quarta-feira, abril 25, 2007

O mundo opressor

Não basta ser a novidade do momento ou ver a novidade na vitrine. É preciso um senso renovador revolucionário para dar passos pra frente e outros tantos pro lado. A arte não tem se renovado tão rápido como os meios de informação e comunicação. Ouvintes, apreciadores estão confusos demais com a livre demanda de tudo. A vida já não se tornou uma livre demanda pelo tempo em si? Tempo e temo pelo tempo que se perde indo de um lugar ao outro fazer sempre a mesma coisa. A mesma merda de coisa toda vez que se sai de casa.
Todos os dias tenho o hábito, assim como o Zé Pessoa, de ouvir música em caixas de som com falantes de 12'' ou maiores. Tenho o hábito de ouvir vinis e músicas conectadas ao meu myspace porque todos os dias tem música lá de graça de artistas de todo o mundo e, sério, tem muitas novidades. AGORA mesmo estou ouvindo uma artista canadense de nome Feist. A música que toca no som tem ao fundo sons de passarinhos... isso me lembra a mim mesmo porque eu tenho diversas gravações caseiras com meu irmão e com amigos tocando com os afinados piares de Durval, nosso canário azul. O próprio foi deste mundo para o dos mortos pela música que produzíramos em um ensaio em 1996. E está aí Feist homenageando pessoas como eu, simples personalidades do cotidiano que são meros eus dos entes queridos que agregamos ao nosso mundo durante o ciclo da vida.
Próxima canção:
vou repetir a segunda canção, so sorry, porque o hábito de me repetir repetindo repetições é o que me dá a sensação de bem-estar comigo mesmo. Eu mando em mim. Eu vou e volto quando quero, com meus pensamentos, com minhas promessas e com minhas canções e audições. E, deveras sortudo, o ser humano comum mais acerta do que erra em suas decisões. Acho isso de um fatalismo maravilhoso que se esconde na poeira das lentes e retinas dos gases que saem dos escapamentos dos carros, vejo vida quando um desconhecido canta como louco atrás de seu volante, fechado em seus vidros, canta feito a puta que o pariu!!! Felicidade é, as vezes, um sintoma da loucura.
Silêncio.

quinta-feira, abril 12, 2007

É melhor a gente crescer depressa enquanto depressa é o que nos resta!

Profético..."transe em mim... capital federal, ar seco rarefeito excelente para pensar..."
O Brasil já passou por uma catástrofe de morte e de guerra únicos no mundo. Milhões de índios cairam mortos, mais do que as centenas de milhares de japoneses que morreram com dois ataques atômicos, com a guerra biológica da colonização portuguesa e invasões estrangeiras no seio da natureza virgem do Eldorado, o ouro é o sol que nos ilumina todos os dias desde a Pangéia, e a herança nos castiga a todos; a herança está no semblante do jovem burguês ou no semplante do jovem operário: o cansaço nos pesa, ombros cansados das chibatadas que nunca nos açoitaram porque machucaram e feriram e mataram outras gerações de brasileiros e estrangeiros que aqui se miscigenaram com a natureza e com as caravelas e seu vento europeu.
A arte no Brasil morreu porque matou-se o que é o efeito da arte: quem aprecia, o apreciador de arte, que é o índio mais do que tudo e todos, depois o negro e depois o primitivo homem crô-magnon; o branco feudal e moderno jamais soube enxergar além do que pode se chamar de lixo cultural salvo exceções maravilhosas que romperam e rompem as ligas e tripas da massa encantadamente acomodada e sem cérebro.
Me permito dizer que o brasil só terá solução com descendentes e pais e educadores online pensando e vivendo felizes no brasil. Eu vivo de arte, mas muito longe me encontro dela em meu trabalho. É no meu estilo de vida que está toda a beleza. O céu azul, a terra vermelha, meu filho e minha mulher e eu criando vida o tempo todo, música no toca-discos ou na rádio e os badulaques chineses que emitem sons e reflexos... a guitarra que eu toco desligada para compor soa melhor do que 10 hendrixes juntos, quem dera eu pudesse ouví-lo tocar uma fender desplugada, quem dera... seria belo demais!
Arte... monitores quadrados, prédios quadrados, avenidas e linhas simétricas, o mousepad quadradinho, a impressora multifuncional é um retângulo... e onde está a beleza?
China - http://www.myspace.com/chinaina - expoente da música pernambucana sempre foi observado. Eu lembro do Sheik Tosado lançando disco antes do Maskavo e sabe, era como a minha vida faltando alguma coisa e o nonsense sem sentido parecia apenas imaginável nos livros beatniks ou na minha cabeça, era mais uma banda. Daí o vocal, China, some, se recompõe, faz a sua vida, tem sua arte pessoal online e pum, disponibiliza gratuitamente arte.
Devo muito de tudo à responsabilidade agarrada om dentes e dedos, à paternidade total, porque motiva o cérebro a ser e fazer o melhor em tudo o tempo todo em prol do que é bom, na vida não é preciso BBB, é preciso coragem para ser alguém pro seu filho e pro amigo do seu filho, que é filho de alguém que deveria ser tão bom e honesto como você ou eu. Nozes...
a guerra do brasileiro, se quiser ter artistas genuínos, deve ser menos voltada para a capitalização, ou seja, atingir meta financeira e deve ser educada, preparada para viver e agradecer por um país que tem tanta beleza de graça espalhada pelos seus cantos. Menos linhas e quadrados e deve ter mais curvas. Viva Gaudí!

sexta-feira, abril 06, 2007

Cristovam Buarque dá show nos EUA

Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculachoeducadíssimo nos americanos!Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:
"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso."Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia,posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que temimportância para a humanidade."Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro.Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado."Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada.Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro."Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA.Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil."Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!