sexta-feira, março 18, 2005

Quanto vale o olhar - Ensaio sobre atenção.

Descobri dados sobre a televisão que me deixaram preocupados. Pois a televisão é de fato digna de análise. Socialmente influente e formadora de opinião e público, a televisão é instigadora da visão e propaga imagens e tendências. Os dados foram obtidos através da T.V. Cultura em um programa chamado grandes cursos, da Universidade Anhembi Morumbi. A iniciativa do programa era defender que a televisão, do ponto de vista comercial, utiliza a imagem para vender seus fetiches e para o anunciante o investimento por milhões de espectadores é irrisório. Assim o custo de apresentar uma imagem fictícia da necessidade criada ou bem de consumo não durável para o consumidor de baixa e média renda tem como meta o lucro pois é baseada no salário mínimo, que não representa a renda média da população brasileira pelo caráter informal dos prestadores de serviço do país. Na minha opinião deve-se a isso o fato de pagarmos grandes quantidades de impostos sobre produtos e contas de banco: a defasagem na arrecadação média por habitante de impostos sobre sua hora de trabalho.
Em 2000, 30 segundos em horário nobre na rede Globo custavam R$139.000 aproximadamente. Dividido pelo número de espectadores, 25 milhões na época, dava uma quantia de 0,0055 centavos por habitante em investimentos diretos. O salário mínimo era de R$136,00 e a quantidade de dinheiro investida mensalmente por pessoa equivalia a R$160,00. O mesmo que pagar para ganhar no futuro, princípio do capitalismo e das políticas neo-liberais.
Hoje, concluo, deve-se gastar na mesma proporção em televisão, em imagem, em vendas. Mas a situação da população se mantém. Somos um país recheado de informalidades e com muitas arestas para apararmos. Trabalho, estuda e luta serão necessários para que as coisas mudem um pouco.

quarta-feira, março 16, 2005

Cartas de um vidente - Rimbaud até poderia ter escrito uma delas...

A gente precisa aprender a se despir de nossa verdade para falar com sinceridade sobre o que experimentamos na vida. Eu gostaria de dar atenção as coisas bonitas da vida, sei lá, passar mais tempo observando os casais de namorados ou tomar um sorvete sem me preocupar com seu fim ou degelo. Mas eu me preocupo com alguns indivíduos engravatados que pensam saber das coisas. Eu me preocupo com os mendigos pois não sei mais se sofro por eles ou admito sua relação sexual com a miséria. Eu me preocupo com as desigualdades infindas entre os países americanos e a posição número 1 do Brasil no quesito "país mais louco de todos" sem tirar nem por culpa em cada um de nós. O que é a poesia?
Gravatas não sabem nada sobre fuso horário nem quantos deles existem apenas no Brasil. Quem usa gravata deveria nascer sabendo algo mais e não passar a vergonha de, em pleno aeroporto de Congonhas, achar que tudo é horário de verão.

Não sou devoto de Nossa Senhora
Eu sei que dela o milagre não brota
eu busquei aceitar
eu vi o que minhas mãos não podem tocar
O chão ficou próximo demais
da testa
rente as sobrancelhas do infinito
para Rimbaud e Morrison
resta o túmulo
seus restos inexistem
restam as palavras
Os restos que entopem os esgotos
da sabedoria popular
da miséria humana
e da solidão de saber
que quanto mais sabemos
mais sozinhos trilhamos
a estrada
os tijolos
o pó

trilhamos o finito
uns dançam
outros esperam a chuva de Outono
ela ainda não chegou e há de prescipitar

Reze
peça temente por perdão
os dias e as noites não mais escondem
a podridão da ignorância
homens de bem que não tem alma
almas que vão aos céus da incerteza
morrem

Reze em vão até os joelhos sangrarem
peça
eu sei impedir as feridas
eu busquei curá-las
até que, de tão ferido, peço
faça algo, por ti
por tu
por elas todas
as sementes

quinta-feira, março 10, 2005

As pontes da morte - Ensaio do medo sobre viajar a noite

70% delas estão com mais de trinta anos. Sem cuidados ou caindo aos pedaços, você escolhe o destino. Algumas delas escolheram cair e algumas pessoas morreram.: PONTES.
Até que poderia ser um sobrenome, mas são ligações. São sobrenomes também que pagam o IPVA e olham incrédulos o fim das pontes que conectam o Brasil federal. El justiciero cha cha cha ainda é coisa do presente por isso estude tudo a sua volta. Eu olhei a minha volta e pensei "vontade" e assim definido o meu caminho fui trafegando pela estrada que liga Marília a São Paulo. Pense na fé, pense em Deus. Pense nos enigmas e nos paradoxos, quem sabe mais do que quem e verá! A vontade de ver o fim é o próprio TAO das coisas.

terça-feira, março 01, 2005

Enfim está chegando a primavera. - Retrato surrealista

Mais uma frente fria atinge a capital de São Paulo. O clima pode estar mudando depois dos fenômenos naturais que atingiram a Ásia. Ilhas mudaram de lugar e uma cidade desaparecida pode estar dando o ar de sua graça. Uma cidade mitológica que seria tão linda que uma enchente divina afundou 6 de seus 7 templos sagrados. Coisa louca