quinta-feira, agosto 30, 2007

Eu concordo com tudo isso aí

Craques de 8 ou 80 (anos)
EDUARDO VIEIRA DA COSTA
Editor de Esporte da Folha Online

O Campeonato Brasileiro-2007 é um dos piores dos últimos anos, sem dúvida. Não existe nenhum time que dê gosto de ver jogar. Mas a situação mais desalentadora é ter chegado a um ponto em que não existe nenhum grande jogador atuando nos gramados nacionais que esteja em seu auge. Nenhum. Zero.

Isso não quer dizer que não exista nenhum bom jogador no Brasil hoje. Mas todos os que estão aqui, salvo alguma raríssima exceção, ou são jovens que estão despontando e esperando a primeira oportunidade para ir para o exterior ou são veteranos --que na maior parte das vezes já tiveram passagem pelo futebol estrangeiro.

Não existem craques de "meia-idade" no país. Estes estão todos fora. Escolher o melhor jogador de cada time neste Brasileiro é dificílimo. Quase ninguém tem um grande destaque. E, quando tem, encaixa-se facilmente o tal "craque" no perfil que descrevi.

O São Paulo, líder do Campeonato, por exemplo, tem como maior ídolo o goleiro Rogério Ceni, veterano de 34 anos. No Corinthians, encontrar o melhor é tarefa hercúlea. Talvez Vampeta, 33. No Santos, Kléber é ótimo e tem 27 anos. Mas, apesar disso, já está na fase da volta ao Brasil após passagem pelo exterior. É um "veterano novo". Os palmeirenses têm de se contentar com Edmundo aos 36 anos --sem contar Valdívia, que é chileno.

O cenário é o mesmo em outros Estados. No Rio, o Vasco tem como estrela o rodado Leandro Amaral, 30, ou, se preferirem, Romário, 41. O Botafogo se apóia em Dodô, 33. O destaque principal do Fluminense é o jovem meia-atacante Thiago Neves, 22. E, no Flamengo, Renato Augusto tem apenas 19.

Mesmo em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul ou qualquer outro Estado não se encontra um único craque verdadeiro no auge. A explicação para isso parece bem óbvia --a saída dos atletas cada vez mais jovens--, mas nunca antes a falta de grandes atletas foi tão latente no Brasileiro.

O time que for campeão, seja lá qual for, será um time meia-boca. E até a seleção do campeonato, eleita no prêmio Craque Brasileirão no final do ano, vai ser meia-boca.

Certa vez li em algum lugar que no futuro as pessoas do mundo inteiro iriam torcer pelas grandes potências do futebol europeu em detrimento dos times locais. Do jeito que a coisa anda, isso não deve estar muito longe de acontecer.

Eduardo Vieira da Costa, 30, é jornalista e foi repórter do diário "Lance" e da
Folha Online, onde atualmente é editor de Esporte. Escreve semanalmente,
às sextas-feiras, sobre futebol.

quarta-feira, agosto 22, 2007

O fator não-ser

Sair de casa
saber o que fazer
concentração
respiração
não é você

O fator não-ser é a busca
a iluminação é a luz

quinta-feira, agosto 16, 2007

Jady

Jady


Jady é uma mulher muito indecisa na vida

ela é prostituta, não quer sair desta condição a menos que algo ou alguém lhe dê

lhe dê o que o dinheiro não dá

ela não acredita em namoro, ela acha que namorado de puta é gigolô

cafetão

ouve reggae todos os dias

curte muito sua filha de 6 anos chamada Julia

ela é linda de morrer

Jady conheceu um homem hoje

às 19hs

depois conheceu outro

às 20hs

e depois mais outro

às 21hs

depois conheceu o Zé a 1h da matina

"Zé, canta pra mim uma canção enquanto você me fode? as câmeras da Luciana Gimenez registrarão tudo! Canta metendo e depois deixa eu te fazer gozar sem te encostar um dedo."

mas, Zé, você parece não estar falando com ninguém

outro sonho estranho

outra estranha em meu sonho

CpMf

Lula quer manter a cpmf
0,38% de alíquota
26mil cargos públicos
uma previdência infernal
Lula
ouça nossa classe
não dá
é prejuízo
não dá
Lula já foi oposição
e no poder come o prato da hiena
hiena é?
certeza!!!





quarta-feira, agosto 15, 2007

Café Filosófico

Essas são trocas de emails com o Quim, meu parceiro. É muito bom pra cabeça, espero que os mails continuem.

Em 13/08/2007, às 17:26, Bruno Prieto escreveu:
>
>>O falso movimento
>>Por Henry Burnett
> >
>>Mídia adota o calypso, gênero musical que surgiu fora das
>>gravadoras, mas ainda tem dificuldades para engolir o rap
> >
> >
>>Há mais de uma década o mercado fonográfico brasileiro começou a
>>sua mais radical transformação. Compositores, bandas, produtores,
>>críticos e todos os envolvidos na complexa rede que dá sustentação
>>à música brasileira viram os modos de feitura e distribuição
>>implodirem, dando origem a uma nova configuração, que passou a ter
>>na autonomia dos artistas sobre suas obras uma histórica conquista.
>>Sem falar que o empresariado especializado não deixou de exercer
>>mais o poder que tinha antes; foi, portanto, uma crise positiva.
>>A despeito da pequena revolução, essa autonomia também oculta
>>algumas peculiaridades. Os “movimentos musicais” criados pelo
>>mercado fonográfico, como o pagode, a axé-music, o sertanejo estão
>>suspensos, como resultado direto da perda de poder da indústria
>>“oficial” da música. Mas não só: essa mudança também se relaciona
>>com o amadurecimento geral da população do país, afinal política e
>>cultura estão ligadas de forma profunda, ainda que isso seja
>>constantemente esquecido.
>>As pessoas agora escolhem o que querem ouvir com mais liberdade,
>>como mostra uma pesquisa divulgada pela “Ilustrada”, da “Folha de
>>S. Paulo” (22/7/2007). O que poderia ser acrescentado ao resultado
>>da pesquisa, é que essas escolhas em nada se distinguem daquelas
>>impostas em épocas recentes e que, ao contrário, mesmo compositores
>>lançados pelas multinacionais da indústria fonográfica ainda
>>aparecem na pesquisa, como é o caso de Zezé Di Camargo.
>>Ocorre que, no lugar dos movimentos artificialmente criados, outros
>>quase movimentos despontaram de modo independente na cena da
>>música, ora positivos ora nem tanto: o mangue-beat de Chico Science
>>é o exemplo mais importante; alguns socialmente determinantes e
>>vivos, como o rap, e outros, que parecem não passar de apenas um
>>grupo, como o calypso. Pensando no mangue-beat como um último
>>movimento dotado de um líder, podemos dizer também que foi a última
>>aparição de um cantor-compositor nos moldes da MPB tradicional.
>>Os outros dois, rap e o calypso, são forças midiáticas de grande
>>intensidade, mas não se equivalem de um ponto de vista social. Por
>>pouco a banda Calypso não foi gestada num escritório empresarial.
>>Poderia ter sido -prova inequívoca é que recentemente a gravadora
>>Som Livre contratou esta banda-, mas é mais difícil imaginar os
>>Racionais MC’s numa reunião com João Araújo, o empresário da
>>gravadora.
>>Não há nenhuma condenação no fato de a música comercial brasileira
>>ser... comercial. De certa forma toda a MPB o é, por princípio. O
>>que o contrato da banda Calypso com uma gravadora ligada à rede
>>Globo mostra é que, nesta área, as coisas se movimentam de forma
>>extremamente rápida e quase sempre de modo pouco compreensível.
>>O fato de ter vendido milhões de discos sem nenhum vínculo
>>contratual e agora, público consolidado, vendas estáveis, a banda
>>tenha resolvido assinar contrato é um lance comercial meio
>>inexplicável. Quem reflete sobre a música popular no Brasil, fora
>>os puristas, podia ver na banda um tipo de “resistência”, agora
>>perdida. Pura ingenuidade.
>>No entanto, contra a afirmação do antropólogo Hermano Viana de que
>>“a pesquisa revela algo que já percebíamos, mas não tínhamos dados
>>para provar: há uma nova realidade na indústria cultural
>>brasileira”, parece que há um grande equívoco. Há tempos programas
>>de TV aberta já haviam levado Joelma e Chimbinha para exibições em
>>nível nacional. Faustão (Globo), Gugu (SBT), Gilberto Barros
>>(Bandeirantes, esse uma espécie de “mecenas” da banda), todos
>>sacaram a força do ritmo e a empatia absoluta que causava em
>>crianças e até em seus pais.
>>A dupla forçou o convite, atropelou o esquema “normal” -antes
>>intermediado por empresários e contatos oficiais com gravadoras- e
>>arrombou a porta; ponto para eles. Uma vitória? Apenas pessoal,
>>jamais social.
>>Fora os grandes cânones da MPB, ninguém vai a um programa de
>>auditório na TV aberta no Brasil sem que seu apelo popular seja
>>reconhecido e consolidado. Quer dizer, a banda Calypso é uma
>>espécie de substituto independente dos falsos movimentos de antes,
>>uma nova febre, de menos extensão que as anteriores, ainda que seja
>>importante por revelar um ritmo amazônico-caribenho que, de outro
>>modo, jamais chegaria aqui -a não ser como chegou o açaí: com
>>banana e granola e sem farinha de tapioca.
>>Acontece que entre uma criação industrial e um fenômeno
>>independente existe o público, o povo. Ninguém lembra muito dele.
>>Aí as coisas não apenas deixam de ser tão passíveis de ordem, como
>>elas são completamente imprevisíveis.
>>É aí que entra o rap. Uma coisa é o Calypso, o Calcinha Preta e
>>afins, outra é Mano Brown e o Rappin’ Hood. Sem essas distinções
>>mínimas, podemos achar que tudo é válido, tudo é bom, e não é,
>>porque senão bastaria dizer que se trata de preconceito de classe,
>>e aí como explicar que “Chega de Saudade” seja uma canção diluída
>>na memória coletiva, tendo sido criada no interior de um movimento
>>burguês carioca como a bossa nova? Tom Jobim tem memória.
>>Da mesma forma, como parece querer nos convencer, parte da crítica
>>musical ligada à TV Globo, representada por Hermano Vianna, não é
>>porque a banda Calypso encerra uma vitória em suas conquistas
>>pessoais -Chimbinha tem uma história similar a Zezé di Camargo e a
>>outros que “vencem na vida”- que por si só ela tem importância
>>histórico-cultural.
>>Se fosse assim, porque não se louva um negro pobre que vendeu
>>milhões de discos e hoje segue uma carreira internacional sem
>>precedentes, como Alexandre Pires? Simples, porque a crítica
>>intelectual parece ter se cansado da ditadura Rio-São Paulo e
>>resolveu abraçar a Amazônia, mas não percebe o quanto de
>>etnocentrismo existe nessa postura “salvadora”. A Amazônia não faz
>>música ingênua, o calypso é o resultado pueril de mais de 30 anos
>>de história do brega paraense, que se construiu sobre uma auto-
>>ironia e riso de si extraordinários e que agora são matéria da
>>antropologia “global”.
>>O rap, que tem uma importância capital para o país neste momento,
>>não serve de exemplo para a TV Globo. Seu discurso antimelódico é a
>>única força vital que milhões de pessoas têm para se expressar com
>>orgulho diante da situação social que os oprime. Mano Brown é sua
>>voz política. E não adianta tentar aliviar as coisas, levando-os
>>para os programas de celebridades. É um tiro no pé.
>>.
>>Henry Burnett
>>É doutor em filosofia pela Unicamp e professor do Departamento de
>>Filosofia da Universidade Federal de São Paulo.

>
> Interesting... Quanto ao Maskavo, já temos público consolidado, mas
> ao contrário do calypso, precisamos estar na mídia pra manter nosso
> status quo.
>
> Abraços!
>
> Quim.

A banda Calypso é um fenômeno, e não há como esconder essa condição. O fato é que eles mantém um show ultra mega produzido, no gosto do público tecno-brega. E fazem o que todo artista que se preza deve fazer, levar alegria aos seus semelhantes. Agora se eu fosse eles, nunca assinaria contrato com uma gravadora. Eles tem é que montar a gravadora deles, a não ser que o contrato seja de compra dessa gravadora porque eles estão muito ricos!!!

atenciosamente
Prata

Quim, não entendi o emprego do termo "status quo".
Esse termo na sociologia e na história é muito forte, quer dizer "manter o estado das coisas" no sentido de não permitir mudanças. É um termo cunhado no positivismo, no século XIX, mas se mantém muito forte nas entrelinhas das sociedades. A Globo, por exemplo, é instrumento do "status quo" enquanto concessão pública pois não cria mecanismo de debate, apenas de réplica, do materialismo, do consumismo, enfim do capitalismo como forma de estar inserido no contexto social.
Dentro desta lógica, se fizéssemos 20 canções idênticas à asas e a um anjo do céu, dentro do status quo como conceito, então elas seriam um sucesso igual às originais, concorda?
E como a manutenção do "status quo" é muito complexa e difícil, e muito integrada à cada sociedade do mundo como uma "persona": eu vivo no status quo, o status quo é uma palavra legal, o que é status quo?, ela se adapta constantemente aos indivíduos, no nosso caso, às bandas, aos artistas, etc. Consolidar um público no status quo, nesse sistema, é ideal, não acha? Mas a dinâmica social não funciona assim, felizmente. É tudo o mais puro caos.

Paz

Bruno Prieto - MASKAVO

>
> Valeu pelos esclarecimentos!
> Pelo q vc me disse, acho que eu tinha uma idéia do que siginificava
> isso.
> Façamos assim, troque o "status quo" (q é bonitinho de se falar
> mesmo!) por"a máquina funcionando bem"- leia-se nossa estrutura,
> o bom número de shows, finalmente o nosso sustento.
> Ainda fico na opnião de que se acredita no caos por não conseguir
> enxergar o que está por trás das coisas.
>
> Beijos,
>
> Quim.

O caos, Quim, é o instrumento do que está por trás das coisas. Leia o Tao que é um texto superinteressante sobre isso. Tem o Tao, o Céu, a Terra, Deus. O instrumento dessas 4 forças da natureza é o caos. O caminho dentro do caos é identificar o que nos influencia no caos e o que nos influencia interiormente, nossas escolhas independente das influências externas. Quando a satisfação interior superar a satisfação exterior, que é a fé superando as dificuldades inerentes do ser humano, daí você verá o caos interagindo com a paz, que é o equilíbrio, e esse equilíbrio tende a ser constante e ao mesmo tempo caótico e mutante, porque nunca está no mesmo lugar duas vezes, nem o yin nem o yang.

Como eu já te disse uma vez: o caos é o pingo dentro da gota, seja ele preto ou branco, verde ou amarelo, marron ou cinza, laranja ou azul.

Independente de qualquer coisa, eu não quero te convencer da minha idéia, eu quero que você perceba que eu já pensei muito sobre isso e que eu já vivo imerso nesse mundo faz tempo. E eu acho que isso me faz mais feliz.

Se é o destino que responde melhor a sua concepção de equilíbrio, está no TAO também, está contigo, é verdade, é a sua verdade.

Paz

Bruno Prieto - MASKAVO

Arrecadação com a CPMF atinge R$ 203 bilhões desde 1996

Arrecadação com a CPMF atinge R$ 203 bilhões desde 1996
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da Agência Brasil

Desde que foi criada, em 1996, a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Fianceira) arrecadou R$ 203 bilhões. Informações da Secretaria do Tesouro Nacional apontam que, desse valor, R$ 136,8 bilhões foram para os destinos originais: o FNS (Fundo Nacional de Saúde) e a Previdência Social. O restante, o Tesouro direcionou para outros fundos criados ao longo dos últimos dez anos.

O FNS ficou com a maior parte, R$ 93,6 bilhões, e o Ministério da Previdência, com R$ 43,2 bilhões. Já o FCP (Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza), criado em 2001 com o objetivo de financiar programas públicos de combate à fome e à miséria, e que também financia o programa Bolsa Família, ficou com R$ 34,1 bilhões. Outros R$ 31,6 bilhões da CPMF foram para a DRU (Desvinculação das Receitas da União).

A contribuição foi criada para ser provisória, a partir de sugestão do então ministro da Saúde Adib Jatene, em um momento de crise nessa área. Os recursos arrecadados seriam usados, entre outras finalidades, para construir e reformar hospitais.

Inicialmente, a alíquota era de 0,20% mas, em 1999, quando foi decidida a primeira prorrogação da contribuição, até junho de 2002, passou para 0,38%. Entre junho de 2000 e março de 2001, a alíquota do imposto caiu a 0,30% e a partir daí houve novo aumento, para 0,38%, percentual atualmente cobrado.

Com validade até dezembro de 2004, uma nova prorrogação da CPMF foi definida em 2003, por nova PEC (proposta de emenda à Constituição) que prevê a cobrança até dezembro deste ano. Caso seja prorrogada novamente, a CPMF valerá até 2011.

Apesar de muitos especialistas afirmarem que o governo pode abrir mão da CPMF fazendo um ajuste nas contas públicas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, defende a importância da contribuição, cuja previsão de arrecadação no ano que vem se aproxima dos R$ 40 bilhões.

"Para que a gente possa manter os programas sociais do governo, os investimentos, as ações de saúde e financiar uma parte do Bolsa Família, é preciso apoiar a CPMF", disse o ministro.

terça-feira, agosto 14, 2007

Até quando, até quanto, por que a CPMF é tão duradoura?

Vale toda à pena a reflexão do assunto. Na minha opinião, um imposto idealizado e instaurado no governo FHC que tem no nome a alcunha o P de "provisório", e prorrogado no governo Lula que é oneroso para a população proletária e da aldeota brasileira visto que serve para quem tem conta corrente e para quem faz transações bancárias... Eu gasto meus 12, 13 reais por mês nessa coisa e eu sei que isso serve para estabelecer um saldo positivo para a economia do país, mas e daí? Pra que serve esse imposto mesmo?

Prorrogação da CPMF passa por 1º teste hoje na Câmara
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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O governo federal espera dar hoje o primeiro passo para a prorrogação até 2011 da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), com a aprovação do projeto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

Para isso, começou a dar mostras de endurecimento contra a pressão dos aliados por benesses atreladas ao voto favorável ao projeto. "Tem muita gente achando que a CPMF é instrumento para ganhar espaço no governo, mas pode acabar perdendo espaço. Aliado que não votar favoravelmente a um projeto dessa importância não merece ser chamado de aliado", disse o vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS).

Para a votação de hoje, que trata apenas de aprovar se a prorrogação é constitucional, há um acordo entre governo e oposição. Os governistas cederam ao deixar que o debate se alongue na CCJ. Já os oposicionistas concordaram em não obstruir a votação, o que poderiam fazer com intermináveis questionamentos regimentais.

O debate mais duro se dará em dois momentos subseqüentes: na votação da comissão especial, que trata do mérito da proposta, e no plenário. O processo na Câmara deve se estender até outubro. Depois, o texto terá de ser aprovado no Senado.

O longo tempo de tramitação joga contra o governo, que fica refém de demandas de todos os lados. "A orientação é para a bancada não misturar suas reivindicações com a CPMF, mas isso nem sempre acontece", diz o líder do PP, Mário Negromonte (BA). Para Henrique Alves (RN), líder do PMDB, "o jogo no plenário vai ser duro".

O governo ainda pretende convencer o relator na CCJ, Eduardo Cunha (RJ), a retirar de seu relatório a divisão das receitas da CPMF com Estados, mas o relator rejeita.

Alíquota menor

O PSDB fechou questão ontem, segundo o seu presidente Tasso Jereissati (CE), para reduzir a alíquota da CPMF de 0,38% para 0,20%. O senador disse que a redução implica também o compartilhamento dos recursos com Estados (20%) e municípios (10%).

"Com certeza, a CPMF não fica como está. Ou será reduzida e repartida com Estados e municípios ou será eliminada. É essa a posição que estamos discutindo. A mais provável é a redução", disse o presidente do PSDB após reunião da cúpula tucana em Belo Horizonte.

Além de Jereissati, estavam presentes os governadores Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Cássio Cunha Lima (PB) e Teotônio Vilela (AL), o ex-governador Geraldo Alckmin (SP), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e deputados e senadores tucanos.

Em São Paulo, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, vai propor hoje a redução gradual da CPMF até o imposto servir apenas para fiscalizar a sonegação de tributos. O pedetista lidera o bloco parlamentar que congrega 78 deputados filiados ao PSB, PDT, PC do B, PMN, PHS e PRB. A reunião acontece hoje às 15h e, segundo ele, a proposta foi bem recebida pelos líderes das siglas.

Pela proposta do deputado, a alíquota passaria dos atuais 0,38% neste ano para 0,28% em 2008, 0,18% em 2009 e chegaria a 0,08% em 2010. A CPMF se tornaria então um imposto permanente, para ajudar a Receita a combater a evasão fiscal.

segunda-feira, agosto 13, 2007

109



roubo

Peguei um vôo da TAM
de São Paulo para Ribeirão Preto
esquecido, deixei minha carteira no assento central do avião
pousamos, saí esquecido da carteira
mas me lembrei
em dois minutos voltei
minha vida?
meus documentos?
levaram apenas o meu dinheiro
30 reais
em dois minutos
na maior companhia aérea
moral por moral
fico com essa
dinheiro na mão de filho da puta queima!

Fucionismo

Ela teve uma overdose
ninguém se sente preparado pro sucesso
ela teve um enfarte
seu coração não aguenta o sucesso
ela deu um tiro
e a bala não matou ninguém
ela teve uma overdose de café
e por isso descansa em casa
as vezes elas cheira cocaína
e quando o faz, faz em excesso
ela fuma maconha
200 libras por semana
não sei o que isso significa
os traficantes agradecem
os tablóides agradecem
o marido sofre
será ele viciado?
ou ele é o herói derrotado?

terça-feira, agosto 07, 2007

O som

O som
do atrito do ar
do atrito da terra
do asfalto contra o pneu
é infinito
ao penetrar
velozmente
a janela
de meu
apartamento

O som
incansável
intermitente
ecoante e irracional
não parece nem de perto
com o barulhinho das ondas do mar
é um zumbido feio
é de um mosquito metálico
parasita

O som
de um carro passando
só me anima
quando vejo meu neném
fazendo brum brum
ao vê-los passar
ele imita o som do motor
mas não sabe que
logo, logo
esse brum brum
não vai deixá-lo descansar
até que cesse o trânsito
brum brum pra lá
brum brum pra cá
Boa noite! As 20:38hs

quarta-feira, agosto 01, 2007

Esse

Recebo um email
tudo o que há nele
eu sei
eu entendo
faço um telefonema
me justifico
estou doido? você está doidão?
me sinto idiota
desligo
fico duas horas calado
renovo minha carteira de motorista calado
sou daltônico, cada dia fico pior
olhei minúsculas letras
consegui lê-las
dirigi
fui a faculdade
cozinhei feijão branco
sopa de legumes com carninha
a minha casa está com cheiro de sopa
o que será amanhã?
esse!