Quando chove fora de época tenho a impressão de que alguma coisa boa está por vir. A instabilidade da natureza se faz sentir de forma mais veemente. É um sinal de que, assim como as dores e as sensações de prazer, o grandioso plano da natureza também tem seu próprio caminho e chora quando precisa, as suas lágrimas ionizadas umidecem o ar e a noite brasiliense; eu até poderia dizer que a melhor coisa seria poder estar abraçado com alguém, mas isso é meia verdade, eu preferia estar dançando com alguém ouvindo Phoenix sem ter que me preocupar com a minha condição mental para fazer o vestibular amanhã, que deveras é coisa de gente acostumada a ficar sentada e eu estou acostumado a ficar de pé, e sentir os fios de cabelo, dos longos cabelos feminino correndo pelos meus dedos suavemente, meus olhos olhando os olhos dela profundamente, minha respiração em comunhão com a respiração dela, em comunhão com esse ar fresco da noite, eu não me esqueço de sentir que algo bom está aqui tilintando ao meu redor, é saudade de tudo o que tenho e do que nunca tive ao mesmo tempo. Quando eu penso que encontrei, sou o alvo e ela é a flecha, um motivo para acalmar vem uma chuva boa dessas e me faz lembrar que não é tempo de se acomodar nos braços de ninguém. Agora é a hora de bailar.
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