A questão do desperdício entre as pessoas não é algo bem resolvido na minha opinião. Há muita exaltação sobre os benefícios da preservação de alimentos e do consumo sustentável da natureza, mas vi nitidamente que, enquanto indivíduos, as pessoas na fila de um supermercado podem estar abusando da facilidade que pegar itens nas prateleiras e dispensá-los no caixa sem pensar no custo que isso gera para outras pessoas. O sistema de capital prevê o desperdício e o preço final de todos os produtos de um supermercado é baseado em muitos números, inclusive nas perdas materiais resultantes de manipulação indevida de certos produtos dentro do mercado.
Eu sou um desses homens que entra no supermercado com uma lista escrita para não perder tempo, nem o meu e nem o dos trabalhadores, nessas incursões. Ontem eu estava lá com meus irmãos comprando ingredientes para a mega feijoada que produzimos na casa de amigos, a lista inteira escolhida, aquele sol do lado de fora, todo mundo usando chinelo. Vem um senhor funcionário do supermercado e me pergunta se eu tinha pego um pacote de pães de queijo que estava em cima do balcão. Não, senhor, se fosse meu estava no meu carrinho. A resposta dele foi sensata: eu só trago até o caixa aquilo que tenho pra gastar. Esse pão de queijo já derreteu, deve estar estragando e, olha, isso sempre acontece aqui. Fiquei olhando o senhor, concordando com ele, a explicação para os preços dos supermercados tem a ver com isso, pagamos pelos produtos que são largados nas prateleiras, abandonados nos caixas e que não serão entregues a nenhuma pessoa necessitada. Vai tudo pra lixeira.
E se o lixo pudesse reclamar, aposto que só criticaria as latas meio cheias de cerveja, pô, esvazia isso aí antes de jogar fora, que desperdício, meu!
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