Tive um daqueles lampejos de felicidade dentro do avião rumando pra São Paulo dois dias atrás. Foi uma coisa muito solitária toda aquela sensação porque demorei alguns meses para aprender, entender e sentir algo que um velho livro de meu pai continha, uma dessas velhas lições sobre relação entre pais e filhos. O livro, em si, é sobre psicologia. Mas é marcante a parte onde o autor do livro descreve sobre o equilíbrio das nossas necessidades amorosas e ele dá como exemplo, justamente, a adequação do filho em uma relação de pais casados e de pais separados.
Muitas vezes eu sinto que recebo amor demais. Não estou reclamando, mas eu sou uma pessoa cercada de amor como uma ilha, tenho minhas pessoas queridas muito próximas de mim e ainda faço o que considero ser minha missão na vida. Tem amor de mãe, dos meus irmãos, de várias amizades, tem amor de filho. E eu me amo. Daí eu retribuo esse amor em todos os níveis e sentidos e me dei conta de que falta um certo tipo de amor na minha vida. Quando você ama o que admira e eu estou devendo ou em dívida ou me devem alguma coisa nesse âmbito aí, esse amor por admiração, seria paixão mas não é.
Pensei comigo no avião, não amo uma só mulher e não consigo ser amado por uma só mulher. Por outro lado, eu amo muito algumas mulheres, todas minhas amigas, uma ex-amante, uma futura pode ser, uma fotógrafa, uma musa e uma fantasia. Em questão de minutos comecei a fazer, para cada uma delas, uma pequena canção de amor composta por duas estrofes e um refrão de dois versos e usei o nome de todas elas em cada canção. Além do exercício prazeroso de criar tudo isso e lançar fora de mim tanto sentimento ainda pude exercitar minha memória, porque decorei tudo na quarta-feira de manhã no avião e escrevi tudo na quinta-feira de noite no aeroporto voltando pra Brasília...
Sem dúvida é amor demais em uma só vida.
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