O mundo é um grande vazio bizarro. O vazio é uma multidimensionalidade ao alcance de nossa consciência à toda hora. Existe uma explicação científica para entender o poder da meditação. Alcançar o estado de vacuidade levará a estágios mais avançados de humanidade.
A experiência de algumas pessoas próximas já me alcançaram sobre a forma de relatos familiares. O vazio que existe na busca pelo vazio é algo muito difícil de descrever pois abre elaboradas portas sobre a mesma percepção do todo sobre o nada. O todo é tão importante para nós que nunca será bastante. No entanto, ele é parte do nada assim como estou me sentindo agora mesmo. Em silêncio, me ponho a divagar sobre trabalho. Tudo o que fiz hoje foi trabalhar. Pedi um sossego da família porque precisava trabalhar. Três canções que eu já dedilhei enecentesimalmente precisavam ser trabalhadas. Pedi desculpas ao meu filho e mulher "hoje eu preciso gravar", eles saíram e eu me pus a montar o equipamento sem saber quais monstros sairiam daquela empreitada.
Para quem nunca escreveu uma música não tem mistério. Mas para quem já gravou algumas existe sempre o dever de ousar, melhorar, colocar à prova o objeto de trabalho. Não é à tôa que pessoas gostam de música que não são feito por elas, mas para elas. Daí, montado o equipamento e dispostos o baixo e o violão lado à lado, como que comungando uns sons, é que vem a difícil tarefa de escolher: qual canção!
No total, eu escrevi umas 100 letras. Trabalhei umas 30 delas e gosto mesmo de umas 10 canções no total. Nenhuma delas tem arranjo definitivo nem terá até o dia verdadeiro.
O processo de escolher a primeira canção falhou. Como eu sou teimoso, deixei de lado momentaneamente aquele petardo e fui direto para uma canção que eu fiz pra minha mulher chamada TUDO DE BOM. Até eu pegar a batida que eu queria, ideal e dançante, levaram milhares de segundos... para gravar as partes então, outros milhares... as horas voavam no visor do laptop e eu grudado no "protudo" resolvendo detalhes que me desconcentravam mais do que tudo.
Pense nos meus vizinhos ouvindo eu gravar os vocais. Quantas vezes eu repeti as mesmas partes, refrãos e versos, estribilhos e assobios e eles lá ouvindo "que é isso aí? é verdade que tem gente assim no mundo?" ou melhor "agora eu sei porque o vizinho de cima vive de moleton". Confesso que só pensei na babá dos vizinhos ao lado que só ouve hinos evangélicos, o mesmo cd todos os dias no repeat. Eu cantei para ela toda hora... vai, vai, vai ouvindo reggae aí!
Processo completo de gravação: 5 horas
canais utilizados: 4 por canção
instrumentos utilizados: voz, baixo fender jazz bass, violão hofma aço 0.11
O vazio veio depois de tudo isso. Foi quando me deu vontade de escrever. Que vazio mais doloroso esse. Vazio sem sentido...
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