Eu sou diferente das pessoas que tem esperança. A esperança é a última coisa que uma pessoa pode desejar ter pois é o réquiem do trabalho, da força de vontade, da sorte ou do azar. A esperança é aquela reza que os crentes fazem depois que tudo deu errado, é o cair de joelhos do juiz bandido pedindo uma luz no final do túnel. Toda esperança é, em si, uma visão otimista do fracasso.
E como sou diferente do fracassado posso apontar porque a esperança nunca foi importante para mim. Se eu tivesse alguma esperança, eu teria visto meu filho nascer, eu seria milionário, eu não teria repetido o segundo ano do segundo grau; e se todo condicional ou período condicional, SE, fosse importante, daí eu seria tenista, corredor de fórmula 1, karateca faixa preta, diretor de cinema italiano e invisível.
Tudo o que podemos conquistar é fruto de esforço pessoal individual e coletivo e familiar. A esperança é uma palavra que não exprime bem o sentimento que une a vontade de vencer com a oportunidade. Rezar e ter fé também não adianta muito nos dias de hoje. Tudo é fruto de trabalho e idéias que se concretizam por serem boas idéias, excelentes. O ruim e o descartável não me interessam nem um pouco, nem por diversão inclusive.
Você pode até achar que eu estou errado, mas eu não me importo. Passei daquela fase Jedi interior aprisionado em sonhos molhados ou desejando ardentemente o anonimato. Não há esperança pra quem tem que sair do zero para algum lugar. É trabalho, trabalho, empenho, trabalho, empenho, talento e muito trabalho extra.