sexta-feira, setembro 28, 2012
quarta-feira, setembro 26, 2012
Artistas criam obras com rifles aposentados na Inglaterra
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/09/artistas-criam-obras-com-rifles-aposentados-na-inglaterra.html
terça-feira, setembro 25, 2012
segunda-feira, setembro 24, 2012
sábado, setembro 22, 2012
sexta-feira, setembro 21, 2012
quarta-feira, setembro 19, 2012
Um verdadeiro socialista poderia ganhar poder nos EUA?
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/24407/um+verdadeiro+socialista+poderia+ganhar+poder+nos+eua+.shtml
Economia dependente impede que Brasil se torne imperialista, diz teórico marxista
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/entrevistas/24052/economia+dependente+impede+que+brasil+se+torne+imperialista+diz+teorico+marxista.shtml
Além de ponto de partida, América Latina vira centro de destino de tráfico de mulheres, adverte OIM
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/24408/alem+de+ponto+de+partida+america+latina+vira+centro+de+destino+de+trafico+de+mulheres+adverte+oim.shtml
Grandes quantidades de carne de rato são vendidas ilegalmente em Londres
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/24392/grandes+quantidades+de+carne+de+rato+sao+vendidas+ilegalmente+em+londres+.shtml
Derretimento recorde do Ártico pode causar inverno mais rigoroso na Europa
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/24327/derretimento+recorde+do+artico+pode+causar+inverno+mais+rigoroso+na+europa.shtml
Cientistas alertam para consequências de degelo recorde no Ártico
http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2012/08/28/cientistas-alertam-para-consequencias-de-degelo-recorde-no-artico.htm
Em agosto, Ártico perdeu gelo equivalente ao Estado de Santa Catarina por dia
http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2012/09/18/artico-perdeu-quase-92-mil-km2-de-gelo-por-dia-em-agosto.htm
Jovem que postou defeitos de escola no Facebook é denunciada por calúnia Garota de 13 anos incomodou a professora de português
http://olhardigital.uol.com.br/jovem/redes_sociais/noticias/apos-denunciar-escola-pelo-facebook,-estudante-e-processada-por-calunia
terça-feira, setembro 18, 2012
Nunca estamos no controle', diz mestre zen criador do retiro de rua
O renomado mestre budista chega para a entrevista, em um hotel de São Paulo, e diz que prefere conversar lá fora. Não para ficar perto da natureza, e sim para fumar seu charuto. "Sou o 'bad boy' do zen", avisa Bernie Glassman.
Americano, engenheiro aeronáutico doutorado em matemática pela Universidade da Califórnia, Glassman é reconhecido mesmo por ter criado o budismo "socialmente engajado". Fundou a ordem Zen Peacemakers e inventou os retiros de rua, como o que acaba de ocorrer em São Paulo. A prática remete ao próprio Buda, que levava monges num treino matinal de mendicância pela Índia.
Glassman, 73, foge do estereótipo de líder espiritual. Não é só o charuto ou o look meio hippie. Ele criou e gere um negócio que fatura hoje US$ 7 milhões por ano.
A padaria Greyston foi aberta há 30 anos em Yonkers, Nova York, região com altos índices de violência. Só foi criada para dar empregos a uma população de sem-teto e usuários de drogas. Hoje, fornece para alguns dos melhores restaurantes e hotéis de Nova York.
"Nós não contratamos pessoas para fazer brownies; nós fazemos brownies para contratar pessoas", diz o mestre.
O lucro mantém a fundação Greyston Mandala, que engloba projetos de habitação, saúde, creches etc. e atende 2.000 famílias/ano.
O trabalho social dele não para aí. Atua como "clown" em campos de refugiados e faz retiros nos antigos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia.
A entrevista a seguir foi feita neste mês, quando Glassman esteve aqui para dar palestras e ajudar a materializar o retiro de rua paulistano.
*
Folha - O senhor sempre quis mudar o mundo?
Bernie Glassman - Nunca senti que queria mudar o mundo. Nasci num ambiente de socialismo judaico, a ação social sempre esteve arraigada até os ossos em mim. Eu me sinto atraído por situações que não entendo ou me dão medo. Respondo aos ingredientes que tenho diante de mim e preparo com eles a melhor refeição que posso.
Que tipo de aprendizado uma pessoa tira do retiro de rua?
A principal transformação é que, depois de fazer um retiro de rua, você não consegue mais baixar os olhos para as pessoas que vivem na rua. O nível de dignidade que passa a perceber em todos os seres humanos aumenta incrivelmente. Você também aprende a viver o momento.
Mas deve ser uma experiência depressiva e assustadora...
Muita gente tem medo, especialmente da sensação de não estar no controle, de não estar em um espaço bem conhecido. Mas nunca estamos realmente no controle. Quando a pessoa tem essa percepção e fica bem com isso, há o crescimento espiritual.
Qual o propósito de retiros em campos de concentração? Como é meditar em Auschwitz?
Lembrar dos que morreram ou passaram por coisas horríveis e do trauma dos que infligiram essas coisas horríveis aos outros e viveram e morreram com isso. Também há a experiência de estar com pessoas de diferentes culturas e compartilhar sensações e pensamentos. Os participantes incluem sobreviventes e seus parentes, parentes dos nazistas, gente de várias culturas e de muitos países. Enquanto meditamos, sentimos a presença de muitas almas nos acolhendo.
Como é o clima entre descendentes de vítimas e nazistas?
Há descendentes de vítimas que disseram que relutaram em ir, com medo de encontrar descendentes de nazistas. Há descendentes de nazistas que também relutaram, com medo de encontrar sobreviventes e descendentes de vítimas. No fim, há pessoas de ambos os lados que ficaram muito próximas nos retiros. Por meio do Zen Peacemakers, também promovemos esse tipo de diálogo entre judeus e palestinos.
Como teve a ideia de criar uma padaria para empregar sem-teto? Por que bolos em vez de parafusos ou roupas?
Eu queria um espaço de capacitação profissional para os estudantes de zen. Fiz uma lista de critérios que o projeto deveria atender: aceitar trabalhadores sem experiência, ter potencial para sustentar o centro zen, fazer produtos de alta qualidade e ser socialmente responsável. Não tínhamos experiência com padaria, mas vários dos nossos estudantes de zen eram maravilhosos cozinheiros e padeiros. Também havia a padaria de uma irmã do grupo zen em São Francisco disposta a nos treinar.
Vocês contratam gente que não conseguiria emprego de outra forma. Já tiveram problemas com excesso de faltas, uso de drogas, roubos?
Todos sabem que o salário é por produção. Se você produz mais, ganha mais. Isso é parte do treinamento zen, você aprende que um depende do outro, que estamos todos conectados. Mas é claro que já tivemos problemas, como qualquer empresa. Se for preciso, a pessoa é demitida.
O que é preciso para começar um negócio assim? Já que não se trata só de caridade, o que é necessário para dar certo?
Primeiro, é preciso capital inicial suficiente. Também precisará de um "campeão da visão", alguém que continuará tocando o barco com energia pelos altos e baixos que vão surgir. Sempre haverá altos e baixos. A vida é como um oceano, feita de altos e baixos, de coisas boas e ruins. É como o nosso corpo: uma hora está bem, uma hora começa a decair.
Você crê que um dia a pobreza vá ser extinta do mundo?
Não, eu não acredito em utopias. Isso não significa que não existam objetivos a serem perseguidos, há coisas que precisam ser feitas.
18/09/2012 - 07h21 Com BNDES e negócios com políticos, Odebrecht ergue 'império' em Angola
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2012/09/18/com-bndes-e-negocios-com-politicos-odebrecht-ergue-imperio-em-angola.jhtm
sexta-feira, setembro 14, 2012
quinta-feira, setembro 13, 2012
terça-feira, setembro 11, 2012
Robô militar bate recorde de Usain Bolt
http://tvuol.uol.com.br/assistir.htm?video=robo-militar-bate-recorde-de-usain-bolt-04024E183866DC913326&orderBy=mais-recentes&edFilter=all&time=all&codProfile=t15rl4kajx2a¤tPage=1
Americana compra quadro de Renoir em mercado de pulgas
http://tvuol.uol.com.br/#assistir.htm?video=americana-compra-quadro-de-renoir-em-mercado-de-pulgas-0402CC9C386CDC913326&orderBy=mais-recentes&edFilter=all&time=all&codProfile=t15rl4kajx2a¤tPage=1
domingo, setembro 09, 2012
Justiça reconhece a patente brasileira do Bina
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,justica-reconhece-a-patente-brasileira-do-bina,125963,0.htm
quarta-feira, setembro 05, 2012
terça-feira, setembro 04, 2012
Com Lula, assistência social iguala educação em gastos federais, diz Ipea
Estudo divulgado nesta terça-feira (4) pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) --órgão do governo federal-- mostra que, ao final do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, as políticas de assistência social consumiram R$ 44,2 bilhões dos gastos federais, montante equivalente ao utilizado em educação (R$ 45,5 bilhões).
Intitulado “Gasto Social Federal: prioridade macroeconômica no período 1995-2010”, o estudo aponta que, durante as duas gestões de Fernando Henrique Cardoso, os gastos federais com assistência social subiram de R$ 1,7 bilhão (0,08% do PIB) em 1995 para R$ 15,8 bilhões em 2002 (0,60% do PIB).
Já no primeiro ano de Lula (2003), os gastos federais com assistência social saltaram para R$ 17,4 bilhões (0,66% do PIB) e chegaram a R$ 44,2 bilhões (1,07% do PIB) em 2010, último ano do petista no governo.
Durante os oito anos de FHC, os gastos com educação mantiveram-se estáveis e caíram na comparação com a evolução do PIB. Em 1995, o governo gastou R$ 19,7 bilhões ou 0,95% do PIB com educação. Já em 2002, os gastos foram de R$ 19,9 bilhões, o que representava 0,76%.
Com Lula, os gastos federais com educação subiram de R$ 18,8 bilhões, ou 0,71 do PIB, em 2003, para R$ 45,5 bilhões, ou 1,11% do PIB em 2010 --valor próximo ao gasto com educação no mesmo ano.
Gasto social cresce 173%
O Ipea considera gastos sociais federais todo o dinheiro que o governo aplica em previdência social, benefícios a servidores públicos, saúde, assistência social, alimentação e nutrição, habitação e urbanismo, saneamento básico, trabalho e renda, educação, desenvolvimento agrário e cultura.
O estudo, que não traz dados referentes aos anos de 2011 e 2012, mostra que, entre 1995 e 2010, os gastos sociais aumentaram 173%.
De acordo com o Ipea, o total dos gastos sociais federais saltou, durante os governos de FHC, de 234 bilhões (11,24% do PIB) em 1995 para R$ 340 bilhões (12,92% do PIB), em 2002. Já durante os governos de Lula, os gastos sociais subiram de R$ 343 bilhões (12,95% do PIB) para R$ 638,5 bilhões (15,54% do PIB), em 2010.
Já considerando o gasto social per capta, a evolução foi de R$ 1.471 ao ano em 1995 para R$ 3.325 em 2010 --em 2002, o valor era de R$ 1.946 e, no ano seguinte, passou para R$ 1.941.
Em 2010, a previdência concentrava 47,5% dos gastos sociais do governo federal, o que representava R$ 303,5 bilhões. Na sequência, apareciam os gastos com benefícios de servidores públicos federais (93,1 bilhões, 14,6% do total), saúde (R$ 68,8 bilhões, 10,8% do total), educação, assistência social, políticas de emprego e defesa do trabalhador (R$ 33,8 bilhões, 5,3%) e habitação e urbanismo (R$ 33,1 bilhões, 5,2%).
EM R$ BILHÕES CONSTANTES DEZ/2011 (CORRIGIDOS PELO IPCA MENSAL)
Áreas de Atuação 1995 2002 2003 2010
Alimentação e Nutrição 2,3 2,3 2,3 4,5
Assistência Social 1,7 15,8 17,4 44,2
Benefícios Serv. Púb. Federais 51,5 67,9 63,4 93,1
Cultura 0,5 0,5 0,5 1,7
Desenvolvimento Agrário 3,2 3,1 2,8 4,9
Educação 19,7 19,9 18,8 45,5
Emprego e Def. do Trabalhador 11,1 14,9 14,7 33,8
Habitação e Urbanismo 2,3 9 7,8 33,1
Previdência Social 103,7 160,2 172,9 303,5
Saneamento 0,7 2,2 0,9 5,4
Saúde 37,3 44,2 41,9 68,8
Total 234 340 343,3 638,5
EM % DO PIB
Áreas de Atuação 1995 2002 2003 2010
Alimentação e Nutrição 0,11 0,09 0,09 0,11
Assistência Social 0,08 0,60 0,66 1,07
Benefícios Serv. Púb. Federais 2,46 2,57 2,38 2,26
Cultura 0,03 0,02 0,02 0,04
Desenvolvimento Agrário 0,16 0,12 0,11 0,12
Educação 0,95 0,76 0,71 1,11
Emprego e Def. do Trabalhador 0,53 0,56 0,55 0,82
Habitação e Urbanismo 0,11 0,35 0,29 0,81
Previdência Social 4,98 6,08 6,52 7,38
Saneamento 0,03 0,09 0,03 0,13
Saúde 1,79 1,68 1,58 1,68
Total 11,24 12,92 12,95 15,54
Intitulado “Gasto Social Federal: prioridade macroeconômica no período 1995-2010”, o estudo aponta que, durante as duas gestões de Fernando Henrique Cardoso, os gastos federais com assistência social subiram de R$ 1,7 bilhão (0,08% do PIB) em 1995 para R$ 15,8 bilhões em 2002 (0,60% do PIB).
Já no primeiro ano de Lula (2003), os gastos federais com assistência social saltaram para R$ 17,4 bilhões (0,66% do PIB) e chegaram a R$ 44,2 bilhões (1,07% do PIB) em 2010, último ano do petista no governo.
Durante os oito anos de FHC, os gastos com educação mantiveram-se estáveis e caíram na comparação com a evolução do PIB. Em 1995, o governo gastou R$ 19,7 bilhões ou 0,95% do PIB com educação. Já em 2002, os gastos foram de R$ 19,9 bilhões, o que representava 0,76%.
Com Lula, os gastos federais com educação subiram de R$ 18,8 bilhões, ou 0,71 do PIB, em 2003, para R$ 45,5 bilhões, ou 1,11% do PIB em 2010 --valor próximo ao gasto com educação no mesmo ano.
Gasto social cresce 173%
O Ipea considera gastos sociais federais todo o dinheiro que o governo aplica em previdência social, benefícios a servidores públicos, saúde, assistência social, alimentação e nutrição, habitação e urbanismo, saneamento básico, trabalho e renda, educação, desenvolvimento agrário e cultura.
O estudo, que não traz dados referentes aos anos de 2011 e 2012, mostra que, entre 1995 e 2010, os gastos sociais aumentaram 173%.
De acordo com o Ipea, o total dos gastos sociais federais saltou, durante os governos de FHC, de 234 bilhões (11,24% do PIB) em 1995 para R$ 340 bilhões (12,92% do PIB), em 2002. Já durante os governos de Lula, os gastos sociais subiram de R$ 343 bilhões (12,95% do PIB) para R$ 638,5 bilhões (15,54% do PIB), em 2010.
Já considerando o gasto social per capta, a evolução foi de R$ 1.471 ao ano em 1995 para R$ 3.325 em 2010 --em 2002, o valor era de R$ 1.946 e, no ano seguinte, passou para R$ 1.941.
Em 2010, a previdência concentrava 47,5% dos gastos sociais do governo federal, o que representava R$ 303,5 bilhões. Na sequência, apareciam os gastos com benefícios de servidores públicos federais (93,1 bilhões, 14,6% do total), saúde (R$ 68,8 bilhões, 10,8% do total), educação, assistência social, políticas de emprego e defesa do trabalhador (R$ 33,8 bilhões, 5,3%) e habitação e urbanismo (R$ 33,1 bilhões, 5,2%).
EM R$ BILHÕES CONSTANTES DEZ/2011 (CORRIGIDOS PELO IPCA MENSAL)
Áreas de Atuação 1995 2002 2003 2010
Alimentação e Nutrição 2,3 2,3 2,3 4,5
Assistência Social 1,7 15,8 17,4 44,2
Benefícios Serv. Púb. Federais 51,5 67,9 63,4 93,1
Cultura 0,5 0,5 0,5 1,7
Desenvolvimento Agrário 3,2 3,1 2,8 4,9
Educação 19,7 19,9 18,8 45,5
Emprego e Def. do Trabalhador 11,1 14,9 14,7 33,8
Habitação e Urbanismo 2,3 9 7,8 33,1
Previdência Social 103,7 160,2 172,9 303,5
Saneamento 0,7 2,2 0,9 5,4
Saúde 37,3 44,2 41,9 68,8
Total 234 340 343,3 638,5
EM % DO PIB
Áreas de Atuação 1995 2002 2003 2010
Alimentação e Nutrição 0,11 0,09 0,09 0,11
Assistência Social 0,08 0,60 0,66 1,07
Benefícios Serv. Púb. Federais 2,46 2,57 2,38 2,26
Cultura 0,03 0,02 0,02 0,04
Desenvolvimento Agrário 0,16 0,12 0,11 0,12
Educação 0,95 0,76 0,71 1,11
Emprego e Def. do Trabalhador 0,53 0,56 0,55 0,82
Habitação e Urbanismo 0,11 0,35 0,29 0,81
Previdência Social 4,98 6,08 6,52 7,38
Saneamento 0,03 0,09 0,03 0,13
Saúde 1,79 1,68 1,58 1,68
Total 11,24 12,92 12,95 15,54
Dilma rebate FHC e diz que Lula é 'exemplo de estadista'
Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira (3), a presidente Dilma Rousseff rebateu artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em que ele acusa o antecessor da presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, de deixar uma "herança pesada" para ela.
No texto, publicado neste fim de semana nos jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", FHC cita o episódio do mensalão, a "desorientação da política energética" de Lula e a "crise moral" no primeiro ano de gestão de Dilma.
Para o ex-presidente, as sucessivas demissões de ministros envolvidos em irregularidades têm como pano de fundo a "obsessão por formar maiorias hegemônicas, enfermidade petista incurável".
"Nem bem completado um ano de governo e lá se foram oito ministros, sete dos quais por suspeitas de corrupção. Pode-se alegar que quem nomeia ministros deve saber o que faz. Sem dúvidas, mas há circunstâncias", escreveu FHC.
Na nota, Dilma critica os argumentos do tucano, e afirma ter recebido uma "herança bendita".
"Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão", afirma a petista, citando episódios da gestão tucana na Presidência.
Para o assessor de FHC Xico Graziano, ao divulgar a nota, Dilma "passou o recibo".
Em nota, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, criticou Dilma.
"Apesar de ter demitido quase metade dos ministros, de ter chacoalhado a Petrobras, ela faz de conta que não aconteceu nada. Faz de conta que os ministros que vieram do governo passado eram bons, que as práticas de antes eram limpas e que foi a força da gravidade que a fez mudar a diretoria da Petrobras, não a constatação de que a empresa ia e continua muito mal. Nós entendemos a presidente. O importante é que a senhora trabalhe direito e não fique apenas nas palavras", afirmou o tucano.
EXEMPLO
No artigo, FHC centra suas críticas no antecessor e padrinho político de Dilma, citando, inclusive, entrevista recente do ex-presidente ao jornal "New York Times".
"Mas não foi só isso que Lula deixou como herança à sucessora. Nos anos de bonança, em vez de aproveitar as taxas razoáveis de crescimento para tentar aumentar a poupança pública e investir no que é necessário para dar continuidade ao crescimento produtivo, preferiu governar ao sabor da popularidade."
Dilma rebate afirmando que assumiu um "país mais justo e menos desigual" além de "mais respeitado" no exterior.
Ao elogiar seu antecessor, Dilma ainda alfineta FHC. "[Lula é] Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista".
Na gestão do tucano na Presidência, o Congresso aprovou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que permite a reeleição no país. Após a mudança, o próprio FHC foi reeleito em 1998.
"Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro", afirma a nota assinada por Dilma.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DE DILMA
"Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais "O Globo" e "O Estado de S. Paulo", creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.
Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.
Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.
Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.
Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.
Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil"
Herança Pesada - por Fernando Henrique Cardoso
A presidenta Dilma Rousseff recebeu uma herança pesada de seu antecessor. Obviamente, ninguém é responsável pela maré negativa da economia internacional, nem ela nem o antecessor. Mas há muito mais do que só o infortúnio dos ciclos do capitalismo.
Comecemos pelo mais óbvio: a crise moral. Nem bem completado um ano de governo e lá se foram oito ministros, sete dos quais por suspeitas de corrupção. Pode-se alegar que quem nomeia ministros deve saber o que faz. Sem dúvidas, mas há circunstâncias. No entanto, como o antecessor desempenhou papel eleitoral decisivo, seria difícil recusar de plano seus afilhados. Suspeitas, antes de se materializarem em indícios, são frágeis diante da obsessão por formar maiorias hegemônicas, enfermidade petista incurável.
Mas não foi só isso: o mensalão é outra dor de cabeça. De tal desvio de conduta a presidenta passou longe e continua se distanciando. Mas seu partido não tem jeito. Invoca a prática de um delito para encobertar outro: o dinheiro desviado seria “apenas” para o caixa 2 eleitoral, como disse Lula em tenebrosa entrevista dada em Paris, versão recém-reiterada ao jornal The New York Times. Pouco a pouco, vai-se formando o consenso jurídico, de resto já formado na sociedade, de que desviar dinheiro é crime, tanto para caixa 2 como para comprar apoio político no Congresso Nacional. Houve mesmo busca de hegemonia a peso de ouro alheio.
Mas não foi só isso que Lula deixou como herança à sucessora. Nos anos de bonança, em vez de aproveitar as taxas razoáveis de crescimento para tentar aumentar a poupança pública e investir no que é necessário para dar continuidade ao crescimento produtivo, preferiu governar ao sabor da popularidade. Aumentou os salários e expandiu o crédito, medidas que, se acompanhadas de outras, seriam positivas. Deixou de lado as reformas politicamente custosas: não enfrentou as questões regulatórias para acelerar as parcerias público-privadas e retomar as concessões de certos serviços públicos. A despeito da abundância de recursos fiscais, deixou de racionalizar as práticas tributárias, num momento em que a eliminação de impostos se poderia fazer sem consequências negativas: a oposição conseguiu suprimir a CPMF, cortando R$ 50 bilhões de impostos, e a derrama continuou impávida.
É longa a lista do que faltou fazer quando seria mais fácil. Na questão previdenciária, o único “avanço” não se concretizou: a criação de uma previdência complementar para os funcionários públicos que viessem a ingressar depois da reforma. A medida foi aprovada, mas sua consecução dependia de lei subsequente, para regulamentar os fundos suplementares, que nunca foi aprovada. As centenas de milhares de recém-ingressados no serviço público na era lulista continuaram a se beneficiar da regra anterior. Foi preciso que novo passo fosse dado pelo governo atual para reduzir, no futuro, o déficit da Previdência. Que dizer, então, de modificações para flexibilizar a legislação trabalhista e incentivar o emprego formal? A proposta enviada pelo meu governo com esse objetivo, embora assegurando todos os direitos trabalhistas previstos na Constituição, foi retirada do Senado pelo governo Lula em 2003. Agora é o próprio Sindicato Metalúrgico de São Bernardo do Campo que pede a mesma coisa…
Mas o “hegemonismo” e a popularidade à custa do futuro forçaram outro caminho: o dos “projetos de impacto”, como certos períodos do autoritarismo militar tanto prezaram. Projetos que não saem do papel ou, quando saem, custam caríssimo ao Tesouro e têm utilidade relativa. O exemplo clássico foi a formação a fórceps de estaleiros nacionais para produzirem navios-tanque para a Petrobrás (pagos, naturalmente, pelos contribuintes, seja por meio do BNDES, seja pelos altos preços desembolsados pela Petrobrás). Depois do lançamento ao mar do primeiro navio, com fanfarras e discursos presidenciais, passaram-se meses para se descobrir que o custo não fez jus a tanta louvação. Que dizer dos atrasos da transposição do São Francisco, ou da Transnordestina, ou ainda da fábrica de diesel à base de mamona? Tudo relegado aos restos a pagar do esquecimento.
O que mais pesa como herança é a desorientação da política energética. Calemos sobre as usinas movidas “a fio d’água”, cuja eletricidade para viabilizar o empreendimento terá de ser vendida como se a produção fosse firme o ano inteiro, e não sazonal. Foi preciso substituir o companheiro que dirigia a Petrobrás para que o País descobrisse o que o mercado já sabia, havendo reduzido quase pela metade o valor da empresa. O custo da refinaria de Pernambuco será dez vezes maior do que previsto; há mais três refinarias prometidas que deverão ser postergadas ad infinitum. O preço da gasolina, controlado pelo governo, não é compatível com os esforços de capitalização da Petrobrás. Como consequência de seu barateamento forçado – que ajuda a política de expansão ilimitada de carros com a coorte de congestionamentos e poluição – a produção de etanol se desorganizou a tal ponto que estamos importando etanol de milho dos Estados Unidos!
Com isso tudo, e apesar de estarmos gastando mais divisas do que antes com a importação de óleo, o presidente Lula não se pejou em ser fotografado com as mãos lambuzadas de petróleo para proclamar a autossuficiência de produção, no exato momento em que a produtividade da extração se reduzia. No rosário de desatinos, os poços secos, ocorrência normal nesse tipo de exploração, deixaram de ser lançados como prejuízo, para que o País continuasse embevecido com as riquezas do pré-sal, que só se materializarão quando a tecnologia permitir que o óleo seja extraído a preços competitivos, que poderão tornar-se difíceis com as novas tecnologias de extração de gás e óleo dos americanos.
É pesada como chumbo a herança desse estilo bombástico de governar que esconde males morais e prejuízos materiais sensíveis para o futuro da Nação.
segunda-feira, setembro 03, 2012
Assinar:
Comentários (Atom)

















































