mais", escreveu Casanova em suas memórias, que concluiu pouco antes de morrer, no castelo de Dux (hoje Duchcov, República Checa).
Casanova frequentou palácios e bordéis, fugiu de prisões, viveu amores e aventuras galantes com aristocratas, plebeias e freiras --teve inclusive um caso homossexual, em Constantinopla--, escreveu um romance, foi abade e militar, além de ter feito incursões pela alquimia e a cabala, recorda a mostra.
Através das pinturas de Canaletto, Francesco Guardi, Tiepolo e Chardin, mapas, joias, livros, gravuras, objetos da época e filmes, a exposição recria sua vida, começando com a infância em Veneza, passada junto da avó, com quem foi viver depois de abandonado pela mãe --uma atriz-- para dedicar-se ao teatro.
Outras cenas reconstroem, com a ajuda do teatro de sombras, sua juventude em Padova e Nápoles, as deslumbrantes festas e carnavais venezianos, sua chegada a Paris - onde conheceu Voltaire, Rousseau e Madame Pompadour --as viagens por toda a Europa, onde foi empresário, violinista, mago e amante mítico de 132 mulheres, além de ter combatido em duelos.
Uma gravura de Goya foi incluída na exibição, para recordar sua passagem pela Espanha onde, acossado por inquisidores, esteve duas vezes preso --uma delas em Barcelona.
Segundo os especialistas deste legendário personagem, Casanova teria também participado da escritura da ópera "Don Giovanni", de Mozart, informou a curadora, destacando que suas extraordinárias aventuras também fizeram o mundo esquecer-se de que foi um trabalhador disciplinado, que conseguia "escrever durante 13 horas seguidas".
A mostra da Biblioteca Nacional da França descreve, principalmente, um homem apaixonado pela liberdade.
Giacomo Girolamo Casanova (1725-1798) começou a escrever a "História de minha vida" --3.700 paginas em francês-- em 1789, quando já se sentia velho e sozinho, informou Corinne Le Bitouzé, a curadora da mostra intitulada "Casanova ou a paixão da liberdade", que estará aberta até 19 de fevereiro.
| Imagem cedida pela Biblioteca da França mostra desenho que retrata Giacomo Casanova aos 62 anos |
"Escreveu por recomendação de seu médico, como forma de terapia", disse.
Corinne Le Bitouzé explicou que "a fama de libertino e sedutor de Casanova escondeu o fato de ter sido um grande erudito, um dos nomes do século 18, além de monumento da literatura francesa".
As memórias, adquiridas pela Biblioteca Nacional da França, com a ajuda de um mecenas anônimo --são "apenas um pretexto para fazer descobrir um personagem fabuloso" que "amou, viajou, conheceu as celebridades de sua época e aproveitou a vida incansavelmente", acrescentou.
"Revivo ao recordar-me dos prazeres que vivi, e rio das penas pelas quais passei e que não sinto mais", escreveu Casanova em suas memórias, que concluiu pouco antes de morrer, no castelo de Dux (hoje Duchcov, República Checa).
Casanova frequentou palácios e bordéis, fugiu de prisões, viveu amores e aventuras galantes com aristocratas, plebeias e freiras --teve inclusive um caso homossexual, em Constantinopla--, escreveu um romance, foi abade e militar, além de ter feito incursões pela alquimia e a cabala, recorda a mostra.
Através das pinturas de Canaletto, Francesco Guardi, Tiepolo e Chardin, mapas, joias, livros, gravuras, objetos da época e filmes, a exposição recria sua vida, começando com a infância em Veneza, passada junto da avó, com quem foi viver depois de abandonado pela mãe --uma atriz-- para dedicar-se ao teatro.
Outras cenas reconstroem, com a ajuda do teatro de sombras, sua juventude em Padova e Nápoles, as deslumbrantes festas e carnavais venezianos, sua chegada a Paris - onde conheceu Voltaire, Rousseau e Madame Pompadour --as viagens por toda a Europa, onde foi empresário, violinista, mago e amante mítico de 132 mulheres, além de ter combatido em duelos.
Uma gravura de Goya foi incluída na exibição, para recordar sua passagem pela Espanha onde, acossado por inquisidores, esteve duas vezes preso --uma delas em Barcelona.
Segundo os especialistas deste legendário personagem, Casanova teria também participado da escritura da ópera "Don Giovanni", de Mozart, informou a curadora, destacando que suas extraordinárias aventuras também fizeram o mundo esquecer-se de que foi um trabalhador disciplinado, que conseguia "escrever durante 13 horas seguidas".
A mostra da Biblioteca Nacional da França descreve, principalmente, um homem apaixonado pela liberdade.
Dossiê "Cannabusiness": Hempcon Califórnia faz "show da maconha" - Marion Strecker
O HempCon se apresenta como o “show da maconha medicinal” e acontece em
várias cidades da Califórnia (EUA). O último ocorreu em San Jose, a
segunda maior cidade do Estado (menor apenas que Los Angeles). San Jose
está a menos de uma hora de carro de San Francisco, ao sul da Bay Area,
região também conhecida como Vale do Silício, berço da nova economia
mundial.
Fui até lá com uma amiga, a também jornalista Christianne González, que está morando naquela cidade e me ajudou na produção desta reportagem. O centro de convenções onde acontecia o Hempcon ficava ao lado de um grande hotel. Tudo normal. Mas a entrada do público não me permitia entrar com câmera, como se cada telefone celular não contivesse uma câmera. Procuramos então uma entrada lateral e nos apresentamos profissionalmente.
Deixamos a câmera maior ali e voltamos à bilheteria mostrar os ingressos devidamente pagos, que era o que mais importava para eles. Quando fomos recuperar a câmera maior, encontramos o mestre de cerimônia Crayz Alexander, 52, que cumpre essa função desde que o HempCon começou, dois anos atrás. Ele também é dono de um estúdio de tatuagem chamado Old School Tatto Parlor. Crayz conta que é filho de motociclista e usa maconha há 40 anos, desde que foi diagnosticado com DDA (Disordem de Déficit de Atenção).
O ingressou do HempCon custou US$ 20 (por dia) e o evento durou três dias, de 11 a 13 de novembro. Antes que me perguntem se o ingresso dava direito a experimentar a droga a resposta é não. Mas na verdade é sim, porque é possível achar estande oferecendo amostra grátis ou oferecendo teste de equipamento que transforma maconha em vapor. Esses testes são feitos do lado de fora do salão de convenções, num estacionamento aberto, já que dentro é proibido.
O evento está organizado em três partes: um congresso repleto de palestras; uma feira de produtos relacionados ou não ao cânhamo e à maconha; e uma feira de maconha apresentada nas mais diversas formas, desde mudas da planta até carne seca contendo os princípios ativos da erva.
No congresso, por três dias profissionais e especialistas mostraram ao público as novidades sobre como plantar, tratar, usar e clonar maconha. Entre os temas estavam a maconha hidropônica, como iniciar uma plantação ao ar livre, as diferenças entre plantações orgânicas e químicas, a clonagem, como preparar e tratar o solo, os insetos que podem atacar a plantação, a plantação sustentável e debates entre expoentes da “indústria” da maconha para discutir a situação dessa erva na Califórnia hoje.
Não notei no público grande interesse pelas palestras, já que as cadeiras estavam em grande maioria vazias, ao menos no primeiro dia.
O público estava mesmo interessado nos produtos. Não, a maconha não é liberada nos Estados Unidos. Mas a Califórnia, assim como diversos outros Estados do país, tem uma legislação que permite seu uso medicinal. E é assim que esse tipo de evento pode acontecer. Há especifidades nos limites legais definidas por cada município. A Justiça federal não aprova nada disso e está em ofensiva contra a maconha.
A primeira parte da feira, aberta também a não pacientes, tinha estandes com inúmeras variedades de cachimbos, piteiras e narguilés, de todos os materiais imagináveis, além de mil modelos de moedores para a erva.
Tinha também luzes especiais para criar a planta em ambientes internos; estande de rede social especializada em farmácias, serviços de entrega em casa, médicos e lugares para fumar maconha (www.SensiHunt.com); bancas de camisetas, bonés, cartazes; e banca de velas e cosméticos feitos com semente de cânhamo (a planta da maconha).
Tinha ainda objetos de decoração, peças de campanha pró-liberação da maconha e outros estandes sem nenhuma relação direta com a droga. Por exemplo: estandes políticos. Num deles, o professor aposentado Paul Gilbert, às vésperas de completar seus 80 anos, colhia muito seriamente assinaturas para uma campanha pelo fim da pena de morte nos EUA. Noutro estande se arrecadava dinheiro para uma organização especializada em tirar legalmente os “bad boys” da cadeia.
Quem explica é a executiva de negócios Amber Hobbs, 23, que trabalha para a rede Got Vape (www.gotvape.com), responsável pela distribuição de uma vasta gama de equipamentos do gênero.
Há desde vaporizadores portáteis, desses que cabem no bolso, até equipamentos maiores, alguns poucos que lembram hospital. Não vi nenhum no HempCon que custasse menos que US$ 90. O mais caro que encontrei custava pouco menos de US$ 800, um modelo digital da linha Volcano, em promoção.
Outro efeito benéfico dos vaporizadores, explica a vendedora, é que os usuários podem evitar que o ambiente em que usam a droga fique todo empesteado com a fumaça e o cheiro da maconha.
E quem não tinha o documento mas queria entrar na parte dos pacientes? Bom, aí era só entrar numa fila pequena, ali mesmo dentro do centro de convenções. Alguns minutos de paciência, algum documento de identidade e mais US$ 80 bastavam para emitirem o documento na hora.
Eu já tinha tirado o documento médico para entrar nas farmácias e fazer esta série de reportagens (diagnóstico: insônia e estresse!), então entrei na parte fechada da feira. Minha amiga ficou fora. Lá dentro encontrei mudas de maconha por US$ 5. Achei a planta tão bonitinha vendida em torrão que quase comprei. Mas como não tenho documento de identidade emitido na Califórnia, não poderia.
Havia também à venda plantas um pouco mais crescidas, de várias espécies, entre elas Cat Piss e Jelly Bean. Nunca havia ouvido falar de nada disso no Brasil. Tudo bem, alguns leitores vão me chamar de “careta”, não me importo! Segundo o vendedor, em dois meses aquelas mudas estariam produzindo maconha da melhor qualidade.
Dou a volta no estande e encontro um rapaz, Zack Nugent, 28 anos, vendendo pirulitos e doces da empresa Green House Candy, da qual é sócio. O slogan da empresa é: “A maneira mais doce de se medicar”. Ele não se importou nem um pouco em ser fotografado e contou que esse trabalho não só paga as contas como provê uma excelente maneira de se medicar.
No fundo da feira encontrei ainda uma barraca de “jerk”, um tipo de carne seca muito popular nos EUA. A empresa Chronic Jerky (www.ChronicJerky.com) produz e industrializa essa carne seca com maconha, de modo a que as pessoas possam consumi-la em qualquer ocasião, inclusive na firma, sem chamar a atenção de ninguém.
Minha conclusão é que o jovem de Oakland, Jesus Hernandez, tem toda razão em ver a maconha como um grande negócio. O HempCon não se parece em nada com um congresso acadêmico. É uma feira como outra qualquer, destinada ao público em geral. Ainda que não tenha números para provar, aposto que a maioria das pessoas ali faz apenas uso recreativo da droga, como em qualquer lugar, como no Brasil, como em tantos outros países do mundo.
A única diferença é que em muitas cidades da Califórnia é atualmente possível ser maconheiro (ou maconhista, como diz um colega do UOL) sem ficar na mão de traficante. Basta plantar no quintal ou comprar na lojinha.
Fui até lá com uma amiga, a também jornalista Christianne González, que está morando naquela cidade e me ajudou na produção desta reportagem. O centro de convenções onde acontecia o Hempcon ficava ao lado de um grande hotel. Tudo normal. Mas a entrada do público não me permitia entrar com câmera, como se cada telefone celular não contivesse uma câmera. Procuramos então uma entrada lateral e nos apresentamos profissionalmente.
Deixamos a câmera maior ali e voltamos à bilheteria mostrar os ingressos devidamente pagos, que era o que mais importava para eles. Quando fomos recuperar a câmera maior, encontramos o mestre de cerimônia Crayz Alexander, 52, que cumpre essa função desde que o HempCon começou, dois anos atrás. Ele também é dono de um estúdio de tatuagem chamado Old School Tatto Parlor. Crayz conta que é filho de motociclista e usa maconha há 40 anos, desde que foi diagnosticado com DDA (Disordem de Déficit de Atenção).
O ingressou do HempCon custou US$ 20 (por dia) e o evento durou três dias, de 11 a 13 de novembro. Antes que me perguntem se o ingresso dava direito a experimentar a droga a resposta é não. Mas na verdade é sim, porque é possível achar estande oferecendo amostra grátis ou oferecendo teste de equipamento que transforma maconha em vapor. Esses testes são feitos do lado de fora do salão de convenções, num estacionamento aberto, já que dentro é proibido.
O evento está organizado em três partes: um congresso repleto de palestras; uma feira de produtos relacionados ou não ao cânhamo e à maconha; e uma feira de maconha apresentada nas mais diversas formas, desde mudas da planta até carne seca contendo os princípios ativos da erva.
No congresso, por três dias profissionais e especialistas mostraram ao público as novidades sobre como plantar, tratar, usar e clonar maconha. Entre os temas estavam a maconha hidropônica, como iniciar uma plantação ao ar livre, as diferenças entre plantações orgânicas e químicas, a clonagem, como preparar e tratar o solo, os insetos que podem atacar a plantação, a plantação sustentável e debates entre expoentes da “indústria” da maconha para discutir a situação dessa erva na Califórnia hoje.
Não notei no público grande interesse pelas palestras, já que as cadeiras estavam em grande maioria vazias, ao menos no primeiro dia.
O público estava mesmo interessado nos produtos. Não, a maconha não é liberada nos Estados Unidos. Mas a Califórnia, assim como diversos outros Estados do país, tem uma legislação que permite seu uso medicinal. E é assim que esse tipo de evento pode acontecer. Há especifidades nos limites legais definidas por cada município. A Justiça federal não aprova nada disso e está em ofensiva contra a maconha.
A primeira parte da feira, aberta também a não pacientes, tinha estandes com inúmeras variedades de cachimbos, piteiras e narguilés, de todos os materiais imagináveis, além de mil modelos de moedores para a erva.
Tinha também luzes especiais para criar a planta em ambientes internos; estande de rede social especializada em farmácias, serviços de entrega em casa, médicos e lugares para fumar maconha (www.SensiHunt.com); bancas de camisetas, bonés, cartazes; e banca de velas e cosméticos feitos com semente de cânhamo (a planta da maconha).
Tinha ainda objetos de decoração, peças de campanha pró-liberação da maconha e outros estandes sem nenhuma relação direta com a droga. Por exemplo: estandes políticos. Num deles, o professor aposentado Paul Gilbert, às vésperas de completar seus 80 anos, colhia muito seriamente assinaturas para uma campanha pelo fim da pena de morte nos EUA. Noutro estande se arrecadava dinheiro para uma organização especializada em tirar legalmente os “bad boys” da cadeia.
Maconha vaporizada
Mas a última moda, para evitar os males do fumo, parece ser consumir a maconha vaporizada. Funciona assim: o sujeito põe a erva num equipamento que aquece o produto a uma temperatura controlada, sem queimá-lo. Então basta inalar.Quem explica é a executiva de negócios Amber Hobbs, 23, que trabalha para a rede Got Vape (www.gotvape.com), responsável pela distribuição de uma vasta gama de equipamentos do gênero.
Há desde vaporizadores portáteis, desses que cabem no bolso, até equipamentos maiores, alguns poucos que lembram hospital. Não vi nenhum no HempCon que custasse menos que US$ 90. O mais caro que encontrei custava pouco menos de US$ 800, um modelo digital da linha Volcano, em promoção.
Outro efeito benéfico dos vaporizadores, explica a vendedora, é que os usuários podem evitar que o ambiente em que usam a droga fique todo empesteado com a fumaça e o cheiro da maconha.
Mudas de maconha
Mas a parte mais excitante para o público da feira era a parte dos pacientes, ou seja, a parte em que só se pode entrar apresentando o documento legal que algum médico emitiu informando que a pessoa recebeu prescrição para usar maconha para fins medicinais. Entre os males para os quais a maconha é prescrita estão câncer, Aids, glaucoma, falta de apetite, dor nas costas, espasmos musculares, insônia e estresse.E quem não tinha o documento mas queria entrar na parte dos pacientes? Bom, aí era só entrar numa fila pequena, ali mesmo dentro do centro de convenções. Alguns minutos de paciência, algum documento de identidade e mais US$ 80 bastavam para emitirem o documento na hora.
Eu já tinha tirado o documento médico para entrar nas farmácias e fazer esta série de reportagens (diagnóstico: insônia e estresse!), então entrei na parte fechada da feira. Minha amiga ficou fora. Lá dentro encontrei mudas de maconha por US$ 5. Achei a planta tão bonitinha vendida em torrão que quase comprei. Mas como não tenho documento de identidade emitido na Califórnia, não poderia.
Havia também à venda plantas um pouco mais crescidas, de várias espécies, entre elas Cat Piss e Jelly Bean. Nunca havia ouvido falar de nada disso no Brasil. Tudo bem, alguns leitores vão me chamar de “careta”, não me importo! Segundo o vendedor, em dois meses aquelas mudas estariam produzindo maconha da melhor qualidade.
Dou a volta no estande e encontro um rapaz, Zack Nugent, 28 anos, vendendo pirulitos e doces da empresa Green House Candy, da qual é sócio. O slogan da empresa é: “A maneira mais doce de se medicar”. Ele não se importou nem um pouco em ser fotografado e contou que esse trabalho não só paga as contas como provê uma excelente maneira de se medicar.
No fundo da feira encontrei ainda uma barraca de “jerk”, um tipo de carne seca muito popular nos EUA. A empresa Chronic Jerky (www.ChronicJerky.com) produz e industrializa essa carne seca com maconha, de modo a que as pessoas possam consumi-la em qualquer ocasião, inclusive na firma, sem chamar a atenção de ninguém.
Minha conclusão é que o jovem de Oakland, Jesus Hernandez, tem toda razão em ver a maconha como um grande negócio. O HempCon não se parece em nada com um congresso acadêmico. É uma feira como outra qualquer, destinada ao público em geral. Ainda que não tenha números para provar, aposto que a maioria das pessoas ali faz apenas uso recreativo da droga, como em qualquer lugar, como no Brasil, como em tantos outros países do mundo.
A única diferença é que em muitas cidades da Califórnia é atualmente possível ser maconheiro (ou maconhista, como diz um colega do UOL) sem ficar na mão de traficante. Basta plantar no quintal ou comprar na lojinha.
Agronegócio cava a própria cova - por Geraldinho Vieira
A semana começa marcando a hora dos senadores dizerem o que pensam
sobre a versão de Código Florestal que foi aprovada na Câmara dos
Deputados. O senador Rodrigo Rollemberg disse em encontro com
jornalistas que o Código “vai sair do Senado muito melhor do que chegou
da Câmara”. Completou: “Não será o Código dos meus sonhos, mas uma média
ponderada do Congresso Nacional.”
O Código regula áreas localizadas em propriedades privadas e esta é uma das razões para resistências do setor agrícola: o setor privado, no Brasil, odeia regulamentações.
Um fato torna o atual debate incompleto: várias das grandes empresas agrícolas há muito vêm transitando para modelos de produção ambientalmente corretos, mas para não criar atrito dentro do próprio setor preferem silenciar.
É uma pena, porque são estas experiências que poderiam dar uma nova cara ao debate e segurança à sociedade que vem sendo bombardeada por um tosco discurso do tipo “os radicais querem acabar com a riqueza do Brasil agrícola e com a produção da comida que temos à mesa”.
PS: você sabe, radicais são todas as vozes dissonantes - as mais respeitadas organizações ambientais, os estudos das melhores universidades e as instituições científicas.
As empresas ambientalmente corretas que silenciam sabem que o setor agrícola tem total condição de crescer sem destruir.
Com o mercado internacional cada vez mais exigente e as mudanças climáticas já alterando realidades, equívocos decididos hoje podem representar posssibilidade zero de remediação no futuro - quando não mais houver espaço para manejar um bom uso dos solos.
Por isso, o silêncio de agora por parte da face moderna e responsável do agronegócio pode estar cavando sua própria cova.
Na mesma reunião com jornalistas que cobrem o Senado (promovida pela ANDI – Comunicação e Direitos em parceria com a CLUA – Climate and Land Use Alliance), o engenheiro florestal Tasso Azevedo tocou fundo na questão: “Não podemos relativizar a ´sustentabilidade´ como um princípio, assim como não relativizamos valores como democracia ou liberdade de imprensa”.
Não relativizar a sustentabilidade significa que o Código deve claramente objetivar a preservação dos recursos naturais, e se preciso inspirar novas políticas de estímulo e reordenamento da produção agropecuária. Estas atividades devem se adaptar à ética e à urgência da sustentabilidade.
Cabe ao agronegócio conjugar o que o empresariado em todas as áreas tem prometido: produzir mais e melhor com menos (ou seja, com preservação dos recursos naturais).
O Código regula áreas localizadas em propriedades privadas e esta é uma das razões para resistências do setor agrícola: o setor privado, no Brasil, odeia regulamentações.
Um fato torna o atual debate incompleto: várias das grandes empresas agrícolas há muito vêm transitando para modelos de produção ambientalmente corretos, mas para não criar atrito dentro do próprio setor preferem silenciar.
É uma pena, porque são estas experiências que poderiam dar uma nova cara ao debate e segurança à sociedade que vem sendo bombardeada por um tosco discurso do tipo “os radicais querem acabar com a riqueza do Brasil agrícola e com a produção da comida que temos à mesa”.
PS: você sabe, radicais são todas as vozes dissonantes - as mais respeitadas organizações ambientais, os estudos das melhores universidades e as instituições científicas.
As empresas ambientalmente corretas que silenciam sabem que o setor agrícola tem total condição de crescer sem destruir.
Com o mercado internacional cada vez mais exigente e as mudanças climáticas já alterando realidades, equívocos decididos hoje podem representar posssibilidade zero de remediação no futuro - quando não mais houver espaço para manejar um bom uso dos solos.
Por isso, o silêncio de agora por parte da face moderna e responsável do agronegócio pode estar cavando sua própria cova.
Na mesma reunião com jornalistas que cobrem o Senado (promovida pela ANDI – Comunicação e Direitos em parceria com a CLUA – Climate and Land Use Alliance), o engenheiro florestal Tasso Azevedo tocou fundo na questão: “Não podemos relativizar a ´sustentabilidade´ como um princípio, assim como não relativizamos valores como democracia ou liberdade de imprensa”.
Não relativizar a sustentabilidade significa que o Código deve claramente objetivar a preservação dos recursos naturais, e se preciso inspirar novas políticas de estímulo e reordenamento da produção agropecuária. Estas atividades devem se adaptar à ética e à urgência da sustentabilidade.
Cabe ao agronegócio conjugar o que o empresariado em todas as áreas tem prometido: produzir mais e melhor com menos (ou seja, com preservação dos recursos naturais).
Vítima de torturas no Uruguai conta detalhes pela primeira vez
Aos 71 anos de idade, a ex-militante do Partido Comunista, Leonor
Albagli, vai declarar pela primeira vez à Justiça contra os crimes de
tortura que sofreu durante o regime militar uruguaio (1973-1985).
"Será a primeira vez que irei à Justiça por vontade própria", disse à BBC Brasil.
Sua audiência está prevista para esta semana, na capital uruguaia. A história de Algagli comove até seus colegas e ex-presos políticos, como Clavel de los Santos. "Foi terrível o que ela viveu", disse ele.
Somente agora, trinta e seis anos depois, a ex-militante decidiu revelar os detalhes das torturas a que foi submetida nas duas vezes em que esteve presa pelos militares, de forma clandestina, entre galpões, prisões e um período num calabouço.
"Eu decidi falar quando soube que os crimes poderiam prescrever no dia primeiro de novembro. Acho que não pode haver perdão para o que fizeram", afirmou. Solteira e sem filhos, ela disse que "muita gente no Uruguai" desconhece que foram realizadas torturas contra os presos políticos naquela época.
Em entrevista à BBC Brasil, Albagli recordou que estava em casa com a mãe e a irmã quando soldados armados invadiram o local, revisaram armários e livros e a levaram com olhos vendados.
A detenção ocorreu em novembro de 1975 e durante nove meses, disse, até agosto de 1976, foi submetida a diferentes práticas de tortura, incluindo choques elétricos.
'TÁTICAS DE GUERRA'
Em 1977, ela foi presa novamente e passou seis anos sendo submetida a novas sessões de choques elétricos, entre outras formas de tortura que às vezes, recordou, só terminavam quando um médico dizia que era o momento de parar ou que ela poderia morrer, como aconteceu com ex-colegas de prisão e militantes.
Albagli contou que passou frio e fome e que foi submetida a "táticas de guerra" como quando mergulhavam sua cabeça num balde com excremento e só a tiravam quando já quase não podia respirar.
"O submarino (o mergulho no balde) era uma das táticas deles. Também passei dias seguidos com olhos vendados e fui submetida a choques elétricos em todo o meu corpo, incluindo meus (órgãos) genitais. Quando eu estava comendo, com olhos vendados, eles me davam socos no estômago. Muitas vezes, me deixavam nua e me apalpavam, sem escrúpulos", contou.
Ela disse que somente uma vez um médico falou aos militares que ela não aguentaria mais as torturas e a internou num hospital militar. "Mas depois me tiraram de lá e as torturas foram reiniciadas", disse.
Na prisão, recordou, não a deixavam tomar banho e a chamavam de "suja e judia". "Uma vez, me deixaram tomar banho e quando pedi uma toalha ligaram o ventilador para eu me secar. Eles não queriam nos machucar, eles queriam nos destruir", disse.
Ela e outros presos foram levados a uma espécie de julgamento onde os militares revelavam o que os outros tinham dito nas sessões de tortura. "Uma forma de nos jogar uns contra os outros."
A tortura a deixou com problemas na coluna e uma gastrite. A previsão é que Albagli e outros ex-presos também realizem, nos próximos dias, exames clínicos e psiquiátricos para que os médicos do Instituto Técnico Forense avaliem as consequências do que sofreram.
"Não me arrependo de nada do que fiz. Pela democracia e contra o autoritarismo, teria feito tudo de novo. Não tenho sonhos ou pesadelos com aqueles dias. Mas a vida durante aquele período (de torturas) e depois não foi fácil", afirmou.
"Será a primeira vez que irei à Justiça por vontade própria", disse à BBC Brasil.
Sua audiência está prevista para esta semana, na capital uruguaia. A história de Algagli comove até seus colegas e ex-presos políticos, como Clavel de los Santos. "Foi terrível o que ela viveu", disse ele.
Somente agora, trinta e seis anos depois, a ex-militante decidiu revelar os detalhes das torturas a que foi submetida nas duas vezes em que esteve presa pelos militares, de forma clandestina, entre galpões, prisões e um período num calabouço.
"Eu decidi falar quando soube que os crimes poderiam prescrever no dia primeiro de novembro. Acho que não pode haver perdão para o que fizeram", afirmou. Solteira e sem filhos, ela disse que "muita gente no Uruguai" desconhece que foram realizadas torturas contra os presos políticos naquela época.
Em entrevista à BBC Brasil, Albagli recordou que estava em casa com a mãe e a irmã quando soldados armados invadiram o local, revisaram armários e livros e a levaram com olhos vendados.
A detenção ocorreu em novembro de 1975 e durante nove meses, disse, até agosto de 1976, foi submetida a diferentes práticas de tortura, incluindo choques elétricos.
'TÁTICAS DE GUERRA'
Em 1977, ela foi presa novamente e passou seis anos sendo submetida a novas sessões de choques elétricos, entre outras formas de tortura que às vezes, recordou, só terminavam quando um médico dizia que era o momento de parar ou que ela poderia morrer, como aconteceu com ex-colegas de prisão e militantes.
Albagli contou que passou frio e fome e que foi submetida a "táticas de guerra" como quando mergulhavam sua cabeça num balde com excremento e só a tiravam quando já quase não podia respirar.
"O submarino (o mergulho no balde) era uma das táticas deles. Também passei dias seguidos com olhos vendados e fui submetida a choques elétricos em todo o meu corpo, incluindo meus (órgãos) genitais. Quando eu estava comendo, com olhos vendados, eles me davam socos no estômago. Muitas vezes, me deixavam nua e me apalpavam, sem escrúpulos", contou.
Ela disse que somente uma vez um médico falou aos militares que ela não aguentaria mais as torturas e a internou num hospital militar. "Mas depois me tiraram de lá e as torturas foram reiniciadas", disse.
Na prisão, recordou, não a deixavam tomar banho e a chamavam de "suja e judia". "Uma vez, me deixaram tomar banho e quando pedi uma toalha ligaram o ventilador para eu me secar. Eles não queriam nos machucar, eles queriam nos destruir", disse.
Ela e outros presos foram levados a uma espécie de julgamento onde os militares revelavam o que os outros tinham dito nas sessões de tortura. "Uma forma de nos jogar uns contra os outros."
A tortura a deixou com problemas na coluna e uma gastrite. A previsão é que Albagli e outros ex-presos também realizem, nos próximos dias, exames clínicos e psiquiátricos para que os médicos do Instituto Técnico Forense avaliem as consequências do que sofreram.
"Não me arrependo de nada do que fiz. Pela democracia e contra o autoritarismo, teria feito tudo de novo. Não tenho sonhos ou pesadelos com aqueles dias. Mas a vida durante aquele período (de torturas) e depois não foi fácil", afirmou.
| BBC Brasil |
domingo, novembro 20, 2011
Mulheres israelenses ficam nuas em apoio a blogueira egípcia
Cerca de 40 mulheres israelenses decidiram tirar a roupa para mostrar
solidariedade a uma egípcia de 20 anos que causou furor no mundo árabe
na semana passada ao postar uma foto de si mesma nua em seu blog. A
publicação da imagem seria um protesto contra a falta de liberdade de
expressão em seu país.
De acordo com o site israelense "Ynet News", para apoiar a blogueira, Aliaa Magda Elmahdy, --que estaria recebendo ameaças devido à publicação da imagem-- as israelenses posaram nuas em uma foto em grupo. No entanto, elas optaram por não aparecer nuas, e sim atrás de uma faixa.
A organizadora do protesto, Or Tepler, 28, abriu uma página no Facebook convidando mulheres a "demonstrarem seu apoio, de uma forma legítima e não-violenta, a uma mulher como todas as outras - jovem, ambiciosa, cheia de sonhos e, evidentemente, com um senso de humor apurado".
"Garotas, vamos dar ao mundo uma boa razão para verem a beleza única das mulheres israelenses", escreveu Tepler. "Sem importar se elas são judias, árabes, heterossexuais ou lésbicas, porque aqui, como vocês sabem isso não importa. Vamos mostrar que nosso discurso internacional não depende de governos".
As participantes foram fotografadas segurando uma faixa onde se lê "Amor sem limites" e "Homenagem a Aliaa Elmahdi. Irmãs em Israel."
De acordo com o site israelense "Ynet News", para apoiar a blogueira, Aliaa Magda Elmahdy, --que estaria recebendo ameaças devido à publicação da imagem-- as israelenses posaram nuas em uma foto em grupo. No entanto, elas optaram por não aparecer nuas, e sim atrás de uma faixa.
A organizadora do protesto, Or Tepler, 28, abriu uma página no Facebook convidando mulheres a "demonstrarem seu apoio, de uma forma legítima e não-violenta, a uma mulher como todas as outras - jovem, ambiciosa, cheia de sonhos e, evidentemente, com um senso de humor apurado".
"Garotas, vamos dar ao mundo uma boa razão para verem a beleza única das mulheres israelenses", escreveu Tepler. "Sem importar se elas são judias, árabes, heterossexuais ou lésbicas, porque aqui, como vocês sabem isso não importa. Vamos mostrar que nosso discurso internacional não depende de governos".
As participantes foram fotografadas segurando uma faixa onde se lê "Amor sem limites" e "Homenagem a Aliaa Elmahdi. Irmãs em Israel."
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| Aliaa Magda Elmahdy |
sábado, novembro 19, 2011
Autor explica por que somos menos espertos do que imaginamos - THIAGO FERNANDES
"O equívoco: Você é um ser racional que vê o mundo como ele realmente é.
A verdade: você está tão iludido quanto todas as outras pessoas, mas
tudo bem, é isso que nos mantém sãos". É dessa forma que o jornalista
americano David McRaney começa seu mais recente livro, "You are not so
smart" (Você não é tão inteligente). Seu propósito é mostrar alguns
mecanismos psicológicos que nos fazem pensar que nossa percepção da
realidade e nosso relacionamento com o mundo são resultado de ações e
decisões lógicas e racionais, quando a verdade não é bem essa.
"Você acha que sabe como o mundo funciona, mas a verdade é que a psicologia e a ciência cognitiva vêm demonstrando que nossos pensamentos e escolhas são influenciados por noções preconcebidas e padrões de pensamento sobre os quais não temos controle consciente", diz o autor. Assim, o que chamamos de realidade seria na verdade o resultado de um "autoengano" que o nosso cérebro exerce continuamente.
Para demonstrar isso, David analisa e relaciona diferentes estudos psicológicos que buscam entender como nos deixamos iludir constantemente por essas "armadilhas mentais". Ao longo de 48 capítulos curtos e recheados de exemplos cotidianos, ele se debruça sobre questões como a nossa tendência natural para a procrastinação e a busca por padrões lógicos em todos os lugares, mesmo onde eles não existem.
Mas o livro não é de autoajuda. Não traz uma receita para nos tornarmos mais inteligentes. Para o autor, o mais importante é termos essa consciência de que somos todos falhos e tolos. "Vamos admitir isso e seguir em frente".
Ainda sem edição brasileira, o livro é um aprofundamento do constante acompanhamento de estudos psicológicos feito pelo autor no blog youarenotsosmart.com. Por e-mail, David concedeu esta entrevista para a Folha.
David McRaney - A pesquisa que fiz aponta para a autoestima. Estamos profundamente comprometidos em manter nossas cabeças erguidas e nossos egos inflados. Isso ajuda a nos sentirmos eficientes, com tudo sob controle, competentes e amados. Mesmo com alguns exageros, esse sentimento nos faz bem na maioria das vezes. É o que nos tira da cama pela manhã e nos dá a vontade de tentar fazer coisas que não faríamos se fôssemos brutalmente honestos sobre nosso lugar no mundo, nossas habilidades, inteligência, capacidade de atração, e assim por diante.
Essa autoilusão é uma maneira de nossa mente nos proteger do "mundo perigoso" lá fora?
Sim. Em alguns aspectos, isso é claro. Mas há muitas maneiras de nos autoiludirmos. A desconexão é acreditar que você é uma milagrosa criatura de racionalidade e lógica. Quando você vê a si mesmo e do resto da raça humana dessa forma é que surgem problemas.
De que modo essa visão afeta o nosso relacionamento com o mundo?
Nas condições normais, esse mecanismo funcionam bem. Mas quando fazemos escolhas pessoais ou políticas públicas baseadas na suposição de que nós vamos sempre fazer a coisa certa, ou a mais inteligente, é que nós ficamos em apuros. Devemos ser honestos e admitir as nossas fraquezas. Deveríamos trabalhar para fazer escolhas que levem em conta nossas tendências de autoilusão.
Como podemos lidar com essa tendência de nossa mente?
Nada disso pode ser eliminado. É apenas parte de quem somos. Temos essa predisposição para tentar confirmar o que já pensamos e também para a procrastinação. Julgamos as pessoas com base em estereótipos. Vemos o mundo através da lente da falácia do bom atirador texano [analogia psicológica para a tendência de se analisar uma situação continuamente até encontrarmos algum sentido, mesmo que forçado. O nome vem de uma piada em que um fazendeiro do Texas atira algumas vezes na parede de um celeiro e somente depois desenha um alvo tendo como centro a região com maior quantidade de tiros e diz ser um excelente atirador]. Assim, deveríamos construir nossas vidas em torno desses fatos sobre quem somos.
Na prática, o que pode ser feito para escapar dessas armadilhas?
Você tem que blindar sua vida. Trate o seu "futuro eu" (aquele que vai fazer as coisas amanhã) como uma criança. Você não pode simplesmente dizer a uma criança: "Olha, não coloque moedas nas tomadas". Você avisa e também coloca tampas de proteção nas tomadas. Você não pode confiar que seu futuro eu não vai comer alimentos que engordam, não pode confiar que ele vai fazer todas flexões ou que vai estudar para os testes e ficar fora do Facebook. Em vez disso, você deve tornar difícil para o seu futuro eu fazer essas coisas. Mantenha esses alimentos fora da casa. Pague uma academia para encorajá-la a justificar sua malhação. Use programas para limitar sua conexão com a Internet. Há muitas estratégias, mas a chave é planejar com antecedência e não confiar que seu futuro eu vai fazer o que é melhor para você.
No livro, você associa essas armadilhas mentais à necessidade de sermos coerentes. Psicologicamente, qual é o problema da incoerência?
A falta de coerência levanta várias questões em nossa cabeça. Ela causa ansiedade sobre se você está ou não sendo um bom membro para sua sociedade, família ou grupo social. Se as coisas estão indo bem e você não está sendo satirizado por seus pares, ser coerente te ajuda a manter as coisas desse jeito. A sensação de estar sendo incoerente aumenta o medo de julgamento, que está ligado ao medo do isolamento social. Além disso, para manter a sua auto-estima elevada, quaisquer características que você acredite ser importante em uma pessoa são as que você vai procurar ver em si mesmo. Quando a realidade não corresponde ao seu modelo mental, você ou se justifica e reescreve os fatos para que se sinta melhor, ou ajusta suas atitudes para reduzir a divergência.
Esses mecanismos são explorados externamente de alguma forma?
Tudo que está quantificado pela psicologia já foi há muito tempo descoberto pela publicidade, negócios, mágicos, golpistas e outros. Se uma estratégia persuasiva funciona em seres humanos e pode trazer dinheiro, com certeza já é explorada por alguma instituição. Isso funciona na fidelização de clientes, por exemplo. Se você escolhe uma marca, vai manter sua escolha ao longo do tempo em parte porque você tem uma profunda necessidade de ver a si mesmo como uma pessoa competente em suas decisões passadas e consistente com as que vai tomar no futuro.
Nossa vida cotidiana pode ser melhor se tomarmos consciência de nossa autoilusão?
Eu acho que isso nos dá uma humildade saudável e um senso de conexão com nossos companheiros seres humanos. Estamos todos juntos nisto, somos todos falhos e tolos. Vamos admitir isso e seguir em frente.
"Você acha que sabe como o mundo funciona, mas a verdade é que a psicologia e a ciência cognitiva vêm demonstrando que nossos pensamentos e escolhas são influenciados por noções preconcebidas e padrões de pensamento sobre os quais não temos controle consciente", diz o autor. Assim, o que chamamos de realidade seria na verdade o resultado de um "autoengano" que o nosso cérebro exerce continuamente.
Para demonstrar isso, David analisa e relaciona diferentes estudos psicológicos que buscam entender como nos deixamos iludir constantemente por essas "armadilhas mentais". Ao longo de 48 capítulos curtos e recheados de exemplos cotidianos, ele se debruça sobre questões como a nossa tendência natural para a procrastinação e a busca por padrões lógicos em todos os lugares, mesmo onde eles não existem.
Mas o livro não é de autoajuda. Não traz uma receita para nos tornarmos mais inteligentes. Para o autor, o mais importante é termos essa consciência de que somos todos falhos e tolos. "Vamos admitir isso e seguir em frente".
Ainda sem edição brasileira, o livro é um aprofundamento do constante acompanhamento de estudos psicológicos feito pelo autor no blog youarenotsosmart.com. Por e-mail, David concedeu esta entrevista para a Folha.
*
Folha - Por que pensamos ser mais espertos do que somos na realidade?
David McRaney - A pesquisa que fiz aponta para a autoestima. Estamos profundamente comprometidos em manter nossas cabeças erguidas e nossos egos inflados. Isso ajuda a nos sentirmos eficientes, com tudo sob controle, competentes e amados. Mesmo com alguns exageros, esse sentimento nos faz bem na maioria das vezes. É o que nos tira da cama pela manhã e nos dá a vontade de tentar fazer coisas que não faríamos se fôssemos brutalmente honestos sobre nosso lugar no mundo, nossas habilidades, inteligência, capacidade de atração, e assim por diante.
Essa autoilusão é uma maneira de nossa mente nos proteger do "mundo perigoso" lá fora?
Sim. Em alguns aspectos, isso é claro. Mas há muitas maneiras de nos autoiludirmos. A desconexão é acreditar que você é uma milagrosa criatura de racionalidade e lógica. Quando você vê a si mesmo e do resto da raça humana dessa forma é que surgem problemas.
De que modo essa visão afeta o nosso relacionamento com o mundo?
Nas condições normais, esse mecanismo funcionam bem. Mas quando fazemos escolhas pessoais ou políticas públicas baseadas na suposição de que nós vamos sempre fazer a coisa certa, ou a mais inteligente, é que nós ficamos em apuros. Devemos ser honestos e admitir as nossas fraquezas. Deveríamos trabalhar para fazer escolhas que levem em conta nossas tendências de autoilusão.
Como podemos lidar com essa tendência de nossa mente?
Nada disso pode ser eliminado. É apenas parte de quem somos. Temos essa predisposição para tentar confirmar o que já pensamos e também para a procrastinação. Julgamos as pessoas com base em estereótipos. Vemos o mundo através da lente da falácia do bom atirador texano [analogia psicológica para a tendência de se analisar uma situação continuamente até encontrarmos algum sentido, mesmo que forçado. O nome vem de uma piada em que um fazendeiro do Texas atira algumas vezes na parede de um celeiro e somente depois desenha um alvo tendo como centro a região com maior quantidade de tiros e diz ser um excelente atirador]. Assim, deveríamos construir nossas vidas em torno desses fatos sobre quem somos.
Na prática, o que pode ser feito para escapar dessas armadilhas?
Você tem que blindar sua vida. Trate o seu "futuro eu" (aquele que vai fazer as coisas amanhã) como uma criança. Você não pode simplesmente dizer a uma criança: "Olha, não coloque moedas nas tomadas". Você avisa e também coloca tampas de proteção nas tomadas. Você não pode confiar que seu futuro eu não vai comer alimentos que engordam, não pode confiar que ele vai fazer todas flexões ou que vai estudar para os testes e ficar fora do Facebook. Em vez disso, você deve tornar difícil para o seu futuro eu fazer essas coisas. Mantenha esses alimentos fora da casa. Pague uma academia para encorajá-la a justificar sua malhação. Use programas para limitar sua conexão com a Internet. Há muitas estratégias, mas a chave é planejar com antecedência e não confiar que seu futuro eu vai fazer o que é melhor para você.
No livro, você associa essas armadilhas mentais à necessidade de sermos coerentes. Psicologicamente, qual é o problema da incoerência?
A falta de coerência levanta várias questões em nossa cabeça. Ela causa ansiedade sobre se você está ou não sendo um bom membro para sua sociedade, família ou grupo social. Se as coisas estão indo bem e você não está sendo satirizado por seus pares, ser coerente te ajuda a manter as coisas desse jeito. A sensação de estar sendo incoerente aumenta o medo de julgamento, que está ligado ao medo do isolamento social. Além disso, para manter a sua auto-estima elevada, quaisquer características que você acredite ser importante em uma pessoa são as que você vai procurar ver em si mesmo. Quando a realidade não corresponde ao seu modelo mental, você ou se justifica e reescreve os fatos para que se sinta melhor, ou ajusta suas atitudes para reduzir a divergência.
Esses mecanismos são explorados externamente de alguma forma?
Tudo que está quantificado pela psicologia já foi há muito tempo descoberto pela publicidade, negócios, mágicos, golpistas e outros. Se uma estratégia persuasiva funciona em seres humanos e pode trazer dinheiro, com certeza já é explorada por alguma instituição. Isso funciona na fidelização de clientes, por exemplo. Se você escolhe uma marca, vai manter sua escolha ao longo do tempo em parte porque você tem uma profunda necessidade de ver a si mesmo como uma pessoa competente em suas decisões passadas e consistente com as que vai tomar no futuro.
Nossa vida cotidiana pode ser melhor se tomarmos consciência de nossa autoilusão?
Eu acho que isso nos dá uma humildade saudável e um senso de conexão com nossos companheiros seres humanos. Estamos todos juntos nisto, somos todos falhos e tolos. Vamos admitir isso e seguir em frente.
sexta-feira, novembro 18, 2011
Britânico cria maior pintura 3D do mundo
Você já deve ter visto uma dessas pinturas em 3D que existem por aí, mas, com certeza, nunca viu algo tão grandioso quanto o trabalho de Joe Hill.
O artista britânico entrou para o Guinness - O Livro dos Recordes por ter feito a maior pintura em 3D do mundo.
A obra tem cerca de 1.120 m² e foi desenhada no chão do centro financeiro de Canary Wharf, em Londres, na Inglaterra.
Além da pintura, alguns objetos foram colocados no local para aumentar o realismo e a sensação de vertigem.
De dobráveis a customizadas, bicicletas se tornam mais comuns e vendas aumentam - Claudia Silveira
O estímulo ao uso da bicicleta como meio de transporte em cidades
urbanas como São Paulo tem causado impacto nas vendas deste setor. De
acordo com Renato Leite, gerente de desenvolvimento de categoria da loja
Centauro, outro fator que também tem provocado um aumento no consumo de
bicicletas é a popularização dos passeios ciclísticos noturnos.
“O número de ciclovias também foi ampliado. Isso estimula o hábito de andar de bicicleta”, diz o gerente. Segundo ele, é nesta época do ano, com o Natal se aproximando, que o consumidor vai às lojas atrás de uma “mountain bike” tradicional ou algum modelo da linha “comfort”, voltado para o ciclista de fim de semana.
Os modelos disponíveis são variados e, agora, o mais cobiçado deles é o da bicicleta dobrável. “É uma febre no exterior e seu uso pode crescer no mercado nacional”, diz Leite. Pesando aproximadamente 12 kg, o modelo é ideal para quem carrega a bicicleta para vários lugares ou até pensa em combinar o pedal com o transporte público. O preço, no entanto, pode ser um empecilho para levá-la para casa, já que passa dos R$ 1.000.
Para alguns ciclistas, no entanto, bicicleta é mais que um meio de transporte e, quanto mais diferente daquela produzida em larga escala, melhor. Esse é o perfil do consumidor da Tag and Juice, loja especializada em bicicletas customizadas que fica na Vila Madalena (zona oeste de SP).
“A ideia central em relação às bicicletas é entender que as bikes são como as pessoas, cada uma tem a sua identidade. Bicicletas são únicas, nenhuma é igual à outra e nós tentamos deixá-la de acordo com o estilo de vida do dono”, afirma Pablo Gallardo, um dos sócios da Tag and Juice.
Com a personalização, é possível mudar o quadro ou importar um pedal que não existe no Brasil, por exemplo. Esse processo exige paciência do futuro dono já que um modelo customizado pode levar entre quatro e seis semanas para ficar pronto. Ter uma bicicleta sob medida também sai caro, custando a partir de R$ 3.000, no caso da Tag and Juice.
Seja para pedalar nos fins de semana ou para ter mais uma bicicleta na coleção, o que os lojistas não discutem é a importância e o espaço que as bikes têm no coração dos ciclistas. “É algo muito maior, é um estilo de vida”, observa Gallardo.
“O número de ciclovias também foi ampliado. Isso estimula o hábito de andar de bicicleta”, diz o gerente. Segundo ele, é nesta época do ano, com o Natal se aproximando, que o consumidor vai às lojas atrás de uma “mountain bike” tradicional ou algum modelo da linha “comfort”, voltado para o ciclista de fim de semana.
Os modelos disponíveis são variados e, agora, o mais cobiçado deles é o da bicicleta dobrável. “É uma febre no exterior e seu uso pode crescer no mercado nacional”, diz Leite. Pesando aproximadamente 12 kg, o modelo é ideal para quem carrega a bicicleta para vários lugares ou até pensa em combinar o pedal com o transporte público. O preço, no entanto, pode ser um empecilho para levá-la para casa, já que passa dos R$ 1.000.
Para alguns ciclistas, no entanto, bicicleta é mais que um meio de transporte e, quanto mais diferente daquela produzida em larga escala, melhor. Esse é o perfil do consumidor da Tag and Juice, loja especializada em bicicletas customizadas que fica na Vila Madalena (zona oeste de SP).
“A ideia central em relação às bicicletas é entender que as bikes são como as pessoas, cada uma tem a sua identidade. Bicicletas são únicas, nenhuma é igual à outra e nós tentamos deixá-la de acordo com o estilo de vida do dono”, afirma Pablo Gallardo, um dos sócios da Tag and Juice.
Com a personalização, é possível mudar o quadro ou importar um pedal que não existe no Brasil, por exemplo. Esse processo exige paciência do futuro dono já que um modelo customizado pode levar entre quatro e seis semanas para ficar pronto. Ter uma bicicleta sob medida também sai caro, custando a partir de R$ 3.000, no caso da Tag and Juice.
Seja para pedalar nos fins de semana ou para ter mais uma bicicleta na coleção, o que os lojistas não discutem é a importância e o espaço que as bikes têm no coração dos ciclistas. “É algo muito maior, é um estilo de vida”, observa Gallardo.
quinta-feira, novembro 17, 2011
quarta-feira, novembro 16, 2011
NEM ISTO, NEM AQUILO a imagem de você e a a percepção do Eu Real - por Swami Devam Bhaskar
Toda definição destrói.
Destrói sua liberdade. Destrói sua espontaneidade.
Quando você define uma pessoa (“ela é tão amorosa!”, por exemplo), passa então a esperar dela que assim seja sempre. E aí você planta nela o compromisso do comportamento sempre idêntico. E planta em você a semente da frustração, decepção, porque amanhã aquela mesma pessoa pode estar numa vibração que não satisfaz sua visão, sua expectativa.
O mesmo quando lhe definem (“ele é tão inteligente, tão sábio”). Você está agora comprometido a satisfazer tal expectativa, seu comportamemnto está confinado, limitado, obrigado a atender a esta expectativa.
Pior ainda, você mesmo vai se auto-definindo, de acordo com o que julga ideal (sua crença), de acordo com definições que fizeram de você e com as quais você sentiu-se (ou gostaria de sentir-se) alinhado.
Para sair da prisão causada pelas definições, vale meditar/exercitar o que na escola de auto-conhecimento Advaita (não-dualidade) é conhecido como Neti-Neti – em bom português, “nem isto, nem aquilo”. Trata-se de uma maneira para responder “quem é Deus”, uma técnica de negação de qualquer definição – nem isto, nem aquilo.
Assim, ao deparar-se com auto-definições ou com definições que tentam colar em você, nada de dizer Sim e abraçar a idéia (com dor ou com satisfação, não importa); nada também de dizer Não e lutar contra a idéia. Simplesmente perceba em seu silêncio: nem isto, nem aquilo.
Se você preferir traduzir para uma abordagem , digamos, positiva, conecte-se com isso: “Sou isso e também aquilo, sou tudo”. Claro, você será assim para fulano, assado para sicrano… você então é tudo isso… E como para alguns você é azedo e para outros você parecerá doce, você é, portanto, isto e aquilo. Você é tudo isso, ou nada disso!
Através de ambos os caminhos nenhuma definição será uma etiqueta sobre sua alma. Todas estas qualidades atribuídas a você serão, naquele momento, mais uma passageira sensação, mais um passageiro conceito…o seu sonho, ou o sonho do outro sobre você.
Não dê muita bola, não leve tão a sério estes julgamentos: puro hábito desta mente que já não cabe no mundo.
O astro do rock Bob Dylan está certo quando diz: “toda definição destrói”.
Tenham todos uma semana de paz !
Sobre Swami Devam Bhaskar Instrutor da Oneness University (Índia), consultor na área da comunicação para a transformação social e jornalista dedicado aos Direitos Humanos, Bhaskar é discípulo de Osho desde 1982. Viveu na comunidade de Rajneeshpuram em 84 e 85, onde entrevistou Osho em três oportunidades: duas vezes para o Correio Braziliense e uma vez para a Folha de S. Paulo. Osho lhe deu o nome Swami Devam Bhaskar (do sânscrito Divino Deus Sol). Em 2005 conheceu os avatares Sri Amma e Sri Bhagavan, fundadores da Oneness University (Universidade da Unidade) e em 2009 passou a ministar workshops de crescimento espiritual, incluindo iniciação dos participantes como Doadores de Diksha (a Benção da Unidade). Como jornalista (normalmente assina como Geraldinho Vieira), dirigiu a ong ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância (atualmente ANDI - Comunicação e Direitos) e escreve aos domingos para o Blog do Noblat sobre temas relacionados à agenda dos direitos humanos. Ainda sobre temas de espiritualidade, escreveu também para a revista Época Negócios, Guia Lotus, Jornal de Brasília e Correio Braziliense. Bhaskar vive na Chapada dos Veadeiros (Goiás), casado com a fotógrafa Mila Petrillo (Ma Anand Niranjana).
Destrói sua liberdade. Destrói sua espontaneidade.
Quando você define uma pessoa (“ela é tão amorosa!”, por exemplo), passa então a esperar dela que assim seja sempre. E aí você planta nela o compromisso do comportamento sempre idêntico. E planta em você a semente da frustração, decepção, porque amanhã aquela mesma pessoa pode estar numa vibração que não satisfaz sua visão, sua expectativa.
O mesmo quando lhe definem (“ele é tão inteligente, tão sábio”). Você está agora comprometido a satisfazer tal expectativa, seu comportamemnto está confinado, limitado, obrigado a atender a esta expectativa.
Pior ainda, você mesmo vai se auto-definindo, de acordo com o que julga ideal (sua crença), de acordo com definições que fizeram de você e com as quais você sentiu-se (ou gostaria de sentir-se) alinhado.
Para sair da prisão causada pelas definições, vale meditar/exercitar o que na escola de auto-conhecimento Advaita (não-dualidade) é conhecido como Neti-Neti – em bom português, “nem isto, nem aquilo”. Trata-se de uma maneira para responder “quem é Deus”, uma técnica de negação de qualquer definição – nem isto, nem aquilo.
Assim, ao deparar-se com auto-definições ou com definições que tentam colar em você, nada de dizer Sim e abraçar a idéia (com dor ou com satisfação, não importa); nada também de dizer Não e lutar contra a idéia. Simplesmente perceba em seu silêncio: nem isto, nem aquilo.
Se você preferir traduzir para uma abordagem , digamos, positiva, conecte-se com isso: “Sou isso e também aquilo, sou tudo”. Claro, você será assim para fulano, assado para sicrano… você então é tudo isso… E como para alguns você é azedo e para outros você parecerá doce, você é, portanto, isto e aquilo. Você é tudo isso, ou nada disso!
Através de ambos os caminhos nenhuma definição será uma etiqueta sobre sua alma. Todas estas qualidades atribuídas a você serão, naquele momento, mais uma passageira sensação, mais um passageiro conceito…o seu sonho, ou o sonho do outro sobre você.
Não dê muita bola, não leve tão a sério estes julgamentos: puro hábito desta mente que já não cabe no mundo.
O astro do rock Bob Dylan está certo quando diz: “toda definição destrói”.
Tenham todos uma semana de paz !
Sobre Swami Devam Bhaskar Instrutor da Oneness University (Índia), consultor na área da comunicação para a transformação social e jornalista dedicado aos Direitos Humanos, Bhaskar é discípulo de Osho desde 1982. Viveu na comunidade de Rajneeshpuram em 84 e 85, onde entrevistou Osho em três oportunidades: duas vezes para o Correio Braziliense e uma vez para a Folha de S. Paulo. Osho lhe deu o nome Swami Devam Bhaskar (do sânscrito Divino Deus Sol). Em 2005 conheceu os avatares Sri Amma e Sri Bhagavan, fundadores da Oneness University (Universidade da Unidade) e em 2009 passou a ministar workshops de crescimento espiritual, incluindo iniciação dos participantes como Doadores de Diksha (a Benção da Unidade). Como jornalista (normalmente assina como Geraldinho Vieira), dirigiu a ong ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância (atualmente ANDI - Comunicação e Direitos) e escreve aos domingos para o Blog do Noblat sobre temas relacionados à agenda dos direitos humanos. Ainda sobre temas de espiritualidade, escreveu também para a revista Época Negócios, Guia Lotus, Jornal de Brasília e Correio Braziliense. Bhaskar vive na Chapada dos Veadeiros (Goiás), casado com a fotógrafa Mila Petrillo (Ma Anand Niranjana).
segunda-feira, novembro 14, 2011
quinta-feira, novembro 10, 2011
quarta-feira, novembro 09, 2011
terça-feira, novembro 08, 2011
Cristovam e Chico bisam Prêmio Congresso em Foco
Se há um padrão de conduta ao qual a sociedade identifica aqueles que
são seus melhores parlamentares, sem dúvida o senador Cristovam Buarque
(PDT-DF) e o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) o conhecem muito bem. Na
noite desta segunda-feira (7), os dois foram escolhidos os melhores
parlamentares de 2011, distinguidos com o Prêmio Congresso em Foco. É
o segundo ano consecutivo em que isso ocorre. Em 2010, os vencedores
também foram eles. E, no caso de Cristovam, é a sua terceira vitória
seguida. Ambos, porém, têm ainda mais uma vitória como melhor deputado e
senador. No caso de Cristovam, é a quarta vez em que ele vence o
prêmio. Chico Alencar vence pela terceira vez.
Como nas cinco edições anteriores, a escolha dos melhores parlamentares do ano deu-se em duas etapas. Na primeira etapa, 267 jornalistas que cobrem o Congresso Nacional, escolheram livremente os deputados e senadores que, nas suas opiniões, mais se destacaram em 2011. Da votação dos jornalistas, resultou a lista de finalistas, que foi submetida à votação dos internautas no endereço do Congresso em Foco. Foram eles, os leitores do site, que escolheram os grandes vencedores do ano.
Cristovam, que obteve 9.963 votos, recebeu seu prêmio das mãos da ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, e do representante da Petrobras, patrocinadora do prêmio, Fernando Paes de Carvalho. Além de Cristovam, receberam a distinção os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), que obteve 9.021 votos, e Lindbergh Farias (PT-RJ), que ficou com 7.583. Lindbergh também foi escolhido o Parlamentar de Futuro (melhor parlamentar com menos de 45 anos).
Chico Alencar já havia sido escolhido o melhor parlamentar na opinião dos jornalistas. E acabou obtendo também a vitória entre os internautas, depois de uma apertada disputa com seu colega de partido e estreante na Câmara, Jean Wyllys (Psol-RJ), que terminou em segundo lugar. É a segunda vez consecutiva que ocorre essa sintonia. Em 2010, o deputado também arrebatou os dois prêmios. O líder do Psol também foi distinguido com o prêmio de parlamentar que mais se destacou na defesa da democracia e da cidadania.
Desta vez, Chico Alencar recebeu 7.201 votos na votação dos internautas, seguido de Jean Wyllys (Psol-RJ), que ficou com 6.987 votos. A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que obteve 5.345 votos, foi a terceira mais votada. Chico, Jean e Manuela receberam troféus por conta da votação obtida. As honrarias foram entregues pelo diretor do Congresso em Foco, Sylvio Costa, e pelo diretor da Ambev Disraelli Galvão Guimarães.
O Prêmio Congresso em Foco 2011, que este ano tem como tema a construção da democracia, tem o patrocínio da Ambev e da Petrobras. É apoiado pela Associação Nacional dos Peritos Criminais (APCF), pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Sindicato Nacional dos Fiscais Federais e Agropecuários (ANFFA Sindical). Também apoiam o prêmio a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), a Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), a Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef), a TIM, a Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Este prêmio também é realizado em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal.
Como nas cinco edições anteriores, a escolha dos melhores parlamentares do ano deu-se em duas etapas. Na primeira etapa, 267 jornalistas que cobrem o Congresso Nacional, escolheram livremente os deputados e senadores que, nas suas opiniões, mais se destacaram em 2011. Da votação dos jornalistas, resultou a lista de finalistas, que foi submetida à votação dos internautas no endereço do Congresso em Foco. Foram eles, os leitores do site, que escolheram os grandes vencedores do ano.
Cristovam, que obteve 9.963 votos, recebeu seu prêmio das mãos da ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, e do representante da Petrobras, patrocinadora do prêmio, Fernando Paes de Carvalho. Além de Cristovam, receberam a distinção os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), que obteve 9.021 votos, e Lindbergh Farias (PT-RJ), que ficou com 7.583. Lindbergh também foi escolhido o Parlamentar de Futuro (melhor parlamentar com menos de 45 anos).
Chico Alencar já havia sido escolhido o melhor parlamentar na opinião dos jornalistas. E acabou obtendo também a vitória entre os internautas, depois de uma apertada disputa com seu colega de partido e estreante na Câmara, Jean Wyllys (Psol-RJ), que terminou em segundo lugar. É a segunda vez consecutiva que ocorre essa sintonia. Em 2010, o deputado também arrebatou os dois prêmios. O líder do Psol também foi distinguido com o prêmio de parlamentar que mais se destacou na defesa da democracia e da cidadania.
Desta vez, Chico Alencar recebeu 7.201 votos na votação dos internautas, seguido de Jean Wyllys (Psol-RJ), que ficou com 6.987 votos. A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que obteve 5.345 votos, foi a terceira mais votada. Chico, Jean e Manuela receberam troféus por conta da votação obtida. As honrarias foram entregues pelo diretor do Congresso em Foco, Sylvio Costa, e pelo diretor da Ambev Disraelli Galvão Guimarães.
O Prêmio Congresso em Foco 2011, que este ano tem como tema a construção da democracia, tem o patrocínio da Ambev e da Petrobras. É apoiado pela Associação Nacional dos Peritos Criminais (APCF), pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Sindicato Nacional dos Fiscais Federais e Agropecuários (ANFFA Sindical). Também apoiam o prêmio a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), a Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), a Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef), a TIM, a Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Este prêmio também é realizado em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal.
10 MOTIVOS PARA CONSUMIR O ÓLEO DE COCO EXTRA VIRGEM
1 - Ação ANTIOXIDANTE
– Colabora na diminuição da produção de “Radicais Livres”! Isto se
deve principalmente a ação direta da vitamina-E presente na “Gordura de
Coco Extra Virgem” composta por 8 frações desta vitamina; 4
tocotrienóis (alfa, gama, delta e teta) e 4 tocoferóis (alfa, gama,
delta e teta).
Contrário
a outras gorduras, principalmente em relação aos óleos
poliinsaturados, a gordura de coco diminuiu as necessidades de vitamina
E do organismo.
2 – COLESTEROL -
Ajuda na redução do mau COLETEROL – LDL e evita que o mesmo se oxide.
Por outro lado, promove a elevação do bom COLESTEROL - HDL
contribuindo assim na prevenção e tratamento das doenças cerebrais e
cardiovasculares.
3 – Colabora no processo do EMAGRECIMENTO
– De fácil absorção, a gordura de coco é a melhor fonte de
TRIGLICERIDEOS DE CADEIA MÉDIA, não necessita de enzimas para sua
digestão e metabolismo. No fígado, estes triglicerídeos rapidamente se
transformam em energia, desta maneira não se depositam no organismo. Por
isso ela é considerada “termogênica”, ou seja, capaz de gerar calor e
queimar calorias. Esta propriedade, aliada a capacidade que a gordura
de coco tem de estimular a glândula tireóide, aumenta o metabolismo
basal e, conseqüentemente: EMAGRECE!
4 – Melhora o sistema IMUNOLÓGICO
- agindo na prevenção e no combate aos VERMES – BACTÉRIAS e FUNGOS,
restabelece a energia “roubada” por estes agentes. Conseqüentemente
melhora a absorção dos nutrientes aumentando todas as defesas do
organismo. A gordura de coco apresenta a maior concentração de Ácido
Láurico, dentre todas as gorduras vegetais.
Em outras palavras, é o mesmo ácido graxo presente no leite materno!
No
organismo o Ácido Láurico é convertido em monolaurin que tem ações
para combater inúmeras infecções. Mais recentemente em 1992, Isaacs e
colaboradores confirmaram todos estes estudos.
Ainda
em relação ao ácido láurico, veja a declaração da Dra. Mary Enig, uma
das maiores autoridades mundiais em relação a estudos sobre gorduras,
principalmente no que se refere à GORDURA DE COCO EXTRA VIRGEM, leia-se ÀCIDO LAURICO. Este artigo foi por ela publicado em setembro de 1995 no “Indian Coconut Journal”:
“O MONOLAURIN,
cujo precursor é o àcido LÁURICO (C-12), destrói a membrana lipídica
que envolve os vírus e, também ele inativa bactérias, levedura e
fungos.” E acrescentou:
“Dentre os ácidos graxos saturados, o ácido láurico tem mais atividade
anti-viral do que os ácidos caprílico (C-10) e mirístico (C-14). A
ação atribuída ao MONOLAURIN é que ele solubiliza (dissolve) as gorduras...do envolve que envolve os vírus, destruindo assim sua capa protetora”. (Estes números e o C - significam a quantidade de átomos de carbono dos ácidos graxos).
Dentre
centenas de outros trabalhos científicos, hoje a GORDURA DE COCO EXTRA
VIRGEM é capaz de ajudar a combater uma infinidade de bactérias,
leveduras, fungos e vírus, tais como:
sarampo, herpes, estomatite vesicular e Cytomegalovirus (CMV),
Epistein Bar vírus, vírus da hepatite C (HCV), AIDES (HIV), H. pylori,
giárdia, cândida, cryptosporidium e outros parasitas intestinais.
5 – Regula a FUNÇÃO INTESTINAL
– Tanto nos casos de prisão de ventre ou mesmo nas diarréias, os
componentes da gordura de coco agem normalizando as funções
intestinais. Ao mesmo tempo o ácido láurico, através do monolaurin,
ajuda a eliminar as bactérias patogênicas (inimigas), protegendo e
favorecendo o crescimento da “flora amiga”.
6 – Tireóide - Melhora o funcionamento da TIREÓIDE,
tendo ainda ação “Anti-Envelhecimento” – Estudos realizados há mais de
30 anos comprovaram que a gordura de coco estimula a função da
glândula TIREÓIDE. O bom funcionamento da TIREÓIDE faz com que
especificamente o mal COLESEROL – LDL, através de processo enzimático,
produza os hormônios antienvelhecimento: PREGNENOLONA, PROGESTERONA e
DHEA (dehidroepiandrosterona). Todas estas substâncias são necessárias
na prevenção de Doenças Cardiovasculares, Senilidade, Obesidade, Câncer
dentre outras doenças crônicas relacionadas à idade.
7 - Ação COSMÉTICA
– A maioria das loções e cremes comerciais é constituída
predominantemente de água. Estas preparações úmidas são rapidamente
absorvidas pela pele seca e enrugada. Assim que a água entra na pele, o
tecido é expandido como um balão com água, então as rugas desaparecem e
a pele se torna mais macia. Porém, tudo isto é temporário.
Em poucas horas a água é absorvida e levada para a corrente sangüínea
e, tanto a secura como as rugas reaparecem. Além de não resolver o
problema de hidratação e das rugas, estes cremes ou óleos refinados
estão quase sempre oxidados, trazendo consigo uma montanha de radicais
livres, que agravam cada vez mais o tecido elástico da pele tornando-a
mais envelhecida.
A
gordura de coco pode ser aplicada diretamente sobre a pele e mesmo nos
cabelos, funcionando com um “condiocinador” natural, para isso é só
massagear os cabelos com 1 colher das de sobremesa antes do banho. Além
de hidratar a pele e não conter radicais livres, previne rugas numa
verdadeira ação antienvelhecimento. Isto se deve a “lubrificação” da
pele, permitindo que os nutrientes do sangue cheguem até ela.
8 – Ação Dermatológica
– Além do poder bactericida na pele, pode ser utilizada como
cicatrizante de feridas, picadas de insetos, alívio em queimaduras e,
sobretudo nos eczemas e dermatites de contato, bem como no tratamento
do herpes e candidíase.
9 – Diabéticos
– Controla a compulsão por CARBOIDRATOS – Assim como os alimentos
ricos em fibras ajudam a manter níveis estáveis de insulina no sangue,
conseqüentemente facilitando a vida dos DIABÉTICOS, a gordura de coco
proporciona uma sensação de saciedade ainda maior e, acima de tudo não
estimula a liberação de insulina, contribuindo desta forma para
diminuir o “craving” compulsão por carboidratos, principalmente a
doces. Contrário aos demais óleos poliinsaturados que dificultam a
entrada da insulina e nutrientes para dentro das células, deixando-as
literalmente “famintas”, a gordura de coco “abre as suas membranas”,
não somente permitindo que os níveis de glicose e insulina se
normalizem, como também melhorando sua nutrição, restabelecendo os
níveis normais de energia.
10 –– Fadiga crônica e Fibromialgia
-Até recentemente estas duas entidades não eram reconhecidas pela
medicina tradicional. Somente agora após uma grande divulgação na mídia
da melhora clínica de milhares de pacientes, é que o tradicional
“stablischment”, deu mão a palmatória, chegando mesmo a ser reconhecida
pelo FDA, quando liberou um medicamento para combater este mal.
Estas
duas entidades muitas vezes se confundem e, há autores que afirmam que
ambas têm a mesma etiologia. Porém a esmagadora maioria da classe
médica ainda insiste em afirmar que estas duas afecções são na
realidade um quadro depressivo mascarado, devendo por isso mesmo ser
tratada com antidepressivos.
Enquanto na Fibromialgia predomina o sintoma DOR, na Síndrome da Fadiga Crônica, o CANSAÇO é a tônica. Em outras palavras:
FADIGA CRÔNICA = (Sinônimo de) CANSAÇO
FIBROMIALGIA = (Sinônimo de) DOR
A Fibromilagia
pode ser considerada um processo reumático, que freqüentemente acomete
o pescoço, região lombar, ombros, nuca, parte superior das coxas,
joelhos, nádegas, cotovelos e parte superior do tórax. É importante
lembrar que os fenômenos dolorosos podem acometer qualquer parte do
corpo.
Tanto
a dor quanto o enrijecimento matinal é mais acentuado pela manhã, que
muitas vezes é acompanhado de: insônia, dor de cabeça, depressão, mente
embotada, desorientação, alterações digestivas, tonteiras, ataque de
pânico e vermelhidão facial.
O
sistema imunológico de uma pessoa afetada, freqüentemente é
hipersensível a muitos fatores, tornando o indivíduo hiperalérgico a
muitos alimentos. Estes sintomas podem ser agravados por outras
alergias, falta de sono, estresse e infecções agudas.
Dentre
as causas associadas a estas duas patologias destacamos: Herpes
Zoster, Epstein – Barr Virus (o vírus do beijo), Mononucleose
infecciosa, Resfriados e Estados Gripais, Deficiência nutricional,
Intoxicações por metais pesados (mercúrio, chumbo, arsênico, cádmio,
flúor, cloro, dentre outros), finalmente a deficiência de sais minerais
e, o eterno desafio do homem, o estresse!
Hoje,
a gordura de coco EXTRA – VIRGEM, talvez seja uma das melhores
soluções para combater a Síndrome da Fadiga Crônica e Fibromialgia.
Os
ácidos gordurosos de cadeia média, sobretudo o Láurico, podem eliminar
vírus como os do Herpes e Epstein-Barr, que se acredita sejam os
grandes responsáveis por estas entidades. Combate e ajuda eliminar
cândida, giárdia e ameba. Ainda eliminam uma grande quantidade de
vírus, bactérias e até mesmo certos vermes que podem estar relacionados
à estas duas patologias.
A
grande maioria dos médicos acreditam que não é um único tipo de vírus
ou bactéria os responsáveis pela Síndrome da Fadiga Crônica e, mesmo da
Fibromialgia, mas sim, a combinação de vários agentes e fatores.
Nestas condições a gordura de coco age neutralizando uma gama enorme
destes agentes infecciosos. Melhora o sistema imunológico, elimina o
estado de ESTRESSE
sofrido por ele. Em fim, por aumentar nosso metabolismo e por
recuperamos nossa energia plena, nos sentimos “mais jovens”, com
capacidade para realizar nossos sonhos !
Lembre-se que não há contra-indicações para seu uso, na dúvida, consulte seu médico.
Sérgio Puppin, MD.
Cardiologista e Nutrólogo CRMRJ 52-133209
Cardiologista e Nutrólogo CRMRJ 52-133209
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