segunda-feira, julho 13, 2009

se me perguntarem, eu digo: esse foi o dia mais louco da minha vida

Me sinto tomado por uma força inacreditavelmente maior do que eu para revelar algo que eu mesmo havia esquecido. Até ontem eu achava que minha vida estava prestes a se tornar uma comédia, gênero que não me agrada inclusive. Fui confundido com o novo marido da minha ex-mulher pela síndica do prédio dela, tenho que ir lá buscar meu filho e essa foi a piada mais sem graça que já vivi, tenho que me contentar com a idéia de que viver de música é maneiro, porque está foda viver exclusivamente de música e digo isso com pesar, se passam 9 anos de pura autonomia pessoal e agora ficou muito difícil de planejar algo duradouro com o lamentável meio musical econõmico vigente, não rola de guardar dinheiro pra nada.
Sou tomado por essa força que hoje me fez rolar de brincar no chão descalço com meu filho, ele sim, a única força que me tira de 0 a 10, me põe no eixo, me faz sentir que tenho uma função importante. Eu estava sentado nesse mesmo computador, em frente ao nada, sem nada mesmo querer quando comecei a rever minha vida... como estou lendo muita coisa séria sobre o universo, e tomo o universo como algo tão grande e tão velho que segundos representam mil anos nas esferas cósmicas... e eu estou aqui no último milésimo de segundo da existência humana na Terra... bom, em minutos eu vi minha vida toda, os pontos bons e ruins, as coisas legais e as não... eu sempre soube quando, onde, como e com quem eu queria estar. Eu sempre soube onde fica o meu pedaço de paraíso e as pessoas mais lindas que eu já pude conhecer. A melhor família do mundo, o melhor exemplo de beleza e amor humano. Não ouso dividir esse local com ninguém, mas algo me atraiu a essa imagem, algo como "não quero essa comédia para mim" ou melhor, onde foi que eu resolvi perder essa mulher, onde foi que eu perdi minha coragem, coragem que só o meu filho trouxe de volta com firmeza de titãnio, de fibra de carbono mesmo. Onde foi que eu desisti da felicidade plena? E no entanto, me sinto como esse normal relez ser humano que, com meus erros, tento estabelecer um padrão moral legítimo, feliz, pleno e rico para esse meu filho que eu amo tanto e que, se não fosse por minhas falhas, talvez nem tivesse nascido desse jeito porque eu teria me perdido nos braços de uma outra mulher, mulher que era menina e que nunca foi uma piada, foi o maior amor da minha vida. Acho que me redimi de algo agora porque me sinto muito bem... bem... bem...

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