quinta-feira, novembro 19, 2009

Crônicas do Lago Norte

Quando você é um viajante e conhece muitos lugares e pessoas e todo o desconforto mental passa pelo seguinte incômodo: como ter tempo para fazer o que queremos: então você percebe que, ou o mundo é pequeno e devemos nos arriscar, desviar da rotina e ir em busca do inesperado, ou simplesmente sonhamos com o que poderia ter acontecido. Visto também que o sonho é uma manifestação real, pode ser que sonhar seja melhor do que pagar para ver o inesperado. Muitas escolhas nos perseguem.
Na minha cabeça sempre vem a mesma imagem, o mesmo ideal de mulher e ela não está perto de mim. Como ela mesma disse, ela não está nem perto de quem ela deseja e só se aproxima daquilo que repudia, enfim, são palavras soltas no messenger e eu, na minha cabeça, com esse ideal de mulher zanzando, me fazendo transmutar do preguiçoso para o aventureiro doido, eu que já fiz isso muitas vezes, poderia trocar o certo pelo duvidoso só por prazer? Porque é um prazer diferente, platônico ao extremo, sutil e permanente enquanto somos duas almas separadas pelos quilômetros dos estados. Existem fronteiras mentais também que me deixam no limite entre tentar e desistir. E ela tem essa foto sorrindo, olhinhos puxados, poderiam ser meus? Não, não sonhei com isso até agora. Não tenho preferências, aliás. Só a certeza de que, na próxima viagem, estarei tão longe e tão perto ao mesmo tempo daquele corpinho, daquele cérebro, daquele sotaque, um sonhador profissional em trânsito, trabalhando e editando os momentos solitários que passará no hotel enquanto ela, aquele ideal feminino, estará pensando: será que ele vem me ver? será que ele tem tempo para muitas conversas?
Quem não sabe o que quer, mesmo viajando, as vezes se esquece de que é o carinho do corpo, mais do que as palavras, que aquece realmente as pessoas. E o amor se manifestará nessas duas pessoas. Um encontro e nada mais.

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