terça-feira, janeiro 16, 2007

Essa tal pena de morte

Não sou favorável à pena de morte porque é impossível tornar mais humana à morte, que é da própria natureza do homem morrer assim implicando e submetido ao caos equilibrado da existência. Morre-se e pronto como na cratera aberta na marginal Pinheiros, grande São Paulo, 2007. Morre-se como morreu Saddam Hussein mas sob quais circunstâncias ambas as mortes são tão diferentes? Dona Abigail andou até sua morte. Saddam foi assassinado sendo muito pior do que qualquer uma das vítimas encontradas no deslizamento do metrô da linha 4.
A pena de morte é assassinato. Não importa sob qual tipo de ética ou senso de justiça se aplica. É falsa a impressão de sucesso quando o sistema letal aflinge o assassinado. Ele morre vítima de seus atos, mas é morto como uma lebre ou uma zebra no mato. Porque a cidade é a selva do homem, foi onde ele lançou toda a sua força e capacidade: para viver em uma sociedade controlada, diferente das selvas e do desordenamento equilibrado do ciclo da existência viva.

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