terça-feira, novembro 06, 2007

O Passado, de Hector Babenco

Para quem ainda não assistiu ao lançamento mais recente de Hector Babenco, O Passado, assista sabendo que ali está uma obra de caráter surrealista, ou seja, o compromisso artístico do diretor é expressar uma realidade fragmentada, descompromissada com a linearidade do tempo, com a cronologia das vidas que compõem as personagens do filme. A escolha das atrizes e dos atores é ótima, principalmente dos protagonistas.
O surrealismo é um termo cunhado pelo poeta francês Guillaume Apollinaire (1886-1918) que, em um jantar oferecido por amigos artistas, cubistas da época de ouro da vanguarda mundial, criou um cardápio de idéias e sugestões "comestíveis" e que foi composta mais tarde por nomes como: os escritores franceses Paul Éluard (1895-1952), Louis Aragon (1897-1982) e Jacques Prévert (1900-1977), o escultor italiano Alberto Giacometti (1901-1960), o dramaturgo francês Antonin Artaud (1896-1948), os pintores espanhóis Salvador Dali (1904-1989) e Juan Miró (1893-1983), o belga René Magritte (1898-1967), o alemão Max Ernst (1891-1976), e o cineasta espanhol Luis Buñuel (1900-1983). O surrealismo flertava com a psique humana e por isso foi fortemente influenciado pelos textos de Sigmund Freud.
Para quem for assistir ao filme, prepare-se. Existe nudez frontal, exageros estéticos, cortes de cenas bruscos, um pouco de degradação humana misturada com morte e cocaína. Mas isso tudo também existe no Jornal Nacional, todos os dias estão lá as notícias sobre guerras, mortes que poderiam ser evitadas e degradação humana em geral. O mundo, por si, é surreal.
Eu assisti ao filme e gostei. Custou R$2 na segunda-feira. Melhor do que Tropa de Elite, que quer dizer, tem algo de cinema ali.

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