quarta-feira, agosto 26, 2009

Impressões

Bom, desde Sábado chove em Brasília. O que causa espanto geral é o tipo de caos generalizado que causa o pensamento: por que está chovendo no período de secura? Pessoas mais crédulas podem estar acreditando nos verdadeiros sinais do final dos tempos e do começo de uma nova era? Ou é apenas o sintoma das muitas atrocidades que a indústria, o comércio, enfim a generalização da produção de bens e de lixo que está atolando o mundo nessas mudanças climáticas? É a mudança de ângulo que o tsunami da Indonésia impôs ao mundo que está determinando essas estranhezas? Pensemos todos juntos, é muita coisa ao mesmo tempo acontecendo e tenho certeza de que, se não é o final dos tempos realmente, é o véu da incerteza que está abrindo seu caminho para uma humanidade mais determinada, mais afim de, ou destruir geral, ou então preservar geral. Como não existe um caminho, um meio termo como a vida dos índios brasileiros e, pelo visto, como os maias e os incas também um dia foram, então ainda vivemos o dilema: ter ou não ter, no que ter tange o ter o necessário e o não ter abdicar daquilo que não parece necessário, o que seria também muita coisa a se jogar fora imediatamente da mente e dos armários. E a necessidade teria que ser um bem individual muito bem plantado nas pessoas, um novo valor sobre a forma de consumir, desde a comida até o reaproveitamento do lixo orgânico, das roupas que usamos diariamente e aquelas que reservamos para os dias especiais (quais dias seriam esses senão todos?); onde estaria a vontade de ser melhor do que se é, do que se foi, do que será se um dia a necessidade for apenas um conceito?
Estou com a impressão de que essa chuva em Brasília não é um sinal apocalíptico ou um reflexo de mudanças astronômicas, mas é uma nuance sobre o particular, sobre a nossa pequenez dentro das gotas de chuva grossa que caem sobre nosso planalto e me pergunto mesmo, de coração cheio, as plantas estarão mais felizes? Os animais peludos estarão mais relaxados de tanta secura e calor juntos? As sinusites e renites e bronquites cessarão por um tempo? Ou este é o clima propenso à gripe suína e estamos caindo em um processo natural pandêmico de reestruturação das massas?
A ordem é não fugir do perigo agora. É a hora de criar coragem, imaginação, saúde e plantar a semente do futuro onde, sim, é onde estará a nova pessoa que a todos nós suplantará. Viverá em terreno lodoso no mundo das personificações do ego ou atingirá a plenitude das transformações da natureza e se transformará em um ser mais belo? Estou aqui enquanto meu coração bater. Quero muito ver o futuro por mais uns 40 anos e prestigiar esse momento histórico de mudanças gerais. Isso aqui é o fundo do poço histórico em muitos sentidos, principalmente no campo da destruição dos bens naturais e da desinformação das pessoas. Mas há algo nos nossos genes que nunca irá desaprender, nunca irá desistir e, quicá, pegará uma nave espacial e irá embora daqui levando uma tela de Picasso, alguns lps e um pedaço de diamante e outro de pedra que faz fogo.

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