O ano novo chinês começou no dia 9 de Fevereiro de 2005. Ano 4 mil e poucos da era deles... eu estava perto de casa olhando meu bairro e saindo para comprar o almoço. Era Domingo na Pompéia. Domingo de sol e de descanso. O carnaval quase não atingia o entardecer e não havia barulho na rua. Apenas eu, Sérgio Dias e sua mulher estávamos acordados na lanchonete. Para quem não sabe ele é um dos fundadores do Os Mutantes, grupo paulistano fundido no tropicalismo, com pitadas de Beatles e margeando a Bossa Nova. Eu parecia um fã legítimo e tinha muito para dizer e perguntar. Falei sobre música no Brasil e concordamos. A música segue com ou sem rádios; com ou sem gravadoras; com ou sem mistérios. Mas é feita de gente e tem que ser feita. Fiquei muito otimista. Afinal, não é sempre que a gente conhece alguém que sabe das coisas.
O que se desenha depois do Tsunami? Um crescimento industrial recorde ou um recorde na televisão brasileira? Não sei, mas gostaria de fazer parte deles do jeito mais benéfico possível. Assim nasce o amor pelas coisas e pelos outros.
A música vai tomar conta da vida este ano de um jeito diferente. Sem muitas demagogias e com a mínima pretensão exigida. Espero que parta de nós a qualidade necessária e a vontade de transformar o bom no melhor e fazer o verdadeiro show acontecer pois a música já está gravada e lançada nas lojas Saraiva. Cabe ao ouvinte ceder um pouco e se deixar levar pelas ondas do reggae brasileiro. De um jeitinho diferente...
Por que um disco independente?
- Porque é a maneira mais honesta de fazer aquilo que estava em nossas cabeças. Um disco emotivo, cheio de respeito pelo que a banda é e se propõe a ser, com os efeitos sonoros que sonhamos e gravado perto de casa. Muitos foram os motivos para gravá-lo e um deles foi a opção de não desistir do que construímos. Independente do que temos ouvido e visto na televisão, do que é padrão e internacional, ousamos dividir nossa vontade de realizar um álbum conceitual com parceiros instigados pela carreira que já construímos. Mas o que nos motivou mesmo foi saber que tínhamos alcançado mais quilômetros com a música do que em nossas viagens, mais fãs do que poderíamos sonhar: no norte, sul, leste, oeste e centro do Brasil:
- Obrigado!
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